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Sinopse

AsaLyn tem 199 anos e é a filha do Alfa da Matilha TipToe Tree. É quase
inédito um descendente da linha Alfa não ter encontrado um parceiro
antes de completai- 200 anos, mas AsaLyn está a 6 semanas de seu
aniversário e ainda não encontrou seu companheiro. Então seu pai a
envia para a Austrália para participar da grande cerimônia de
acasalamento do Rei Alfa Leviatã. Ele foi um dos primeiros imortais e o
primeiro a ser transformado cm lobisomem pela Deusa da Lua. mas
assim como AsaLyn. ele também nunca encontrou uma companheira...
Classificação etária: 18+
Autor Original: Breeanna Belcheri

Livro sem Revisão


E-book Produzido por: Galatea Livros e SBD
https://t.me/GalateaLivros
Capítulo 1
O PASSADO DE ASALYNN
Asalynn
Tenho 199 anos de idade e ainda não encontrei meu parceiro.
Honestamente, é bastante incomum que um lobo de sangue Alfa não
tenha encontrado o parceiro depois dos 100 ou 150 anos.
Duzentos anos pode parecer muito tempo, mas eu me sinto no início
dos meus vinte anos em idade humana. Há lobos normais que nunca
encontram o companheiro predestinado e acabam escolhendo um
companheiro.
Uma loba com sangue alfa nunca chegou à minha idade sem
encontrar seu predestinado. Agora todos olham para mim com cara de
piedade. Se eu não encontrar meu companheiro antes do meu
aniversário, eu nunca terei um companheiro de verdade.
Que piada cruel da Deusa da Lua.
Se um lobo, alfa ou não, não encontrar sua parceira predestinada no
prazo de 200 anos, ele poderá escolher uma parceira e ainda vai ter a
força, o poder e a ligação afetiva de uma parceira predestinada.
Mesmo que não seja tão forte quanto seria se eles fossem
predestinados.
Como uma loba com sangue alfa, não tenho esse luxo. Se eu não
encontrar meu predestinado até meu aniversário, nunca serei abençoada
com o laço de acasalamento.
Eu posso até escolher um companheiro e ainda assim ficarei um
pouco mais forte, mas o vínculo nunca se formará e a poderosa conexão
que os casais normais costumam ter nunca estará presente.
Nenhum lobo jamais vai querer uma relação sem afeto.
Portanto, aqui estou eu, a seis semanas do meu aniversário de 200
anos, sentada na sala de guerra para essa reunião estúpida.
Sempre detestei participar dessa reunião, mas como a alfa
primogênita, devo dar as caras e ouvi-los falar sobre seus planos para
assassinar ou destruir quem quer que seja a próxima vítima.
A maravilhosa vida dos lobos.
Eu não sou muito parecida com eles, para ser bem honesta. Eu não
sou violenta. Sempre fui tímida, reservada e, digamos, um tanto diferente
dos outros lobos.
Nunca matei outro ser a não ser quando caço em forma de lobo.
Mesmo assim, faço questão de fazê-lo de forma rápida e
misericordiosa. Eu sou de uma matilha cheia de guerreiros que se
alegram em matar e torturar. Eu nunca fui como os outros.
Prefiro ler ou ficar sozinha a ir a reuniões, bailes e festas, como outros
da minha idade.
Ao crescer em uma grande matilha, eu sempre atraí a atenção. Os
homens sempre tentam flertar e se aproximar de mim, mas eu os rejeito.
Odeio o fato de que, em todos os lugares onde vou, os homens olham
para mim como se eu fosse algum tipo de carne. Os homens podem ser
criaturas nojentas, mas eu ainda gostaria de encontrar meu
companheiro.
Meu pai é o quarto dentre os cinco Anciãos, criados há milhares de
anos. Ele é também o alfa da nossa matilha, a TipToe Tree.
Ele sempre me treinou e me aconselhou, esperando que eu fosse
como ele, mas isso nunca aconteceu de verdade.
Eu consigo lutar como um guerreiro. Diabos, eu era mais forte, mais
rápida e mais poderosa que qualquer outro lobo na minha matilha aos
setenta e cinco anos de idade, o que me fazia parecer uma aberração.
Odeio o fato de que, em todos os lugares onde vou, os homens olham
para mim como se eu fosse algum tipo de carne. Os homens podem ser
criaturas nojentas, mas eu ainda gostaria de encontrar meu
companheiro.
Meu pai é o quarto dentre os cinco Anciãos, criados há milhares de
anos. Ele é também o alfa da nossa matilha, a TipToe Tree.
Prefiro ler ou ficar sozinha a ir a reuniões, bailes e festas, como outros
da minha idade.
Ao crescer em uma grande matilha, eu sempre atraí a atenção. Os
homens sempre tentam flertar e se aproximar de mim, mas eu os rejeito.
Eu não sou muito parecida com eles, para ser bem honesta. Eu não
sou violenta. Sempre fui tímida, reservada e, digamos, um tanto diferente
dos outros lobos.
Nunca matei outro ser a não ser quando caço em forma de lobo.
Mesmo assim, faço questão de fazê-lo de forma rápida e
misericordiosa. Eu sou de uma matilha cheia de guerreiros que se
alegram em matar e torturar. Eu nunca fui como os outros.
Nenhum lobo jamais vai querer uma relação sem afeto.
Portanto, aqui estou eu, a seis semanas do meu aniversário de 200
anos, sentada na sala de guerra para essa reunião estúpida.
Sempre detestei participar dessa reunião, mas como a alfa
primogênita, devo dar as caras e ouvi-los falar sobre seus planos para
assassinar ou destruir quem quer que seja a próxima vítima.
A maravilhosa vida dos lobos.
Eu não sou muito parecida com eles, para ser bem honesta. Eu não
sou violenta. Sempre fui tímida, reservada e, digamos, um tanto diferente
dos outros lobos.
Nunca matei outro ser a não ser quando caço em forma de lobo.
Mesmo assim, faço questão de fazê-lo de forma rápida e
misericordiosa. Eu sou de uma matilha cheia de guerreiros que se
alegram em matar e torturar. Eu nunca fui como os outros.
Prefiro ler ou ficar sozinha a ir a reuniões, bailes e festas, como outros
da minha idade.
Ao crescer em uma grande matilha, eu sempre atraí a atenção. Os
homens sempre tentam flertar e se aproximar de mim, mas eu os rejeito.
Eu não sou muito parecida com eles, para ser bem honesta. Eu não
sou violenta.
Sempre fui tímida, reservada e, digamos, um tanto diferente dos
outros lobos.
Nunca matei outro ser a não ser quando caço em forma de lobo.
Mesmo assim, faço questão de fazê-lo de forma rápida e
misericordiosa. Eu sou de uma matilha cheia de guerreiros que se
alegram em matar e torturar. Eu nunca fui como os outros.
Prefiro ler ou ficar sozinha a ir a reuniões, bailes e festas, como outros
da minha idade.
Ao crescer em uma grande matilha, eu sempre atraí a atenção. Os
homens sempre tentam flertar e se aproximar de mim, mas eu os rejeito.
Odeio o fato de que, em todos os lugares onde vou, os homens olham
para mim como se eu fosse algum tipo de carne. Os homens podem ser
criaturas nojentas, mas eu ainda gostaria de encontrar meu
companheiro.
Meu pai é o quarto dentre os cinco Anciãos, criados há milhares de
anos. Ele é também o alfa da nossa matilha, a TipToe Tree.
Ele sempre me treinou e me aconselhou, esperando que eu fosse
como ele, mas isso nunca aconteceu de verdade.
Eu consigo lutar como um guerreiro. Diabos, eu era mais forte, mais
rápida e mais poderosa que qualquer outro lobo na minha matilha aos
setenta e cinco anos de idade, o que me fazia parecer uma aberração.
Ele sempre me treinou e me aconselhou, esperando que eu fosse
como ele, mas isso nunca aconteceu de verdade.
Eu consigo lutar como um guerreiro. Diabos, eu era mais forte, mais
rápida e mais poderosa que qualquer outro lobo na minha matilha aos
setenta e cinco anos de idade, o que me fazia parecer uma aberração.
As mulheres não deveriam ser tão fortes quanto eu. Ninguém
entende isso e isso me faz sentir estranha, então eu sempre me afasto dos
outros, tanto quanto meu pai me permite.
Você deve notar que não falo muito da minha mãe, Lilliana. Parece
que minha verdadeira mãe entrou em coma quando estava grávida de
mim e morreu no meu nascimento.
Ninguém fala sobre ela, nem mesmo meu pai.
Ele sempre me treinou e me aconselhou, esperando que eu fosse
como ele, mas isso nunca aconteceu de verdade.
Eu consigo lutar como um guerreiro. Diabos, eu era mais forte, mais
rápida e mais poderosa que qualquer outro lobo na minha matilha aos
setenta e cinco anos de idade, o que me fazia parecer uma aberração.
Odeio o fato de que, em todos os lugares onde vou, os homens olham
para mim como se eu fosse algum tipo de carne. Os homens podem ser
criaturas nojentas, mas eu ainda gostaria de encontrar meu
companheiro.
Meu pai é o quarto dentre os cinco Anciãos, criados há milhares de
anos. Ele é também o alfa da nossa matilha, a TipToe Tree.
Ele sempre me treinou e me aconselhou, esperando que eu fosse
como ele, mas isso nunca aconteceu de verdade.
Eu consigo lutar como um guerreiro. Diabos, eu era mais forte, mais
rápida e mais poderosa que qualquer outro lobo na minha matilha aos
setenta e cinco anos de idade, o que me fazia parecer uma aberração.
As mulheres não deveriam ser tão fortes quanto eu. Ninguém
entende isso e isso me faz sentir estranha, então eu sempre me afasto dos
outros, tanto quanto meu pai me permite.
Você deve notar que não falo muito da minha mãe, Lilliana. Parece
que minha verdadeira mãe entrou em coma quando estava grávida de
mim e morreu no meu nascimento.
Ninguém fala sobre ela, nem mesmo meu pai.
Não me atrevo a falar dela e enfrentar a ira dele. Fiz isso uma vez
quando eu era jovem e fui repreendida à maneira dos guerreiros, com
vários dias de treinamento intensivo e brutal.
Pouco depois de sua morte, meu pai se uniu a outra companheira e
eles tiveram mais dois filhos.
Há a minha irmã mais nova, Erin, que agora tem 122 anos e, é claro,
encontrou seu companheiro, James. Depois há o meu irmão, Gabriel, de
190 anos, que tem sua companheira, Jessica.
Minha madrasta, Elena, não é horrível nem nada. Ela é muito doce e
sempre me acolheu como se eu fosse uma filha e eu sou muito grata por
isso.
Não me atrevo a falar dela e enfrentar a ira dele. Fiz isso uma vez
quando eu era jovem e fui repreendida à maneira dos guerreiros, com
vários dias de treinamento intensivo e brutal.
Pouco depois de sua morte, meu pai se uniu a outra companheira e
eles tiveram mais dois filhos.
As mulheres não deveriam ser tão fortes quanto eu. Ninguém
entende isso e isso me faz sentir estranha, então eu sempre me afasto dos
outros, tanto quanto meu pai me permite.
Você deve notar que não falo muito da minha mãe, Lilliana. Parece
que minha verdadeira mãe entrou em coma quando estava grávida de
mim e morreu no meu nascimento.
Ninguém fala sobre ela, nem mesmo meu pai.
Não me atrevo a falar dela e enfrentar a ira dele. Fiz isso uma vez
quando eu era jovem e fui repreendida à maneira dos guerreiros, com
vários dias de treinamento intensivo e brutal.
Pouco depois de sua morte, meu pai se uniu a outra companheira e
eles tiveram mais dois filhos.
As mulheres não deveriam ser tão fortes quanto eu. Ninguém
entende isso e isso me faz sentir estranha, então eu sempre me afasto dos
outros, tanto quanto meu pai me permite.
Você deve notar que não falo muito da minha mãe, Lilliana. Parece
que minha verdadeira mãe entrou em coma quando estava grávida de
mim e morreu no meu nascimento.
Ninguém fala sobre ela, nem mesmo meu pai.
O nome da minha loba é Cypris. As pessoas me dizem que o seu lobo
deveria ser ativo e falar muito com você, mas eu só falei com minha loba
algumas poucas vezes na minha vida.
Ela é tão misteriosa e, sejamos honestos: Ela é uma megera. Ela bufa e
grunhe, mas nunca fala comigo, a menos que seja preciso. Ela é uma
chata.
Mais uma razão para que eu me sinta como uma aberração.
Eu não posso reclamar muito. Fui criada para ser forte e
independente. Minha família me ama, mesmo que não sejamos tão
próximos como os outros, mas presumo que é assim que são todas as
famílias alfa.
Nós trabalhamos e treinamos mais do que qualquer outra coisa. Há
sempre outra guerra iminente. Sempre outro dilema maluco, mas, sabe o
quê pelo menos tenho os meus livros.
Eu poderia ler sobre a antiga mitologia grega para sempre.
Capítulo 2
A HISTÓRIA DO LEVIATÃ
Leviathan
Eu já fui um jovem agricultor. Eu era considerado forte e robusto para
um humano. Fiz de tudo para ajudar minha aldeia e minha família.
Eu era jovem, talvez com trinta anos, mas nunca me casei nem tive
filhos.
O trabalho preenchia meu tempo e eu era feliz com isso. Trabalhei
duro nos campos e cuidei do que era necessário antes de ela se aproximar
de mim, depois que minha aldeia e minha família foram massacradas.
Consegui matar até o último invasor, mas só depois que minha
família e minha comunidade já tinham sido destruídas.. Eu Fiquei
sozinho depois disso, vivendo na floresta, até que ela apareceu.
O trabalho preenchia meu tempo e eu era feliz com isso. Trabalhei
duro nos campos e cuidei do que era necessário antes de ela se aproximar
de mim, depois que minha aldeia e minha família foram massacradas.
Consegui matar até o último invasor, mas só depois que minha
família e minha comunidade já tinham sido destruídas.. Eu fiquei
sozinho depois disso, vivendo na floresta, até que ela apareceu.
Eu fui o primeiro humano a ser abordado pela Deusa da Lua milhares
de anos atrás.
Eu também fui o primeiro dos cinco Anciãos criados. Nós somos os
imortais, só podemos ser mortos pela própria Deusa da Lua ou por outro
Ancião.
Ela me abençoou com meu lobo e com uma força inacreditável.
Desde aquele dia, tenho caminhado pela terra e defendido a justiça.
Conquistei terras e pisei sobre todos os que se colocaram no meu
caminho.
Eu não sei o significado de misericórdia. A misericórdia desapareceu
no dia em que voltei para casa e vi os corpos da minha mãe, do meu pai e
da minha irmãzinha cheios de sangue. No entanto, a Deusa da Lua disse
que minha alma permanecia pura.
Logo após a criação dos Anciãos, a Deusa da Lua começou a criar
mais lobisomens, embora eles não fossem imortais.
Eles viviam apenas três a quatro vezes mais do que a maioria dos
humanos. Logo que começaram a procriar, fui colocado no comando
deles, o Rei Alfa.
Criei várias matilhas ao redor do mundo, coloquei no comando
aqueles que eram dignos e destruí aqueles que se excediam. Tudo é
calculado e planejado. Não há porque deixar a emoção atrapalhar.
A maioria dos Anciãos encontrou companheiras predestinadas, que a
Deusa lhes deu, mas eu nunca tive tanta sorte.
A maioria deles sumiu com suas companheiras, vivendo suas vidas
fazendo o que quer que desse na cabeça. Só sei o paradeiro de três dos
outros quatro Anciãos.
Há o Zade, meu beta e meu único amigo. Ele é incrivelmente forte e
um tanto grosseiro.
Felizmente, ele nunca encontrou nem escolheu uma companheira,
por isso não tenho que lidar com essa porcaria arrogante de vínculo com
ele.
Depois há Liddia, minha delta, que vive a vida com seu companheiro
como uma mercenária, viajando pelo mundo, cuidando do que eu não
posso e mantendo pequenos problemas à distância.
Finalmente, há alguém que escolheu ser um alfa de uma matilha na
América. Nathan. Embora eu não tenha ouvido falar do homem há
centenas de anos.
Eu quase tive que matá-lo quando sua companheira foi atacada e
entrou em coma.
Ele ficou louco de raiva e começou a assassinar humanos, e eu não
permito que esse tipo de imagem manche o nome de nossa espécie.
Felizmente, uma bruxa de verdade o ajudou a superar a loucura e ele
se acalmou. Do outro, Eathan, não ouço falar desde a sua criação, depois
de mim.
Há cerca de cem anos, eu enfrentei um desafio diferente. Cada vez
menos lobisomens estavam encontrando suas companheiras
predestinadas e, em vez disso, estavam escolhendo suas companheiras.
Isso não é necessariamente ruim, mas, com isto acontecendo, nossa
espécie estava ficando mais fraca.
Há cerca de cem anos, eu enfrentei um desafio diferente. Cada vez
menos lobisomens estavam encontrando suas companheiras
predestinadas e, em vez disso, estavam escolhendo suas companheiras.
Isso não é necessariamente ruim, mas, com isto acontecendo, nossa
espécie estava ficando mais fraca.
Por não terem a verdadeira ligação, seus filhotes nasciam mais fracos,
e assim o ciclo se repetia à medida que seus filhotes se procriavam.
Eu sou o Rei Alfa, governante de todos, então é claro que todos eles
me procuraram por ajuda. Então fiz o que tinha que fazer e entrei em
contato com um Profeta.
Eles também são conhecidos como verdadeiros bruxos, bruxos
originais nascidos durante o tempo da Deusa da Lua. Eles são os únicos
que podem contatar espíritos e deuses da mesma forma.
Com a ajuda dos bruxos, solicitei uma audiência com a Deusa da Lua.
Fui orientado a realizar uma reunião obrigatória a cada dez anos para
que todos os lobos em idade de acasalamento se reunissem para uma
cerimônia em que pudessem encontrar suas companheiras.
Parece estar funcionando bem. Cada cerimônia é realizada em uma
matilha diferente quando chega a hora e nossa espécie começou a
florescer mais uma vez.
Capítulo 3
AS NOTÍCIAS
Asalynn
— Assssaaaaaaa, você precisa acordar! — minha madrasta grita da
escada.
Eu não estou nem um pouco a fim de me levantar. Eu estive na
reunião idiota do meu pai até as duas da manhã. Olho para o meu relógio
e vejo que ainda são seis da manhã. Que droga!.
Eu a ouço gritando de novo e então minha porta se abre e a Erin entra
muito animada, pulando em cima de mim na cama como um cachorro.
Irônico.
- Asa, Asa, Asa, oh minha deusa, sua vadia sortuda! LEVANTE-SE!
Eu relutantemente abro meus olhos e ouço minha loba rosnando
dentro da minha cabeça.
— Cale a boca, Cypris. Eu também não quero lidar com isso.
Eu a ouço bufar para mim em resposta.
— Certo, Erin, estou de pé. O que diabos deixou você com um humor
tão frenético esta manhã?
— Asa, duvido que você adivinha as notícias que a mamãe acabou de
receber! — Erin está praticamente pronta para explodir.
Eu não sou uma pessoa matinal e Erin está oficialmente me irritando.
Ela sabe que não gosto de brincadeiras de adivinhação. Então eu fico só
olhando para ela, apática.
— Tá bom! Você me convenceu! A cerimônia de acasalamento este
ano será realizada na casa da matilha do Rei Alfa, na Austrália! — Diz
Erin, saltitando como uma criança.
Eu reviro os olhos e me viro, afundando o rosto no travesseiro,
tentando abafar os gritinhos de felicidade dela.
Eu odeio essa estúpida cerimônia de acasalamento. Já tenho 199 anos.
Já estive em nove dessas coisas e ainda não Conheci meu predestinado.
Vou ser uma solteirona e já aceitei esse fato anos atrás. Apenas me
deixe com meus livros.
Erin encontrou James em sua primeira cerimônia de acasalamento e
nosso irmão encontrou a dele em uma missão para destruir algum vilão
que estava aterrorizando uma matilha.
Esse idiota sortudo nunca teve que comparecer a uma dessas
cerimônias.
- Pelo amor da deusa, Asa, isso é muito importante! Por que você não
está animada? Esse ano você encontrará seu companheiro!
— Sem mencionar que você vai ver aquele Rei Alfa sexy! Ouvi dizer
que ele tem a forma de um deus!
Eu viro a cabeça e olho para ela. Eu juro que ela está babando.
— Em primeiro lugar, acho que o James não gostaria de ouvir você
dizer isso. Em segundo lugar, nós dois sabemos que não tenho um
parceiro, certo? Essas cerimônias são muito estúpidas.
— Apenas um bando de lobos com chifres, nus e uivando para a lua.
Nossa! Quanta emoção. Eu estou bem sem um companheiro.
— Por que você e todos os outros não podem simplesmente aceitar
isso também?
Isso parece estragar o humor dela.
— Não interessa. Você tem
um predestinado. Mas você não sai de casa para encontrá-lo. Talvez se
você fizesse amigos ou fosse ao clube ou, sei lá, até sorrisse mais, você o
encontraria.
Eu suspiro concordando. Ela não está completamente errada. Eu não
faço essas coisas, mas mesmo assim não acredito no que ela diz.
Ela não vai parar até que eu me levante e aceite essa cerimônia
estúpida.
Assim que eu me sento, ela finalmente pula da cama com um sorriso
recém-plantado em seu rosto.
— Bem, desça logo! Mamãe e papai querem falar com você sobre isso!
— Erin grita enquanto pula para fora do quarto.
Mesmo não querendo, me levanto, tiro meu pijama e coloco uma bela
calça jeans apertada e surrada e uma camiseta vermelha folgada.
Eu prendo meu cabelo em um coque bagunçado que não consegue
conter meus grossos cachos loiros. Acho que os ganhei de minha mãe,
mas nunca vi uma foto dela.
Tudo o que me disseram é que ela era linda. Então, vou até a porta e
desço as escadas.
Vejo meu pai e minha madrasta, Elena, sentados na cozinha, um de
frente para o outro, parecendo estressados. Isso vai ser uma merda.
— Bem, oi, desculpe por ter demorado tanto. Erin disse que você
queria falar comigo sobre a próxima cerimônia de acasalamento?
Tento ser cortês. Eles podem ser meus pais, mas são o alfa e a lua em
primeiro lugar. Minha madrasta olha para meu pai e ele franze as
sobrancelhas.
— AsaLynn, como a Erin já te disse, o Rei Alfa organizará a décima
cerimônia de acasalamento em sua casa.
— Precisamos que você esteja no seu melhor quando for. Embora eu
seja um Ancião, esta família não tem boa fama junto ao rei.
Meu pai faz uma pausa, olhando para minha madrasta.
— Por que ele nos consideraria inferiores? Nunca fizemos nada para
chamar sua atenção. Ele recorre a você e a esta matilha quando as coisas
ficam ruins.
— E, de qualquer forma, sou bem insignificante, — digo ao meu pai.
— Asa. — Ele faz uma pausa. — Em primeiro lugar, você é mais linda
do que pode imaginar. Você simplesmente não enxerga isso. Todos os
machos desta matilha olham para você e sussurram.
— Se eu não fosse um alfa, teríamos muitos homens mortos. Você é
realmente linda e precisa parar de se rebaixar.
— E sim, nós somos a matilha de guerreiros e ele confia em nós, mas
eu tenho um histórico ruim com o Rei Alfa. Antes de você nascer, sua
mãe, Lillian, entrou em coma, como você sabe.
— Meu lobo assumiu e eu não pude controlá-lo. Ele fez algumas
coisas impensáveis que mereceram a atenção do rei, de um jeito ruim.
Ele não sabe o que é misericórdia. Ele mata e não faz perguntas.
Como se meu pai tivesse lido minha mente, ele começa a falar
novamente. — Tive sorte, Asa. Pela graça da Deusa estou aqui.
— Eu sou imortal, mas outro Ancião pode me matar, e o rei estava a
ponto de fazer exatamente isso.
— Um amigo viu minha luta e minha dor e procurou uma bruxa para
ajudar a mim e a você. Então o rei Leviathan me deixou em paz.
Espere, ele acabou de dizer que uma bruxa me ajudou? Eu nem tinha
nascido ainda.
Minha loba deu um ganido. Espere! O quê!
— Por que você está ganindo, Cypris? Eu nunca ouvi nada além de raiva e
irritação de você?
Silêncio. Claro que ela não responderia.
— De qualquer forma, chega disso. Você sabe o que precisa saber. Não
o encare enquanto estiver perto dele.
— Mostre compostura e faça esta família orgulhosa. Não atraia a
atenção para si mesma.. Você me entendeu?
Meu pai usa o comando alfa em sua voz, mostrando que ele não vai
mais debater nem responder a mais perguntas.
— Sim, Pai.
Com isso, volto para cima e começo a repassar tudo. O que ele quis
dizer com: uma verdadeira bruxa me ajudou? O que ele fez de tão ruim?
O que diabos está acontecendo? Eu não queria ir a essa cerimônia em
primeiro lugar, e agora eu realmente não quero ir. Merda. Por que eu?
Capítulo 4
UM NOVO AMIGO
Asalynn
5 semanas depois
As últimas semanas passaram voando.
Reuniões de rotina da matilha, treinamento de guerreiro e algum tipo
de treinamento de cerimônia de acasalamento que decidiram usar este
ano para que ninguém na matilha passe vergonha na frente do Leviathan
Alfa.
Tem tanta coisa acontecendo que eu tenho dormido apenas quatro
horas. Posso sentir a privação de sono tomando conta de mim. Preciso de
uma semana inteira de sono para ficar bem.
Agora estou sentada aqui com meus itens essenciais em uma bolsa e
algumas roupas básicas em outra, se eu tivesse que encontrar um
companheiro nessa coisa, não voltaria para casa. volta. Provavelmente
não ajuda o tato de minha bolsa essencial ser composta principalmente
de livros.
Quando uma loba encontra um companheiro nessas cerimônias, ela
imediatamente se muda para a matilha dele.
Podemos ligar para casa e avisar nossas famílias e o alfa para que a
transferência seja realizada, mas é só isso.
Dessa vez eu tenho que arrastar essas duas malas pesadas na ida e na
volta. Provavelmente não ajuda o fato de minha bolsa essencial ser
composta principalmente de livros.
Quando uma loba encontra um companheiro nessas cerimônias, ela
imediatamente se muda para a matilha dele.
Podemos ligar para casa e avisar nossas famílias e o alfa para que a
transferência seja realizada, mas é só isso.
Depois de ouvir o uivo deles, você está ferrado. Aparentemente, vocês
estão basicamente presos um ao outro e não podem ficar muito distantes
sem que um ou ambos enlouqueçam.
No primeiro ano, você não pode ficar longe por mais de alguns dias
ou perderá o controle de seu lobo. Nunca vi isso acontecer, mas ouvi
histórias de terror sobre os massacres que se seguiram.
Ouço meu pai subindo as escadas para se despedir.
— Asa, posso entrar? — ele diz.
— Sim, entre. Estou pronta e minhas malas também.
Ele entra e seus olhos estão cheios daquele olhar que odeio. Dúvida.
- Asa, sei que você já fez isso muitas vezes, mas sinto algo diferente
em meu lobo. Este é o seu ano. Você encontrará seu predestinado e não
voltará.
— Você cresceu para ser uma guerreira feroz e uma mulher bonita.
Espero não te ver novamente por muitos anos. Você vai me deixar
orgulhoso.
— Qualquer homem que se relacionar com você será o mais poderoso
e digno.
Oh deusa, ele está realmente fazendo isso? Isso é estranho.
Normalmente ele apenas diz tchau e me manda embora.
Eu me pergunto se este discurso é para mim ou para ele. Um Ancião
com uma filha da minha idade. Nunca acasalada. Geralmente ele não é
um homem muito emocional.
Ele é conhecido como alguém frio e sem coração. Mas de vez em
quando, ele mostra um lado mais suave.
— Obrigada, pai. Vou fazer o meu melhor para deixar você orgulhoso
e, quem sabe, eu volte em alguns dias. — Eu rio, tentando esconder
minha preocupação.
Eu ouço Cypris rosnando com minhas palavras, mas resolvo ignorá-la.
Instantaneamente, os olhos do meu pai ficam pretos. Seu lobo não
está feliz por eu dizer que posso voltar. Se eu voltar, ficarei sozinha para
sempre.
Ele não diz nenhuma palavra, mas fica tudo escrito em seus olhos.
Então ele simplesmente vai embora.
Pego minhas malas e desço as escadas e vejo minha madrasta, Erin e
Gabe esperando por mim na porta.
Gabe tem quase a mesma idade que eu, mas nunca fomos muito
próximos. Ele nunca gostou do fato de eu testar sua força e seu lobo em
todos os sentidos. Eu até o derrubei de bunda algumas vezes.
— Bem, estou indo, — digo a todos.
Então minha madrasta começou a chorar. Sei que ela não está
chorando porque acha que vou encontrar meu companheiro. Ela chora
porque acha que voltarei. Eu odeio isso.
Mais algumas despedidas e saio pela porta e entro no ônibus com as
outras pessoas solteiras da minha matilha.
Somos vinte e seis no total. É claro que a maioria tem metade da
minha idade ou mais. Vou sentar-me no único lugar que resta ao lado de
uma garota chamada Flora.
Ela tem mais ou menos a idade da minha irmã, mas parece ser muito
legal. Ela me parece ser muito sociável. Ela tem lindos cabelos pretos
curtos e cacheados e curvas maravilhosas.
Ela é bem pequena para uma loba, mas fora isso, ela é deslumbrante.
Eu a vejo olhar para mim um pouco confusa e farejar o ar.
— Ei, você é filha do Alfa Nathan, certo? Seu cheiro parece um pouco
estranho. Você sabe disso, certo? — Flora diz sem rodeios.
Não é a primeira vez que alguém me diz isso.
Quando eu era criança, meu pai me disse que eu tinha um cheiro um
pouco diferente de outros lobos, mas não era nada para me preocupar e
era pra ignorar isso.
— Sim, e você é a Flora. Eu tenho visto você muito na matilha. Você é
uma lutadora muito durona, — eu respondo, ignorando o comentário
sobre o cheiro.
— Obrigada por notar. Você está animada ou não! O Rei Alfa! Oh
minha deusa, eu fico molhada só de pensar em estar na mesma sala que
ele.
— Eu me pergunto se ele escolherá uma companheira na cerimônia.
Talvez ele me escolha. Eu escalaria aquele homem como uma macaca e
faria todo tipo de coisas maravilhosas.
Flora exagera em um gemido no final de sua fala e lambe os lábios.
Eu disparo a rir, incapaz de controlar meu choque com suas palavras,
e meu rosto provavelmente ficou vermelho com a minha pele pálida.
Acho que nunca ouvi alguém tão direto! Quero dizer, os lobos não
são tímidos por natureza e, na verdade, a maioria se vira bem.
Fazer sexo com frequência antes de encontrar um parceiro não é algo
desaprovado, então fazemos muito isso. Bem, eu não.
