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Os modelos de formação dos professores. Como alinhar a formação teórica a pratica docente na
educação?
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UNIVERSIDADE ABERTA ISCED
Faculdade de Ciências de Educação
Departamento de Ciências de Educação
Curso de Licenciatura em Ensino de Língua Portuguesa
Os modelos de formação dos professores. Como alinhar a formação teórica a pratica docente
na educação?
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Índice
Introdução ............................................................................................................................................... 4
Modelos de formação dos professores .................................................................................................... 5
Modelos de formação docente em Moçambique ..................................................................................... 6
Como alinhar a formação teórica a prática docente na educação? .......................................................... 7
A relação teoria e prática na formação dos professores .......................................................................... 9
Considerações finais.............................................................................................................................. 10
Bibliografia ........................................................................................................................................... 11
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Introdução
No presente trabalho foram abordados conteúdos relacionados com modelos de formação de
professores. Também abordou-se sobre a formação teórica e a formação pratica em que a
formação teórica consiste na aprendizagem dos conteúdos leccionados na formação, enquanto
a formação prática consiste em pôr em prática os conteúdos aprendidos na sala de aulas tendo
contacto com a realidade docente.
O trabalho foi desenvolvido a partir de uma revisão bibliográfica, e para a sua fundamentação
recorreu-se a conceitos de autores como Altet apud Rehem (2009),Chamon (2006), Simão,
Caetano e Flores apud Chamon (2006), Sambo (1999), Libâneo (2013), Saviani (2012),
Gobbo (2017), Imbernón (2011), Zeichner (2010), Ostrovski et al (2017), Pimenta (2012).
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Modelos de formação dos professores
A formação de professores é um processo contínuo de desenvolvimento pessoal, profissional
e político-social, que não se constrói em alguns anos de curso, ou mesmo pelo acúmulo de
cursos, técnicas e conhecimentos, mas pela reflexão colectiva do trabalho, de sua direcção,
seus meios e fins, durante a carreira profissional e antes dela.
Altet apud Rehem (2009) defende que o modelo para o processo de profissionalização do
professor de educação técnica é o do professor profissional ou reflexivo. E faz menção de 4
modelos diferentes de profissionais de ensino sendo:
Partindo do principio cultural que o ser humano morre a aprender então todo ser humano
mesmo que seja superdotado precisa de um imput para desenvolver a sua massa pensante e
todo processo de aprendizagem depende de factores internos e externos e devem ser
motivados por força motriz do por quê deve aprender um certo conteúdo.
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Os modelos de formação de professores visam propiciar ou adequar as novas realidades do
processo de ensino-aprendizagem tendo em conta que a aprendizagem é um processo
dinâmico, contínuo, global, pessoal e cumulativo. Estas características devem ser respeitadas
durante o processo de mediação da aprendizagem.
Simão, Caetano e Flores apud Chamon (2006) “o modelo de formação docente apresenta
cinco processos que actuam na mudança de professores, sendo eles: acção, colaboração,
investigação, teoria e reflexão”.
Sendo que Chamon (2006) descreve três tipos de modelos e chama de “triângulo da
formação” destacando:
Antes da independência
Sambo (1999) diz que houve necessidade de formar moçambicanos apenas no domínio da
leitura, escrita e aritmética, foi criada em 1926 a primeira Escola de Habilitação de
Professores de Posto do Alvor, distrito da Manhiça, pelo Governo Português sob
implementação da igreja católica, iniciou a funcionar em 1930 com o modelo 3ª +1 ano.
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Em 1944, na mesma instituição e outros pontos do país foi introduzido o modelo 4ª classe +1
ano. No mesmo período, foram introduzidos os modelos 4ª classe + 2 anos e 4ª classe + 3
anos respectivamente. E em 1969 foi introduzido o modelo 4ª classe + 4 anos ambos para o
ensino segregacionista (classe dominante e a classe dominada).
Durante a luta de libertação da opressão colonial portuguesa havia continuidade dos modelos
acima, mas também haviam capacitações de 3 meses entre os moçambicanos para trabalharem
nas zonas libertadas como monitores.
