V Encontro Interinstitucional
de Atendimento Psicológico à
Queixa escolar
OS DESAFIOS PSICOLÓGICOS DO NOVO ENSINO MÉDIO
PARA OS ALUNOS E DOCENTES
Introdução
A Medida Provisória nº 746, de 22 de setembro de 2016, denominada de
Reforma do Ensino Médio (REM) ou Novo Ensino Médio (NEM), foi sancionada
pelo congresso e pela câmera dos deputados, sendo depois convertida na Lei
nº 13.415, de 16 de fevereiro de 2017, a intenção é reformular o ensino nas
escolas brasileiras, no ensino público e particular, essa reformulação é
composta por mudanças na rotina das escolas e de seus alunos.
Desde sua aprovação, a Lei traz uma grande discussão para diversos
profissionais da área da educação, afinal, ela traz mudanças significativas para
o ambiente escolar, que conta com mais de 7,8 milhões de alunos, com idades
entre 15 á 19 anos por todo o Brasil (INEP, 2022).
Diante disso, torna-se crucial analisar e compreender os aspectos psicológicos
pelos quais estudantes e docentes estão passando. Isso permitirá identificar
possíveis desafios emocionais e oferecer suporte adequado para promover
uma transição suave e eficaz para todos os envolvidos na implementação e
efetivação da Lei nas escolas em todo o Brasil.
Objetivo Geral
A presente investigação tem como objetivo analisar a literatura em artigos
publicados sobre as dificuldades psicológicas do processo de implementação
da Lei 13.415/2017 nas escolas e como os alunos e os professores estão
lidando com todas as novidades que ela trouxe para o cotidiano.
Objetivos específicos
- Analisar a importância de observar a questão psicológica dos alunos e
docentes afetados pela implementação da nova Lei.
- Verificar e descrever o atual estado da temática no contexto de suspensão e
revisão da Lei e contribuir com a consolidação de dados sobre o assunto.
Método
Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, uma revisão integrativa (RI) é
um método específico, que resume o passado da literatura empírica ou teórica,
para fornecer uma abrangente compreensão de um fenômeno particular. Essa
técnica de pesquisa tem o objetivo de idealizar uma análise sobre o
conhecimento já construído em pesquisas sobre um assunto determinado. E
possibilita a síntese de vários estudos publicados, permitindo a geração de
novos conhecimentos, pautados nos resultados embasados cientificamente
(BOTELHO et al., 2011).
Apoio Financeiro: PIBIC/ Cruzeiro do Sul.
Bianca da Luz Rodrigues (biancarodriguesrh@gmail.com)
Paulo Francisco de Castro (paulo.francisco@cruzeirodosul.edu.br)
Resultados
O estudo sobre o novo ensino médio analisou artigos publicados principalmente
em 2022 (35,29%) e 2021 (17,64%), destacando-se em periódicos como
Educação em Revista (17,64%) e Revista Motrivivência (11,76%). A autoria
conjunta foi mais comum (52,94%), com autores principalmente de Minas Gerais
(39,53%). Predominaram pesquisas teóricas (76,47%), com uso de instrumentos
como entrevistas e questionários virtuais. Houve poucas pesquisas teórico-
empíricas, indicando a necessidade de estudos combinando teoria e prática. Os
estudos envolveram principalmente professores como participantes e utilizaram
recursos como artigos acadêmicos e análise da BNCC. Os métodos de
investigação mais comuns foram analíticos (50,00%), exploratórios (25,00%) e
qualitativos (12,5%), com menor presença de estudos descritivos e bibliográficos
(6,25% cada).
Considerações finais
Durante a pesquisa, constatamos que o ensino médio vem passando por
mudanças ao longo do tempo, com diversas reformas sendo aplicadas aos
estudantes e professores. No entanto, a maioria dessas reformas enfrentou
dificuldades em sua efetivação, e não foi diferente com a Lei 13.415/2017.
Desde o início, essa Lei tem sido alvo de críticas em relação aos currículos
normativos, horários e mudanças na grade do ensino médio, representando uma
inovação difícil de ser implementada no dia a dia das escolas brasileiras. Essa
dificuldade é ainda mais evidente em escolas estaduais localizadas em bairros
periféricos, que muitas vezes enfrentam desafios estruturais.
A implementação da reforma do ensino médio enfrentou desafios em escolas já
fragilizadas por mudanças anteriores mal estruturadas. Além disso, a pandemia
da COVID-19 dificultou ainda mais a incorporação da reforma nas escolas,
causando impactos significativos no psicológico de alunos, professores e
famílias.
Durante a revisão dos artigos, observamos que a reforma educacional não se
limita apenas a normas ou recursos financeiros, mas depende da ação das
pessoas e do contexto prático em que estão inseridas. É crucial adotar uma
abordagem crítica e criativa na reconstrução do papel da Educação de forma
geral, além de promover uma maior integração entre teoria e prática no contexto
educacional brasileiro. Diante desse cenário, é essencial repensar e adaptar as
práticas educacionais, priorizando o protagonismo juvenil e buscando uma
educação mais autêntica e inclusiva. A pesquisa ressalta a importância de um
debate abrangente e crítico sobre as políticas educacionais, visando garantir o
direito à educação e promover uma educação de qualidade para todos.
Referências
BRASIL. Lei n. 13.415, de 16 de fevereiro de 2017.
BOTELHO, L. L. R; CUNHA, C. C. A.; MACEDO, M. M. O método da revisão integrativa nos estudos
organizacionais. Gestão e sociedade. Belo Horizonte, v. 5, n. 11, p. 121 – 136, Julho/Agosto, 2011.