Quase 200 anos e ainda não perdi minha virtude. A coisa mais
próxima de sexo que já tive foi um romance obsceno.
— Estou falando sério. Ouvi dizer que o homem é delicioso!
Nós duas começamos a rir e conversar muito mais a caminho do
aeroporto particular. Continuamos conversando durante todo o voo de
dezesseis horas até lá.
Ela parece incrível e é diferente do que eu esperava. Ela, na verdade, é
uma híbrida. Loba e bruxa. Super incomum, mas fascinante!
Ela tem um monte de tatuagens lindas de lua e de símbolos que eu
não conseguia entender.
Finalmente pousamos na Austrália e fomos para um comboio de
veículos para ir para a casa da matilha do Rei Alpha.
Desde que desembarcamos, Cypris tem agido de maneira estranha.
Ela não para de andar e ganir.
— O que há com você, Cypris? Pare com isso. Por 200 anos você mal dava
um pio e agora está agindo como uma psicopata.
À medida que nos aproximamos da casa da matilha, ela começou a se
coçar. O que diabos está acontecendo!!
Nós descarregamos e, felizmente, Flora e eu fomos colocadas juntas
em um quarto. Não terei que dormir em um quarto com alguém que não
conheço e posso evitar as formalidades estranhas.
— Oh minha deusa, você viu o tamanho deste lugar!? — Flora
anuncia, começando a pular na cama.
— Achava que nossa casa de matilha fosse enorme, mas este lugar é
como uma cidade dentro de um prédio!
Então ela começa a fazer movimentos, como se estivesse fazendo um
anjo de neve em cima dos lençóis de seda e eu começo a rir.
— Bem, o que você quer fazer? — Eu pergunto. — A cerimônia é só
depois das 23: 30 esta noite. Temos algumas horas à toa.
— Menina, nós temos que nos preparar! Quatro horas não é o
suficiente! — Flora olha para mim, sem nenhuma diversão em seu rosto.
— Você está falando sério? Quer dizer, é só irmos para o jardim e
ficarmos nuas. O que poderia levar quatro horas?
— Ei, se
liga.. Cabelo. Maquiagem. Vestido. Eu quero que meu companheiro
me veja e me coma ali mesmo!
— E nem pense que vou deixar minha nova melhor amiga sair por aí
sem o look da deusa feroz que ela certamente é, — Flora diz com um tom
sedutor em sua voz.
Eu não consegui conter meu rubor. Assim, passamos as quatro horas
seguintes com Flora nos mimando, fazendo de tudo, desde máscaras até
maquiagem.
Finalmente terminei e estou no banheiro vestindo o tradicional
vestido de renda preta que usei nas nove vezes anteriores. Ele também
pode ser uma lingerie.
É literalmente todo de renda e não cobre nada, mesmo que arraste no
chão.
Respiro fundo e me olho no espelho de corpo inteiro. Eu mal me
reconheço.
Quer dizer, sou definitivamente eu, mas uau, ela realmente deve ser
uma bruxa porque eu estou incrível.
O vestido parece se ajustar melhor este ano, delineando cada curva do
meu corpo com firmeza. Acentuando tudo.
Meus cachos loiros, normalmente rebeldes, têm um belo brilho e
fluem sem uma única mecha fora do lugar.
Meus olhos estão reluzentes. Eles já são anormais. Eu nasci com olhos
violeta pastel, enquanto a maioria dos lobos tem olhos dourados ou
prateados Essa maquiagem os levou a outro nível, e isso me deixou um
pouco constrangida. Não gosto de exibir as coisas que me tomam
diferente.
Saio do banheiro e a Flora deixa cair tudo no chão.
— Você só pode estar brincando comigo. Como você pode ser tão
gostosa! Tipo, eu te foderia antes, mas agora... Oh minha deusa,!
AsaLynn Por que você estava cobrindo esse corpo com roupas largas!
Eu senti meu rosto ficar vermelho com suas palavras. Eu Fiquei
bonita, mas eu não acho que estava tão bem assim.
— Megera, você vai roubar minha cena, droga. Mas está tudo bem.
Nós duas podemos parecer gostosas pra caralho! Vamos causar nessa
cerimônia! — Flora ri e nós saímos.
— Você só pode estar brincando comigo. Como você pode ser tão
gostosa! Tipo, eu te foderia antes, mas agora... Oh minha deusa,!
AsaLynn Por que você estava cobrindo esse corpo com roupas largas!
Eu senti meu rosto ficar vermelho com suas palavras. Eu Fiquei
bonita, mas eu não acho que estava tão bem assim.
Capítulo 5
A CERIMÔNIA
Leviathan
Eu odeio esse tipo de evento. Zade, meu beta, me convenceu a receber
a décima cerimônia de acasalamento para levantar a moral das matilhas.
O homem pode ser durão, mas ele também tem que ter cérebro. De
fato, assim que a notícia de que eu seria o anfitrião este ano se espalhou,
as matilhas do mundo inteiro ficaram entusiasmadas.
Normalmente não mostro meu rosto, a menos que algo ruim
aconteça ou eu seja obrigado a ir a algum tipo de evento formal. Sou
conhecido por ser com a Morte.
Se você me vir fora de uma reunião, provavelmente está prestes a
morrer.
Esses eventos me deixam ansioso, mesmo depois de viver por séculos
e comandar o mundo dos lobos. Ainda não sou do tipo que gosta de
multidões. Nem meu lobo, Damien.
Ele ficou irritado quando saímos com muitas pessoas e hoje ele está
com um temperamento explosivo fora do normal.
Eu saio na varanda do meu escritório, olhando o jardim onde a
cerimônia acontecerá. Um mar de lindas sombras de renda preta está
diante dos meus olhos.
Meus membros estão terminando a preparação e multidões de
solteiros estão seguindo em direção ao jardim de flores pretas e azuis.
Certamente é um espetáculo para ser visto.
O céu está claro e a lua brilha na imensidão. O brilho azul radiante da
lua está refletindo em meu lago próximo ao jardim. Esta noite será
perfeita.
Meus membros estão terminando a preparação e multidões de
solteiros estão seguindo em direção ao jardim de flores pretas e azuis.
Certamente é um espetáculo para ser visto.
O céu está claro e a lua brilha na imensidão. O brilho azul radiante da
lua está refletindo em meu lago próximo ao jardim. Esta noite será
perfeita.
O vento começa a soprar e o cheiro da floresta chega ao meu nariz,
mas há outro cheiro inebriante que não consigo identificar.
Não pertence exatamente a esse lugar, mas deixou meus sentidos
intensificados, junto com os do meu lobo. Damien começa a se debater
tentando ganhar o controle sobre mim.
É como se um trem se chocasse contra meu peito. Ele está realmente
lutando contra mim para me controlar!
— DEIXE-ME SAIR AGORA!
Eu o sinto se debatendo contra as paredes tentando forçar um jeito de
me controlar.
O que ele está pensando ao tentar tomar o controle assim, quando há
milhares de membros da matilha nos cercando? Ele poderia matar todos
eles.
— SAIR AGORA!
Damien empurra novamente.
Eu o empurro de volta o mais forte que posso, obrigando-o a ficar
dormente dentro de mim. Agora não é hora de lidar com sua teimosia.
Tenho que fazer o discurso para a cerimônia começar a qualquer
momento. Com esse pensamento, eu olho para o relógio e vejo que
preciso caminhar até o palco lá fora.
Asalynn
Flora e eu saímos de braços dados. Assim que chegamos ao jardim,
senti a brisa em meu vestido de renda e senti o cheiro da natureza ao
meu redor.
Um cheiro forte de cedro e frutas cítricas atinge meu nariz e sinto
Cypris começar a se mexer novamente. Droga, loba. Agora não!
Seguimos nosso caminho e percebemos a mudança repentina na
atenção de todos. Eles estão olhando para mim?
Eu vejo alguns membros estrangeiros da matilha farejando o ar como
se estivessem tentando reconhecer algo. Não é hora do meu cheiro
chamar a atenção.
Meu pai me disse para manter a discrição. Eu vejo todos os homens
olhando para mim. Apreciando meu corpo. Este pequeno pedaço de pano
não está me ajudando agora.
Meu corpo está tremendo de nervosismo. Eles olham para mim com
tanta luxúria e fome em seus olhos. É por isso que não gosto de ficar
perto de pessoas.
— Menina, você vê esse mar de frustração sexual! Sabe o que parece:
orgia!
— Estou mais que pronta para descobrir qual desses deuses do sexo é
meu companheiro, — diz Flora mais alto do que o necessário enquanto
pisca para alguns homens atraentes por quem passamos.
Cumprindo a ordem de meu pai, convenci Flora a ficar no fundo da
multidão. Eu não quero ficar em qualquer lugar perto do palco ou do Rei
Alfa.
— Discrição. Discrição, — recito na minha cabeça.
Eu mantenho meu olhar baixo ou na Flora enquanto ela me dá um
sermão por estar tão longe que mal podemos ver o palco.
Estamos no local perfeito. Longe o suficiente para se misturar à
multidão e longe o suficiente do palco que ninguém não me daria uma
segunda olhada se conseguisse me ver.
Perfeito.
A multidão começa a baixar a voz até conseguir ouvir os grilos da
floresta. O Rei Alpha deve ter subido ao palco.
Eu olho para a grama tentando evitar o contato visual, mas então
minha loba começa a enlouquecer. Cypris começa a ganir e latir! Latir?
Quando diabos ela late como um cachorro? Ela agora está pulando, se
debatendo nas paredes da minha consciência. Arranhando e ganindo
tanto que faz minha cabeça doer.
— Cypris, o que está acontecendo?! Pare com isso. Não posso atrair a
atenção! Droga, loba, me escute! Você não pode fazer isso agora.
Eu pressiono meu peito sentindo a dor dela tentando dilacerar. Como
faço para me transformar parcialmente para iniciar uma conexão quando
ela está me pressionando tanto?
Se eu fizer isso, ela certamente vai sair. Nunca em meus 200 anos tive
que lutar contra Cypris pelo controle de meu ser e, agora ela começa a
agir como uma vadia louca.
Faltam cinco dias para o meu aniversário e ela vai me matar! Posso ser
uma solteirona, mas pelo menos ainda estarei viva.
Flora está babando com o discurso do rei, mas eu nem consigo ouvir
por causa do gemido incessante da Cypris, que está tomando conta da
minha cabeça.
Então Flora percebe que estou sentindo dor e se aproxima para me
consolar.
— Garota, você está bem? O que há de errado? — Ela diz com
sinceridade, colocando a mão por cima das minhas costas nuas.
— Não é nada. Minha loba está agindo como uma louca. Eu estou
bem. Não se preocupe.
Flora ergue uma das sobrancelhas e me dá um sorriso estranho e
astuto.
— Você acha que sua loba está pressentindo seu companheiro? Você
mesma disse que ela nunca fala e não é muito ativa. Isso soa muito
incomum para ela.
Começo a rir baixinho, tentando garantir que ninguém perceba para
não interromper o discurso do rei.
— Certo, tudo bem. Você e eu sabemos que você tem que tocar em
alguém, olhar em seus olhos ou ouvir seu uivo para que sua loba
reconheça o macho. Tenho certeza de que Cypris só quer que eu seja
morta.
Cypris bate contra as paredes em uma tentativa final de forçar com as
minhas palavras. Eu hesito um pouco e pressiono meu peito novamente
e ela finalmente volta a ganir.
Começo a ouvir as pessoas falarem de novo, sinto a emoção no ar.
Todos os membros ao meu redor começam a tirar suas roupas pretas.
— Lobos, é hora de começar a cerimônia! Tirem a roupa e
transformem-se para o uivo de acasalamento tradicional! — Eu ouço a
voz do beta ressoando sobre a multidão.
Flora olha para mim e ri descontroladamente enquanto praticamente
arranca o vestido e exibe seu corpo curvilíneo.
Ela pula um pouco para fazer balançar os lugares certos. Eu desvio
meus olhos enquanto sigo lentamente tirando meu vestido também.
Tudo bem. Vai tudo ficar bem. Vamos acabar logo com isso e ir para a
cama.
— Vamos transar! — Flora grita e eu ouço a multidão explodir em
uivos e gritos em resposta.
Eu vou matá-la. Que parte da discrição ela não entende?
A multidão fica em silêncio enquanto todos ficam nus. Esperando.
Pacientemente. Ansiosamente. Você pode sentir os nervos vibrando de
excitação no ar.
- Você consegue fazer isso, Asa - sussurro para mim mesma enquanto
espero as trombetas soarem.
A primeira é para a transformação parcial. O segundo toque é para
iniciar a convocação.
A trombeta cerimonial ressoa noite adentro, convocando para a
transformação. Eu começo a me transformar junto com todos os outros
ao meu redor. Felizmente não é doloroso.
Eu vejo um lindo lobo gigante negro da meia-noite no palco. Ele é tão
bonito que quase dói olhar para ele.
Deve ser o Rei Alfa. Ele é o único que pode se transformar totalmente
como líder da cerimônia.
A segunda trombeta soa e a multidão explode em uivos. O som é tão
bonito que perco a compostura por um momento.
Olhando em volta, vejo mulheres correndo para os homens depois de
ouvir a convocação de seus companheiros predestinados. Os homens
avançam na direção de suas mulheres. É lindo.
Então eu vejo acontecer com a Flora. Ela ouviu seu companheiro!
O corpo de Flora fica rígido. Seu uivo para por um instante. E ela olha
para mim e sorri.
— Um beta sexy me agarrou! Boa sorte!!!
Ela sai correndo em direção ao palco e eu olho o Beta Zade pular do
palco, correndo pela multidão para chegar até ela. Essa cadela sortuda.
Minha loba rosna com raiva e eu noto que ainda não dei meu uivo.
MERDA! Eu olho para o céu e solto um uivo emocional do fundo da
minha alma para devastar a terra, rezando para que alcance a Deusa da
Lua e ela me abençoe antes que seja tarde demais.
Deusa, por favor, ouça meu apelo e conceda-me o presente de um
companheiro.
Então a multidão fica em silêncio.
Capítulo 6
MEU!
Leviathan
Eu estou no palco na forma de Damien. Damien agora está
examinando a multidão. Não preciso uivar porque não estou procurando
uma companheira.
Eu só preciso ficar aqui e observar os membros da minha matilha se
encontrarem. Faço isso de acordo com a tradição. Eu observo a multidão
explodir em gritos.
Encontrando um ao outro, um após o outro. Isto me deixa feliz. Bem,
tão feliz quanto um monstro sem coração pode ser.
Então eu olho de lado e vejo Zade. Eu olho para o meu beta e percebo
que ele parou de uivar. Seus olhos ficaram completamente pretos.
Eles estão fixos a alguém na multidão.
Merda. Ele encontrou sua companheira.
Eu vejo quando ele sai do palco e derruba todo mundo para chegar à
sua predestinada.
Eu o sigo com meus olhos e o vejo escolher uma loba baixinha e andar
em volta dela ao passo que ela envolve as pernas em sua cintura e eles
começam a se devorar em um beijo.
A imagem me faz revirar os olhos internamente e faz meu lobo bufar.
Estou feliz que ele a encontrou, mas era bom ter meu amigo sem ter que
lidar com uma companheira grudenta presa ao seu quadril.
Agora ele terá filhotes e ficará grudado nela e sua mente não estará
mais focada nos desafios que aparecerem.
Ela parece bastante feroz, no entanto. Ela pode ser pequena, mas
sinto que ela tem um grande poder. E ela parece ter potencial para ser
reconhecido.
Então acontece. Eu ouço ela.
É
Um uivo flui pelo ar. É tudo que posso ouvir. Eu não ouço mais a
multidão. Tudo, exceto aquela música aveludada, se esvaiu. Eu sinto que
o corpo já incrivelmente grande do meu lobo começa a aumentar. Os
músculos ficam tensos. A energia muda, e então a multidão fica em
silêncio e todos os olhares se voltam para mim.
— COMPANHEIRA PREDESTINADA!
Damien solta seu uivo estrondoso para retornar o chamado dela. E
até mesmo as criaturas da floresta ficam em silêncio. A própria terra
parou de se mover neste momento.
Não consegui ver minha companheira, mas a ouvi. Meu uivo vai
forçá-la a se transformar completamente, fazendo com que todos saibam
que ela é minha. MINHA!
Apenas o uivo do Rei Alfa forçará sua companheira a se transformar
completamente durante a cerimônia de acasalamento. É uma
reivindicação pública acima de todas as reivindicações.
Os olhos se arregalam e o mar de pessoas se engasga.
Eles lentamente abrem passagem, fazendo-me um caminho direto
para a mulher que é a minha companheira.
O caminho se abre enquanto eu desço do palco e ando até minha
companheira.
Eu uivo novamente em vitória e em advertência para que todos se
movam enquanto eu caminho até ela.
A última das pessoas sai da minha vista, permitindo-me ver uma bela
loba branca como a neve. Eu paro antes de alcançá-la e percebo que ela
não é apenas branca.
Seu pelo está literalmente brilhando com uma luz azul. Nunca na
história eu ouvi ou vi um lobo brilhar sob o luar, mas ela brilha.
A última das pessoas sai da minha vista, permitindo-me ver uma bela
loba branca como a neve. Eu paro antes de alcançá-la e percebo que ela
não é apenas branca.
Seu pelo está literalmente brilhando com uma luz azul. Nunca na
história eu ouvi ou vi um lobo brilhar sob o luar, mas ela brilha.
Minha linda companheira está resplandecendo com uma aura azul
brilhante, tão brilhante que outros começam a desviar o olhar.
— MINHA! — Eu rosno alto para tornar isso verbalmente conhecido
para o mundo.
Asalynn
A multidão fica em silêncio e eu o ouço uivar. O uivo do comando
absoluto. O uivo de todos os uivos.
Cypris ganiu e começou a tomar conta do meu corpo.
— Companheiro!
Merda. Você não deve se transformar totalmente. Por que estou me
transformando? Espere, merda. Cypris acabou de dizer companheiro?!
Meu corpo começa a se transformar mais rapidamente até que estou
de quatro e Cypris assume totalmente o controle.
As pessoas começam a se afastar e me encaram como se eu fosse uma
espécie de ser mítico... Eu ouço suspiros. E então eu vejo ele.
O Rei Alfa. Leviatã. Seu lindo lobo preto está caminhando lentamente
em minha direção como um predador prestes a atacar sua presa.
Eu ouço seu segundo uivo e as últimas pessoas saem do seu caminho.
Diretamente para mim.
Fiz tanto para não chamar a atenção.
Ele rosna e meu corpo começa a zunir com uma energia insana que
nunca senti antes. Eu sinto tanto poder envolvendo meu corpo e ainda
assim me sinto leve como uma nuvem.
Eu vejo seus olhos negros olhando para mim com admiração. Como
se eu fosse o único ser na terra e nada mais importasse.
Sua voz ruge quando ele diz a todos que eu sou dele. Eu fui
reivindicada para o mundo ouvir. Não há como contestar nem
questionar sua reinvindicação. É a verdade suprema.
Eu sinto o vínculo do acasalamento me puxar como uma corda.
Puxando-me para mais perto dele enquanto meus passos lentamente me
levam em direção ao meu companheiro.
Nunca pensei que teria um companheiro. E agora descobri que ele é o
rei de todos os alfas. O lobisomem mais antigo e poderoso de toda a
história. Eu sou dele.
Eu o alcanço, e minha loba se curva, mostrando seu pescoço em
submissão ao Rei Alfa. Ele me encara com espanto. Então uiva para em
direção ao céu.
A multidão segue atrás, uivando de felicidade para a deusa. Eu fico
curvada em um torpor. Não entendendo totalmente o que diabos está
acontecendo.
Eu vejo o rei se transformar de volta para a forma humana e ele coloca
a mão no pelo da minha loba. Acariciando. Mostrando seu domínio.
Ele olha em nossos olhos e ordena: — Transforme-se!
Sua voz soa áspera e raivosa. Merda.
Meu corpo obedece rapidamente, voltando à forma humana. Eu fico
parada na frente deste homem de mais de um metro e oitenta e cinco.
Ele me olha de cima a baixo, observando toda a minha forma. Seus
olhos ainda estão pretos, mostrando que ele não está no controle total.
Eu curvo minha cabeça e olho para o chão. Eu não sei o que fazer.
Este é o maldito rei da deusa! Todas as outras lobas atacam, abraçam e
beijam seus companheiros, mas ele é o rei.
Eu sinto sua mão alcançar meu queixo, puxando meu rosto para
cima, então estou olhando em seus olhos. Eu sinto faíscas onde ele toca.
Meu corpo se transforma em fogo.
Mas é tão bom. Ele olha nos meus olhos e começa a falar.
— Você não se curva a ninguém.
Sua voz soa como o céu e meus pensamentos começam a disparar.
— Senhoras e lobos! — ele anuncia para a multidão.
— Sua Rainha Luna!
A multidão enlouquece. Eles explodem em vivas enquanto pulam,
uivam e gritam em louvor.
Puta merda. Ele acabou de dizer Rainha Luna?
Quer dizer, eu sou sua companheira, então, é claro, isso me faria a
Rainha Luna, mas, que merda, no que eu me meti!
Que tipo de brincadeira a Deusa da Lua está fazendo, me unindo com
o maldito Rei Alfa?
Com isso ele me agarra pela cintura e me puxa para mais perto, com
nossos corpos quase se tocando. A carga elétrica vibra entre nós,
implorando por toque.
Ele coloca a mão na base das minhas costas e me puxa para longe da
multidão, em direção à floresta.
É isso. Estou prestes a morrer. Ele está me levando para a floresta para
me matar. Espere, ele anunciou que eu era a rainha. Ele realmente me
mataria depois de anunciar isso?
Merda, merda, merda, merda!
Minha mente viaja freneticamente, mas só consigo pensar nele. Ele
cativou cada pensamento meu. Só consigo pensar na sensação de sua
mão na minha pele.
O cheiro de cedro que irradia dele. Seus olhos dourados brilhantes.
Seu cabelo preto sedoso. Rosto bem barbeado. A mandíbula afiada
irradiando masculinidade.
A aparência de seu corpo esculpido divino e como seu abdômen é
lapidado, tão definido em direção até aquele V que leva ao seu... Oh
minha deusa! Puta merda, ele é enorme!
Meu coração começa a disparar e meu rosto queima com o rubor
aumentando. Tenho certeza de que meu rosto está vermelho como uma
cereja. Posso sentir o líquido se acumulando entre minhas pernas.
Minha excitação pesa no ar. A umidade está escorrendo pelas minhas
pernas.
Eu vejo Leviathan farejar o ar. Oh minha deusa, ele sabe! Mate-me
agora. Por favor, me mate.
Um sorriso malicioso se espalha por seu rosto. Devastador e sexy.
Seus olhos piscam para mim enquanto ele ainda me leva mais adentro na
floresta.
Quando ele para, ele me joga contra um carvalho gigante.
— Qual é o seu nome, deusa? — ele bufa.
— Um, eu, um... — Eu gaguejo nas minhas palavras, mal conseguindo
encontrar minha voz.
— Asa... eu, hum, quero dizer AsaLynn, Rei Alfa. Meu nome é
AsaLynn. — Minhas palavras saem mais como um rangido do que como
um som adequado.
— Eu posso sentir o cheiro do alfa em seu sangue. E algo mais. Que
cheiro é esse?
Merda, isso de novo não.
— Eu não sei, meu rei, eu sou apenas eu. — — Eu sou seu
companheiro. Pare de me chamar de rei ou alfa. Me chame de Leviathan.
— Suas palavras saem parecendo cheias de luxúria.
Eu sinto meu âmago se molhando mais uma vez. Droga! Por que ele é
tão sexy e por que não consigo controlar meu próprio corpo!
Uma risada rouca sai de sua boca.
— AsaLynn... Minha AsaLynn.
Ele poderia dizer meu nome um milhão de vezes e acho que
continuaria soando sexy. Como música para meus ouvidos.
Ele aproxima a cabeça perto do meu pescoço. Cheira-me
profundamente. Segurando meu perfume. Então ele lambe entre meu
pescoço e o ombro, onde certamente vai me marcar a qualquer
momento.
Então ele se afasta.
Meu corpo esfria instantaneamente. Como se todo o calor do mundo
tivesse sumido no momento em que ele se afastou.
Eu me sinto tão sozinha, embora ele esteja bem ali. O que há de
errado comigo? É esse o vínculo de que todos falam?
Leviathan olha para mim e cheira minha excitação novamente e eu
vejo seus punhos cerrarem. Ele está se segurando. Por quê? Amantes não
se contém.
No entanto, lá está ele, sem me tocar quando eu preciso tanto de seu
toque.
— Vamos voltar para a casa, minha deusa, — Leviathan diz enquanto
se vira e começa a se afastar.
Eu o sigo. Não tenho certeza do que está acontecendo. Suas palavras e
ações são totalmente opostos. Ele me olha com luxúria e desejo.
Ele fala com tanta emoção, mas ainda parece de alguma forma frio.
Voltamos para a casa da matilha e começo a subir as escadas. Parando
no segundo andar, onde fica meu quarto.
Eu mantenho minha cabeça baixa e começo a me afastar de meu
companheiro em direção ao meu quarto quando sinto sua mão agarrar
meu pulso.
Eu sinto a onda elétrica em meu pulso com seu toque. Minha cabeça
vira para trás para ver por que ele me parou. Ele parece... zangado?
— Você é minha companheira. Você vai dormir em nosso quarto, —
ele rosna.
Suas palavras causam arrepios na minha espinha. Tão exigente. Tão
decidido.
Capítulo 7
TENTAÇÃO
Asalynn
Eu olho para baixo e começo a caminhar para o último andar até
chegarmos ao que presumo ser seu quarto. Nosso quarto. Espere, isso
significa que faremos... aquilo.
Meu coração começa a bater forte. Certamente ele pode ouvir meu
coração batendo no meu peito.
Eu passo pela entrada do quarto e meus olhos examinam tudo. Este
quarto é do tamanho de uma pequena casa. É gigante.
Este é o quarto dele! O quarto é coberto com enfeites de cores cinza e
vermelho.
Uma cama gigante de tamanho personalizado, quase do tamanho de
duas camas king-size, com lindos lençóis de seda cinza e travesseiros
vermelhos que parecem tão luxuosos e convidativos.
Uma mesa de escritório cheia de papelada fica ao lado da lareira.
Então meus olhos pousam nele e eu abaixo minha cabeça na mesma hora
e olho para o chão novamente.
Sua mão se estende e ele segura meu queixo com força, puxando meu
rosto em direção aos seus olhos.
— Eu te disse. Você não se curva a ninguém. Você fica de cabeça
erguida, especialmente quando está comigo!
Seu tom é tão obscuro e seus olhos variam entre o preto e o dourado.
Eu o deixei bravo.
— Tome um banho. Eu sinto o cheiro de cada homem da cerimônia
em você.
— Sim, rei... sim, Leviatã. — Percebo meu erro ao quase chamá-lo de
rei.
Eu vou em direção ao enorme chuveiro de estilo de floresta tropical.
Meu vestido ainda está no jardim, então eu ligo a água e entro.
Meu corpo está tão frio sem o toque dele que nem mesmo a água
quente caindo diretamente me aquece. Pego o sabonete líquido dele e o
levo ao nariz. O cheiro é inebriante.
Eu sinto minha excitação crescer com o pensamento dele no chuveiro
tomando banho. Eu passo o sabonete em minhas mãos e começo a
esfregá-lo lentamente por todo o corpo, imaginando que fossem as mãos
dele.
O que diabos estou fazendo? Eu nunca me toquei antes, nunca fiz
sexo. Por que estou agindo como uma lunática louca por sexo?
Estou em pé no chuveiro de um homem, usando o sabonete dele,
ficando excitada. O que aconteceu comigo? Esta não sou eu. Mas o
cheiro...
Minhas mãos começam a esfregar o sabonete em meus seios.
Passando vagarosamente em meus mamilos. Sentindo como eles
começam a se enrijecer sob meus dedos. Eu seguro um gemido.
Por que eu nunca me toquei antes? Por que não estou me segurando?
Eu continuo, e meus olhos fecham involuntariamente.
Minha cabeça se inclina para trás quando sinto a água quente
escorrer pela minha pele. O sabonete acariciando minha pele desliza pelo
meu corpo.
Minhas mãos viajam lentamente para baixo em meu peito. Imagens
de Leviathan dançam na minha mente. O corpo dele. Seu maldito corpo.
Perfeito demais para palavras. Tão masculino, tão esculpido.
Deusa me ajude. Minha mão passa pelo meu umbigo e começa a se
mover lentamente entre as minhas pernas. Meus olhos reviram.
Um rosnado alto atrás de mim faz meus olhos se abrirem. Eu sinto
sua respiração na minha nuca.
Oh meu Deus. Ele é tão grande. Seu corpo está irradiando calor e eu
noto minha mão ainda repousada bem acima do meu sexo. Por que não
consigo movê-la?
— O que você estava fazendo, AsaLynn? — Sua voz soa muito
perigosa, luxuriosa, e seus olhos estão em chamas.
Eu me viro para olhar para ele e tentar explicar, mas no momento em
que nossos olhos se encontram, ele agarra meu corpo, me vira e me joga
contra a parede do chuveiro.
Sinto a batida do ladrilho escuro nas minhas costas, mas não ouso
dizer nenhuma palavra. Se um olhar pudesse matar, eu seria incineraria.
— Qual foi a primeira coisa que eu disse a você, AsaLynn?
— Eu... eu... hum. Quero dizer. Eu... — Eu me engasgo com minhas
palavras.
— Fala logo. Qual foi a primeira coisa que eu disse a você?
— Eu sou sua, — eu sussurro, tão baixo que os ouvidos humanos não
registrariam as palavras.
— Exatamente, minha deusa. Você.
É. Minha. Isso significa que seu corpo é meu e apenas meu. Você não
toca no que é meu.
— Você me entende? A menos que eu diga que você pode tocar, você
não toque nisso. — Ele coloca a mão sobre meu sexo. Eu não consigo
segurar o gemido que eu solto antes de abrir meus lábios e seu lobo
parece aprovar com base no som que vem do fundo de seu peito.
Sinto como um estrondo dentro de mim conforme ele pressiona mais
minhas dobras molhadas. Minha excitação está agora acelerando.
Nenhum homem jamais me tocou ali e parece que estou ficando
adormecida.
Ele inala meu cheiro corno se fosse o único ar que restava no mundo.
Seus olhos se fecham com força e posso sentir seu grande membro
ficando mais duro e maior contra a minha perna.
O pau pressionando minha coxa produz outro gemido ofegante pelos
meus lábios sem controle.
— AsaLynn. Você. Me. Entende? — Sua voz sai tão baixa e selvagem,
mas completamente calma e controlada.
— Sim. — Eu suspiro. — Eu entendo. Apenas seu.
E com isso, ele me solta e sai do chuveiro, me deixando frustrada e
com frio, apesar da água escaldante fluindo sobre mim.
Depois do banho, coloco uma toalha e tento domar meus cachos
naturais. Não que haja muito sentido nisso.
