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Neoplasias

Patologia
• NOMENCLATURA
Nomeia-se como “tumor” qualquer massa que ocupe espaço anômalo no ser
vivo. E como “tumor neoplásico”, massa anormal de tecido, a qual possui cresci-
mento virtualmente autônomo - uma vez que depende de fatores como nutri-
ção, vascularização e hormônios do organismo instalado – excedendo para os
tecidos normais.

Ao contrário das proliferações não neoplásicas, o crescimento dos tumores ne-


oplásicos persiste mesmo após a interrupção dos estímulos que iniciaram a al-
teração. Dessa forma, os tumores competem com as células normais por nutri-
entes e suprimento energético.

• CLASSIFICAÇÃO
São classificados em duas grandes categorias: benignos e malignos. Tanto uns
quanto outros, possuem dois componentes básicos:

1) As células neoplásicas “transformadas” (são as células do parênquima);

2) O estroma de apoio, formado por elementos não transformados, como tecido


conjuntivo e vasos sanguíneos – importantes para o crescimento e evolução.

A classificação das neoplasias baseia-se nas características do parênquima. Em


alguns tumores, o suporte estromal é escasso e assim a neoplasia é “mole e
carnosa”. Em outros casos, as células do parênquima estimulam a formação de
um estroma colagenoso abundante, com tecido conjuntivo fibroso referido
como “desmoplasia”.
• TIPOS DE TUMORES

1) Tumores Benignos:

No geral, suas nomenclaturas terminam com o sufixo “oma”. Como exemplo, os


tumores mesenquimatosos benignos incluem lipoma, fibroma, angioma, oste-
oma e leiomioma. A nomenclatura dos tumores epiteliais benignos é um tanto
complexa, e baseia-se na histogênese e na arquitetura. Seguem-se alguns
exemplos: adenomas são tumores epiteliais benignos que se originam nas
glândulas e apresentam ou não padrões glandulares ou tumores de outras ori-
gens que formam padrões glandulares. Cistadenomas são tipos de adenomas
que produzem grandes massas císticas encontradas tipicamente nos ovários.
Papilomas são tumores epiteliais que formam projeções digitiformes, micro ou
macroscópicas. Cistadenoma papilar é um papiloma que forma protrusões para
espaços císticos. Pólipos são tumores que se projetam da mucosa para a luz de
uma víscera oca.

2) Tumores Malignos:

Esses tumores costumam ser denominados cânceres, e também são ampla-


mente divididos em duas categorias:

- Os carcinomas, que surgem das células epiteliais (podem ser de qualquer


uma das três camadas – ectoderme (ex: pele), mesoderme (ex: túbulo renal) e
endoderme (ex: epitélio gastrointestinal);

- Os sarcomas, que têm origem nos tecidos mesenquimatosos. A nomenclatura


dos tipos específicos de carcinomas ou sarcomas baseia-se no seu aspecto e
na sua suposta origem histogenética. Portanto, os tumores epiteliais malignos
com padrões de crescimento glandular são referidos como adenocarcinomas, e
os tumores epiteliais malignos com padrões de crescimento epitelial são os
carcinomas epitelióides, enquanto os sarcomas que se originam de células
musculares lisas, ou que a elas se assemelham, são denominados leiomiossar-
comas.

• CÂNCERES
Cerca de 90% dos cânceres humanos são do tipo carcinoma. Provavelmente
porque a maior parte da proliferação celular no corpo ocorre no epitélio ou tal-
vez porque tecidos epiteliais são mais frequentemente expostos a variadas for-
mas de danos físicos e químicos, que favorecem o desenvolvimento de câncer.
Alguns tumores parecem ter mais de um tipo de células parenquimatosa. Dois
membros importantes nesta categoria são:

1) Tumores mistos, derivados de uma camada de células germinativas que se


diferenciam em mais de um tipo de célula parenquimatosa. Por exemplo, o tu-
mor misto das glândulas salivares contém células epiteliais, bem como estroma
mixóide e tecido semelhante à cartilagem (adenoma pleomórfico). Todos os ele-
mentos têm origem na diferenciação alterada de células epiteliais dos ductos.

2) Teratomas, constituídos por uma variedade de tipos de células parenquima-


tosas representativas de mais de uma camada de células germinativas, em ge-
ral de todas as três. Surgem a partir de células totipotentes, que retêm a capa-
cidade de formar tecido endodérmico (por exemplo, epitélio intestinal), ectodér-
mico (por exemplo, a pele) e mesenquimatoso (por exemplo, gordura). Esses tu-
mores são encontrados principalmente nos testículos e nos ovários. Quando to-
das as partes que compõem o tumor são bem diferenciadas, considera-se um
teratoma benigno (maduro); porém, quando menos diferenciado, é um potencial
teratoma maligno (imaturo). Várias são as nomenclaturas errôneas que ocorrem
e que ficaram por convenção como, por exemplo, melanoma e seminoma.
- ATENÇÃO!

Duas lesões não-neoplásicas que simulam tumores possuem nomes enganosa-


mente semelhantes aos tumores:

A) Coristomas: são restos ectópicos, algumas vezes nodulares, de tecidos não-


transformados (por exemplo: células pancreáticas sob a mucosa do intestino
delgado). Outro exemplo são células da adrenal abaixo da cápsula renal.

B) Hamartomas: malformações que se apresentam como uma massa de tecido


desorganizado próprio de um determinado local (ex: um nódulo hamartomatoso
no pulmão pode conter ilhotas de cartilagem, brônquios e vasos sanguíneos).
Os hamartomas são sempre benignos. A nomenclatura dos tumores é muito
importante porque tem várias implicações clínicas importantes.

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