Depois da independência
Desde 1975 até hoje, Moçambique viveu e vive os seguintes modelos de formação de
professores: “6ª classe + 2 anos introduzido em 1982, em 1984 passou para o modelo 9ª classe
+ 3 anos. Na década de 90 funcionou também o modelo 7ª classe + 3 ano, Em 1999
introduziu-se o de 10ª classe + 1 ano. Em 2003 foi introduzido o modelo 10ª classe + 2 anos
por fim em 2007, mudou-se para 10ª classe + 1 ano, em cursos simultaneamente com o de 10ª
classe + 3 anos introduzido em 2013 em alguns centros do país”. Em 2019 foi introduzido 12ª
classe + 3 que antes da introdução da formação 12ªclasse+1 em 2023 equivalia a nível médio
actualmente equivale ao bacharel e em 2023 foi introduzido a formação 12ª classe + 1 que
equivale ao nível médio.
Formação teórico-científica
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De acordo com o pensamento do Libâneo, acredita-se que o modelo de formação 10ª classe+1
ano de formação não observa estes critérios de formação ou por outra acredita na
aprendizagem que os formandos trazem consigo no ensino primário e secundário geral.
De acordo com Saviani (2012), a teoria não é um conjunto de ideias que de repente brotaram
na cabeça do teorizador e em seguida são colocadas em prática na tentativa de obter êxito. As
teorias só são elaboradas para solucionar problemas postos pela prática social.
Consequentemente, a acção humana é uma actividade adequada a finalidades, isto é, guiada
por um objectivo que se procura atingir.
Formação técnico-prática
De acordo com Libânio (2013), a formação tecnico-prática é aquela que visa a preparação
profissional específica para a docência, incluindo a Didáctica, as metodologias específicas das
matérias, a Psicologia da Educação, a Pesquisa Educacional, e outras.
Face a esta formação do professor, acreditamos que o modelo em análise tem maior
enquadramento uma vez que os formandos aprendem as metodologias de ensino e as cadeiras
especificas da educação (Organização e Gestão Escolar, Psicopedagogia e Práticas
Pedagógicas).
De acordo com Gobbo (2017), o contacto com a realidade escolar proporciona ao bolsista a
vivência da dimensão relacional da profissão de professor. A formação para a docência por
meio dessa inserção na escola ainda durante a licenciatura abrange uma prática mais
humanista e realista, pois é realizada no “chão da escola”, e uma das características da
profissão é a aproximação do professor com a realidade social e emocional do aluno.
Consequentemente, a construção de sentimentos positivos e relações afetivas durante a
iniciação à docência estimula a reflexão sobre a escolha profissional e leva à confirmação de
uma identidade docente e à continuidade na carreira.
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Considerações finais
Com o passar do tempo a formação de professor teve várias alterações nos modelos de
formação principalmente em Moçambique. Cujas alterações dos modelos de formação não
poderam apresentar mudanças significativas no plano curricular ou conteúdos de formação. A
formação de professores não deve se resumir apenas ao preparo teórico para sua actuação
profissional. Significa que a formação de professores deve abraçar também o lado prático,
mesmo sabendo-se que os fundamentos filosóficos, teóricos e metodológicos possibilitam a
apropriação dos conhecimentos necessários para a docência e contribuem para a compreensão
da especificidade e dimensão política que permeia o acto de ensinar.
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Bibliografia
ANDRÉ, M. Práticas Inovadoras na Formação de professores. Campinas, SP; Papirus, 2016.
CHAMON, Edna Maria Querido de Oliveira. An education model and its application for
continuing education. Educ. Rev. 2006.
OSTROVSK, et. al. Expectativas com a carreira docente: escolha e inserção profissional de
estudantes de Pedagogia. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, Brasil, 2017.
PIMENTA, S. G. O estágio na formação de professores: unidade teoria e prática 11. ed. São
Paulo: Cortez, 2012.
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