Então eu espreito para fora do banheiro percebendo que não tenho
nada para vestir. Quer dizer, o homem já me viu nua, então não sei por
que estou tentando esconder meu corpo.
Eu o vejo sentado sem camisa, vestindo apenas calças de pijama
xadrez preto à sua mesa perto da lareira.
Ele está olhando para um papel com uma caneta na mão, mas seu
rosto faz parecer que está perdido em pensamentos e não está prestando
atenção ao que quer que esteja à sua frente.
O que esse homem está pensando?
Leviathan
Deusa, me ajude, aquela mulher... Ela vai me deixar louco.
Tenho tentado com todo o meu ser não deixar ela conduzir as coisas
como ela quer. Na floresta. No corredor. No momento em que ela entrou
no meu quarto.
Então ela ousou tocar a si mesma no meu chuveiro. Eu seria
amaldiçoado se ela se tocasse novamente.
No momento em que sua excitação alcançou meu nariz, Damien
assumiu o controle e eu não pude impedi-lo de entrar no banheiro.
A visão dela nua, suas mãos tão perto de dar prazer ao que é meu...
Damien rosna com o pensamento.
Foi difícil não transar com ela ali naquele momento, mas posso sentir
o cheiro de sua inocência. Nunca maculada por outro homem.
Todos esses anos esperando por mim. Ela foi tão sensível quando
toquei em suas dobras inchadas.
Os sons que vieram dela me fizeram explodir. Qualquer outra loba já
teria se divertido e levado muitos amantes para passar o tempo.
Mas não ela. Não AsaLynn. Quando eu a reivindicar, vou quer tudo e
ela não está pronta para o que isso significa.
Agora estou sentado na minha mesa enquanto ela termina seu banho,
me perguntando o que diabos deu em mim. Eu não sou esse homem.
Eu pego o que quero, quando quero. Eu matei milhares, senão
milhões, sem pensar duas vezes. Destruí matilhas e cidades com minhas
próprias mãos.
Milhares de anos e eu nunca tomei uma companheira de opção para
mim porque pensei que elas nos tornariam fracos.
Eu nunca quis uma companheira e agora tenho a deusa de todas as
deusas dominando minha mente. Eu me sinto tão poderoso, tão
invencível, quando a toco.
Mesmo agora, meu corpo está queimando para correr para ela e
nunca deixá-la sair da minha vista. Maldita Deusa da Lua.
Eu ouço o chuveiro desligar e ela enrolar no banheiro por alguns
minutos enquanto eu ainda estou sentado aqui, preso em meus próprios
pensamentos.
Eu posso sentir o cheiro dela se aproximando da porta. Sinto seus
olhos me observando. Então ela fala.
— Umm, todas as minhas roupas estão no meu quarto... quero dizer,
o quarto em que eu estava antes.
A maneira como ela tropeça nas palavras quando fala comigo é
adorável. Tentando desajeitadamente juntar as palavras.
Ela mexe no cabelo ou com as mãos quando fica nervosa. A visão me
faz querer agarrá-la e deitá-la sobre a minha mesa.
Eu já a vi nua. Senti seu corpo, mas aqui está ela com as bochechas
coradas espreitando para fora do banheiro, constrangida, escondendo
seu corpo glorioso.
Se as coisas fossem do meu jeito, ela nunca mais usaria uma peça de
roupa em sua vida. Nada para cobrir suas curvas voluptuosas.
Essas coxas grossas, eu gostaria de colocar minha cabeça entre elas.
Essa cinturinha que eu poderia simplesmente agarrar. E esses seios.
Deusa, estes gloriosos seios saltitantes alegres. Eu poderia chupá-los dia e
noite.
Damien começa a rugir dentro de mim.
— Possua! Possua-a agora! Reivindique nossa companheira AGORA!
— Ainda não, Damien. Agora não é a hora. Devemos esperar a hora certa.
Ele não gostou muito dessa resposta e começou a se debater, se
rendendo derrotado.
Maldita mulher.
Finalmente eu respondo à minha companheira. — Aqui. — Entro no
meu closet e tiro uma camiseta branca que certamente vai ficar enorme
nela.
Pelo menos, se ela estiver coberta, ela estará coberta com algo meu.
— Obrigada, — ela sussurra e morde o lábio inferior.
Esses lábios que desejo levar à minha boca e chupar até ficarem
inchados e vermelhos.
Ela volta para o banheiro para colocar a camisa que a dei, e tento
ajustar minha calça, que está apertando a ereção que estou tendo mais
uma vez.
Depois que ela sai, fico satisfeito. Suas curvas estão escondidas, mas
seus mamilos estão duros por baixo. Empurrando o pano fino esticado
sobre eles.
A camiseta branca transparente mostra seus contornos
perfeitamente.
— Você pode dormir na cama, — digo a ela.
Ela morde aquele maldito lábio novamente e sua voz continua baixa.
— Você vai dormir na cama também?
Ela parece com medo de perguntar.
— Não, vou ficar com o sofá. Você pode ficar com a cama. Você
precisa descansar. Tenho certeza de que o voo e a cerimônia foram
desgastantes. Agora durma.
Minhas palavras saíram mais ásperas do que eu pretendia.
Seu rosto murcha. Ela quer que eu fique com ela, mas eu não posso.
Se eu me deitar naquela cama com ela, não terei nenhum controle para
evitar reivindicá-la de todas as maneiras possíveis.
Ainda não. Não essa noite.
Eu a observo enquanto ela sobe de quatro na minha cama enorme até
chegar ao centro. Ela puxa as cobertas e vira de costas para mim.
Deusa, ela fica bem na minha cama. Em alguns minutos eu sinto que
ela está dormindo e eu saio do quarto para fugir um pouco dessa
frustração reprimida com Damien na floresta.
Capítulo 8
O AVISO
Asalynn
Há uma mulher deitada na densa floresta. Em uma clareira que contém
um belo prado de flores da lua e prímulas. O luar desce em cascata sobre sua
pele sedosa, fazendo-a brilhar em um lindo tom azul.
Ela está coberta com um vestido de renda branca que flui como água
sobre seu corpo. Ela parece em paz com seu cabelo loiro platinado espalhado
na grama ao seu redor.
O vento sopra alguns fios e posso sentir o cheiro das flores flutuando no ar
enquanto florescem soh a lua cheia.
Tudo está em silêncio. Calmo. Como se a própria vida fosse colocada em
pausa. Apenas paz. O céu está claro e as estrelas brilham como diamantes em
um oceano azul.
A mulher se move e se levanta como se ela me sentisse olhando para ela.
Ela se vira para mim e sorri.
Eu posso ver que ela é mais velha, mas ainda está no auge. O
envelhecimento só é notado pela pele estressada ao redor dos olhos. Mas você
pode ver que ela é gentil.
Ela caminha em minha direção. Movendo-se com tanta graça, parece que
ela está flutuando no próprio campo.
Eu posso ver que ela é mais velha, mas ainda está no auge. O
envelhecimento só é notado pela pele estressada ao redor dos olhos. Mas você
pode ver que ela é gentil.
Ela caminha em minha direção. Movendo-se com tanta graça, parece que
ela está flutuando no próprio campo.
Ela é tão linda que eu não consigo tirar meus olhos dela. No entanto, ela
parece tão familiar. A energia que flui dela é como se estivéssemos em casa.
Eu quero me afogar nesse sentimento.
— Asa, minha querida, você cresceu.
Tento responder, mas nenhum som sai. Não consigo encontrar minha
voz. Eu começo a entrar em pânico. Minha mão sobe até minha garganta
enquanto tento entender o que está acontecendo.
— Não tenha medo de mim, criança. Você sabe quem eu sou. Apenas
sinta. Olhe para a sua loba e ela o guiará. — A voz dela é tão tranquilizante,
quase calma demais.
Estou tão confusa. Eu mal consigo pensar. Quem é essa mulher fluente e
do que ela está falando? Por que minha voz não funciona? Eu consigo ouvir,
entretanto, e vou até Cypris.
— Cypris, por favor me responda. O que está acontecendo. Me ajude!
Eu posso sentir a Cypris. Em vez de sua irritação normal, ela parece à
vontade. Ganindo, mas com um som de saudade. Quase parece que ela está
ronronando como um gatinho.
— Cypris?
Eu a sinto se levantar e o poder irradiar através de mim. Memórias
piscam diante de mim. Mas não imagens. Sentimentos e sons.
Sinto como se estivesse flutuando em água quente e, então, ouço uma voz
de mulher cantando uma canção de ninar.
O som é tão tranquilo que um bebê não conseguiria chorar ao ouvir a
música. É tão suave e emocional. Envolvendo minha mente.
Eu me sinto aquecida e segura quando a música me alcança.
— Mãe! — Tento dizer as palavras que quero encontrar, mas elas não têm
som. Minha boca se move, mas não projeta som. Parece que o ar está
engolindo o som.
— Aí está você, bebê. Sim, sou eu. A Deusa da Lua me abençoou para
estar aqui. Você ficou mais bonita do que eu poderia imaginar.
— Eu posso sentir seu poder. É mais forte do que qualquer coisa que já li
antes. Seu pai a treinou hem, mas não totalmente.
— Eu sinto muito por ler deixado você. Eu não queria. Eu nunca estou
longe, por favor, saiba disso. Eu vi você crescer e não consigo explicar o
quanto estou orgulhosa de você.
Eu sinto uma única lágrima deslizar pelo meu rosto. Eu desejei minha
vida inteira ouvir a voz de minha mãe. Saber que ela está orgulhosa.
— Não chore por mim, amor. Por mais que eu queira que isso continue
assim para sempre, não vou ficar aqui por muito tempo. Eu vim avisá-la. —
O rosto de minha mãe fica angustiado.
— Você não sabe tudo sobre si mesma. Há algo esperando para ser
revelado e a promessa está muito perto de se cumprir totalmente.
— O perigo está próximo, mas você não deve desistir. Busque no mais
profundo e aguente firme. O sangue da verdade vai te despertar. — Sua voz
parece acelerada e assustada.
Tento falar, perguntar o que ela quer dizer. Que perigo? Sangue da
verdade? Buscar o quê? O que ela quis dizer com não saber tudo sobre mim?
Mas nada sai da minha boca. Nada está fazendo sentido.
De repente, o céu claro escureceu. Nuvens negras e ameaçadoras se
movem como sombras esperando para atacar. O vento começa a uivar como
um trem. Tão alto que eu quase tampo meus ouvidos.
Eu vejo o medo aumentar no rosto da minha mãe. Ela está olhando
freneticamente ao redor. O ar fica mais espesso e posso sentir a escuridão me
sufocar.
Seu rosto começa a se contorcer, ainda lindo, mas não o mesmo. Não
parece mais totalmente humano.
— Eu lenho que ir, Asa, mas por favor, eu imploro. Ouça minhas palavras!
— Eu a vejo segurar as lágrimas enquanto se vira para correr na direção
oposta.
As sombras negras a perseguem. Tudo começa a escurecer.
Não! Não! Acabei minha mãe acabou de voltar. Isso não pode estar
acontecendo.
MÃE! MAMÃE! NÃO ME DEIXE!
Meu corpo começa a queimar como fogo. Eu sinto que estou queimando
viva! Faça parar! Deusa, por favor, faça essa dor parar!
Sento-me coberta de
suor. Ofegante. Gritando. Meu rosto molhado com meu choro. Eu
olho ao redor e vejo Leviathan parado na porta, irritado e congelado no
lugar.
Seus olhos não estão totalmente dourados, embora seu lobo tenha
emergido. Me encarando. Seus olhos mantêm o que parece ser medo e
confusão. Ele não se move.
Eu seguro os lençóis cerrando o punho, tremendo, incapaz de
entender o que está acontecendo.
Onde está minha mãe? Por que o Leviathan não se aproxima de mim?
Por que meu corpo está queimando, mas frio? Nada faz sentido neste
momento.
Foi apenas um sonho?
Capítulo 9
CAFÉ DA MANHÃ
Leviathan
Eu senti dor vindo do elo. AsaLynn está com dor e com medo! Eu
estive fora a noite toda, correndo, tentando entender tudo o que
aconteceu hoje.
Eu a deixei sozinha. Por que eu deixei minha companheira sozinha?
Eu volto para a casa da matilha e subo para o nosso quarto, bato a
porta já aberta e sou cegado pela luz. Estou preso. Incapaz de me mover.
Pisco, tentando ajustar meus olhos para ver o que está acontecendo.
AsaLynn está na cama gritando, com lágrimas escorrendo pelo rosto.
Eu tenho que chegar até ela, mas meu corpo não se move.
O corpo dela está envolvido em uma luz azul tão brilhante que é
como olhar para mil sóis. A luz é tão hipnótica e a energia que sai dela é
tão poderosa, como nenhuma outra que eu senti antes.
Seu grito perfura meus ouvidos, parecendo que minha cabeça pode
explodir e eu noto que o cheiro da loba dela quase desapareceu
completamente.
Não reconheço esse novo cheiro tomando conta dos meus sentidos.
Meu lobo começa a se encolher ainda mais em minha mente. Meu lobo
não se encolhe diante de ninguém, de nada. O que está acontecendo?
A luz vai enfraquecendo até que tudo o que resta é minha
companheira e seu cheiro volta ao normal. Sua voz diminui em soluços
constantes.
Toda a energia estranha e vibrante que senti antes já quase não existe.
Consigo sentir a dor em seus gritos no profundo da minha alma e sei que
tenho que fazer algo.
Damien fala agora, saindo de seu transe de medo.
— Ajude companheiro!
Com suas palavras, eu saio do meu estado de choque e corro para o
lado dela, pulando na cama para ficar perto dela. Seu corpo ainda está
tremendo. Ela parece perdida.
Eu lentamente levanto minha mão e coloco em seu rosto. Seu corpo
relaxa ao meu toque, mas ela não olha para mim. Ela está olhando como
se estivesse olhando para o nada.
— AsaLynn, olhe para mim — Minha voz sai mais áspera do que o
pretendido
Seus olhos se fecham e seu coração bate mais forte, é a realidade
voltando à sua mente.
Ela abre os olhos e pressiona o rosto ao meu toque, em seguida,
lentamente se ajeita mais perto de mim até que seu corpo esteja
aconchegado no meu colo.
Eu a seguro e acaricio seu rosto até que ela olha nos meus olhos e se
queixa.
— Eu sinto muito. Acho que tive um pesadelo. Eu não queria te
aborrecer, Rei, — AsaLynn sussurra Sua voz vacila e posso dizer que essa
não é toda a verdade, mas não vou insistir por enquanto.
Por enquanto, eu só quero abraçá-la e mantê-la protegida de tudo o
que ela teme. Eu poderia segurar esta linda criatura pelo resto da
eternidade e ficar contente. Limpo as lágrimas rolando em sua pele
pálida e impecável e olho profundamente em seus olhos. Eu coloco meus
lábios em sua testa e a beijo suavemente, com medo de assustá-la mais.
A pele dela zune com o elo, como eletricidade nos aproximando.
— Você não me aborreceu, deusa. Eu só estava preocupado. Eu
consegui sentir dor física através do elo, — digo a ela.
— Você sentiu isso? — ela questiona.
— Sim. Quando você encontra a predestinada, você começa a sentir
suas emoções, ouvir seus pensamentos e tal.
— Normalmente, antes que as três etapas de acasalamento tenham
sido concluídas, um companheiro não sentiria essas coisas, mas sendo o
Rei Alfa, eu as sentiria mais cedo.
— As sensações ainda não são fortes, mas já é possível senti-las. Você
sabe do que estou falando, certo? — Eu explico.
— Sim. Aprendi sobre as etapas do acasalamento na escola quando
era jovem. O primeiro é encontrar seu cônjuge. O segundo é marcá-lo. O
terceiro é... Bem, você sabe. Aquilo.
Não posso deixar de rir de suas últimas palavras. Tão inocente é
minha companheira. Tão pura, como uma fruta pronta para ser colhida.
Todos esses anos e ela nunca deixou outro tocá-la. Meu lobo rosna
gostando desse fato.
— Sim você está correta. Você está pronta para concluir as etapas? —
Eu estou brincando.
Ela fica em silêncio e parece que se sente desconfortável.
— Eu... nós..., — ela gagueja.
Eu coloco meu dedo em seu pescoço e começo a acariciar sua pele
sedosa. Eu sinto o cheiro de sua excitação aumentando com o meu
toque, mas ela está tremendo. Ela não está pronta. Eu sei que ela não está
e não vou forçar minha rainha a completar o ritual de acasalamento até
que ela esteja pronta. Vou esperar a vida toda, se for o que ela escolher.
— Eu entendo, deusa. Não se preocupe. Que você comer alguma
coisa? Você não comeu depois da cerimônia como os outros fizeram.
Com minhas palavras, ouço seu estômago roncar e seu rosto fica
vermelho. Eu não consigo segurar meu sorriso.
— Posso ir para o meu antigo quarto e pegar uma troca de roupa? —
ela diz nervosamente.
— Sim. Você não precisa pedir minha permissão. Esta é a sua casa
agora também. — Vá em frente e se troque, e eu enviarei alguém para
trazer o resto de suas coisas depois do almoço. Por favor, vista meu
roupão antes de sair.
— Não posso prometer que não vou matar um homem se ele se
atrever a olhar para você vestindo apenas minha camisa.
Suas bochechas ficam vermelhas em um tom agradável de rosa, e ela
se levanta da cama e vai até o meu armário.
Quero arrancar essa maldita camisa dela, mas, em vez disso, visto
minhas próprias roupas e vou para o meu escritório para verificar meus
negócios.
Asalynn
Consigo chegar ao meu antigo quarto e colocar um short e uma
camiseta preta.
Acho que Flora ficou no quarto de Zade ontem à noite também,
porque nada mudou de lugar desde que saímos ontem à noite.
O humor de Leviathan está me deixando confusa. Num momento eu
sinto que ele vai devorar meu corpo.
No momento seguinte, parece que ele não quer estar perto de mim.
Ele nem mesmo dormiu no quarto comigo ontem à noite.
Minha cabeça está cheia de dúvidas. Eu me pergunto se ele se
arrepende de eu ter sido escolhida como sua companheira.
Esquecendo isso por um momento, decido ir até a cozinha da matilha
e pegar algo para comer.
É um pouco depois das seis, então deve haver algumas coisas prontas
e, se não houver, posso pelo menos ajudar na cozinha.
Caminho pelo labirinto de corredores até que, finalmente, encontro a
cozinha e, para minha surpresa, lá está Flora usando um roupão sentada
em um bar comendo uma pilha de omeletes mexicanos.
— Flora! Oh minha deusa, que bom ver você!
Uma funcionária da cozinha me entrega um café quando me
aproximo para abraçar a Flora. A bebida quente alivia minha garganta.
— Asa! Menina, vamos morar juntas. Você acredita nisso? Eu não
posso acreditar que você fez par com o Rei Alfa! Diga-me, o pau dele é
como dizem nos boatos?!
— Por favor, me diga que você engoliu aquela coisa até desmaiar! —
Eu cuspi meu café com a pergunta, espirrando no balcão do bar. Flora cai
na gargalhada e quase cai do banco.
— Você está brincando comigo. Você não fodeu? É melhor você subir
naquele pau logo!
— Estou chocada pois, ele sendo o rei, não pegou você sobre cada
superfície daquela sala.
Meu sorriso desaparece. — Quer dizer, eu queria, mas ele me disse
para ir para a cama e saiu.
O rosto de Flora se suaviza. — Talvez tivesse algo que ele precisava
cuidar ou ele estava com medo de machucar você ou algo assim.
— Quero dizer, você passou 200 anos sem nenhum outro cara fazer
isso, mas ele é o rei. Tenho certeza de que a cobra dele é provavelmente
bem maior.
Oh meu Deus. Ela precisa parar. Meu rosto vai ficar
permanentemente vermelho se ela continuar assim. Eu olho para o chão
e mordo meu lábio e começo a mexer no meu cabelo.
Os olhos de Flora se arregalam. — Espere... Você é virgem? Não pode
ser, porra!
Se ouvir a verdade dita tão alto e claro não foi o suficiente para me
fazer querer virar um tatu, eu não sei o que faria.
— Olá, senhoras, sobre o que vocês, belas mulheres, estão falando tão
cedo que parece que minha garota está com o astral tão alto? — Zade diz
enquanto entra na cozinha com Leviathan ao seu lado.
Só quero morrer agora!
Minha loba começa a rir.
— Cale a boca, Cypris.
Eu cubro o rosto com as mãos e tento esconder a cor de cereja sempre
plantada em meu rosto. Vou matar Flora por isso. Os homens se
entreolham e riem e, em seguida, caminham para se sentar ao lado de
cada uma de nós.
Leviathan pega dois pratos de ovos e bacon e os coloca na frente dele
e de mim. Eu começo a comer para evitar qualquer conversa enquanto
dou a Flora um olhar mortal.
Claro, Flora apenas ri e depois começa a se esfregar em seu
companheiro recém-encontrado.
- Zade, bebê, e Rei Alfa: podemos, Asa e eu, ir às compras amanhã, já
que agora vivemos aqui?
— Precisamos ir buscar alguns suprimentos, já que ambas moraremos
aqui agora, — Flora diz enquanto pisca os cílios...
Puxa-saco.
Os homens se entreolham, acenam com a cabeça e olham para nós.
— Você pode. Pegue meu cartão e não poupe despesas. Tenho riqueza
de muitas vidas e duvido que seus gastos possam fazer alguma diferença
nisso.
— Eu preciso fazer um cartão para AsaLynn logo, mas até lá, você
pode pegá-lo. Mas fique por perto.
— Eu posso ser o rei, mas ainda não confio em muitas pessoas, —
Leviathan responde com advertência em sua voz.
Flora começa a pular como uma criança e arranca o cartão da mão de
Leviathan quando ele vai me entregar o cartão.
Ele lança um olhar chocado para Flora, mas não parece zangado.
— Vamos lá, vamos falar a verdade. Se você der a ela aquele cartão, ela
não comprará absolutamente nada. Você notou como ela é tímida? Eu
cuido disso, Rei.
Ela diz isso como se ela e o rei fossem amigos de infância.
Os olhos de Zade se arregalam enquanto ele observa como sua
companheira acabou de falar com Leviathan. Então ele quase rola de rir.
— Você arrumou uma bem — saidinha, — Zade. Eu gostei, — elogia
Leviatã.
— Você está totalmente certo. Ontem à noite ele viu o quanto sou —
saidinha. — — Com o comentário de Flora, Zade pisca e dá um tapa na
bunda dela.
Leviathan olha para mim e ajeita um fio de cabelo atrás da minha
orelha. Ele começa a trazer seus lábios muito perto do meu ouvido. Posso
sentir sua respiração contra minha pele.
— Eu mal posso esperar para ver quanto fogo você tem nesse quesito.
— Sua voz é tão baixa. Tão forte.
Sinto calafrios de excitação repentinos em direção à minha virilha
com seu tom, e ele começa a sorrir e se afasta. Sua mão se certifica de
roçar a parte interna das minhas coxas no processo.
Meu coração dispara e meu corpo esquenta. Deusa me ajude, eu
quero fazer tantas coisas para aquele homem, tendo experiência ou não.
Capítulo 10
SEDUTORA
Asalynn
Depois do café da manhã, consigo me despedir de todos. Leviathan e
Zade tiveram que comparecer ao treinamento da matilha e flora disse
que ela tinha que ligar e oficializar a transferência.
Eu realmente preciso fazer o mesmo, então volto para o quarto para
procurar meu telefone. Realmente não sei como minha família vai
receber a notícia.
Disseram-me para não chamar a atenção, e agora aqui estou eu unida
com o lobo poderoso mais proeminente conhecido pelos seres humanos.
Pego meu telefone e ligo para minha família. Depois de alguns
toques, ouço Erin responder. Juro por não morar mais em casa aquela
garota está tanto lá.
— ASAAAA. — Erin grita em meu ouvido. — Por que você está
ligando? Oh minha deusa, você encontrou seu companheiro? Eu acho
que sim, para estar ligando no dia seguinte.
— Quem é ele? Qual o nome dele? Ele é forte? Ele é gostoso? Me diga
tudo! Espere, você está com problemas? Você fez algo para irritar o Rei
Alfa!? — Erin praticamente grita.
— Ei, Erin. — Eu faço uma pausa. — Eu não vou voltar para casa. Eu
encontrei meu companheiro.
— Eu disse que você encontraria! Quem é ele? Nós o conhecemos? De
que matilha ele é? Espere, deixe-me colocar você no viva-voz.
Eu hesito.
— Rei Alfa Leviathan, — eu praticamente sussurro.
— Ummm, certo, o que tem ele? — Erin diz, confusa.
— Não, Erin. Meu companheiro é o Rei Alfa.
Tudo fica quieto por um longo momento, e então ouço vidro
quebrando ao fundo.
— De jeito nenhum! Você está brincando?! — Erin exclama.
— Eu não, eu juro. O que foi aquele barulho?
— Oh sim, isso. Mamãe desmaiou. Mas ela vai ficar bem, — ela diz
como se não fosse grande coisa.
— Espere, isso significa que você é a nova Rainha Luna! Vaca!!!!
Espere, ou devo dizer Vossa Alteza Rainha, vaca? — Erin começa a rir.
Eu reviro os olhos. Erin é maluca.
— Papai está aí? Ele ouviu?
— Sim, acho que ele subiu, provavelmente para colocar as coisas em
ordem para que possamos ir à coroação. Quando é?
— Não sei, mas direi quando descobrir. Agora eu tenho que ir.
— Ok, falo com você mais tarde, minha rainha — ela diz
sarcasticamente, articulando as últimas palavras. — Eu tenho que tirar a
mamãe do chão. — E com isso, ela desliga.
Passei o resto do dia explorando minha nova casa, me esforçando
para conhecer pessoas. Se vou ser a Rainha Luna, terei que superar
minha fraqueza social.
Como a lua de qualquer matilha, você é basicamente a mãe da
matilha. Observei minha mãe fazer isso a vida toda, então peguei a ideia.
Você cuida de mulheres, crianças e de outros trabalhos secundários.
Ajude seu alfa com treinamento ou disputas e tal. Então, acho melhor me
acostumar com as pessoas.
Não vi Leviathan o resto do dia, o que não foi surpreendente. Afinal,
ele é o rei. Ele provavelmente está muito ocupado.
Para ser honesta, no entanto, me senti vazia o dia todo. Eu só queria
encontrá-lo e correr até ele, mas tenho que fazer por merecer se vou ficar
ao lado dele. Se eu vou viver de acordo com meu título.
Finalmente chegou a hora de dormir. Eu me perguntei se Leviathan
estaria no quarto.
Quando Cheguei ao quarto, estava tudo silencioso. Ninguém estava
lá.
Eu vi que minhas coisas tinham sido trazidas para este quarto, então
passei algum tempo desempacotando e arrumando as coisas para me
sentir mais em casa.
Fui desempacotar minhas roupas e percebi que todo o meu pijama
tinha sido substituído por uma lingerie minúscula. Flora... Aquela cadela
sorrateira. Há uma nota em cima deles: Ei vadia,
Você tem um homem agora. Virgem ou não, é melhor você cavalgar como
uma vaqueira profissional!
Ele não vai se conter se você estiver usando isso, embora eu duvide que
você vá usá-la por muito tempo.
Achei que ajudaria minha melhor amiga a conseguir um cacete. ;)
Aproveite!
Com amor, sua melhor amiga sexy
Flora
Eu vou matá-la. Eu acho que ela está certa, no entanto. Eu deveria
pelo menos tentar deixar as coisas acontecerem.
Eu examino o suprimento exagerado de roupas de dormir
minúsculas. Onde ela conseguiu tantas!?
Eu acho uma que parece ser bem bonita. É uma camisola de renda
preta transparente. O vestido cobre apenas metade da minha bunda, e
tem uma linda tanga de renda preta que combina.
Vou ao banheiro para vesti-la e me olho no espelho. Se encaixa como
uma segunda pele. Parece incrível, mas é tão...
Qual é a palavra? Provocante. Posso mesmo fazer isso?
Eu penso duas vezes na minha cabeça e decido que vou me deitar na
cama e esperar. Já passa da meia-noite, então ele deve ir para a cama logo,
certo?
Subo na cama, reajustando as posições, tentando encontrar uma que
pareça sexy. Depois de meia hora, começo a me sentir uma idiota e me
deito frustrada.
Por que ele não está aqui? Ele não quer dormir no mesmo quarto que
eu? Ele parecia gostar de mim antes, quando sussurrou aquelas coisas
safadas no meu ouvido.
Talvez eu deva apenas dormir.
Finalmente, me deito frustrada e lentamente caio no sono.
Leviathan
Estou exausto. Entre o treinamento e as transferências e preparar as
pessoas para voltarem às suas matilhas, só consigo pensar em ir para a
cama.
Desde esta manhã, tudo que eu conseguia pensar era em AsaLynn. Eu
queria tanto estar ao lado dela, mas ainda sou o rei. Ouvi dizer que ela
está tentando se sentir confortável, no entanto.
Minha matilha parece adorá-la. É ótimo saber disso, considerando
que nunca vou deixar essa mulher ir embora.
Conforme me aproximo de meus aposentos, seu cheiro fica mais
forte. Meu lobo se mexe e começa a rosnar.
Abro a porta e vejo AsaLynn esparramada no centro da cama.
Vestindo uma camisola preta que mal cobre alguma coisa.
O vestido a aperta em todos os lugares certos. Seios empurrados para
cima, cintura bem delineada. Suas pernas nuas e sedosas. Eu observo seu
peito começar a subir e descer mais rápido.
Mulher sorrateira. Ela está acordada agora. Ainda fingindo estar
dormindo.
Eu silenciosamente caminho até a cama e subo em direção a ela,
observando enquanto sua respiração acelera. Eu paro em suas pernas,
passando a mão por cima sem encostar.
Como ela ousa tentar me seduzir com essa roupa? Eu serei
amaldiçoado se não fizer nada, no entanto. Estou duro como uma rocha,
pressionando tanto as calças que até dói.
Eu quero arrancar essa roupa minúscula dela e transar com ela até
que ela não aguente mais.
Eu me inclino em direção à sua coxa e sopro suavemente contra sua
pele. Ela tosse, mas mantém os olhos fechados.
Eu sorrio e deslizo suavemente meu dedo indicador, começando em
seu tornozelo. Avançando muito devagar. Percorrendo o caminho até sua
coxa.
Ela solta um gemido baixo, tão baixo que quase não escuto, o que me
deixa louco. Fazendo meu pau latejar.
Minha mão sobe por sua coxa até que chega bem ao lado de sua
calcinha. Pego a camisola com a outra mão e lentamente a afasto para
expor sua linha barriguinha sedosa.
Posso ouvi-la quase ofegante, tentando manter os olhos fechados.
Com isso, deixo escapar uma risada rouca e dou um beijo abaixo de seu
umbigo.
Asa solta uma respirada gratificante. Eu começo a lamber sua pele do
umbigo para baixo até chegar à sua calcinha novamente, e começo a
contornar sua calcinha com beijos.
Ela começa a se contorcer, mas ainda não abre os olhos. Mas isso vai
mudar logo.
Eu pego minha mão que estava sobre em sua coxa e a movo sob a
cobertura de renda.
Deslizando sobre suas dobras agora encharcadas.
Certificando-me de não passar entre elas ainda.
Ela está tão molhada. Apenas me implorando para possuí-la. Só o
gemido dela já me implora para ir mais longe. Eu massageio seus lábios
com meus dedos, provocando-a tentadoramente.
Eu movo minha cabeça entre suas coxas e respiro profundamente
sobre elas. Querendo que ela sentisse minha boca, mas ainda sem fazer
contato.
Se ela quiser me provocar e fingir que está dormindo, retribuirei o
favor. Suas costas se arqueiam levemente, e com isso, eu me afasto por
um instante...
Asalynn
Meu corpo agora está acelerado sentindo o calor de sua respiração
contra meu sexo e então... nada. Sinto o frio com a perda do contato
físico.
Meus olhos se abrem para ver o que aconteceu e, quando o faço, o
vejo sentado ao lado do meu rosto.
— Terminamos de brincar, minha deusa? — Leviathan rosna.
Eu não respondo. Eu me deito. Encarando seus olhos divertidos.
Meus lábios se levantam. Eu estou fazendo beicinho? Que diabos?
Os olhos de Leviathan ficam pretos em um instante, e seus lábios
colidem com os meus. Assumindo o controle enquanto sua língua entra
na minha boca.
Eu chego meu corpo mais perto do dele. Praticamente subindo em
cima dele. Eu não consigo controlar isso. É como se meu corpo tivesse
vontade própria. Eu o quero. Eu preciso que ele continue.
Eu ouço um grunhido dominante interno vindo do fundo de seu
peito, fazendo-o vibrar e acelerando meu corpo.
Eu o empurro deitado na cama, sem separar nossas bocas, que agora
estão lutando entre si pelo controle.
Meu sexo está agora esfregando sobre sua ereção endurecida por
baixo da roupa. Se ele não me comer, eu como ele!
Com esse pensamento, ele me agarra e me vira, colocando-me de
costas na cama. As mãos ficam presas acima da minha cabeça e seu corpo
pairando sobre mim.
— Tsk tsk, minha deusa. Não é assim que esta noite vai ser. Eu sou o
alfa aqui. — Sua voz soa forte e cheia de desejo.
— Então me possua, Alfa.
As palavras saem da minha boca antes mesmo que eu possa pensar no
que estou dizendo. Elas são tão estranhas para mim. Eu nunca falei assim
antes.
Ele rosna alto e eu sinto uma pressão em meus quadris e uma brisa
soprando contra meu sexo encharcado. Ele acabou de arrancar minha
calcinha? 1
Ele a segura perto do nariz, respirando fundo. Eu fico vermelha ao vê-
lo cheirando minha calcinha. Seus olhos piscam para mim.
— Você cheira delicioso. Tão molhada e preparada.
Eu fecho meus olhos, tão envergonhada que não consigo olhar para
ele.
- Não se atreva a fechar os olhos e se esconder de mim, AsaLynn. Vou
soltar suas mãos. Nem pense em movê-las.
Há um tom perigoso em sua voz.
Eu abro os olhos e começo a me contorcer com ele me vendo.
Ele abaixa o corpo até que a cabeça esteja bem sobre o meu ponto
mais sensível. Ele sopra nas minhas dobras e eu instintivamente levo
minhas mãos para baixo para agarrar os lençóis.
Leviathan rosna ferozmente e eu rapidamente puxo minhas mãos de
volta para cima.
Eu sinto sua língua roçar por fora de minhas dobras. Lambendo meus
sucos.
Sua língua desliza entre os lábios, enviando faíscas de eletricidade
pelo meu corpo. Lambendo até a última gota de minha essência como
um louco que estivera faminto a vida toda.
— Sim, continue, — eu respiro.
Sua língua se move intensamente de maneiras que eu nunca poderia
ter imaginado. Massageando meu clitóris, me fazendo jorrar.
Ele continua a lamber e provocar, mordiscando meu clitóris algumas
vezes.
Minhas costas arqueiam violentamente e meus gemidos começam a
ficar mais altos. Não consigo segurá-los. Meu corpo começa a tremer
enquanto é engolfado pelo prazer.
Sua língua continua a me explorar e eu sinto sua mão alcançar entre
minhas pernas. Seu dedo começa a circular meu clitóris e sua cabeça se
levanta para que ele possa olhar para mim.
Ele sorri maliciosamente e eu sinto um único dedo deslizar
rapidamente em minha entrada, fazendo minha cabeça voar e gritar em
êxtase.
Nenhuma palavra pode descrever o quão incrível é a sensação de seu
dedo.
Ele acelera o passo, fazendo com que eu me debata
descontroladamente. Não sendo mais capaz de segurar minhas mãos no
lugar, elas voam para baixo e eu agarro seus cabelos.
Ele rosna ferozmente, e um gemido escapa de sua boca. Meus dedos
se entrelaçam em suas mechas e, antes que eu perceba, estou puxando
sua cabeça em minha direção.
Ele olha nos meus olhos e começa a devorar minha boca novamente,
ainda acompanhando o ritmo de seu dedo. Meus quadris se movem para
cima para encontrar suas estocadas.
Sinto-me empurrando com mais força, desejando. Querendo mais.
Sinto o segundo dedo entrar e grito.
— Sim, Levi!
Seu nome sendo gritado o deixa em um frenesi. Movendo os dedos
mais rapidamente, mais forte, mais profundo, mais forte.
Sinto uma pressão crescer dentro de mim, implorando, implorando
por mais. Sua boca domina a minha com força enquanto seus dedos me
invadem intensamente entrando e saindo.
Meus gemidos agora são tão altos. Ininterruptos.
— Sim, Levi, mais! Por favor, não pare! — Eu grito.
Com isso, ele enfia os dedos dentro de mim e começa a fazer um
movimento de puxar que atinge um ponto que me faz ver estrelas.
A pressão aumenta até que eu sinto que não aguento mais e então, de
repente, ela diminui e eu sinto que estou caindo do céu.
Seu dedo para lentamente enquanto ele os remove e os leva à boca
para lamber meus sucos. Parece que é a única coisa que ele quer provar
novamente.
Agora estamos ambos ofegantes. Minhas pernas estão tremendo e ele
passa os braços em volta de mim e dá um beijo suave em meus lábios.
— Você goza como uma rainha. — Ele sorri
Eu rio, sem saber direito como responder. Ele me vira e se deita atrás
de mim, puxando as cobertas sobre nós.
Eu sinto sua ereção latejante atrás de mim e imediatamente me sinto
mal por não ter feito nada.
— Então. Levi, hein? — Ele ri
— Hum, sim, acho que te chamei assim, não foi? — Eu digo enquanto
começo a mexer nervosamente nos lençóis.
— Eu gosto, mas só de você. Eu poderia me acostumar com isso vindo
dos lábios da minha rainha, — ele responde.
Com isso, ele me puxa mais perto e eu rapidamente caio em um sono
profundo.
Capítulo 11
TREINAMENTO
Asalynn
Eu acordo assim que o sol nasce e vejo esse homem selvagem ainda
aninhado em mim.
Todas as memórias da noite anterior vêm à minha mente e seus olhos
se abrem lentamente antes que ele me puxe para perto.
Ele beija minha nuca e eu me aproximo rapidamente. Minha
excitação aumenta novamente.
— Quer mais, não é, minha deusa? — Leviathan ri.
— Pode ser? — Eu respondo
— Infelizmente, minha rainha, nós dois temos coisas para fazer hoje,
então que tal tomarmos o café da manhã após o treino?
— Nós? Eu sei que tenho planos de ir às compras com Flora, mas isso
é tudo.
— Na verdade, Zade me disse que Flora teve que remarcar, mas quer
que vocês se encontrem para jantar, então pensei que hoje poderia levá-la
comigo para o treinamento e ver como você se sai.
— Pedi aos meus homens que lhe ensinassem algumas coisas. Nada
muito difícil, apenas o básico. Eu não espero que você precise lutar, mas
como Rainha Luna, você deve saber como fazê-lo.
Minha loba não gostou disso. Eu sinto Cypris ficando com raiva e a
ouço começar a rosnar. Com isso, começo a rir histericamente.
— Noções básicas... Seus homens vão me ensinar algumas coisas?
Posso ser socialmente tímida, Levi, mas estou bem no que se refere à
luta. Isso eu garanto.
Leviathan inclina a cabeça e olha para mim, perplexo.
— Não duvido que você saiba algumas coisas, mas provavelmente não
muito. As mulheres não tendem a lutar, — diz Leviathan, com arrogância
em suas palavras.
— Foda-se, Levi. Não estamos nos velhos tempos, oh poderoso
Ancião.
Ele me encara em completo choque e talvez com um pouco de raiva.
— Eu acho que isso é o máximo que você falou desde que nos
conhecemos. Você parece não ser tão tímida quanto diz, minha querida.
Ah, merda. Eu não queria parecer uma vadia ou exagerar.
Eu não queria dizer isso, mas não me arrependo. Na vida sou tímida e,
embora não goste nem um pouco de violência, sei quais são as minhas
habilidades e não aceito que alguém as questione.
Eu entendo que não é costume as mulheres lutarem, mas eu não me
importo. Foda-se ele por pensar o contrário. Cypris também está puta
agora.
A audácia de quem nos diz que vai nos ensinar alguma coisa. Esse
comentário feminino acendeu um pavio que raramente deixo aparece, e
não há como voltar atrás agora.
— Não gosto de ser confundida com fraca. Estou longe disso, — eu
digo enquanto me levanto da cama e vou até o armário.
— Eu não disse que você era fraca. Mas será que você poderia
realmente se defender contra um dos meus homens?
Ele faz uma pausa e provavelmente está me observando ficar com
raiva e jogar as roupas como uma criança tendo um acesso de ira. Eu nem
me importo.
— O que você está fazendo, Asa?
Eu estou irritada. Eu sei que ele não queria fazer isso, mas não posso
evitar. Não sou como a maioria das lobas e não suportarei ser
considerada como tal.
— Estou me trocando para a vestimenta de treinamento, meu querido,
— eu digo, dizendo as palavras — meu querido — com atrevimento
adicional, imitando seu comentário anterior.
O sorriso de Levi fica malvado e divertido.
— Eu gosto desse seu lado saidinha. Estou ansioso para ver você
sendo nocauteada. — Com essas palavras, visto o resto das minhas
roupas e saio correndo do quarto. Idiota pomposo. Eu vou mostrar a ele.
Posso não ser capaz de enfrentá-lo, mas com certeza vou derrubar
seus homens e dar a ele um puta trabalho para me derrubar.
Leviathan
A raiva de Asa me irritou. Nem meu lobo nem eu aceitamos bem a
atitude dela, mas isso também me excitou.
Nenhuma mulher ou homem jamais falou assim comigo antes. Bem,
somente Zade, mas ele é meu melhor amigo.
Não sei o que disse para irritá-la, mas terei que fazer isso com mais
frequência porque nunca vi aquele fogo nela antes, e que se dane se eu
não gosto disso.
Visto uma calça de corrida e caminho até o campo. Vejo que meus
homens já se reuniram e estão olhando para minha companheira como
filhotes chegando à puberdade.
Eles estão comentando sobre o corpo dela e sussurrando coisas que
certamente os matariam.
Damien não gosta disso, nem eu. Eles a observam como se estivessem
prontos para atacar e fazer o que quisessem com ela.
A maioria dos meus homens nunca a viu e eu ainda não a marquei,
então eles não sabem que ela é minha. Mas eu vou resolver isso.
Soltei um rosnado alto e, com isso, eles desviaram os olhares. Asa me
olha com um olhar irritado que só me faz sorrir por dentro.
Ela só viu o meu lado bom. Mas isso vai mudar. E talvez seja
interessante irritá-la um pouco mais por diversão.
— Homens! Esta é minha companheira, sua nova Rainha Luna!
Eu ouço os sussurros começarem.
— Hoje ela vai treinar com a gente. Não quero que nenhum homem
pegue leve com ela.
Todo mundo me olha em estado de choque. Eu entendo o porquê. Ela
é rainha deles, mas preciso colocá-la em seu lugar por essa atitude que
ela teve comigo.
— Eu sei o que vocês estão pensando, mas nossa rainha deseja
mostrar sua força, então mostraremos a ela a nossa.
Os homens começam a rir. Esses são alguns dos homens mais ferozes
do mundo.
Nenhuma mulher poderia enfrentá-los, mas eu não quero que ela se
machuque muito, então talvez eu apenas mande alguns dos filhotes mais
novos para enfrentá-la.
— Onde está meu melhor e mais novo aprendiz? — Eu grito.
Elias dá um passo à frente. Ele acabou de alcançar a idade de
acasalamento e está treinando há pouco tempo, mas tem demonstrado
boas habilidades e força.
Ele deve derrubá-la com um ou dois golpes rapidamente.
Asa bufa e grita para mim: — Um novo aprendiz? Você está brincando
comigo? Você acha que eu sou tão fraca? — Esse comentário enfurece os
homens. Vejo Elias bater os punhos e comentar alguma coisa com os
homens enquanto caminha até Asa.
- Asa, você é a recém-chegada, então vou deixar você escolher. Peles
ou pelos?
Elias fala arrogantemente, — Rainha Luna, posso sugerir que
escolhamos peles? Seu lobo ficaria mais forte e lhe daria mais vantagem
do que sua forma humana. — Isso parece ter causado um incêndio
florestal de raiva em minha rainha. Ela parece calma o suficiente, mas
posso sentir sua raiva subir a um novo patamar através do nosso vínculo
de acasalamento.
Asa olha para mim com um sorriso malicioso e responde.
— Peles.
O grupo enlouquece de empolgação.
— Ok, peles então. Que comece a batalha! — Em um piscar de olhos,
Asa salta, envolve as pernas em volta do pescoço de Elias e joga seu peso
para trás, jogando-o no chão e prendendo-o ali. Ele está imobilizado.
De onde diabos veio isso?! Ela o imobilizou em menos de cinco
segundos. Meus homens, mesmo os novos, não são fracos.
Não sei como ela poderia ter feito isso. Especialmente na forma
humana.
Asa se levanta e ajuda o filhote a se levantar e o observa voltar para
seu lugar. Se ele estivesse na forma de lobo, o rabo estaria entre as
pernas.
Ela olha para mim com um sorriso arrogante. Ok, minha querida Asa.
Desafio aceito. Ela despertou meu interesse.
— Muito bem. Que tal deixarmos isso um pouco mais difícil. Jose! —
Eu grito e vejo um dos meus homens mais fortes se aproximar.
Ele não é o mais forte, mas é feroz na pele. Ele certamente vai resolver
a questão.
Asa ri novamente. O homem diante dela é 15 centímetros mais alto e
forte como um tanque. Ela é ousada. Sua risada parece ter irritado meu
guerreiro também.
— Comecem! — Eu anuncio.
José avança imediatamente para o primeiro ataque, lançando um
gancho de esquerda. Asa se abaixa e desliza entre suas pernas e o chuta
nas costas, fazendo-o voar para a frente. Mulher inteligente.
José se levanta do chão com mais raiva. Ele corre em direção a ela e
chuta suas pernas, em uma rasteira.
Espero que ela caia, mas essa atrevida usa sua força para dar um salto
mortal para trás, caindo de pé. A multidão está adorando isso.
Asa ameaça um soco e, em vez disso, acerta as costelas, fazendo meu
homem se dobrar. No momento em que ele se curva, ela dá uma joelhada
no rosto dele e ele apaga.
— Sim, arrebenta ele, AsaLynn!
Eu olho para trás para ver quem gritou isso e vejo a Flora muito feliz,
saltitando enquanto segura o braço do meu beta. Isso me faz rir.
— Ei, Rei. Só passamos para ver o que era toda essa bagunça, — diz
Flora.
— Sim, desculpe, cara. Ouvimos através do link da matilha que ela
derrubou Elias tão rápido, e a Flora insistiu para passarmos aqui ao sair.
— Parece que temos uma rainha muito toda, — diz Zade.
Eu rio da maneira casual que Flora fala comigo e respondo: — Sim,
parece que sim, Zade. Parece que nossa rainha sabe um pouco de luta.
Flora começa a rir e eu olho para ela perplexo.
— Você não sabe? Rei, Asa e eu somos da TipToe Tree. O pai dela é o
Alpha Nathan.
— Ela é a guerreira mais forte do bando. Eu a vi derrubar cada
guerreiro com pele e pelo. Ela não brinca.
— Ela foi criada com os homens e treinada com eles durante toda a
vida. — Flora começa a rir.
Entendo... Isso faz muito mais sentido sobre o quão bem ela luta e
porque ela ficou tão brava comigo no quarto quando eu disse a ela que
queria que meus homens lhe ensinassem o básico. Minha companheira é
uma guerreira.
Eu percebo o orgulho que meu lobo sente por saber que ela é forte e
eu também.
— Zeus. Venha!
Todos os homens ficam quietos. Zeus é o guerreiro mais forte, antes
de mim e Zade. Ele é brutal de todas as maneiras possíveis quando se
trata de luta.
Ele tem 135 quilos de músculos puros e quase dois metros de altura.
Asa olha para mim e sorri. — É disso que estou falando!
Eu não posso deixar de sorrir com sua empolgação. Mulher feroz, de
fato.
— Esta batalha será feita em pelos! — Eu exclamo.
Zeus estala os dedos e se transforma instantaneamente, rasgando as
roupas no processo. Asa leva um tempo para se despir e tirar o top e os
shorts esportivos para se transformar em seu glorioso lobo branco.
Eu posso ouvir Damien uivar de excitação. Ele adora que nossa
companheira seja uma lutadora e tão bonita em ambas as formas.
— Comecem!
— É isso aí! — Flora grita como uma ã enlouquecida.
Asa começa a circundar Zeus, calculando-o. Zeus nem pisca. Ele fica
parado olhando para frente.
Asa avança, pulando, e finge que está prestes a atacá-lo de cima, mas
então ela se joga no chão e desliza sob sua barriga.
Zeus antecipa sua estratégia e salta pouco antes dos dentes dela
afundarem em sua barriga. Ele a agarra pela nuca e a joga no campo de
treinamento.
Eu ouço seu lobo chorando quando ela bate no chão duro, mas ela se
levanta, sacudindo a sujeira.
Desta vez, Zeus ataca, agarrando sua perna traseira, mas Asa gira,
puxando a perna dos dentes dele e o sangue espirra no ar enquanto ela
enfia as garras no rosto dele. Uma mordida dessa na perna já teria sido
dolorosa, mas ela puxou a perna com os dentes dele cravados causando
mais danos, como se não fosse nada.
Ela nem está mancando. É como se ela não sentisse dor.
Asa ataca novamente, voando sobre Zeus e agarrando sua orelha com
os dentes e cravando suas garras traseiras em sua lateral.
Isso faz com que Zeus caia, mas ela não desiste. Antes mesmo de ele
atingir o chão, ela está mordendo a perna da frente dele, sacudindo-a
vorazmente, fazendo-o uivar de dor.
Ele consegue tirar a perna da boca dela e a ataca novamente. Ele
acerta mais alguns golpes, marcando o pelo dela de sangue. Asa diminui a
velocidade conseguindo se livrar dos constantes ataques brutais de Zeus.
Agora ela está mancando. Seu lobo está gemendo. O próximo golpe
certamente encerrará a batalha.
Eu a vejo tropeçar e mancar pelo campo. Seu lobo está gemendo de
dor a cada passo desajeitado. Ela dá alguns passos, cai no chão e se
levanta lentamente.
Zeus ataca, avançando para o golpe da vitória, mas Asa salta tão
rápido que é como se ela nem tivesse se ferido.
Ela agarra Zeus pela garganta, jogando-o no chão e imobilizando-o na
grama de costas.
Ela balança a cabeça de um lado para o outro, tentando forçar Zeus a
se render. Ele obedece e fica quieto, virando a cabeça para o lado em uma
demonstração de derrota.
Asa o solta e se transforma de volta para sua pele, e Zeus faz o mesmo.
Ela está coberta de cortes e sangue, mas ela se levanta do chão e sorri.
Zeus ainda está deitado no chão com muita dor.
É
— É por isso, meus meninos, que vocês nunca devem subestimar o
que parece ser fraqueza.
Ela começa a rir e caminha até suas roupas, agarrando-as e jogando-
as por cima do ombro.
— Ela fingiu que tinha um ferimento extenso, — eu digo baixo,
maravilhado. Ela é atrevidinha e sorrateira, não é?
Flora ri como quem sabe do que está falando, e puxa Zade para ir
embora.
Esta mulher tem uma força que deve ser reconhecida. Ela derrotou
um dos meus melhores homens.
Asa vem até mim com um sorriso arrogante e olha sem dizer uma
palavra. Ainda segurando as roupas por cima do ombro, ela passa direto
por mim de volta para a casa da matilha.
Ela faz isso com muita confiança, rebolando exageradamente seus
quadris, fazendo meu lobo uivar.
Esta é uma nova mulher e eu gosto disso.
Capítulo 12
ASSUMINDO O CONTROLE
Asalynn
Deusa, que foi emocionante! Minha adrenalina está tão alta que mal
consigo pensar direito.
A expressão no rosto de Levi quando eu nocauteei seus homens... Eu
disse a ele para não pensar que eu era fraca. Agora ele já sabe.
Eu cansei de ser a tonta tímida que fui durante toda a minha vida. Se
eu vou ser a Rainha Luna, então acho que é hora de começar a agir como
tal.
Meu coração está batendo um milhão de vezes por minuto enquanto
caminho até o chuveiro. Eu nem mesmo coloquei minhas roupas quando
voltei.
Tenho certeza de que isso irritou Levi, mas eu precisava deixar claro.
Eu sou forte. Eu sou poderosa.
Eu tenho uma força considerável e não serei vista como menos que
igual a ele em todos os sentidos possíveis.
Eu me olho no espelho e vejo meu corpo coberto de sangue. Os
cortes, mesmo os profundos, sararam quase todos durante a caminhada
de volta para o nosso quarto.
Os lobos normalmente se curam muito rápido, mas o sangue alfa me
cura ainda mais rápido do que a maioria.
Eu ligo o chuveiro e observo enquanto o sangue seco sai do meu
corpo. Eu passo um pouco de xampu e tento lavar a lama endurecida no
meu cabelo.
Não é uma tarefa fácil, mas finalmente consigo deixar tudo limpo e
saio do chuveiro para me vestir. Eu me pergunto se Levi voltou.
O quarto está quieto e o cheiro dele está fraco desde o início desta
manhã. Bem, ele mencionou o café da manhã após o treino, então acho
que posso encontrá-lo lá embaixo. Mas primeiro...
Pego o pouco da maquiagem que Flora me deu e passo. Depois de
trinta minutos, passei tão bem que dou uma piscadinha arrogante. Muito
bom.
Eu estou bem gostosa. Eu quero que ele babe quando me vir.
Coloco um vestido de verão minúsculo que eu normalmente nunca
usaria, cortesia de Flora, que aparentemente o colocou na minha bolsa.
Aquela mulher trocou noventa por cento das minhas roupas por itens
sacanas alternativos. Mas eu nem consigo ficar brava por isso..
Eu realmente gosto da maneira como este vestido se amolda ao meu
corpo. A barra inferior do vestido tem o comprimento suficiente para
cobrir minha bunda. Isso deve chamar a atenção dele.
Assim que termino, desço até a cozinha para pegar comida, mas Levi
não está lá. — Ei, Charlotte, você viu Levi Leviathan? — Eu falo o apelido
casual que dei para ele e rapidamente o corrijo enquanto falo com a chef
da matilha.
— Não, Rainha Luna, mas acho que ele deve descer logo. O homem
nunca perde uma refeição, — responde Charlotte.
Pego um pouco de aveia e frutas e decido me sentar e ver se ele
aparece.
Quase uma hora se passa e Levi não aparece. Eu decido que vou
acidentalmente encontrá-lo. Ele provavelmente está no escritório.
Subo as escadas e vou até o escritório, mas não vejo Levi em lugar
nenhum.
— Droga, cara! Eu quero mostrar minha roupa! Deixe-me provocar
você! — Eu bufo.
Leviathan
Essa mulher. A chef da matilha se conectou mentalmente comigo e
me disse que ela apareceu no café da manhã procurando por mim.
Eu ia descer, até ouvir os pensamentos de alguns dos membros
masculinos do bando sobre a maneira como ela está vestida.
Ela quer deixar clara uma opinião, mas vai ter que se esforçar para
isso. Eu não vou deixá-la vencer tão facilmente.
Passei a maior parte do dia evitando a casa da matilha, sabendo que
ela está lá e aparentemente assumindo bem seu papel de lua.
Ela tem ajudado novas mães com seus filhotes.
Tenho me mantido ocupado ajudando nas patrulhas nos limites da
matilha, o que raramente faço. Então frequento algumas reuniões de
matilha que tenho evitado nos últimos dias.
Meu lobo, Damien, esteve me incomodando o dia todo tentando me
fazer encontrá-la.
Eu não vou mentir. Especialmente com o vínculo me atraindo e
sentindo a frustração dela, eu quero ir e aliviar a mente dela... e o corpo.
Mas isso não seria tão divertido.
Eu a vejo algumas vezes assim que chego à casa da matilha, mas
descaradamente finjo que não a noto. Ela fica furiosa e eu adoro isso.
Esse maldito vestido que ela está usando me faz usar todo o
autocontrole possível que eu possa reunir. Os homens, e até mesmo
algumas mulheres da matilha, estão babando ao redor dela.
Que se dane se ela não é persistente.
Asalynn
Levi é um idiota. Ele está me ignorando de propósito! Eu vi aquele
idiota tantas vezes hoje e digo que ele está agindo como se não me visse.
Posso sentir um leve movimento de emoções quando ele está perto,
por isso é fácil sentir quando ele me vê. Ele pode ser alfa, mas esta é a
minha vitória, e eu vou vencer. Mesmo que seja pela força!
Ele não vai facilitar para mim, e agora eu consigo perceber.
Flora me envia uma mensagem perguntando sobre o jantar hoje à
noite e me diz que Zade e Levi estão fazendo um treinamento de
emboscadas noturno.
Meu maravilhoso companheiro poderia ter pelo menos me contado. Já
que minha aparente provocação não parece ser suficiente, acho que é
hora de envolver alguém que seja profissional!
— Flora!!!! — Corro até minha melhor amiga e a abraço no jantar.
Flora e eu acabamos nos encontrando em um restaurante popular
que Zade lhe recomendou.
Eles imediatamente nos colocaram nos assentos VIP do telhado.
O restaurante tem uma vista deslumbrante da floresta e aqui em cima
tem algumas mesas, mas felizmente eles tiraram todas as outras pessoas
para que pudéssemos jantar sozinhas.
Eu realmente não preciso que ninguém ouça a nossa conversa.
— Sua vacaaaa, o que você fez? — Flora diz.
— Do que você está falando? — Viro a cabeça enquanto tento
descobrir do que ela está falando.
— Zade me ligou e disse que o rei está deixando o treinamento ainda
mais pesado. Ele está forçando para cacete e parece muito puto. Ele nem
está dando descansos, — explica Flora.
Eu começo a rir.
— Eu acho que meu plano meio que funcionou. Eu sabia que o estava
afetando, — digo com uma pitada de orgulho.
— Garota, do que você está falando?
Um enorme sorriso arrogante surge no meu rosto.
— Depois do que aconteceu no treinamento, me troquei com essa
roupa minúscula e andei pela matilha, tentando chamar a atenção de
Levi e me exibir um pouco.
— Só que esse idiota tem me evitado o dia todo. Eu sabia que o estava
afetando, porque cada vez que ele estava perto, me evitando, eu podia
sentir seu temperamento.
— Oohhhhh, garota. Você é malvada!!!! Eu amo isso! Talvez eu esteja
te passando isso, afinal, — Flora diz tontamente.
Nós duas começamos a rir e eu continuo, um pouco mais séria.
— O único problema agora é que ele está muito controlado. Primeiro,
ele não vai me foder. Então ele me provoca com a boca e com as mãos,
mas ainda não me comeu.
— Então, esta manhã, ele questionou minhas habilidades e agora ele
está me evitando completamente.
— Quero mostrar a ele que não sou um acessório bobo e inocente que
ele possa usar no braço e que sou tão dominante quanto ele.
— Bem, tão dominante quanto eu possa ser, considerando que ele é o
rei alfa. Eu quero que ele me veja como eu sou.
O sorriso que surge no rosto de Flora diz mais que mil palavras.
Ameaça pura e inalterada.
— Entendi. Então, nós sabemos que você é virgem, portanto eu
presumo que você não sabe como chupar um pau, certo?
Cuspo o vinho e meu rosto parece que vai ficar vermelho como uma
beterraba.
— Puta merda, Flora, você está falando sério?! Quer dizer, eu li sobre
isso em livros, mas quero dizer... Hum. Sim. Acho que não tenho muita
experiência nisso, — digo, tropeçando nas palavras.
— Certo, me diga o que você sabe fazer
Oh minha deusa, eu realmente tenho que dizer isso em voz alta!
— Bem, quero dizer, você pega o... coiso — praticamente sussurro a
palavra coiso — coloca na boca e chupa, eu acho. Faz entrar e sair.
— Ok, bem, acho que não está errada, mas é hora de você aprender
uma pequena lição com a Flora!
Deusa me ajude. Vou morrer de vergonha. — Primeiro, você precisa
ser super tímida e sexy ou avançar com determinação quando o segurar
com suas mãos. Ele provavelmente vai jogar a cabeça para trás porque a
sensação é boa.
— Uma vez que ele fizer isso, você está dominando. Você pega aquele
pau e chupa como se sua vida dependesse disso.
— Coloque na boca o máximo que puder. E, em seguida, tente engolir
ainda mais.
Capítulo 13
A ARTE DA SEDUÇÃO
Asalynn
Acordo na manhã seguinte depois de uma longa noite me
embebedando e aprendendo com Flora. Eu me diverti muito. Nunca ri
tanto na minha vida.
Acho que preciso ter mais noites de garotas agora, já que perdi isso
nos últimos 200 anos.
Eu me olho no espelho e, deusa, eu pareço um inferno. Beber não
combina comigo. Lavo o rosto e visto um short e um top curtos.
A blusa empurra meus seios para cima o suficiente para chamar a
atenção, e isso fica incrível. Um belo decote em V com meias mangas que
deixam os ombros à mostra.
Eu consigo. Segundo dia experimentando essa coisa de provocação.
Talvez essa roupa funcione melhor, já que poderia muito bem ser um
traje de banho, considerando o tanto que mostra.
Sinto a confiança renovada. É a minha vez de pegar pesado.
Assim que termino de me preparar para descer para o café da manhã,
posso sentir o cheiro de Levi descendo o corredor.
Eu consigo. Eu consigo. Eu consigo.
Ele vira o corredor e abre a porta do quarto, parando na entrada com
um sorriso malicioso no rosto. Ele acha que venceu. Ele está
completamente errado.
Posso estar sendo fútil, mas isso é muito divertido.
Eu prendo meu cabelo com um coque bagunçado, fazendo o melhor
que posso. Alguns fios ainda estão caindo, incapazes de caber no laço do
cabelo. Certifico-me de que meu pescoço, ainda a ser marcado, esteja
gloriosamente à mostra.
Eu sei que o fato de não ter a sua marca ali e eu ficar andando perto
de outros homens vestida assim provavelmente está deixando seu lobo
infinitamente irritado.
Eu continuo a ignorar sua presença tanto quanto posso. Mantendo
meu rosto erguido o máximo possível, como se eu não me importasse
que ele estivesse lá.
— Bom dia, minha deusa. Você dormiu bem? — Levi diz, soando um
pouco mais hostil do que provavelmente queria parecer.
Eu ignoro totalmente sua pergunta e começo a caminhar até a porta,
passando por ele. Seu braço se encaixa no batente da porta, me
impedindo de passar por ele e eu o ouço rosnar.
— Aonde você vai com esse sutiã assim? — ele rosna.
— É um cropped top, para sua informação, e eu vou aonde eu bem
entender, Rei Alfa.
Isso foi o suficiente. Seus olhos ficam completamente negros.
Eu me abaixei sob seu braço e segui para as escadas o mais rápido que
pude, sem deixá-lo ver através da minha máscara.
Meu deus, o cheiro dele é tão bom, mas se ele quiser me ignorar e não
voltar para casa, vou ignorá-lo. Meu deus, ele é perfeito para mim. Nós
dois somos muito fúteis.
Leviathan
Meu lobo está furioso por dentro e eu estou bem ali com ele. Quem
diabos ela pensa que é para falar assim comigo? Eu realmente a irritei
tanto com meu joguinho?
Você sabe o quê? Eu não me importo se a irritei. Ela não precisa ficar
andando por aí vestida assim pela minha matilha. Esse corpo é meu, para
eu olhar, e é só meu.
Eu sinto o fogo aumentar e eu dou um soco na parede, fazendo um
buraco sob meu punho.
Zade parece perceber minha falta de calma e se aproxima de mim.
— Problemas no paraíso, mano? — ele pergunta.
Eu suspiro derrotado. E deixo minha raiva se esvair.
— Sim. Acho que a irritei mais do que pretendia e agora ela está
agindo como uma louca. Você sabe que sua companheira é a culpada,
certo? — Eu digo, brincando.
— Ah. Sim, minha garota gosta de brincar com fogo, mas, droga, é tão
gostoso. — Zade sorri com um brilho nos olhos.
— O que eu deveria fazer? Estou tentando não ser controlador, mas
você viu o que ela estava vestindo?!
— O ruim é que esses malditos homens não conseguem manter seus
pensamentos para si mesmos. Meu lobo está pronto para um massacre.
Zade olha para mim e ri.
— Deixe ela se acalmar. Tenho certeza de que as coisas estão bem. Se
não estivessem, tenho certeza de que Flora teria dito algo, mas pelo que
parece, elas tiveram uma ótima noite.
— Talvez ela esteja dando uma de durona depois que você a
abandonou ontem.
Eu coço minha nuca. — Sim, talvez. Obrigado, cara.
Asalynn
Oh minha deusa, funcionou muito bem. Eu ouvi um grande estrondo
enquanto descia as escadas. Espero não ter levado isso longe demais.
Bem, mesmo se levei, vou compensá-lo mais tarde esta noite.
Passo a maior parte do meu dia andando pela matilha, ajudando aqui
e ali. Me mantendo ocupada. Eu consigo sentir o temperamento de Levi
irradiando.
É tão difícil não correr até ele e dizer que sinto muito. Não estou
acostumada com essa coisa toda de — Eu sou uma mulher independente
e confiante, — mas, seria uma idiota se desistisse agora. Já fui longe
demais.
Depois do jantar, decido ir até o campo de treinamento e exercitar
minha forma de pele. Já faz muito tempo e eu poderia usá-la.
Depois de algumas horas de corrida, de rolar pneus e outros
treinamentos com pesos aleatórios, decido que é hora de ir embora e
entrar.
Eu realmente deveria ter colocado roupas de ginástica antes de sair,
mas eu não queria correr até Levi ainda. Ao entrar, paro no bar da sala
comunal e pego um pouco de bebida para me dar coragem.
Bebo o uísque e noto cinco ou mais homens me olhando com fome.
Merda. Não queria que isso acontecesse. Aqui estou eu bebendo,
seminua e suada. Eles não tentariam nada, não é?
Eles me encaram, mas, por sorte, nunca se aproximam de mim. Ao
sair da sala, me viro e corro em direção ao que parece ser uma parede de
tijolos. Eu olho para cima e vejo Levi.
Seus olhos estão brilhando com fogo. Merda.
Levi solta um rugido estridente e os homens rapidamente abaixam a
cabeça. Ele agarra meu pulso e me arrasta pela casa até o quarto.
Uma vez lá dentro, ele bate à porta e me bate contra a porta.
— Você tem alguma ideia do que está fazendo comigo, AsaLynn? Você
ao menos sabe o que aqueles homens estavam pensando, vendo você
assim? Eu deveria ter matado eles! — ele ruge.
Vitória. Ele vai se tornar um alfa malvado comigo. Este é o momento
perfeito para terminar este joguinho.
Eu dou a ele um sorriso arrogante, levantando minha sobrancelha e
empurrando-o de volta. Ele mal se move, mas tropeça um pouco,
mostrando que não esperava que eu fizesse isso.
— O grande alfa mau está nervosinho? — Eu digo e vejo seus olhos
piscando entre o preto e o dourado.
Eu enfio meu dedo em seu peito com força, fazendo-o recuar
novamente.
— Você me menospreza. Questiona minhas habilidades. Você sai por
aí agindo como um rei de merda e tem a audácia de me ignorar e me
evitar o dia todo. Você não achou que eu reagiria?
Seus olhos ainda estão com raiva, mas piscam com um certo pesar.
— Você pode ser o rei, mas eu sou sua rainha, e é melhor você
começar a agir como tal! — Eu grito enquanto caminho até ele. Ele
lentamente mantém o ritmo dando um passo para trás.
Ele está com raiva, mas ele está me deixando dizer minhas palavras,
felizmente. Ele tenta abrir a boca para retaliar, mas eu não deixo.
Reúno todas as minhas forças e o empurro para trás, fazendo-o
tropeçar e bater na outra parede ao lado da nossa cama.
Eu o vejo se mover ligeiramente e noto sua ereção começando a
aumentar. Oh minha deusa, isso está excitando ele! Ele gosta da minha
demonstração de força. Deusa, sim! Eu lambo meus lábios enquanto me
aproximo lentamente de seus lábios, certificando-me de que minha
pélvis pressione levemente contra seu membro endurecido. Parando um
pouco antes de nossos lábios se tocarem.
Ele não esperava por isso. Ele rosna com raiva quando tenta me beijar
e eu viro minha cabeça para outro lado. Eu me viro rapidamente e
começo a me afastar, balançando meus quadris para que ele possa ver.
Ele salta e me agarra pela cintura e me levanta. Eu grito de surpresa.
Ele me joga com força na cama e sobe em cima de mim. Me travando.
Ele vai me beijar de novo e eu consigo me contorcer e sair debaixo
dele.
Usando um pouco do meu treinamento de luta, eu rapidamente giro
seu corpo, passo minhas pernas em torno dele e nos viro de forma que
ele agora esteja deitado de costas e eu montada em seu colo.
Seus olhos se arregalam em choque por eu ter a vantagem.
— Que vergonha. Eu disse para você não me subestimar, — eu digo
na minha voz mais sexy.
Eu sinto sua ereção pressionando contra meu sexo.
— O que você pensa que está fazendo, minha rainha? — Levi
pergunta. Suas sobrancelhas se levantam, a excitação claramente
aparecendo.
— Exatamente. Eu sou sua rainha e é hora de você me enxergar como
tal. — Levi tenta alcançar meu rosto e eu pego suas mãos e as coloco na
cama. Um grunhido áspero e excitado sai do fundo de seu peito.
Eu mexo minha bunda um pouco, provocando-o enquanto ela esfrega
nele.
Ok, eu consigo. Apenas mantenha a calma. Eu consigo, eu acho,
tentando me incentivar na minha mente.
Eu faço a cara mais sexy que consigo e solto os braços dele. Ele os
desliza sob a cabeça e seu corpo relaxa.
— Eu sou sua, — eu digo com voz rouca. — E isso... é seu — eu digo
enquanto deslizo minha mão em meu short e me toco.
Seus olhos ficam incrivelmente escuros e ele tenta se sentar. Eu uso
minha mão que está livre e o empurro de volta para baixo. — Não não
não. Você não vai se mover hoje à noite, — eu digo de brincadeira.
— Oh, sério? — ele diz. Seu interesse agora está aguçado.
— Mas isso... — Eu me afasto um pouco e coloco minha mão com
força em sua ereção sob a roupa. — Isso é meu.
Ele solta um leve gemido e empurra seus quadris para cima para
encontrar minha mão, fechando os olhos.
Eu tiro minha mão das minhas dobras lisas e coloco meus dedos
encharcados em seus lábios. Ele os lambe avidamente para limpá-los.
— Não me provoque, deusa, — ele resmunga.
— Quem disse alguma coisa sobre provocação?
Com essas palavras, eu puxo sua calça estourando o botão. Eu
escorrego minha mão para dentro da calça e da cueca e agarro seu pau
enorme. E puxo-o para fora. Ele pula pra fora e ouço seu gemido de novo,
me dando confiança para continuar.
Eu deslizo para baixo em seu corpo e coloco a ponta de seu mastro na
minha boca. Lambendo. Provocando. Sentindo-o pulsar com o que estou
fazendo.
— Puta que pariu, — ele geme
Eu deslizo seu pau lentamente, mais fundo em minha boca até que eu
o sinto alcançar o fundo da minha garganta, mas não engasgo.
Oh, isso vai ser divertido. Acho que não tenho reflexo de vômito.
Ele desliza para dentro em minha garganta enquanto eu levanto
minha cabeça para trás e o empurro de volta o mais fundo que posso.
Ficando mais rápido e sugando com mais força.
Eu levanto os olhos para ver a reação dele e ele está olhando para
mim em êxtase.
Oh, isso vai ser divertido. Acho que não tenho reflexo de vômito.
Ele desliza para dentro em minha garganta enquanto eu levanto
minha cabeça para trás e o empurro de volta o mais fundo que posso.
Ficando mais rápido e sugando com mais força.
Eu levanto os olhos para ver a reação dele e ele está olhando para
mim em êxtase.
— Você gosta de sentir meu pau em sua boca, não é, minha deusa? —
ele pergunta entre as respirações.
Seu jeito sujo de falar comigo está ensopando minha calcinha. Eu só
sinto vontade de subir e montar esse homem, mas ainda não posso.
Ele fareja o ar e rosna novamente. Cheirando minha excitação. Sua
mão vem para a parte de trás da minha cabeça e agarra meu cabelo com
força.
Ele empurra minha cabeça com força, me fazendo engolir seu corpo
inteiro.
Ele puxa minha cabeça para cima e para baixo com muita força,
repetidamente. Eu não consigo deixar de gemer chupando seu pau.
A vibração do meu gemido faz seu membro latejar. Ele continua a
foder minha boca com seu pau e puxa minha cabeça para trás, fazendo-o
da minha boca.
— Diga, minha rainha. Diga-me que você adora meu pau na sua boca.
— Este não é mais o Levi. É o Damien. Ele emergiu.
— Sim, meu rei. Eu amo chupar seu pau enorme, — eu respondo com
voz rouca.
Ele solta um rosnado animalesco com as minhas palavras e joga a
cabeça para trás, afrouxando o aperto no meu cabelo.
Em vez de voltar a chupar o pau, abaixo minha cabeça, colocando
suas bolas em minha boca. Lambendo-as. Massageando-a s. Provocando-
as.
— Caralho, que delícia, minha deusa. Sua boca é incrível.
Eu uso minha mão para masturbá-lo enquanto minha boca continua
sua exploração. Seus gemidos saem mais ásperos a cada momento que
passa, e eu bombeio minha mão mais rápido.
Ele está empurrando seus quadris no ritmo dos meus movimentos.
— Asa. — Ele geme meu nome, causando arrepios pelo meu corpo.
Meus próprios sucos estão escorrendo pelas minhas coxas.
Eu troco minhas mãos e volto a chupar seu pau e massagear suas
bolas com minhas mãos. Ele agarra meu cabelo com mais força, me
movimentando para cima e para baixo descontroladamente.
Eu posso sentir que ele está prestes a gozar. Seu pênis está tão
inchado e latejante. Suas bolas começam a apertar em minhas mãos.
Com um último impulso na minha garganta, eu sinto seu líquido
espesso encher minha boca. Jorra tanto que fica difícil engolir tudo.
Um pouco sai da minha boca e escorre, caindo nos meus seios
ofegantes.
Ele desliza seu pau para fora da minha boca e me puxa para olhar nos
meus olhos.
— Eu sinto muito por fazer você se sentir menosprezada. Você é mais
do que eu jamais sonhei que fosse em todos os aspectos, Asa. Ele me beija
suavemente.
Eu sorrio de volta para ele.
— Então eu ganhei? — Eu rio.
— Sim, você ganhou. — Ele não conteve o riso em suas palavras.
ELI me aconchego em seus braços e ficamos lá até que ambos caímos
no sono.
Capítulo 14
CALOR
Asalynn
Acordar envolta nos braços de Levi é incrível. Acho que dormi melhor
ontem à noite do que antes. A noite passada foi fortalecedora e me sinto
uma nova mulher.
Pronta para enfrentar o mundo.
— Nós temos que nos levantar? Não podemos simplesmente ficar na
cama o dia todo? — Eu digo, piscando para Levi.
— Já é meio-dia, e eu gostaria que pudéssemos ficar, mas você sabe
que nós dois temos agendas lotadas hoje, minha deusa, — ele responde
Hoje vou treinar os guerreiros da matilha com minhas técnicas. Agora
que Levi sabe que eu sei mais coisas, ele quer que eu ensine seus homens
também.
Infelizmente, ele estará ocupado com algum tipo de reunião. Como
lua, eu deveria estar lá, mas não sou oficialmente a Rainha Luna até a
cerimônia da próxima semana.
Levi dá um beijo na minha testa e nós dois nos levantamos e nos
preparamos para nossos respectivos deveres.
Eu desço para o campo de treinamento, onde todos se reuniram. Para
minha surpresa, já vejo a Flora lá, em toda a sua glória.
— Você não achou que ia se divertir sozinha hoje, não é? — Ela pisca.
Acho que ela grudou no Zade, já que ele deveria ser o único me
ajudando hoje. Mas isso vai ser muito melhor agora.
— Ok, senhoras, a rainha e eu vamos mostrar a vocês algumas coisas
da matilha TipToe, — Flora grita.
Eu olho para Zade e balanço minha cabeça. Ele apenas ri. — Boa
sorte, Rainha.
Uma hora depois de Flora e eu lutarmos, os homens agora se separam
em dois grupos. Equipe Rainha e Equipe Flora. A visão é hilária.
Cada grupo está cantando e falando uns dos outros. Tenho certeza de
que vi algumas apostas também.
Nós começamos a rolar, ou como um dos homens da matilha diz, —
Fazendo nossa coisa de ninja.
Claro que acabo prendendo Flora, mas não até terminarmos a
batalha.
Combinamos de antemão que faríamos mais como uma
demonstração para que os guerreiros pudessem ver diferentes tipos de
habilidades e para que fosse divertido.
Zade fala para os homens formarem pares em grupos para praticar
algumas técnicas que Flora e eu acabamos de demonstrar, e eles
obedecem.
Eu ainda vejo alguns fixando os olhos em mim e é um pouco
assustador a maneira como eles estão olhando. Eu deixo pra lá e caminho
até meus amigos.
— Oh minha deusa, isso foi muito divertido! — Flora diz saltitando.
Limpo o suor do rosto e do peito com uma toalha e pego um pouco
de água. Por que está tão quente hoje? Normalmente é tão quente em
novembro na Austrália?
Zade me lança um olhar engraçado e eu o vejo balançar a cabeça
como se estivesse tentando esquecer algo.
Flora parece completamente alheia ao movimento dele e continua
falando sobre diversas coisas. Essa é a Flora.
Cara, esse calor é muito ruim.
— Ei, vou sentar um pouco, ok, rapazes? Vocês podem assumir por
um tempo? — Eu pergunto a Zade e Flora.
Os dois me olham preocupados e perguntam se estou me sentindo
bem. Garanto a eles que estou bem, apenas um pouco cansada, e me
encosto em uma árvore para que ainda possa assistir.
Pego a toalha e começo a me abanar. Como literalmente ninguém
mais está suando? Eu sinto que estou queimando de dentro para fora!
Porra.
O treinamento continua, e eu vejo Flora e Zade fixando posições e
demonstrando repetidas vezes.
Fecho os olhos por um momento, esperando que isso me ajude a
relaxar um pouco mais e aliviar essa queimação, que agora está tomando
conta do meu corpo.
De repente, sinto uma respiração quente e desconfortável no pescoço.
Antes que eu abra meus olhos, percebo Flora assumir a forma de lobo
e atacar algo, me derrubando ao mesmo tempo.
Eu pulo, assustada, e vejo Flora prendendo um homem, rosnando
com os dentes em volta do pescoço dele. Zade corre e agarra o cara e diz
a Flora para sair. Ela sai.
— Que porra foi essa, cara?!
— Você não avança nas garotas e começa a babar nelas, seu
pervertido! Você sabe que ela é a porra da rainha, certo?! — Flora grita,
chutando o cara na canela.
O homem começa a babar como um animal raivoso e tenta se livrar
das garras de Zade. É como se ele nem tivesse ouvido Flora falando. Ele
está olhando diretamente para mim.
Ouço grunhidos vindos da direção dos aprendizes e vejo cada um dos
homens me olhando como se estivessem me perseguindo.
Eles começam a se dirigir lentamente em minha direção, como se eu
fosse sua presa.
Zade funga novamente, e seus olhos ficam vidrados. Seus olhos agora
ficam variando como se ele estivesse lutando pelo controle.
Eu me levanto e corro mais rápido, olhando para trás e vendo uma
horda de homens de aparência selvagem avançando.
Chegamos à casa da matilha, e ela fecha a porta atrás de nós e suas
mãos balançam no ar, como se ela estivesse escrevendo algo.
— Encantamento. Sou uma bruxa, lembra? E apenas um feitiço para
impedir que alguém entre na casa. Suba agora, — decreta Flora.
Oh sim, esqueci que ela era uma bruxa. Ela me empurra em direção à
escada e continua.
Assim que chego ao meu quarto, desabo no chão. Eu mal consigo
respirar. Meu peito está queimando. Deito-me no chão ofegante e
começo a tirar meu equipamento de treinamento.
Eu me levanto e vou para a banheira, esperando conseguir lavar o
medo e a repulsa que sinto.
Assim que entro na água, minhas emoções assumem o controle e
começo a chorar. Isso se transforma em soluços selvagens.
O que aconteceu? Por que eles estavam tentando me atacar? Por que Zade
tentou? Nada faz sentido.
Ouço a porta abrir e fechar e olho para a entrada com medo, mas
Flora entra no banheiro. Ela também parece assustada.
— O que? Não. Não tem como. Isso só acontece em uma lua de
sangue, — eu protesto, e com essas palavras, eu sinto uma nova labareda
de fogo explodir dentro de mim, me fazendo gritar de dor.
Flora pega uma esponja e começa a colocar água fria na minha pele
para aliviar a dor, mas não adianta.
— Não era para acontecer, bebê, mas você está no cio. Sinto o cheiro e
seu corpo está queimando. Deve ser por isso que os caras
enlouqueceram.
— Mas por que Zade? Ele está acasalado. A maioria dos guerreiros
está acasalada. Eles não deveriam mais ser afetados pelo cio de uma
mulher, — eu digo, com dor, lutando para colocar meus pensamentos
para fora.
— Asa, eu não sei por que, mas você é uma loba não acasalada e você
está no cio. Nada disso faz sentido, mas está acontecendo. Eles não
conseguem passar pela barreira, no entanto.
— Eu coloquei outra no seu quarto, que só Levi será capaz de passar.

A menção de seu nome me faz contorcer de dor. Minha carne agora


parece que está derretendo. Eu grito, meu corpo treme, e Flora cai no
chão, segurando as orelhas.
— Que porra foi essa?! — Flora diz, recuando, parecendo que eu a
machuquei. Mas eu não fiz nada.
Eu balanço para frente e para trás na água. — Onde está Levi!
Flora mantém distância desta vez e fala devagar e com cuidado. Seus
olhos ficam turvos, e eu sei que ela está se conectando com a mente de
alguém.
— Ele está entrando agora. Ele pode te ajudar. Eu... eu preciso ir. —
Dá pra ver o medo em seus olhos enquanto sai do banheiro.
Eu ouço a porta do quarto abrir. Ela começa a falar com Levi.
Eu saio da banheira, rastejando em minhas mãos e meus joelhos e vou
para o chuveiro. Ligando a água fria no máximo, fico na posição fetal,
deixando a água cair sobre mim.
Eu começo a chorar de novo, sentindo a intensidade do que está
queimando.
Outra onda mais intensa passa sobre mim, e eu abro minha boca para
gritar, mas antes de fazer isso, sinto Levi me agarrar e me envolver em
seus braços. Me embalando.
— Estou aqui, minha deusa. Estou aqui. Tudo bem. Vou te ajudar.
Estou aqui. Apenas relaxe, — ele fala várias vezes.
Seu toque parece aliviar a dor a um nível suportável. Começo a chorar
de novo e sinto seus lábios na minha nuca.
Desta vez, com uma nova onda de calor, sinto uma necessidade carnal
me atingir. Eu me viro e ataco Levi, prendendo-o no chão do chuveiro.
Esta não sou eu, mas minha loba. Ela assumiu quase todo o controle.
Levi olha para mim, com preocupação em seu rosto. Ele tenta se
mover, mas eu não permito. Retomo o controle e me olho no reflexo do
vidro.
Como eu consegui segurá-lo?
— Você está no cio, mas não precisa fazer isso se não estiver pronta.
Eu posso te abraçar e aliviar a dor até que passe. Não vou sair do seu lado,
Asa, prometo. Eu estou bem aqui.
Levi parece que está lutando contra sua própria vontade de me
possuir. Tudo isso me faz desejá-lo ainda mais. Eu não consigo me
controlar.
A próxima coisa que me dou conta é da minha boca sobre a dele com
muito desejo e ferocidade. Minhas mãos arrancam sua camisa, fazendo
com que os botões de sua camisa pulem no chão do chuveiro.
Eu preciso disso. Eu desejo isso. Não apenas para conter o calor me
queimando viva, mas para mim mesma. Eu desejava isso desde a primeira
noite, quando ele praticamente me negou.
Eu me apaixonei por este homem e devo possui-lo inteiro.
— Eu quero isso, Levi. Eu realmente quero isso. Aqui mesmo. Agora,
— eu digo sem fôlego.
Eu me afasto dele, ainda montando em suas pernas, e rasgo minha
camisa. Eu me atrapalho tentando desatar seu cinto. Levi agarra minhas
mãos e me para.
— Estou tentando muito me controlar, Asa. Você não está facilitando
as coisas para mim. Você precisa ir devagar. — Seu tom é obscuro e cheio
de luxúria.
Eu dou um tapa no rosto dele sem perceber. — Pare de se controlar e
me foda!
Capítulo 15
A MARCA
Leviathan
No momento em que ela bateu no meu rosto, eu perdi o controle. Eu
sou bem conhecido por ter muito autocontrole, mas perdi tudo naquele
momento. É como se algo tivesse me dominado.
Eu me levanto rapidamente, jogando Asa contra a parede do
chuveiro.
— Sim, Levi. Mostre-me quem é o alfa. — A voz nem mesmo soa
como a dela. É primitivo e controlador. Eu não consigo me controlar.
Eu aperto minha boca na dela e devoro seus lábios. Mordendo-os.
Sugando-os. Invadindo a boca dela com a minha língua e assumindo o
controle. A língua dela luta pelo controle.
Eu a pego e ela envolve suas pernas em volta da minha cintura
enquanto eu caminho até o quarto e a jogo na cama. Eu me curvo e
arranco o short dela. Sua excitação entorpece meu cérebro. Eu afasto
suas pernas e mergulho, lambendo cada gota de seu líquido quente.
Asa geme gostando, e eu começo a mordiscar seu clitóris e deslizo
minha língua em sua entrada totalmente preparada.
Sua mão percorre o caminho até o meu cabelo e ela me puxa para
longe do meu banquete, até encontrar sua boca. Ela me vira de costas
como se eu fosse uma pena.
Nunca vi tanta força antes em minha existência. Não posso nem
tentar lutar. Meu corpo não me deixa.
— Eu preciso de você agora! — ela rosna.
Ela arranca minhas calças e sobe novamente por cima. Sua beleza é
irradiante e esse domínio é completamente diferente do que vi e senti
ontem à noite.
Há mais poder por trás disso. É como se um lado dela, anteriormente
enjaulado, tivesse escapado.
Ela sobe em cima de mim e coloca meu membro endurecido em sua
entrada.
— Vá devagar, Asa. Isso vai ser doloroso. — É como se ela nem ouvisse
minhas palavras enquanto mergulhava meu pau dentro dela. Sua cabeça
voa para trás e ela geme meu nome.
Ela faz uma pausa e alarga sua entrada para o meu pau.
Acostumando-se com a sensação.
Sua cabeça baixa e ela abre os olhos. Todo o violeta agora se foi. Seus
olhos agora estão com um azul brilhante; eles quase parecem brancos.
Eles estão cheios de desejo selvagem e sinto o cheiro de que algo nela
está se transformando. Ela ainda está lá, mas está diferente.
Ela começa a mover os quadris, montando em mim. Enfiando mais
profundamente dentro dela, dolorosamente lento. Seus gemidos não
mostram dor, apenas um ritmo de êxtase.
Nesse instante, eu a viro de novo e começo a provocar seu pescoço
com minha língua. E continuo empurrando dentro dela no mesmo ritmo
de antes. Lentamente, começo a adicionar velocidade.
— Mais forte, Levi! Eu te quero. Mais! — Ela geme.
Como um louco, mergulho mais fundo nela. Seu interior me aperta
com tanta força. Eu ataco o corpo dela com o meu. Devastando-a. Eu
continuo a comê-la.
— Marque-a agora!
Meus caninos se estendem e eu os passo sobre seu pescoço, perto do
ombro, onde vou marcá-la. Certifico-me de que ela sabe o que estou
prestes a fazer.
— Faça. — Ela geme, ainda movendo seus quadris para encontrar os
meus.
Asalynn
Sinto suas presas entrarem em meu pescoço e o poder é avassalador.
Eu posso sentir seu corpo crescer e o vínculo se formar entre nós dois.
Sou atingida por uma torrente de emoções que não são minhas. Em
um piscar de olhos elas param, mas o zumbido da energia continua.
Eu me sinto mais poderosa e mais forte do que nunca, o vínculo de
acasalamento passando pelo meu ser. Conectando-me ao meu
companheiro por toda a eternidade.
Ele remove suas presas e continua a bombear para dentro e para fora
de mim. Atingindo um ponto profundo dentro de mim várias vezes
enquanto sinto meu próprio orgasmo chegando.
Eu me curvo para ele, e meus dentes afundam nele.

Com a minha marca, o vínculo se completa e meu corpo explode em


um orgasmo de estilhaçar a terra.
Tremendo sob seu peso, eu o sinto explodir dentro de mim, me
enchendo com seu suco. Revestindo cada centímetro dentro de mim. Me
preenchendo.
Depois que sentimos a onda do orgasmo, Levi lentamente sai de cima
de mim e se move para o meu lado, me abraçando. Todos os vestígios do
meu cio foram eliminados.
Com a minha marca, o vínculo se completa e meu corpo explode em
um orgasmo de estilhaçar a terra.
Tremendo sob seu peso, eu o sinto explodir dentro de mim, me
enchendo com seu suco. Revestindo cada centímetro dentro de mim. Me
preenchendo.
Depois que sentimos a onda do orgasmo, Levi lentamente sai de cima
de mim e se move para o meu lado, me abraçando. Todos os vestígios do
meu cio foram eliminados.
Ele olha nos meus olhos e fala.
— Seus olhos. Eles mudaram de volta.
Confusa, eu respondo: — O que você quer dizer? Meu lobo não
assumiu o controle. Eu teria sentido isso.
— Não, minha deusa, seus olhos ficaram azuis penetrantes e
brilharam.
— Azul? Brilharam? Do que você está falando, Levi?
Não entendo. Meus olhos são violetas. Quer dizer, eu sei que eles são
diferentes, mas nunca conheci ninguém com olhos azuis.
Definitivamente, nunca ouvi falar nos olhos de alguém brilhando.
Flora tem olhos verdes com flocos dourados, mas ela é uma bruxa.
Talvez ela saiba algo sobre o que ele está falando.
Ficamos assim pelo resto do dia.
Conto a ele sobre meu pai e minha matilha. Um pouco da minha
história, que ele conhecia um pouco pela experiência anterior com meu
pai antes de eu nascer.
Ele me disse que nunca conheceu minha mãe e me contou sobre sua
vida antes de ser transformado. Nós apenas ficamos jogando conversa
fora até tarde, depois que o sol se pôs.
Nós começamos a cair no sono quando a porta se abriu, fazendo Levi
pular em uma posição de combate. Eu não posso deixar de rir com o que
vejo.
— São 00: 01 Feliz aniversário, Asa!!!!! — Flora diz, segurando um
bolinho com uma vela nele. Zade está parado ao lado dela, com cara de
culpado.
— Me desculpe, cara. Eu tento controlá-la, — Zade diz com um
sorriso no rosto e uma mão esfregando na nuca.
— É seu aniversário? — Levi me olha com uma sobrancelha
levantada.
— Sim. O grande dois-zero-zero.
— Sobre esse assunto. Eu conversei com minha mãe. Ela acredita que
é por isso que você entrou no cio. Se ele não marcasse você até o seu
aniversário, o vínculo teria se rompido, — diz Flora com indiferença.
Meus olhos saltam. — Bem, acho que escapei dessa.
— Ei, os caras lá fora da casa da matilha pararam de tentar arrombar a
porta, enttããão, ele fodeu com você? Oooouuu, talvez você tenha
transado com ele?
Flora ri enquanto movimenta as sobrancelhas para cima e para baixo.
— Então está tudo certo.
O rosto de Zade fica vermelho. O pobre rapaz vai passar por uns maus
bocados com ela.
— Menina, deixe-me ver sua marca!!!! Tudo o que consegui foi uma
lua, como de costume, mas você é uma alfa. E você foi marcada pelo Sr.
Macho aqui, então a sua marca tem que ser incrível!
Eu honestamente esqueci dessa parte. Os lobos normais recebem
uma marca lunar única. É semelhante a uma tatuagem preta. Se você
acasalar com um alfa, obterá algum tipo de marca fodona que varia em
estilo, forma, símbolo e significado. É uma maneira da Deusa da Lua lhe
mostrar o seu destino.
Eu olho para o pescoço de Levi e vejo a dele. É de dois lobos sob uma
coroa. É linda e ocupa todo o seu ombro.
Curiosamente, nem tudo é preto. Um dos lobos é azul.
Flora olha a marca dele e fica confusa.
— Por que sua marca é metade azul? As marcas da Deusa da Lua
deveriam ser negras como a noite, representando a escuridão quando a
lua nasce.
Levi vai até um espelho e a toca suavemente. Parece que ele sente
medo de que desapareça.
Ele olha para a marca e vira a cabeça. — Isso não faz nenhum sentido.
Eu entendi o significado, mas por que tem cor? — Ele se aproxima de
mim e tira meu cabelo comprido do pescoço e olha para a marca. Flora
engasga junto com Zade.
— Oh meu Deus! Asa, sua marca!
O olhar deles me assusta e corro para olhar para a minha marca. Fico
sem reação. Eu não posso acreditar no que vejo.
Minha marca não é apenas uma marca, mas ocupa todo o meu
ombro, parte das minhas costas, indo até o cotovelo. Como não
percebemos isso?
Quer dizer, eu sei que tenho cabelo muito comprido e que eu estava
debaixo dos cobertores, mas é enorme pra caralho.
Após uma inspeção mais aprofundada, vejo a imagem. E um grande
lobo azul parado diante do mar. Atrás dele está uma floresta de lobos
azuis e pretos.
— O que isto significa? — Eu olho para Flora e Levi.
— Hum, eu não sei, mas eu estou impressionada! Ela é linda! — Flora
dá um tapa em Zade. — Por que a minha não é tão fodona!
Zade ri e beija sua testa. — Porque qualquer coisa a mais teria deixado
você bonita demais para andar nesta terra.
Meu coração se derrete com essas palavras e eu lanço um olhar
mortal de brincadeira para Levi. Ele ri e dá um tapa em Zade.
— Ok, bem, feliz aniversário. Vou deixar você voltar a montar nele. —
Ela pisca, põe o bolo na mesa e começa a sair.
— Ah, e vou ligar para minha mãe e ver o que ela diz sobre as marcas
de vocês. Mais tarde, sua vaca!
Não posso evitar de sorrir. Essa mulher é uma das melhores coisas
que já aconteceu na minha vida. Estou tão feliz por ter ficado ao lado dela
naquela viagem de ônibus.
A porta se fecha e Levi olha para mim. Seus olhos escurecem
novamente. Instantaneamente, estou molhada e pronta. Sou completa e
totalmente dele.
Capítulo 16
JULIA
Leviathan
Depois da visita surpresa de Flora e Zade na noite passada, fiz questão
de abusar do corpo de Asa repetidamente. Eu não conseguia me sentir
satisfeito. Nós nos movemos em sincronia a noite toda.
A Deusa da Lua certamente a criou perfeita para mim em todos os
sentidos.
Infelizmente, esta manhã tive que sair bem cedo para lidar com uma
reunião de emergência no outro lado do país.
São apenas algumas horas de voo, mas eu não queria que Asa viesse.
Tem tantas coisas que ela está tentando descobrir agora que
concordamos que ela e Flora deveriam ficar e fazer algumas pesquisas
enquanto Zade e eu lidamos com essa questão.
Essa viagem será de apenas um dia e estarei de volta pela manhã.
Asa não gostou da ideia de eu ficar o dia inteiro longe, mas no final
chegamos a um acordo, e Flora vai mantê-la ocupada, não tenho dúvidas.
Tenho muita sorte que a amiga dela fez par com meu beta. Elas
podem se manter ocupadas em nossa ausência.
Estar tão longe me deixa no limite. Meu lobo não gosta da distância,
agora que a cerimônia de acasalamento foi concluída. Eu não tenho
escolha, entretanto. As coisas parecem ter piorado na minha ausência
nos últimos dias, e isso precisa ser resolvido.
Assim que chegarmos na matilha do deserto, vamos até a sala de
reuniões da casa da matilha e vejo os outros alfas e betas já sentados
esperando por mim.
Eu me sento, dando o sinal verde para o início da reunião.
— Boa noite, senhores. Vocês me chamaram para uma reunião de
emergência. O que está acontecendo? — Eu digo com minha voz alfa
intensificada — Em primeiro lugar, Rei Alfa, estamos honrados por você
estar aqui. Durante a última semana, recebemos notícias de quatro
matilhas inteiras sendo dizimadas em várias áreas do planeta.
— A mais recente foi na Turquia. Tentamos resolver isso sozinhos,
mas este lobo é um fantasma. Ele não deixa rastros. Mesmo nossos
melhores rastreadores não conseguem localizá-lo.
— Ele apenas deixa uma bagunça sangrenta para trás, — afirma o alfa
da matilha da montanha.
Isso me deixa irritado. Quem ousaria tentar subverter a ordem e fazer
uma coisa dessas?
Minha voz fica sombria em advertência e explode. — Por que não fui
informado antes?! ’1
— Alteza, com a notícia de que você encontrou sua companheira
predestinada, pensamos que seria melhor deixá-lo ter um tempo com ela
e tentar lidar com isso nós mesmos. — Sua voz transmite medo.
— E você acha que isso deu certo?! Eu não me importo com o motivo.
Você deveria ter vindo até mim no momento em que a segunda matilha
foi destruída sem motivo!
— Sentimos muito, Alteza. O que você quer que façamos agora? — A
voz do homem treme.
— Precisamos entrar em contato com a Anciã mercenária, — eu
ordeno. — Pelo que parece, ela pode ser a única que poderá resolver essa
bagunça!
No momento em que essas palavras saem da minha boca, a porta da
sala de reuniões se abre. Todos os olhos se voltam para ver quem ousaria
interromper nosso encontro.
Diante de mim aparece uma mulher com mais de um metro e oitenta.
Cabelo preto comprido e liso. Tatuagens cobrindo seus braços e pescoço.
Ela é feroz e seus olhos são divertidos, mas implacáveis.
— Liddia. Estávamos falando de você. — Eu sorrio
A bela Anciã dá a volta e se senta em um canto.
— Achei que minhas orelhas estivessem queimando, — ela brinca. —
Rei, temos um pequeno dilema. — A voz dela fica séria.
— Sim, esses bons homens me informaram. Precisaremos dos seus
serviços para... — Minhas palavras são interrompidas.
— Eu já sei quem está fazendo isso.
Todos os olhos estão em Liddia agora.
— Leviathan... — Ela faz uma pausa. — Marcus está de volta.
Engasgos são ouvidos em toda a sala.
— Ele não é visto há mais de 8. 000 anos. Por que ele apareceria
agora, e por que ele faria isso?
O mais novo alfa da matilha olha para Liddia confuso.
— Perdoe minha ignorância, mas quem é Marcus?
Minha voz sai áspera e implacável. Meu lobo não está feliz.
— Marcus é o segundo antigo Ancião que foi criado. Ele encontrou
sua companheira logo depois de ter sido feito e estava quieto desde
então.
Uma agulha poderia ser ouvida se caísse nesta sala, de tão silenciosa.
Liddia se levanta. — Correção, se me permitem. Sua companheira
morreu recentemente. Ninguém sabe o que aconteceu com ela, mas
pelos rumores que surgiram, ela morreu no parto.
— Nem ela nem a criança sobreviveram. — Sua voz se suaviza.
— Então, ele está com a enfermidade do acasalamento?
A enfermidade do acasalamento ocorre com um lobo que perde sua
companheira. Normalmente eles enlouquecem e seus lobos assumem,
massacrando tudo em seu caminho. Em breve, se eles não encontrarem
uma companheira em uma segunda chance ou se não forem mortos
primeiro, o lobo adoece e eles morrem.
Ele é um Ancião, no entanto. Não podemos morrer por vias normais.
É por isso que, uma vez que acasalamos, a companheira também se torna
imortal.
— Parece que é isso, Leviathan. — Liddia suspira.
Asalynn
Encontro Flora na grande biblioteca para tentar descobrir o
significado por trás de minha marca e da cor.
Estamos aqui há horas e nem chegamos perto de descobrir nada.
— Talvez eu deva contatar minha mãe agora? Talvez ela saiba o que
dizer, — afirma Flora.
— Por que você não fez isso logo no início? Além disso, como sua mãe
sabe tanto sobre, bem, tudo? — Eu pergunto.
— Ela é... hum, uma velha bruxa, então ela sabe um monte de coisas,
eu acho. — O tom de Flora me faz sentir como se ela estivesse
escondendo algo.
As bruxas são muito sábias, mas até elas têm seus limites. Pela
maneira como Flora fala de sua mãe, ela parece muito qualificada.
No entanto, eu acho que realmente não deveria questionar. Se ela
pode me dar respostas, então acho que o resto realmente não importa.
— Ok, vamos ligar para ela então e ver o que você consegue descobrir.
Flora dispara a rir. — Quando eu digo velha, quero dizer, tipo, muito
velha! Ela não usa telefones.
— Então, como vamos entrar em contato com ela? — Eu pergunto,
confusa.
— Da maneira antiga.
— Então, vamos escrever uma carta?
— Garota, você é engraçada. Não. Tenho que realizar uma espécie de
ritual para vê-la. Eu volto já!
Flora sai da biblioteca e volta um pouco depois com os braços cheios
de ervas e velas.
— Ok, isso vai demorar apenas um segundo, então não tire sua
calcinha até que eu termine.
Eu nem respondo. Eu apenas observo enquanto ela mistura e tritura
ervas e coloca as velas no chão em um triângulo e as acende.
Ela coloca a tigela de ervas no centro e a acende também.
— Ok, gata, sente-se no ponto mais alto e eu ficarei aqui no meio.
Feche os olhos e concentre-se na respiração, — instrui Flora. Eu obedeço
e sento onde me mandaram. Flora pega a tigela de ervas acesas e começa
a recitar algo que não entendo.
Eu fecho meus olhos e começo a contar minhas respirações.
Concentrando-me neste momento.
Tudo escurece.
Quando abro os olhos, estou em uma cabana caseira. Vejo ervas e
especiarias nas prateleiras. Líquidos em frascos com rótulos em língua
estrangeira.
O lugar cheira a sálvia. No canto mais afastado da sala, vejo uma
mulher sentada ao lado do fogo.
Flora pega na minha mão e meu corpo se acalma.
— Mãe? — Flora diz.
A mulher se levanta do lugar, sorri e se aproxima de nós.
— Sentiu minha falta tão cedo, querida? Acabei de falar com você, —
diz a mãe de Flora.
Ela parece pacífica. Ela me lembra uma figura materna para quem
você pode derramar todas as suas preocupações.
Ela parece um pouco mais velha do que nós, no entanto. Quando
Flora disse velha eu esperava uma velha bruxa enrugada.
— Eu não sou uma bruxa, criança. — Suas palavras me assustam.
— Você está no meu domínio, criança. — Sua voz é tão firme e sábia.
— Sim, bem, deixa pra lá.. Esta é minha amiga, Asa, aquela de quem
lhe falei. Ela se acasalou com aquele rei antigo. Na verdade, viemos até
você em busca de sua sabedoria, mãe.
Flora se joga em um sofá de aparência antiga e põe os pés em cima da
mesa, derramando alguma coisa.
— Eu não te ensinei nada? Boa deusa, Flora! — Sua mãe vai até Flora
e dá um tapa na cabeça dela.
Flora tira os pés de cima da mesa e esfrega a cabeça onde a mãe bateu
nela. Eu não consigo conter minha risada.
A mãe dela olha para mim. — Eu sou Julia, criança. Quem é você e o
que você precisa de mim?
— Eu sou AsaLynn. Eu queria falar com você sobre a minha marca de
acasalamento.
— Ah. Entendo. E qual é o seu nome de nascimento? — — Ummm.
AsaLynn?
Flora ri. — Mãe, você não pergunta dessa forma. Você pergunta, qual
é o seu sobrenome?
Os olhos de Julia lançam um olhar de advertência para Flora.
— O que? Não somos velhinhas como você. Você realmente precisa
entrar neste século, mãe, — brinca Flora.
— Bem, é Demitri, — eu me atrapalho.
Os olhos de Julia piscam com uma emoção que não consigo
compreender.
— Quem é sua mãe, AsaLynn?
— Lilliana Alga? — Eu digo, questionando seu raciocínio.
— Alga... — Ela hesita. — Ok, mostre-me a marca que você deseja
entender, criança.
Tiro a jaqueta e movo meu cabelo para mostrar a marca. Os olhos de
Julia se arregalam.
— O que você sabe sobre sua mãe, Asa? — ela questiona
enigmaticamente.
— Nada, na verdade. Ela morreu ao dar à luz a mim. Disseram-me
que ela entrou em coma quando engravidou de mim, e isso é tudo que
me disseram.
Eu penso se deveria contar a ela sobre meu sonho.
— Sua marca significa que você liderará um novo começo.
— O que diabos isso significa? — Flora interrompe rudemente.
Julia pega um livro e joga na cabeça de Flora.
— Olha como fala, Flora!
— Aí, que droga, mãe. Você sabe que isso é considerado abuso, certo!
— Flora esfrega a testa onde o livro caiu.
— Sério, o que isso significa? E por que é azul? Procuramos o dia todo
e não encontramos nada sobre marcas azuis em lugar nenhum. E por que
a loba dela brilha?
— Espere, o quê? Minha loba não brilha. — — Durante o uivo de
acasalamento, quando Leviathan chamou por você, sua loba começou a
brilhar totalmente na cor azul, mana. Como um fogos de artifício
brilhantes, — responde Flora.
— Ninguém me disse isso. Eu não vi isso. Quer dizer, Levi disse que
meus olhos mudaram quando nós... Isso mesmo. Ele disse que ficaram
azuis e brilharam.
Eu tropeço em minhas palavras, sentindo meu rosto corar.
— Isso faz sentido, — Julia interrompe.
— Como? — Eu respondo.
— Eu não sei te dizer isso. Mas sei que o azulado de sua marca tem a
ver com sua mãe, mas isso é tudo que sei dizer.
— Minha mãe era apenas uma loba comum e eu nunca ouvi falar dela
com uma marca azul.
— Você sabe tão pouco, Asa. Logo você vai entender. E Flora, você
precisa ficar ao lado de Asa. Esse é o seu destino.
— Olá, Terra chamando mamãe. Pare de falar enigmas. Ninguém
mais entende essa merda.
Flora rapidamente se abaixa e cobre a cabeça, esperando que sua mãe
jogue algo mais nela.
— Você me ouviu, Flora. — Sua voz fica sombria.
— Você se parece com a Lilliana Alga. Ela ficaria orgulhosa em vê-la
agora.
Com essas palavras, saímos do ritual e estamos de volta, sentadas na
biblioteca.
Capítulo 17
MARATONA DE COMPRAS!
Asalynn
— Bem, isso foi uma merda! Credo, eu queria que minha mãe não
fosse tão enigmática, — Flora grita enquanto joga a tigela de ervas no
chão.
— Sinto muito, Asa.
— Está tudo bem, Flora. Quer dizer, ela nos falou um pouco, eu acho.
Ela sabe por que minha marca é azul e, aparentemente, conhece minha
mãe.
Merda. Esqueci que minha cerimônia é na próxima semana. Acho que
preciso comprar um vestido.
— Ok, então eu estava pensando em um visual de deusa da noite
gótica negra!
— Você sabe que eu normalmente seria contra você nisso, mas foda-
se! Por favor, tente não levar o Levi à falência. — com a minha resposta,
Flora gritou novamente e começou a bater palmas.
Em cinco minutos, Flora arruma cerca de vinte vestidos, empilhando-
os no provador.
— Sério, Flora! Meus pés já estão doendo bastante.
A atendente vê nossa pilha e se aproxima, perguntando se precisamos
de ajuda. Nós recusamos, mas Flora decide pedir ajuda para encontrar
seu próprio vestido.
Passados trinta minutos e depois de provar dezesseis vestidos, coloco
um lindo vestido preto. Eu me olho no espelho e imediatamente me
apaixono.
Ele é lindo. Renda preta sobre tom cinza, um leve brilho para chamar
a atenção. Isso me lembra de estrelas no céu. É um vestido estilo sereia
sem mangas.
É
A parte inferior se alarga com tule preto e belos enfeites cinza. É esse.
Desta vez eu imito a Flora. Eu grito.
— Oh minha deusa, por favor, diga que esse é um grito de felicidade,
Asa!
Saio do provador e giro na frente dos espelhos.
— É este! Mil vezes, este! — eu praticamente grito.
— Uma escolha muito boa, senhora, e está em promoção! — a
atendente diz.
Flora olha para o preço e cai na gargalhada. — Tanta frescura com o
preço. Eu achava que tinha um gosto caro.
Viro a cabeça para olhar o preço e Flora arranca a etiqueta. — Não,
sua vaca. Você vai comprar este vestido.
E ela corre em direção ao caixa e entrega o cartão ao atendente, junto
com nossos itens.
O atendente vai entregar o recibo para Flora e eu o pego primeiro.
— Puta merda! Cinquenta e três mil! Eu não posso comprar isso!
Flora ri. — Que pena. Sem devoluções e já está comprado!
Eu ouço Cypris bufar. Parece uma risada.
— Você está brincando comigo. Silêncio total há tanto tempo, e agora
você ri? Vá se foder, Cypris.
Saímos da loja e nos dirigimos ao veículo. Quando chegamos perto,
eu olho pelas janelas, e o veículo está lotado! Deusa, me ajude.
Vou colocar a bolsa no SUV e vejo Flora cair no chão. Que porra é essa.
Os pelos do meu pescoço se arrepiam e eu vejo uma única agulha
perfurando seu pescoço.
Eu pulo, mas não antes de sentir uma agulhada no meu próprio
pescoço.
Eu caio, mas meus olhos não fecham. Eu não consigo me mover. O
mundo está ficando embaçado e girando. Eu ouço rosnados e consigo ver
dois homens lutando.
Estamos em público, então eles lutam na pele para que os humanos
não os vejam, mas posso sentir o cheiro de que ambos são lobos. Um dos
homens é da matilha. Tem cheiro de... Zeus?
O outro tem um cheiro estranho. Eu não consigo identificar.
Minha visão começa a desvanecer. Eu ainda consigo escutar. Parece
que passa um tempão até que tudo começa a ficar em silêncio e eu me
esforço o máximo para abrir os olhos.
Tudo o que consigo ver é uma poça de sangue ao meu lado e um
vulto. Eu luto para ver quem está ao meu lado, mas quando o faço, tudo
fica escuro.
O corpo de Zeus jaz inerte, com uma poça de sangue e seus olhos me
encaram sem vida.
Posso sentir meu corpo sendo jogado em um veículo e outra pancada
ao meu lado. Flora! Deusa, por favor, faça com que ela fique bem.
Dirigimos por horas. Talvez dias? Eu não sei mais. Meu corpo não
consegue se mover. Meus olhos não conseguem se abrir.
Tudo o que consigo fazer é ouvir meus sequestradores rirem e
conversarem. Eles falam em um idioma que eu nunca tinha ouvido antes.
Tento fazer uma conexão mental com Levi, mas minha energia se foi.
Eu me esforço ao máximo tentando falar com ele, mas não consigo.
Eu vou morrer, não vou? Eu sinto uma única lágrima rolar pelo meu
rosto e minha mente vagueia para a escuridão.
— Sim, mas não sabemos de nada. Bosta! Menina, estou puta. Onde
está Zade? Ele precisa voltar para que eu possa transar para passar minha
frustração! — Flora anuncia sem rodeios.
Eu não consigo deixar de rir.
— Nós duas sabemos que eles saíram hoje. Que tal irmos às compras
como deveríamos fazer quando chegamos aqui? Tudo que me resta são
roupas mínimas, graças a alguém...
Eu fico olhando acusadoramente.
— Sim, vadia! Banho de loja! — Flora pega o cartão preto que pegou
de Levi num dos primeiros dias em que estivemos aqui.
— Você ainda tem isso? Você é maluca. Vou me trocar e podemos sair.
Está bastante quente hoje, então eu coloco um vestido de verão e vou
até a garagem para me encontrar com Flora.
Ela se trocou e agora está com um shortinho que contorna suas belas
curvas e uma camisa muito, muito baixa que mostra a tatuagem que
desce entre seus seios.
— Vamos fazer compras ou ir ao clube? — Eu brinco.
— Quero dizer, por que não ambos? Comprar primeiro, diversão
depois?
— Você e eu sabemos que Levi mataria nós duas se fôssemos para um
clube enquanto ele estivesse fora.
— Vadia, você é a Rainha Luna. Quem se atreveria a respirar em sua
direção? Todo mundo já ouviu as histórias sobre Levi.
Eu suspiro. — Veremos, ok? Mas, por enquanto, vamos ao shopping
que fica logo depois do território da matilha, então não ficaremos longe.
Decidimos ir com um SUV preto básico para nossa maratona de
compras e saímos.
O lugar é muito maior do que eu esperava, o que só pareceu deixar
Flora tonta. Ela parece uma criança entrando em uma loja de doces. Este
vai ser um dia muito longo.
Primeira parada, entramos em uma loja de sapatos. Filas de todos os
tipos de sapatos. Eu vejo um lindo par de sapatilhas e olho o preço.
— Tá brincando comigo, Flora?! São mais de quatrocentos dólares!
Posso entrar na Internet e comprar sapatos iguais por vinte dólares, —
digo em estado de choque.
— Em primeiro lugar, estamos na Austrália, então com câmbio,
custaria apenas trezentos dólares americanos.
— Em segundo lugar, seu homem disse para não se preocupar com os
preços, então não estamos olhando para as etiquetas! — Flora responde
com indiferença.
Deusa me ajude.
Procuro no meio de alguns sapatos e me contento com um par de
sapatilhas, alguns saltos bonitos de quinze centímetros, que Flora insiste
que eu compre, e duas lindas botas de cano longo.
Flora arruma cerca de vinte pares, que variam em estilo e cores.
Eu realmente espero que Levi saiba onde estava se metendo ao dizer a
ela para não se preocupar com os preços.
Mais algumas lojas e nós ficamos cheias de sacolas. Já tivemos que
voltar até o carro para deixar as coisas umas três vezes.
Ainda falta mais uma loja. Depois que Flora implora, concordo em
entrar na última loja. Agora só estou esperando-a voltar do veículo.
— Preparada? Esta é a loja pela qual estou mais animada! — Flora
praticamente grita enquanto me arrasta para uma loja de vestidos muito
cara.
— O que poderíamos quer aqui?! — Eu exclamo.
— Seu vestido da cerimônia da lua, dã!
Merda. Esqueci que minha cerimônia é na próxima semana. Acho que
preciso comprar um vestido.
— Ok, então eu estava pensando em um visual de deusa da noite
gótica negra!
— Você sabe que eu normalmente seria contra você nisso, mas foda-
se! Por favor, tente não levar o Levi à falência. — com a minha resposta,
Flora gritou novamente e começou a bater palmas.
Em cinco minutos, Flora arruma cerca de vinte vestidos, empilhando-
os no provador.
— Sério, Flora! Meus pés já estão doendo bastante.
A atendente vê nossa pilha e se aproxima, perguntando se precisamos
de ajuda. Nós recusamos, mas Flora decide pedir ajuda para encontrar
seu próprio vestido.
Passados trinta minutos e depois de provar dezesseis vestidos, coloco
um lindo vestido preto. Eu me olho no espelho e imediatamente me
apaixono.
Ele é lindo. Renda preta sobre tom cinza, um leve brilho para chamar
a atenção. Isso me lembra de estrelas no céu. É um vestido estilo sereia
sem mangas.
A parte inferior se alarga com tule preto e belos enfeites cinza. É esse.
Desta vez eu imito a Flora. Eu grito.
— Oh minha deusa, por favor, diga que esse é um grito de felicidade,
Asa!
Saio do provador e giro na frente dos espelhos.
É
— É este! Mil vezes, este! — eu praticamente grito.
— Uma escolha muito boa, senhora, e está em promoção! — a
atendente diz.
Flora olha para o preço e cai na gargalhada. — Tanta frescura com o
preço. Eu achava que tinha um gosto caro.
Viro a cabeça para olhar o preço e Flora arranca a etiqueta. — Não,
sua vaca. Você vai comprar este vestido.
E ela corre em direção ao caixa e entrega o cartão ao atendente, junto
com nossos itens.
O atendente vai entregar o recibo para Flora e eu o pego primeiro.
— Puta merda! Cinquenta e três mil! Eu não posso comprar isso!
Flora ri. — Que pena. Sem devoluções e já está comprado!
Eu ouço Cypris bufar. Parece uma risada.
— Você está brincando comigo. Silêncio total há tanto tempo, e agora
você ri? Vá se foder, Cypris.
Saímos da loja e nos dirigimos ao veículo. Quando chegamos perto,
eu olho pelas janelas, e o veículo está lotado! Deusa, me ajude.
Vou colocar a bolsa no SUV e vejo Flora cair no chão. Que porra é essa.
Os pelos do meu pescoço se arrepiam e eu vejo uma única agulha
perfurando seu pescoço.
Eu pulo, mas não antes de sentir uma agulhada no meu próprio
pescoço.
Eu caio, mas meus olhos não fecham. Eu não consigo me mover. O
mundo está ficando embaçado e girando. Eu ouço rosnados e consigo ver
dois homens lutando.
Estamos em público, então eles lutam na pele para que os humanos
não os vejam, mas posso sentir o cheiro de que ambos são lobos. Um dos
homens é da matilha. Tem cheiro de... Zeus?
O outro tem um cheiro estranho. Eu não consigo identificar.
Minha visão começa a desvanecer. Eu ainda consigo escutar. Parece
que passa um tempão até que tudo começa a ficar em silêncio e eu me
esforço o máximo para abrir os olhos.
Tudo o que consigo ver é uma poça de sangue ao meu lado e um
vulto. Eu luto para ver quem está ao meu lado, mas quando o faço, tudo
fica escuro.
O corpo de Zeus jaz inerte, com uma poça de sangue e seus olhos me
encaram sem vida.
Posso sentir meu corpo sendo jogado em um veículo e outra pancada
ao meu lado. Flora! Deusa, por favor, faça com que ela fique bem.
Dirigimos por horas. Talvez dias? Eu não sei mais. Meu corpo não
consegue se mover. Meus olhos não conseguem se abrir.
Tudo o que consigo fazer é ouvir meus sequestradores rirem e
conversarem. Eles falam em um idioma que eu nunca tinha ouvido antes.
Tento fazer uma conexão mental com Levi, mas minha energia se foi.
Eu me esforço ao máximo tentando falar com ele, mas não consigo.
Eu vou morrer, não vou? Eu sinto uma única lágrima rolar pelo meu
rosto e minha mente vagueia para a escuridão.
Leviathan
A reunião acabou e Zade e eu saímos para ir ao bar e tomar uma
bebida para relaxar. Acho que ambos estamos prontos para terminar esta
viagem.
Com Marcus por aí enlouquecido agora, meu lobo está se
movimentando. Ele não gosta de ficar longe da nossa companheira.

Eu tenho que continuar me lembrando que a terei de volta em meus


braços amanhã. Fiz conexão com a chef e com alguns outros em casa
para preparar uma surpresa de aniversário atrasada para Asa.
Eu tomo um pouco de rum e deixo o fogo acalmar minha mente,
conversando sem pensar com meu amigo. Então os olhos de Zade ficam
pretos.
— O que há de errado, Zade? — Eu digo com mais raiva do que
pretendia
Apenas uma palavra sai de sua boca antes que seu corpo comece a
tentar se transformar. — Flora.
Vou perguntar do que ele está falando, porque elas estavam apenas
fazendo compras e Zeus estava cuidando delas o dia todo.
No momento em que minha boca se abre, sinto a dor me dilacerar.
Asa está ferida.
Eu rosno e me forço a transformar de volta, tentando evitar que Zade
se transforme. Eu uso o comando alfa e digo: — Não se transforme!
Mantenha o controle, Zade. Zeus está lá. Elas ficarão bem.
Eu me conecto com Zeus para descobrir o que está acontecendo.
— Leviathan, as meninas foram atacadas. Algum tipo de dardo
paralisante. Eu vou atrás do cara agora. — Prendo minha respiração
esperando sua resposta. Minutos se passam. A conexão com Asa está
ficando mais fraca. Eu não consigo me conectar.
— Quem é ele! Ele é muito poderoso
As palavras de Zeus são cortadas e a conexão se interrompe. Ele está
morto. Zade uiva de dor. Dor por sua companheira ferida e dor pela
morte de nosso amigo. Quando alguém morre, o elo se interrompe em
todo o bando, e todos nós o sentimos.
Estou tentando manter a calma. Eu não posso enlouquecer ou nada
vai ser corrigido. Nossas companheiras não serão salvas. Eu me conecto
com todos os guerreiros e digo a eles para irem até lá agora mesmo.
Meu corpo está tremendo e sinto Asa ficar mais fraca. Ela ainda está
viva, mas não está lá mentalmente. Tudo o que sinto é um leve zumbido.
Por que eu tive que vir nessa maldita viagem? Por que eu não deixei
mais guerreiros cuidando delas? Por quê?
Então me ocorre... Marcus. O poder de que Zeus estava falando...
Tinha que ser ele. Mesmo se eu tivesse um exército de homens, eles não
teriam sido capazes de enfrentá-lo. PORRA!
— Precisamos voltar agora! — Eu ordeno. — É o Marcus!
— Vai levar horas até conseguirmos um voo, — diz Zade. O punho
dele está tremendo. Seu lobo está tentando lutar contra o meu controle.
— Transforme-se. Vamos correr até lá.
Zade e eu nos transformamos em um instante e avançamos pelo bar.
Vamos para a floresta para tentar chegar até nossas companheiras.
Eu não posso perdê-la. Milhares de anos de espera e finalmente a
encontrei. Não vou vê-la morrer como ocorreu com minha família.
Capítulo 18
SANGUE DA VERDADE
Asalynn
Está tudo escuro. Imagens continuam piscando em minha mente.
Meu pai. Meus irmãos. Minha madrasta. Flora. Levi. Flashes de minha
mãe passam diante de meus olhos.
— O perigo está chegando. Não desista.
Então, as palavras de Julia dizendo a Flora para ficar ao meu lado
começam a se repetir em minha mente como um eco sem fim. Oh não...
Flora!
Pensar em Flora me faz abrir os olhos. Ainda não consigo me mover
muito bem, exceto minha cabeça. Meu corpo está frio e dói a cada
centímetro.
Eu levanto minha cabeça para olhar ao redor. Estou em algum tipo de
cela. As paredes e o chão são úmidos e de concreto. Tem cheiro de mofo e
musgo. Então sinto o cheiro de sangue, fazendo meu nariz queimar. Não
vejo a Flora, mas sinto o cheiro dela. Onde ela está!?
Minha cabeça começa a se mover freneticamente. Tento acostumar
meus olhos à escuridão para descobrir onde estou.
Finalmente, noto que apenas uma das paredes é de concreto, as
outras três são grades. Através das grades, vejo algo sem vida no chão.
Eu imploro que meu corpo se mova e luto para recuperar energia o
bastante para rastejar lentamente até o vulto. Há sangue por toda parte,
mas ouço seu coração bater.
É a Flora! Sua mão fica inerte ao lado das grades e eu deslizo a minha
mão para tocá-la.
— Flora. Por favor, acorde, — eu resmungo. Sinto-me como se
estivesse no deserto há um ano. Minha boca está tão seca.
Flora não se move. Por favor, esteja bem, Flora. Por favor.
Eu começo a chorar, os olhos marejados enquanto seguro a mão dela
na cela. Ela está tão mal. Suas mãos estão frias e rígidas.
Minha única esperança é que vejo seu peito subir e descer
lentamente.
Eu ouço um barulho vindo do corredor, além de onde alcanço
enxergar. E eu olho pelas grades sem me mover. Passo a Passo! Os passos
ficam mais altos à medida que se aproximam e seguro a mão dela com
mais força. Quem está vindo? O que eles querem de mim? Talvez seja
alguém que possa nos salvar.
Esse pequeno lampejo de esperança desaparece diante dos meus
olhos quando uma figura sobe na cela. Seu rosto parece de alguém que
passou por mil tragédias. Seu rosto está com a barba por fazer e sem
cuidados. Suas roupas estão sujas. Ele é alto e muito musculoso. Ele se
parece com um demônio em forma humana.
— Muito bem, você não deveria estar acordada agora, deveria? Eu
injetei em você tranquilizante suficiente para mantê-la desmaiada por
semanas, — o homem disse sombriamente.
— Quem é você? O que você quer? — Tento dizer, mas a voz é
praticamente um sussurro.
— Rainha Luna... Achei que seria muito mais difícil chegar até você.
Você é tão ingênua, se afastando do território sem seu companheiro.
— Falando em estúpido, seu companheiro caiu direto no meu plano.
Bastou fazer uma bagunça e ele foi embora. Te deixando sozinha — Ele
ri.
— Coitada da sua amiga... — Ele dá de ombros na direção de Flora. —
Ela não deveria estar com você, mas, infelizmente, ela foi uma vítima das
circunstâncias.
— Então, por favor, deixe-a ir, — eu grito.
— Ah não. Veja, isso foi muito melhor do que planejei. Eu pego a
rainha e a companheira do beta de uma só vez. Isso vai paralisar a ordem
muito mais rapidamente.
— Por que? — Eu me esforço para as palavras saírem.
Ele apenas n e vai embora. Eu o ouço dizer de longe: — Poder, a única
coisa que importa.
Eu não entendo o que está acontecendo. Nada na minha vida fez
sentido ultimamente. Por que uma coisa não poderia dar certo?
Tento me esforçar para conectar com Levi, mas não dá certo. Meu
corpo não tem energia.
Eu me esforço ainda mais, mas tudo que eu consigo é me desgastar.
Parece que algo está bloqueando a comunicação.
Tudo se escurece novamente. Eu me mantenho de mãos dadas com a
Flora e deixo a escuridão fluir na minha mente, me levando com ela.
Leviathan
Já se passaram duas semanas, porra! Duas semanas que não tenho Asa
em meus braços. Não ouço sua voz. Não sinto seu toque. Não vejo seu
sorriso.
Meu lobo está lutando para sair o tempo todo.
Zade não está muito melhor que isso. A loucura pela companheira
está dominando-o mais rápido do que eu. Não tenho muito mais tempo
antes de perdê-lo.
Nossas companheiras podem ainda estar vivas, mas não fomos feitos
para ficar longe delas por tanto tempo.
Enviei dois de meus homens para a América há cerca de uma semana
para encontrar a Vidente que procurei anos atrás. Se alguém pode nos
ajudar a nos controlar, é ela.
Já ouvi falar de como ela curou isso anteriormente.
Até que ela chegasse, estive me reunindo com meus mercenários e
guerreiros de todo o mundo. Tentando descobrir como encontrar
Marcus.
Assim que pegou as meninas, ele desapareceu. Ninguém ouviu mais
nada desde então. Liddia tem um palpite que pode ajudar.
Qual é o jogo de Marcus? Eu nunca exigi nada dele. Ele escolheu viver
sua vida com a companheira e eu o deixei seguir em frente.
Agora o desgraçado pegou a única coisa que me interessa no mundo.
— Leviathan. — Eu ouço uma voz tão suave e gentil vindo da porta do
meu escritório.
Eu olho para cima e a vejo. Ela não envelheceu nada nos últimos cem
anos. Eu vejo a tristeza dominar seus olhos. Talvez seja compaixão?
— Julia. Obrigado por ter vindo. Lamento ter que chamá-la, mas este
é um momento obscuro.
— Eu já sei, Leviathan. A Deusa predisse isso para mim há mais de um
milênio. Não os detalhes, mas disse que você me chamaria de novo.
Ela se aproxima e coloca a mão no meu ombro.
— Eu sinto sua dor de uma forma mais profunda e verdadeira do que
você pode entender. Todos nós perdemos algo durante este horror. —
Uma lágrima escorre por seu rosto.
Como ela poderia entender a minha dor? Minha companheira se foi.
Não há dor que possa estar relacionada a isso. Mas eu não vou descontar
nela.
Devo manter a calma. Essa raiva vem da loucura. Tentando assumir o
controle.
— Eu preciso que você e seu beta me encontrem no jardim no pico da
lua. Vocês dois podem esperar até lá? — ela pergunta. A voz dela está
tremendo.
— Sim, então nos encontraremos com você, — eu respondo.
Um pouco depois, quando chega a meia-noite, eu busco Zade. Ele
destruiu o quarto e foi detido depois de atacar outro.
— A bruxa está aqui para nos ajudar. Precisamos encontrá-la em
cinco minutos. Vamos. — Eu destranco suas algemas e o deixo sair.
Os olhos de Zade estão escuros e com olheiras. Nenhum de nós tem
dormido e temos sentido muitas dores. Posso ver o quanto isso custou a
ele.
Sua cabeça permanece baixa enquanto ele me segue até o jardim, com
toda a energia drenada de seus olhos.
— Cara, eu não você, mas eu não senti nem mesmo uma contração da
Flora. O vínculo parece tão... distante, — Zade diz, demonstrando todo o
estresse.
Eu paro e me pego olhando nos olhos dele.
— Fique feliz por ter sentido isso, — eu respondo com o coração
pesado, e ele olha para mim, confuso.
— Frequentemente eu sinto Asa se corroendo de dor. Tudo começou
alguns dias depois que ela desapareceu. Marcus a está machucando. Se
você não está sentindo essa dor, então ele não machucou Flora... ainda.
— Seja grato. Vou matá-lo da pior maneira possível quando as
encontrarmos, pelo que ele fez. — Meu lobo começa a arranhar enquanto
eu confesso isso.
Sinto meu corpo tentando se mexer com raiva, e sinto Julia colocar a
mão em meu ombro. Ela recita algo em uma língua antiga e meu corpo
se acalma.
Julia tira a mão e segura as mãos de Zade. — Meu filho. Você deve
permanecer forte. Sua companheira está bem, mas o pior ainda está para
vir para você. Por favor, aguente firme. Eu juro que isso não é o fim.
Julia se engasga com a emoção enquanto fala.
Suas palavras são como um enigma que nenhum de nós entende.
— O que a Deusa disse a você, Julia? — Eu falo com raiva.
— Leviathan, você sabe que eu não posso te dizer isso, mas posso te
dizer que este evento horrível deve acontecer para um novo começo
surgir.
Ela está me irritando com essa merda enigmática. Por que a Deusa da
Lua desejaria que minha companheira fosse torturada!
Não fiz tudo o que ela pediu? Não desisti de tudo por ela!
Julia coloca as mãos sobre nós dois e começa a recitar no momento
em que o relógio toca à meia-noite. Eu sinto um relaxamento no meu
corpo.
Meu lobo fica quieto até que eu não o sinto mais.
Meus olhos se abrem. — O que você fez, bruxa! Por que não consigo
mais sentir Damien?! — Eu rujo Julia fala, com o tom mais calmo
possível. — Seu lobo não se foi, mas ele... entrou em uma espécie de
hibernação. A única maneira de curar a loucura da companheira é
colocar seu lobo em um estado dormente.
— Ele ficará ativo novamente quando você estiver perto de sua
companheira ou, no caso de algumas pessoas, uma companheira de
segunda chance.
— Você ainda terá o vínculo com a matilha e sua companheira.
— Você ainda sentirá o vínculo, mas isso não fará com que seu lobo
assuma o controle e a loucura chegue a um ponto sem volta. É o único
caminho.
— Você não me disse isso!
— Você nunca perguntou. Você simplesmente me disse para curar sua
loucura e eu o fiz, — ela diz um tanto sarcasticamente.
Zade fica quieto, mas vejo a raiva aumentando. Então seu rosto
murcha em derrota.
Julia olha para Zade. — Eu sinto muitíssimo. Por favor, saiba que eu
compartilho da sua dor.
Com isso, ela desaparece como uma névoa no ar.
Asalynn
Estou com tanta fome. Parece que já se passaram meses, mas
possivelmente podem ter sido apenas dias ou semanas desde que fui
capturada. Não tenho como saber.
Não há luz nem janelas. Só sei que o homem trouxe comida e água
algumas vezes. Acho que pode ser o intervalo de alguns dias. Tento
racionar, mas não consigo por muito tempo.
Flora ainda não acordou. Passo a maior parte dos meus dias
segurando a mão dela e deitada aqui. Rezando para a Deusa da Lua
pedindo para que ela se mova, mesmo que um pouco.
No entanto, fico um pouco feliz por ela não ter acordado.
O homem me pega e me bate rotineiramente. Já fui torturada tantas
vezes. Cada osso do meu corpo foi quebrado diversas vezes.
Os cortes que ele faz agora não cicatrizam tão rapidamente. Ele pega
uma faca e corta lentamente minha pele, mas não vai me dizer por que
está fazendo isso.
Ele não fala nada. Ele apenas sorri.
Meu corpo não tem mais energia nem forças para se curar
rapidamente e minha loba não consegue nem se mexer.
Ele colocou uma coleira de prata em nós duas no dia em que
chegamos aqui e, por causa disso, ela não consegue sair. Ela apenas
choraminga.
Deito-me aqui no chão frio, acariciando a mão de Flora. Encarando
seu rosto afinado. Ela perdeu muito peso.
Ela sempre exibiu as curvas, mas agora toda a vida que uma vez vi em
minha melhor amiga se esvaiu. Ela é apenas uma casca vazia de quem ela
já foi, mas permanecerei forte o suficiente para nós duas.
Eu tenho que ser.
Depois da minha última sessão de tortura, o homem me joga de volta
na minha cela. Desta vez, não tenho forçar para me aproximar de Flora.
Eu apenas me deito onde eu caí.
Eu sinto minha própria poça de sangue ao meu redor. Não tenho
mais lágrimas para chorar; o sal só queima mais minha pele.
Senti tristeza e raiva de Levi depois da minha primeira surra e
desliguei a conexão física. Ele poderia tentar entrar em contato comigo,
mas nunca iria conseguir.
A culpa que ele sente é tremenda. Eu ainda consigo senti-lo, mas não
quero que ele seja sobrecarregado com a extensão do que eu estou
suportando.
Não quero que ele se culpe ou se perca. Ele tem que permanecer forte
para nos tirar dessa.
Eu fico aqui olhando para o teto. Sentindo meu corpo doer. Incapaz
de me mover. Quase não consigo respirar e, de repente, ouço uma voz.
— Oh minha deusa, ASA!
Eu tento manter meus olhos abertos e vejo Flora ajoelhada na cela,
mal se segurando.
— Flora... Você está bem. — Tento dar um sorriso, mas tenho quase
certeza de que falhei.
— Não, não, não... O que aconteceu com você? Onde estamos? Quem
fez isto? — Ela me bombardeia com perguntas.
Tudo o que consigo dizer é: — Não sei.
Estou muito fraca para responder. Flora também parece muito fraca.
O tubo de alimentação que o homem deu a ela não a ajudou muito.
Eu nem entendo por que ele está nos mantendo vivas.
Eu ouço passos vindo pelo corredor novamente.
Não não não! Ele não pode es lar voltando. Não enquanto ela estiver
acordada. Ele vai machucá-la!
— Durma. Finja. — Isso é tudo o que consigo dizer.
— O que você está falando? — Flora diz.
O homem caminha até a cela dela. Com luvas nas mãos, segurando
uma tigela de metal prateado, ele trouxe alguns restos com ele. Ele usa
tigelas de prata para que eu não consiga comer toda a minha comida.
O desgraçado sabe que a prata é dolorosa para nós e não podemos
comer toda a comida sem sofrer uma dor imensa.
— Ahhh, então a companheira do beta despertou, — ele diz com um
sorriso pervertido.
— O que você fez com ela! Quem diabos é você, seu desgraçado, —
grita Flora.
— Ohhh, essa aqui é bem bocuda. Senti falta de brigar com alguém.
Flora começa a recitar um encantamento, mas nada acontece. Ela
parece confusa e desesperada.
— Tsk tsk. Você acha que eu sou estúpido? No momento em que
percebi que você era uma bruxa, coloquei runas para impedi-la de usar
sua magia. Você não tem poder aqui, sua bruxa puta.
O homem abre a porta da cela e entra. Flora tenta atacar com a pouca
energia que tem, mas sem sucesso. Há uma algema de prata em torno de
sua perna que eu nunca vi antes.
O homem sorri de orelha a orelha e pega a tigela de metal,
quebrando-a na cabeça dela. O metal se estilhaça. Tudo que posso fazer é
sentar e assistir enquanto ele bate nela.
A dor de vê-la passar por isso é insuportável. Eu tento gritar para ele
me bater em vez disso.
Eu ouço os ossos dela quebrarem. Eu ouço seus gritos, mas não posso
fazer nada. Ela está deitada lá. Mole. Lágrimas rolando pelo rosto, de
tanta dor.
Ela rasteja até as grades mais próximas de mim enquanto cospe
sangue. O homem desenrola um chicote com pontas de prata de seu
cinto e começa a golpear as costas dela.
Ela vira seu corpo em minha direção, sofrendo a força bruta dos
golpes. Ela está gritando, olhando para mim com sofrimento. Tento
alcançá-la, mas não consigo.
Assistir dói, mas fico aqui imóvel, incapaz de desviar o olhar. A cada
golpe, sinto um pedaço de mim morrer.
Eu fico olhando nos olhos de Flora e vejo como eles ficam nebulosos.
Eles embaçam com uma película branca e seus gritos param.
Isso só faz o homem bater nela com mais força, zangado por ela não
estar fazendo barulho. Seu corpo ainda fica assustador, duro como pedra.
Ela não está mais lá.
Fisicamente eu a vejo, mas sua mente está desligada como quando ela
fez o ritual.
Flora fica assim por quase um minuto. Quando seus olhos finalmente
clarearam, ela gritou de dor novamente. Ela, de alguma forma, consegue
se conectar à minha mente através da dor.
— A Deusa me disse o que eu devo fazer. Eu te amo, Asa.
Com essas palavras, ela se levanta e se vira para atacar o homem
novamente, e ele a soca, fazendo-a voar pela cela e se chocar contra as
grades novamente ao lado do metal quebrado.
Ela fica deitada por um minuto e pega um caco de prata da tigela. Ela
me olha com um pequeno sorriso, lágrimas escorrendo de seus olhos e
diz: — Eu te amo.
Ela pega o fragmento nas mãos e leva-o à garganta.
Ela o passa sobre o pescoço e vejo o sangue jorrar dela como um rio
vermelho, cobrindo o chão enquanto ela desaba diante de mim.
Capítulo 19
A BUSCA
Leviathan
Com os pensamentos um pouco mais claros e não tendo que lutar
contra Damien a cada dois segundos, eu fui capaz de reunir a elite na
esperança de procurar pelas garotas. Foi meticuloso.
A bruxa desapareceu, então não posso mais obter ajuda dela. Agora eu
tenho que contar com a Anciã Liddia.
Ela tem andado de um lado para outro, explorando áreas onde
Marcus pode estar escondido. Esse demônio de lobo é sorrateiro.
Eu decido que é hora de tomar alguma coisa. Está difícil dormir
porque sou constantemente assolado pela dor de Asa.
A culpa de dormir profundamente em nossa cama é demais para
suportar quando sei que ela está sofrendo em algum lugar. Saio em busca
de Zade. Sinto que minha mente fica mais leve quanto ele está comigo.
Não o tenho visto muito desde que a bruxa nos visitou.
A Deusa sabe o que ele está fazendo. Estou acostumado com ele ao
meu lado.
Depois de uma hora de procura e ele ignorando minhas tentativas de
conectar, eu finalmente o encontro na biblioteca da matilha.
A visão diante de mim é angustiante, para dizer o mínimo. Ele está
sentado à mesa. Centenas de livros foram espalhados pela biblioteca.
Todos abertos em alguma página.
Parece uma bagunça organizada.
— Zade, meu irmão, você tem que dormir ou pelo menos tomar
banho. — Eu respiro fundo e imediatamente me arrependo.
Zade me lança um olhar furioso.
— Como você pode fazer alguma coisa sabendo que elas estão lá fora!
— ele diz acusadoramente.
— Cuidado com o tom, Zade! Eu ainda sou seu rei. Sim, elas ainda
estão por aí.
— Sinto isso toda vez que sinto a dor que Asa passa, mas ainda sou o
rei. Ainda estou no comando de cada matilha.
— Eu ainda devo manter a ordem em todo o mundo. Você não tem
ideia da dor que eu sinto tendo que seguir adiante e fazer as tarefas
diárias. — Minha voz está cheia de raiva.
— Você pode se sentar-se aqui sabendo que Flora está bem. Você não
sentiu a dor dela. O tormento insuportável. Sua companheira pode estar
enfraquecida, mas ela não foi ferida.
— Eu tenho que viver a porra de cada dia e sentir cada chicotada,
açoite e golpe que Asa leva.
— Ela está colocando barreiras, então eu não sinto tanto ou talvez eu
não sinta tudo o que ela está passando, mas eu ainda sinto alguma coisa,
droga!
— Agora levanta dessa merda, tome um maldito banho e pare de
mergulhar na autopiedade, seu bosta dramático.
— Você é meu beta! Agora, porra, aja como tal. Eu nem sei mais quem
é essa pessoa patética em que você se tornou.
Eu soco a estante mais próxima de mim e observo enquanto ela
desaba.
Eu me viro e vou embora.
Zade
Eu não ouço Leviathan falar comigo assim há muito tempo, mas ele
está certo. Eu não sei o que há de errado comigo.
Eu não sei o quanto ele está sofrendo, mas aqui estou pensando em
mim e na minha companheira em primeiro lugar. Eu nunca pensei que
ele estava suportando tanto sofrimento.
Eu deveria estar ao lado dele como seu amigo e beta.
Finalmente eu me levanto e vou para o meu quarto para tomar
banho. Ele estava realmente certo. Eu estou fedendo pra caralho.
Quando entro na sala, vejo as coisas de Flora espalhadas.
Essa garota é bagunceira, mas eu me apaixonei por ela no momento
em que a vi. Sua atitude selvagem. O jeito firme dela falar. Suas bagunças.
Eu sinto falta de tudo. Eu ainda sinto o cheiro dela mais fraco no quarto.
É por isso que evitei este quarto. Dói não saber o que está acontecendo.
Não sentir nenhuma mudança emocional por parte dela nem ouvir seus
pensamentos.
Eu tentei fazer a conexão milhares de vezes, mas só recebo uma
energia fraca e um zunido em resposta.
Flora é uma mulher feroz e eu preciso acordar e ser o homem que fui
antes para ser digno dela, porque o homem que está aqui agora... não é.
Depois do meu banho tão necessário, coloco as roupas e tento
reprimir minhas emoções. Eu preciso falar com o Leviathan.
Todo o tempo que passei trancado na biblioteca não foi à toa. Eu
estava pesquisando.
Eu desço até o bar e, com certeza o vejo empoleirado em uma cadeira
bebendo seu rum favorito.
Eu coloco minha mão em seu ombro enquanto me sento ao lado dele.
— E aí cara. Obrigado pela conversa encorajadora. Você estava certo.
O olhar de Leviathan se suaviza. — Não, eu sinto muito. Eu não
deveria ter falado com você daquele jeito. Sei que sou conhecido como
um monstro, mas você sempre esteve ao meu lado.
Ficamos sentados em silêncio por um tempo depois disso, apenas
bebendo.
Finalmente eu falo. — Ei, Leviathan, tenho pensado numa coisa.
— Manda, — responde Leviathan.
— Julia alguma vez falou com você de um jeito tão informal? Algo
parecia errado com ela. Ela foi tão formal quando você falou com ela
anos atrás, a respeito de falar com a Deusa. — Eu questiono.
— Bom, ela nunca foi tão informal. Mas eu nunca pensei muito nisso.
Por quê? — ele responde. Seu interesse é despertado.
— Durante todo aquele tempo na biblioteca, eu estava lá por um
motivo. Eu estava pesquisando sobre ela. Soube que ela se acasalou com
um lobo.
— Verdade? — Leviathan responde, confuso.
— Leviathan... eu acho que Flora é filha dela. Você não viu como ela
chorava toda vez que mencionava as meninas? Principalmente quando
ela falava de Flora. Como ela me chamou de filho...
Leviathan pensa por um momento.
— Isso explica o poder que a Flora tem. Ela parece ser forte, mas
sempre senti que a extensão desse poder estava sendo escondida, mas
por que ela não ajudaria a própria filha?
— Ela é toda poderosa e faz conexões diretas com a Deusa da Lua.
— É isso. Quando ela estava falando, ela deixou escapar que a Deusa
lhe contou sobre isso há mais de um milênio.
— Então ela voltou atrás e disse que queria dizer que você a chamaria
novamente. E se a Deusa tivesse dito que ela não poderia interferir?
Houve um breve silêncio enquanto pensávamos nas informações.
— Faz sentido, mas como essa informação nos ajudaria a encontrar as
meninas? — Leviathan responde sombriamente.
— Sim, acho que você está certo, — Eu digo, murchando.
Leviathan
Poucos dias depois, finalmente consigo dormir e a porta do meu
quarto se abre. Eu pulo e vejo Liddia.
— Rei, venha até o escritório agora! — ela exclama sem fôlego.
Eu me levanto, visto algumas roupas e corro até o escritório. Vejo que
Zade já está lá, junto com meus guerreiros e outras elites de todo o
mundo.
— O que está acontecendo, Liddia? O que você encontrou?
— Ok, primeiro, não fique com raiva de mim, — ela diz.
Eu olho para ela. — Fale, mulher.
— Certo, certo,, droga. Bem, eu ouvi você e Zade conversando no bar
há alguns dias sobre como a Flora pode ser a filha da bruxa, então usei
isso em meu benefício. — Ela faz uma pausa.
— Então, eu e saí com a minha equipe para fazer um reconhecimento
e, ao invés de tentar cheirar as lobas das garotas ou o cheiro básico de
uma bruxa, nós procuramos pelo cheiro específico da bruxa verdadeira.
— Está extremamente fraco em Flora, mas ainda está lá.
— Você facilmente perderia se não soubesse exatamente o que
procurar. Nenhuma magia consegue esconder aquele cheiro a menos que
a própria bruxa o esconda, — Liddia explica.
Minha paciência está diminuindo neste momento. — Vá direto ao
ponto, Liddia!
Ela sorri e recupera o fôlego. — Nós as encontramos! Mas não
conseguiríamos chegar até elas sozinhos. O poder que vinha daquela
direção era insano.
— Ele estava sendo escondido, mas quando estávamos praticamente
em cima dele, caiu como uma tonelada de tijolos em cima de nós.
Precisamos ir agora!
Zade e eu olhamos um para o outro e nos levantamos com desespero.
Começamos a chamar todos os guerreiros e mandá-los se reunirem para
partir.
As meninas estão localizadas a quase dez horas de caminhada. Como
não pudemos nos transformar em nossos lobos, acabou demorando
muito mais do que deveria.
Finalmente nos aproximamos da localidade de que Liddia falou e,
realmente, sentimos o poder como se fosse um soco no estômago.
Eu sou o Ancião mais forte que foi criado, devido à minha idade, mas
isso até me deixa desprevenido.
Parece que a loucura da companheira atingiu Marcus, e com o lobo
dele o controlando completamente, seu poder ultrapassou o limite que
eu pensava ser possível.
Uma das razões pelas quais mantemos nossa forma humana é para
equilibrar o poder que possuímos. Para contê-lo e ser capaz de controlá-
lo.
Sinto meu lobo começar a se mexer novamente e olho para Zade. Ele
parece sentir isso também. Estamos perto.
Nós aumentamos o ritmo, caminhando até o lugar que sentimos estar
mais forte. Não há nada além de floresta.
Meus homens vasculham a área e procuram alguma maneira de
entrar e, finalmente encontramos uma porta escondida no chão da
floresta.
Liddia coloca a mão e acena com a cabeça, dizendo que quer ser a
primeira a abri-la e pede que nós aguardemos.
Liddia se agacha e puxa a trava, abrindo a porta.
Naquele momento, toda a matilha cai de joelhos.
Nãããão...
A conexão com Flora se rompe como um elástico. Ela está morta. Eu
ouço todo mundo suspirar de dor. Todos os olhos se voltam para Zade e
ele se transforma sem aviso.
Podemos ver as lágrimas escorrendo pelo seu pelo. O fogo ardente
nos olhos de seu lobo.
Queremos atacar, mas Liddia nos diz para deixá-la entrar primeiro.
Ela se move lentamente até o bunker.
No momento em que ela entra, um som sai do túnel, tão alto que
parece uma onda supersônica explodindo. Atingindo-nos como se fosse
um trem. Não conseguimos nos mover.
Cada membro cai de volta no chão, tapando as orelhas de dor.
Este som... Só pode ser um grito ou um berro.
O que pode estar causando esse som? Sinto minha cabeça se
enchendo de pressão, podendo explodir a qualquer momento.
Nesse som doloroso, reconheço uma familiaridade. Eu reconheceria
essa voz em qualquer lugar...
Capítulo 20
MEMÓRIAS
Asalynn
Meu corpo treme quando vejo minha melhor amiga deitado em uma
poça de sangue. Por que a Deusa diria a ela para se matar? Por que ela? Eu
deveria ter morrido.
Eu ouço uma voz estranha.
— Quem é essa?
— Asa. Escute-me. Eu sou a Cypris. Eu sou você. Olhe para dentro e libere
o que estava oculto à vista de todos.
— Por que você está falando agora!? Depois de 200 malditos anos, por
que agora? Do que você está falando!
— Eu nunca precisei falar antes. Agora eu preciso. Pare de lutar contra
mim e ouça! Você tem que buscar dentro de você.
— Você é tudo o que tenho dentro de mim, e essa merda de coleira não vai
permitir que você se revele!
— Você não precisa de mim para isso. Você precisa buscar. Pense, sua
idiota. Feche os olhos e pense novamente. Pense em sua mãe. Pense no dia em
que você nasceu.
— Como é que eu vou lembrar de alguma coisa de quando nasci? Não
lenho tempo para isso, Cypris. Minha melhor amiga acabou de se matar.
Cypris bufa em resposta.
Eu olho para cima e tudo que consigo ver é o rosto doente daquele
homem e aquele sorriso perverso. Ele fala, mas não consigo ouvir nada
do que ele diz.
Eu só consigo ver o liquido vermelho-rubi escorrendo no chão em
minha direção.
— Tudo bem, vou fazer você enxergar.
Sua voz é como um rugido.
As imagens me atingem num ritmo insano! É difícil ver qualquer
imagem específica. Elas estão todas embaçadas.
— Desacelere seus pensamentos, Asa. Ouça minha voz. Acalme o seu
batimento cardíaco. Acalme-se. Relaxe. Ouça minhas palavras. Pense em
nossa mãe.
— O cheiro dela. A cor de seu cabelo. O calor de sua pele. Sinta isso.
Eu faço o que minha loba diz e me acalmo. Fechando meus olhos para
afastar o horror que vejo diante de mim.
Pense, pense, pense, droga.
É como um trem passando com imagens, e ordeno que reduzam a
velocidade. As imagens diminuem a velocidade até que eu consigo ver
uma imagem específica. É estranho.
Não estou olhando através dos meus olhos, mas olhando a cena como
se a estivesse assistindo de outra perspectiva.
200 anos atrás
Lá estava uma mulher loira enferma, mas linda, deitada em uma cama
de hospital, segurando uma filha recém-nascida.
Ela acaricia o rosto da bebê suavemente, sentindo o milagre que ela
acabou de trazer a este mundo. O amor de mãe é a única coisa que
qualquer pessoa pode ver ou sentir.
Uma lágrima perdida escorre diante dela e cai no rosto da criança. A
bebê apenas puxa a mão da mãe tentando sugar seu dedo.
Ela puxa a bebê para mais perto antes de ver outra mulher entrar no
quarto.
— Lilliana, está na hora.
— Ainda não, Julia, apenas me dê mais alguns momentos com minha
filha, por favor. — Lilliana chora baixinho, tentando não perturbar a bebê
em seus braços.
— Você se escondeu muito bem das pessoas por milhares de anos,
mas agora está fraca demais.
— É apenas uma questão de tempo antes que você não consiga mais
controlar. — Julia parece que vai chorar também.
— Era muito difícil esconder quem eu era de todas as pessoas. Estava
cansada de esconder que eu não era a loba do meu próprio companheiro.
— Eu sei que as aparências vão se desfazer logo que meu corpo
desmaiar. Ela é meu sangue, no entanto. Não posso deixar este mundo
sem saber que ela ficará bem.
— Ela tem meu poder para se transformar? — Lilliana questiona,
ainda olhando amorosamente para sua filha.
Julia coloca a mão na bebê e se engasga.
— Ela é parte lobo, então ela se transformará em um, mas os poderes
dela não são como os seus, Lilliana.
— Os poderes dela ultrapassam até mesmo o que a Deusa da Lua teria
imaginado. Ela tem os poderes do primogênito! — Os olhos dela se
arregalam e ela se afasta.
— Como vamos esconder isso? Ninguém pode saber quem ela é! O
que ela é! O mundo ainda não está pronto para que nossa espécie seja
conhecida.
— Eles vão ver o que ela é e matá-la antes mesmo que ela tenha uma
chance, assim como fizeram com meus ancestrais, — diz Lillana
desesperada, apertando a bebê um pouco mais.
— Eu posso lançar um feitiço nela. Exatamente como fiz com você
quando foi atacada.
— Foi simples o suficiente para esconder o seu cheiro e mantê-la viva
e em coma pelo tempo necessário para você ter saúde para trazê-la a este
mundo.
— Para ela, será muito mais difícil. Você terá que sacrificar os poucos
anos que lhe restam para que o feitiço possa escondê-la por todo esse
tempo.
— Não! Eu não posso deixá-la! Eu não me importo se eu só tenho
mais alguns anos. Eu vou protegê-la! — Lilliana soluça.
— Nós duas sabemos que o poder dela é muito grande. Ela será
sentida daqui a alguns dias e você será descoberta. É uma sentença de
morte para vocês duas.
— Eu prometo que vou cuidar dela. Se você fizer isso, esconderei o
poder e o cheiro dela até que ela encontre o companheiro. — Vou usar
todos os truques que tenho para evitar que isso aconteça enquanto eu
puder.
— E quando ela encontrar o companheiro?
— Quando ela encontrar seu companheiro, seus poderes se revelarão
lentamente. Não de uma vez, mas nessa altura, o mundo estará pronto
para ela.
— Tem certeza? Como você pode ter certeza? — Lilliana pergunta.
— A Deusa veio até mim e predisse como isso vai acontecer. Só vai
funcionar se você realizar o sacrifício final... uma vida por outra vida.
Lilliana a encara nos olhos e passa os lábios na pele macia de sua
bebê.
Analisando cada pequeno detalhe. Seus cachinhos loiros. Sua pele
branca e pálida. Suas mãozinhas. E os pezinhos.
Ela conta cada dedinho dos pés e das mãos, memorizando cada
pequeno detalhe, antes de dar um último beijo na cabeça da filha.
— O nome dela é AsaLynn. Você vai dizer ao meu marido. Ele a
protegerá deste mundo cruel. — Suas mãos começam a tremer.
— Doce e pequena Asa, minha linda menina. Saiba que te amo e
cuidarei de você. Terei o maior prazer em dar minha vida para que você
tenha a sua.
— Você será forte e poderosa. Os homens se ajoelharão diante de
você. Você vai me deixar orgulhosa. Eu sou orgulhosa de você, menina.
— Cresça e seja a guerreira que eu sei que você é. Eu amo você.
Lilliana ergue AsaLynn, entregando-a nos braços de Julia, que a pega
delicadamente.
— O que você vai dizer a Nathan?
- Vou dizer a ele que você morreu durante o trabalho de parto e que
tive que salvar AsaLynn, mas que não consegui salvar vocês duas. Ele vai
sofrer, mas eu vou ajudá-lo, — diz Julia em meio às lágrimas.
— Você tem sido minha melhor amiga, Julia, desde o começo.
Obrigada por guardar meu segredo e ajudar minha filha.
— Espero que um dia você tenha uma filha e nossas filhas também se
tornem melhores amigas. Cuide do meu bebê.
Com isso, Lilliana toca na filha pela última vez, ergue os olhos para
Julia e acena com a cabeça.
Julia coloca a mão em Lilliana e começa a fazer o feitiço. O poder
invade o quarto e o local treme.
A magia flui de Lilliana para a bebê como uma luz azul brilhante.
Parece corno água fluindo pelo ar.
A luz se torna ofuscante e lentamente fica mais fraca. Ela vai
desaparecendo, até que a luz se apaga. A mão de Lilliana se solta e a
última lágrima cai de seus olhos.
Asa começa a chorar e Julia a balança suavemente, tentando acalmar a
criança angustiada. Ela lentamente se acalma e começa a murmurar.
— Shhhh shhh, criança. Um dia você se levantará e revelará uma nova
era de criaturas. Você será a mãe de um novo mundo.
— Você está destinada à grandeza. Deixe as asas dos primogênitos
guiá-la
Nathan irrompe o quarto e vê o corpo sem vida de sua companheira.
Ele cai de joelhos e uiva de dor, e as lágrimas caem com raiva.
Julia se abaixa e coloca a mão nas costas dele enquanto coloca a bebê
em seus braços. Ele olha para ela e suas lágrimas diminuem.
— Ela se parece com a mãe, — Nathan murmura.
— Antes de Lilliana morrer, ela me disse para te dizer o nome dela. —
A voz de Julia engasga com as próprias lágrimas enquanto ela faz uma
pausa.
Nathan olha para Julia, segurando sua linda filha.
— O nome dela é AsaLynn.
Capítulo 21
O DESPERTAR
Asalynn
Minha mente clareia e, finalmente, pareço entender. Não sei bem o
que minha mãe era ou o que isso me tornará. Eu sei que Flora não
morreu à toa.
Parece que meus flashes de memória duraram apenas alguns
segundos, porque aquele louco ainda está falando comigo.
— A vadia estúpida merecia morrer. Que abominação ser uma
híbrida. Aquele lobo estúpido que fodeu com a bruxa para criá-la será o
próximo a morrer.
— Não. — Minhas vozes aumentam um pouco.
— Você ousa falar comigo, sua vagabunda? Vou mostrar o que
acontece quando você ergue a voz para mim, — diz o homem saindo da
cela de Flora e se aproximando da minha.
Não sei bem o que está acontecendo, mas sinto algo crescendo em
mim.
Meus olhos se voltam para Flora e, finalmente, uma lágrima cai. Ela
era minha melhor amiga.
Ela era forte. Ela era uma boa pessoa. Ela me mostrou que eu podia
ser melhor, mais digna. Como esse homem ousa falar dela assim?
Desonrando sua memória.
A poça do sangue dela está escorrendo mais perto agora, apenas a
alguns centímetros da minha mão. Eu não consigo tirar meus olhos.
Eu vejo a poça oscilando. Parece que é metal líquido, procurando por
mim como se eu fosse um ímã.
O sangue parece tentar se mover. Está se aproximando. Isso não é
normal, mas é como se estivesse vivo e me procurando. Eu quero que o
sangue venha. Não sei por que, mas algo em mim está chamando a
essência de Flora.
O líquido carmesim toca meus dedos e é como se uma fera se
despertasse dentro de mim. Eu me sinto forte, poderosa, cheia de
energia.
Sinto como se cada dor e sofrimento que senti durante esse cativeiro
tivessem sumido.
O sangue começa a ser absorvido pela minha pele e sinto meus
ferimentos começarem a cicatrizar. Eu olho para baixo e vejo meus
hematomas desaparecendo.
Minha pele e meus ossos começam a encher-se de sua glória anterior.
De repente, a raiva desperta em mim. Eu vejo aquele homem de
merda abrir minha cela com aquele sorriso arrogante. Meu sangue parece
que está fervendo.
Liddia
Todos iam correr até o bunker em um ataque de raiva e eu sabia que
não poderíamos fazer isso. Se Flora tivesse morrido, eu precisava ver
contra o que estávamos lutando.
Eu levanto minha mão e me conecto novamente com o pequeno
exército atrás de mim.
— Eu vou primeiro. Então todos vocês seguem.
Eu entro rapidamente, não lhes dando tempo para discordar.
Eu desço as escadas largas e a visão que tenho é difícil de entender.
Eu vejo uma garota no chão com um pedaço de metal ensanguentado
em sua mão e uma poça de sangue ao redor dela. Flora.
Então meus olhos recaem sobre a rainha. Ela está deitada no chão.
Ela parece à beira da morte, mas sinto algo irradiando dela. O sangue
no chão está sendo absorvido por ela e seu corpo está se transformando.
Tudo está se curando. Eu não consigo acreditar no que vejo. Como
lobos, nós nos curamos rapidamente, mas ela está se curando
instantaneamente.
O poder que sinto dela é assustador. Tão forte que mal consigo me
mover. Então eu vejo Marcus avançando lentamente até a cela onde ela
está.
Ele parece um louco. Como se tivesse perdido qualquer senso de
humanidade. Como ele ficou assim tão rápido?
— Não interfira, Liddia. Você deve ficar onde está.
Eu escuto. Ela nunca se enganou antes.
Naquele momento, quando Marcus abre a cela de AsaLynn, eu a vejo
se levantar. Um poder nunca visto irradia dela. Ela não fala nada.
Marcus parece zangado. Ele começa a levantar um chicote para bater
nela. Vejo o sangue de Flora subindo pelo corpo de Asa como se fosse
uma serpente, penetrando em sua pele.
Seu corpo começa a brilhar numa cor azul pálida. Seus olhos se
transformam diante dos meus próprios olhos. Eles são brancos como
gelo.
Esta não é mais apenas AsaLynn e sua loba. Há algo mais assumindo o
controle dela. Algo antigo. Não antigo como eu, mas muito mais velho.
É algo tão puro, impossível de ser tocado por qualquer coisa
conhecida.
AsaLynn apenas sorri com uma confiança recém-descoberta, quase
como uma ameaça. Um olhar lindo e aterrorizante toma conta do seu
rosto enquanto ela encara Marcus.
AsaLynn abre a boca e o som que vem dela só pode ser explicado
como um grito, mas amplificado mil vezes.
Eu caio de joelhos e cubro meus ouvidos. Dói tanto. Eu olho para trás
em meio à dor que sinto e vejo que Marcus também caiu, mas seu corpo
está paralisado.
Ele não consegue se mover para segurar os ouvidos para se proteger.
Ele se senta diante dela, repleto de dor enquanto ela acerta a onda sônica
diretamente nele. Ele se senta de joelhos como uma pedra. Quase dá para
ver as ondas de som o castigando.
Seus ouvidos começaram a sangrar. Escorrendo para fora da cabeça.
Em seguida, seus olhos começam a vazar o líquido rubi também,
manchando-lhe o rosto.
O corpo de AsaLynn começa a brilhar mais forte. Tão azul que preciso
desviar o olhar por um momento.
O ataque de ruído é finalmente interrompido, mas Marcus ainda não
está se movendo. Apenas olhando para ela com olhos cheios de terror.
Ele sabe que não é páreo para o que acaba de despertar nela.
O corpo de Asa começa a se flexionar e ela fecha os olhos. Eu me
levanto e continuo a assistir com admiração e horror. Não ousando dar
um único passo mais perto.
Os olhos dela se abrem novamente e cada gota de água na sala
começa a rastejar em direção a ela. Reunindo-se nas mãos dela. Observo
a água se mover como se fosse uma corda.
Ela agarra a água e joga o braço para frente em um movimento rápido
e áspero. A corda de líquido corta o ar e corta a garganta de Marcus.
Ele cai na frente dela e seu corpo fica mole. Os olhos dela se voltam
para mim. Eu fico em estado de choque. Entretanto, o olhar dela não me
faz sentir como se estivesse em perigo.
— Leve o corpo de Flora para seu companheiro — Asa ordena, e sinto
a urgência de cumprir sua ordem.
Corro e pego Flora em meus braços suavemente e a tiro do bunker,
encontrando os homens ainda congelados no lugar.
Vejo Zade e coloco Flora na frente dele. Seu lobo uiva e ele muda de
volta para sua forma de pele. Ele acaricia seus cabelos e a abraça,
desejando que ela volte.
É doloroso ver sua dor, sua dor inimaginável.
Todos observam compassivamente, sentindo a dor em seus olhos e
corações, pois ele perdeu sua companheira, mas eles também perderam
um dos seus.
Então eu sinto AsaLynn antes de vê-la. Todos os olhos se voltam para
a entrada do bunker e ela sai. Graça e beleza emanam de seu ser.
Eu olho ao redor e parece que os homens estão em um transe parcial.
O cabelo dela parece mais grosso. Seu corpo parece mais cheio. Seus
músculos mais definidos. Nem um único traço de sujeira ou evidência de
que ela foi atormentada por semanas.
Apenas uma visão pura de admiração.
Ela segura o corpo de Marcus nos braços como se ele pesasse tanto
quanto uma pena. Ela o joga no chão como um saco de lixo. Seu coração
está fraco, mas ainda está batendo.
— Somente um Ancião pode matar outro Ancião.
— Deixo você, Levi, decidir quem vai ter a honra. Quem quer que o
faça, que seja dolorosamente e lentamente Asa fala e soa quase... sexual?
Ninguém se aproxima do corpo. Todos os olhos ainda estão em
AsaLynn, silenciosamente. Nenhuma criatura da floresta se atreve a fazer
um som.
Ela fecha os olhos e o tom de azul que a envolve, pulsa em seu corpo.
Ela começa a se transformar, e seu glorioso lobo branco aparece, ainda
incorporando a cor e o poder que apareceu antes.
Os olhos são como as chamas mais quentes ou uma geleira.
Eu não consigo deixar de olhar para ela. Já vivi muitas eras e vi muitas
criaturas de mitos e lendas, mas nunca vi nem ouvi falar de algo assim.
Mesmo em sua forma de lobo, ela incorpora o poder feminino e as
proezas sexuais.
De repente, sua forma de lobo se afina um pouco e fica mais alta. A
luz que emana dela cega a todos e temos que desviar o olhar.
Ele escurece levemente e, quando olhamos para trás, podemos ouvir
suspiros de todos. Lá está ela.
Uma linda loba branca pura com asas que parecem angelicais, mas
são feitas de luz.
Todos nós percebemos a hierarquia diante de nós e todos os joelhos
se dobram. Todos menos Leviathan, que sorri e caminha até sua rainha.
Ela se transforma de volta em pele, e ele lhe dá um beijo envolvente,
com o orgulho estampado em seu rosto.
Ela o beija também e se afasta.
— Vamos para casa, por favor, — ela diz.
Leviathan acena com a cabeça e pega a mão dela e começa a andar por
entre a multidão de homens enquanto eles se separam, abrindo caminho
para o rei e a rainha.
Capítulo 22
DEUSA DA LUA
Asalynn
Esfrego os olhos e sinto um formigamento elétrico na minha cintura.
O braço de Levi está em volta de mim em um abraço amoroso. Eu me
aconchego nele, apreciando a sensação de conforto.
Levi me puxa para mais perto.
— Já era hora de você acordar, bela adormecida, — brinca.
— Quanto tempo eu estive dormindo? — Eu pergunto.
Adormeci em algum lugar no caminho de volta do cativeiro.
Meu corpo estava com a adrenalina tão alta que, finalmente, quando
voltamos para casa, tudo se dissipou e meu corpo parecia esgotado, então
vim montada nas costas de Levi a maior parte do caminho para casa.
— Já faz cerca de uma semana, — Levi responde com indiferença.
— Uma semana!!! — Eu exclamo.
— Asa, você passou por muita coisa, e seu corpo...
— Bem, eu não sei exatamente o que aconteceu lá, mas o que quer
que tenha acontecido, você estava com tanto poder que ninguém
conseguia acreditar.
— Usar e conter tanto poder de repente cobraria seu preço no corpo
de qualquer pessoa.
— Você pode estar fisicamente bem, mas mentalmente, você
precisava descansar, então deixamos assim, — explica Levi.
Acho que isso explica tudo. Eu também não entendo exatamente o
que aconteceu, mas sei que precisava disso. Acordar em seus braços
depois de tudo me faz sentir um pouco melhor.
Flashes de minhas semanas anteriores passam pela minha mente em
um turbilhão ofuscante.
— Flora... — Meu coração aperta quando me lembro da minha
melhor amiga.
— Ela não sobreviveu, mas lhe demos um funeral digno. A mãe dela
veio e está de olho em você.
— Ela está lá embaixo e quer se encontrar com você assim que você se
sentir bem.
Eu aceno com a cabeça e aconchego minha cabeça na curva do
pescoço de Levi. Eu sei que preciso me levantar e enfrentar a realidade,
mas neste momento...
Só mais um pouquinho, eu só quero aproveitar isso.
Um pouco depois, me esforço para me levantar. Eu tomo banho e
visto algumas roupas que antes estavam largas. Eles parecem abraçar
meu corpo agora.
Levi espera por mim na cama e descemos as escadas até a cozinha
para nos encontrar com Julia.
Eu caminho pela entrada e Julia levanta os olhos e imediatamente
começa a chorar. Ela corre até mim e me abraça.
— Eu sinto muito, Julia. Eu estou muito triste por não ter conseguido
protegê-la, — eu digo, engolindo os soluços.
— Não, criança. Não se desculpe. Isso estava escrito há muito tempo.
Não há como escapar do destino escrito pela Deusa, — ela murmura.
Levi se mantém distante, mas me observa de forma protetora.
— Vou deixar vocês duas sozinhas para conversar, — diz ele.
— Não, Leviathan, eu preciso que você fique. A razão de eu ainda
estar aqui é porque a Deusa da Lua desejava ter uma audiência com vocês
dois.
— AsaLynn é quem deve se encontrar com ela, mas ela deseja que
você e Zade estejam por perto. Quando Asa voltar da reunião, — Julia
afirma enigmaticamente. — Eu entendo. Vocês podem usar a biblioteca.
Eu estarei com Zade e nós ficaremos esperando do lado de fora das
portas.
— Obrigada. Vamos, Asa. Eu sei que foi de repente, mas não é
educado deixar a Deusa esperando.
Eu aceno e caminho com Julia até a biblioteca da casa da matilha.
Assim que chegamos, vejo Levi e Zade parados em cada lado da
entrada. Eu olho para Zade e dou-lhe um breve abraço, oferecendo
minhas condolências em silêncio.
Julia e eu entramos na biblioteca e ela me fez sentar no sofá.
— Ok, tudo que eu preciso que você faça é sentar e se concentrar em
sua respiração. Eu farei o resto. Eu não poderei ir com você.
— Vou abrir o portal e você vai passar por ele sozinha.
— Certo. Eu entendo. Você sabe o que ela quer?
— Não. A Deusa apenas me contou até a captura e o sacrifício. Nunca
me contou o que aconteceria depois.
— Julia, você sabe o que minha mãe era?
— Sim. Mas não cabe a mim dizer, AsaLynn. Agora, por favor...
Precisamos começar.
Sento-me no sofá e começo a contar minha respiração, relaxando
meu corpo enquanto Julia fica na minha frente com os braços levantados,
recitando um encantamento.
Eu vejo seus olhos ficarem brancos com a névoa enquanto ela
canaliza seus poderes.
Há uma ondulação no tempo e vejo uma forma oval de luz dourada
aparecer entre nós. É quente e parece ouro líquido. Eu me levanto,
respiro fundo e entro.
— Minha filha, é tão bom ver você.
Eu olho para cima depois de recobrar meu equilíbrio. Não vejo nada
além de branco ao meu redor. Então eu vejo ela.
A Deusa da Lua está diante de mim em toda a sua glória. Eu não
poderia descrever sua beleza se tentasse. Ela está diante de mim com um
magnífico vestido branco esvoaçante.
— Deusa...
— Eu trouxe você aqui porque acredito que é hora de você entender
algumas coisas. — Sua voz soa corno mil anjos.
Eu simplesmente balanço a cabeça.
— No começo havia a primogênita. Nascida de humano e pássaro. Ela
vivia perto da água e observava o mundo ao seu redor.
— Ao longo dos anos, ela viu como os homens menosprezavam as
mulheres e como as machucavam.
— Ela passou a odiar os homens e usou sua voz para atraí-los para
suas sepulturas aquáticas. Com o tempo, ela ficou sozinha e orou ao deus
do rio pelas crianças.
— Ele ignorou seus apelos por ela ser uma mulher, mas eu ouvi sua
dor e tristeza. Eu a concedi três presentes. Peisinoe, Aglaope e
Thelxiepeia. — Ela faz uma pausa.
— Aglaope. Parece o sobrenome da minha mãe, Alga.
— Sim. Veja que, ao passar dos séculos, Aglaope se apaixonou por um
marinheiro que ela pretendia atrair para a morte e teve um filho.
Lilliana...
— Minha mãe?
— Sim, Asa. Sua mãe era filha de um desses seres.
— O que eram esses seres?
— Sereias. — A Deusa fez uma longa pausa para me permitir
processar.
— Então eu sou... eu sou uma... sereia?
— Sim, minha filha. As sereias eram conhecidas como criaturas
horríveis, meio-pássaro, meio-mulher, que só desejavam matar homens e
por isso mandei Julia ficar com sua mãe quando criança.
— Para cuidar dela e mantê-la segura e escondê-la. Eu tinha muitos
planos para ela.
— Eu?
— Novamente, sim. Durante esse tempo, o mundo não estava pronto
para apreciar o que não entendia. Então eu mantive Lilliana escondida e
depois você.
— Você trará a este mundo uma nova espécie que estava extinta há
séculos. Você será o início de um novo começo.
— Mas por que Flora teve que morrer? Por que você disse a ela para se
matar?
A Deusa esfrega as têmporas e suspira. — Isso, na verdade, foi um
erro de comunicação. Eu disse a Flora que você precisava do sangue dela
para despertar seus verdadeiros poderes.
— Eu queria que ela se cortasse e desse o sangue a você, não que se
matasse. — Ela ri.
Eu fico com raiva com a risada da Deusa.
— Você acha engraçado que ela perdeu a vida porque você queria
brincar com as palavras!?
— Acalme-se agora. Você realmente acha que eu deixaria uma das
minhas criaturas favoritas morrer? Ela é uma verdadeira bruxa. Minha
conexão com o mundo atual.
— Mas ela está morta... Morta mesmo!
— Não. Ela está aqui comigo. Esperando por você.
Flora aparece no meio de uma névoa branca. Eu caio de joelhos e
começo a chorar ao ver minha melhor amiga. Flora corre até mim e me
pega nos braços.
— Tudo bem. Estou bem. Estou bem aqui, Asa. Não chore! — Ela me
segura e tenta me acalmar.
A cabeça de Flora se levanta rapidamente e ela encara a Deusa.
— Você quer dizer que eu não tinha que me matar? Eu poderia ter
furado meu maldito dedo e a mesma merda teria acontecido!!!!! — ela
grita acusadoramente para a Deusa.
A Deusa começa a rir. — Tanto atrevimento. Mas sim. Não é minha
culpa que você exagerou... Literalmente.
— Vaca — Flora murmura e começa a rir com a Deusa.
Não consigo conter o riso com os comentários rudes de Flora para a
Deusa. Ela fala como se fosse uma amiga casual.
— Está bem, está bem. Agora levante-se, por favor, para que eu possa
terminar. Julia não conseguirá manter o portal aberto por muito mais
tempo.
Nós ouvimos e nos levantamos.
— Tudo bem, Asa... Você tem os poderes da primogênita. Sua voz
pode manipular. É mais poderoso para com os homens.
— Isso explica muita coisa.
— Sim, você, como percebeu, também tem a capacidade de criar asas.
Elas podem ser armas, se necessário, mas não lhe permitem voar.
— Você também tem a capacidade de controlar a água. Um dia você
precisará desses poderes, então reserve um tempo para aprender e
ensinar aos seus filhotes também.
— Certo. Pelo menos tenho muito tempo para aprender antes de ter
que me preocupar com o ensino. — A Deusa ri. — Não tanto quanto você
pensa. Você tem cerca de... mais três ou quatro meses. Ah, e é uma
menina... — Ela pisca.
— Espere, o que!!! — Flora e eu dizemos ao mesmo tempo.
— Você é parte lobo. As lobas têm gestação de cerca de cinco meses.
Você está com pouco mais de um mês ou mais, então, sim, mais três ou
quatro meses, mais ou menos.
— Estou grávida?!
— Eu vou ser tia!!!!!! Tia Laia. Sim, sua filha vai me chamar de Laia!
Eu vou mimá-la pra caralho! — Flora se abaixa e começa a passar as mãos
por toda a minha barriga.
— Muito bem, é hora de vocês duas irem agora. Obrigada a ambas.
Ainda estou em choque quando Flora começa a me levar até o portal.
— Oh e, Flora... — a Deusa diz com um sorriso malicioso.
— Peça desculpas a Zade por mim e fale para ele verificar sua própria
ninhada quando você voltar.
Com isso, somos lançadas pelo do portal.
Capítulo 23
LAR DOCE LAR
Asalynn
Voltamos pelo portal e Flora cai sentada. Ela parece chocada e com
raiva ao mesmo tempo. Eu sentia falta de seus dramas exagerados.
— O que diabos foi isso?!!!!! — Flora grita, parecendo uma criança no
chão fazendo birra.
Julia fecha o portal e olha para sua filha. Ela corre até Flora e cai de
joelhos, chorando. — Bebê!!! Você voltou! Você está viva! Como? — Julia
diz soluçando.
Em um instante, a porta da biblioteca se abre e Zade entra voando.
Ele para no momento em que seus olhos pousam em Flora. Ele fica em
estado de choque. Tantas emoções cintilam em seus olhos.
— Estou de volta, cadelas! — Flora ri.
Julia dá um tapa na nuca de Flora. — De volta dos mortos ou não,
cuidado com a boca. — Ela sorri em meio às lágrimas.
Os olhos de Zade ainda estão fixos em Flora, ele se move até ela
lentamente, como se temesse que ela pudesse desaparecer se ele piscasse.
Flora sorri e Zade se lança sobre ela, a levanta do chão e a gira pela sala.
— Como você está aqui. Viva? Eu senti tanto sua falta. — Zade
tropeça nas palavras.
Levi caminha até mim e envolve os braços em volta da minha cintura
e nós dois continuamos a assistir a cena se desenrolar.
— Sim, então aquela puta da Deusa e eu aparentemente tivemos um
erro de comunicação e eu não tinha que dar uma de heroína e me matar.
— Basicamente, eu só precisava furar meu maldito dedo para que a
sereia da Asa saísse — diz Flora sarcasticamente com uma cara
impassível.
— Sereia?! — os dois homens dizem ao mesmo tempo.
— Sim. Então descobri que minha mãe era uma sereia Anciã e todas
as coisas estranhas que estavam acontecendo comigo era porque eu
também sou, — explico.
— Nunca ouvi falar de sereias, exceto no folclore, — responde Levi.
Zade ainda está espremendo Flora, mas consegue falar.
— Isso explica a tempestade de merda que aconteceu quando você
entrou no cio. Você teve todos os lobos em um raio de oitenta
quilômetros tentando invadir a casa da matilha.
Ele ri com a lembrança.
Todos nós concordamos. Depois damos mais algumas risadas,
abraços e boas-vindas. E é claro que Flora, em toda a sua glória rude,
finalmente fala.
— Ok, sério, que porra eterna ela quis dizer com ninhada?
Todos ficam em silêncio e seus olhos se arregalam. Eu não consigo
deixar de cair na gargalhada.
— Estou falando sério! Ninhada? Isso significa mais de um, certo?!
Zade fica completamente quieto e abre e fecha a boca algumas vezes,
incapaz de formar palavras. Ele coloca Flora no chão e tenta entender o
que está acontecendo.
— Oh sim, a Deusa disse que Flora está grávida de uma ninhada de
filhotes. Parabéns, Zade, espero que você esteja pronto para não dormir.
Eu faço questão de dizer isso com um atrevimento extra enquanto rio
de Flora.
— Ah, sua vaca... Ela também está grávida! — Flora grita para Levi.
Nesse momento, os dois homens ficam estarrecidos. Julia, por outro
lado, começa a pular e corre até Flora, passando a mão em sua barriga.
Levi se aproxima de mim e dá um sorriso largo.
— Surpresa. — Eu rio.
Levi imediatamente cai no chão e beija minha barriga.
— Como se faz para criar uma loba sereia? — ele brinca
— Eu acho que é assim como meu pai fez comigo.
Flora dá um tapa em Zade, que ainda está congelado no lugar.
— Alôôôôôô, você não ouviu toda aquela conversa de: estou grávida e
estamos prestes a ter uns cem filhos? — Flora anuncia arrogantemente.
Zade lentamente começa a se mover e agarra Flora com um beijo
avassalador. É uma cena um tanto íntima demais e decido desviar o
olhar.
Quando eles finalmente se separam, ela sorri.
— Essa é a reação que eu estava procurando. Homem inteligente.
Mas, falando sério, podemos ir ao médico para que eu possa ver de
quanto tempo estou e o que ninhada significa em termos de um número
exato?
Zade apenas balança a cabeça e Flora diz que vai nos encontrar no
médico da matilha e me deixar conversar com Levi.
Nos trinta minutos seguintes, explico o que aconteceu e o que a
Deusa me contou sobre quem é minha mãe e o que sou. Eu explico como
Julia desempenhou seu papel também.
— Oh, e ela mencionou mais uma coisa, Levi, — eu digo.
Levi levanta a sobrancelha interrogativamente.
— É uma menina.
Todo o rosto de Levi se ilumina e ele parece estar tentando conter um
pouco da empolgação.
Depois de muitos beijos e um esforço muito grande para não foder
com este homem nesta biblioteca, nos separamos e vamos ao médico.
Assim que entramos no consultório médico, Flora parece que vai
vomitar e Zade parece o homem mais feliz do mundo.
— Quatro. Quatro filhotes. Não apenas um. Não são gêmeos. Nem
mesmo trigêmeos. Quádruplos, — Flora praticamente sussurra em
choque.
Eu sorrio e corro para abraçá-la.
— Você consegue. Você já é uma mulher impetuosa e feroz. Se tem
alguém que pode cuidar de quatro crianças, é você, — digo a Flora.
— Se eles forem como eu, estou muito mais que fodida. — Ela ri e
parece se acalmar um pouco.
Finalmente vou para minha consulta e podemos ver nossa filhinha.
Ela parece uma pequena alienígena. Eu não consigo deixar de ficar
animada, no entanto.
Levi me apoia bastante e fica imediatamente muito feliz com a
notícia. Ele vai ser o melhor pai.
Também descobrimos que Flora e eu teremos apenas alguns dias de
diferença nas datas do parto!
Mais tarde naquela noite, finalmente pudemos voltar para o nosso
quarto.
Estamos finalmente longe de toda a agitação das notícias correndo
como um incêndio e da onda de membros da matilha vindo para nos
parabenizar e dar as boas-vindas à Flora que está de volta.
Eu nem lembro quantas vezes tive que explicar todo o motivo pelo
qual ela voltou e sobre eu ser uma sereia.
Eu realmente gostaria de ter pensado na ideia de me conectar
mentalmente com a matilha, porque agora estou exausta.
Depois do meu banho, finalmente rastejo até a cama com Levi.
— Minha linda sereia companheira. Mãe do meu filho. Minha melhor
metade.
Eu sorrio com seus elogios e me viro para lhe dar um beijo, e Levi
envolve seus braços em volta do meu quadril.
— Hmmmm, devo dizer que adoro essas suas novas curvas. — Ele
pisca.
Eu sinto ficar molhada em meu sexo. Levi sente isso também porque
seus olhos começam a piscar em preto e ele lambe os lábios.
— Eu sei de coisas melhores que você poderia fazer com essa língua,
— eu sussurro sedutoramente.
— Seu desejo é uma ordem, minha rainha, — diz ele com fome em
sua voz.
Em um flash, ele está em cima de mim. Beijando meu pescoço,
lambendo onde ele me marcou. Sinto o calor inundar meu corpo e solto
um pequeno gemido.
Levi continua descendo pelo meu peito e me despindo. Ele se detém
sobre meus mamilos. Respirando sobre eles enquanto os observa ficarem
duros.
Ele se aproxima e começa a lambê-los, sugá-los, mordiscar. Ele faz
isso tão tentadoramente devagar, mas, uau, é incrível.
Minha respiração fica ofegante quando ele move sua boca para o
outro seio e sua mão começa a se deslocar para baixo.
Levi se certifica de passar suavemente a ponta dos dedos na minha
pele, circulando meu umbigo, causando arrepios em todo o meu corpo.
Sua mão se move mais longe até que ele a mergulha entre minhas
coxas. Eu gemo de prazer enquanto ele acaricia meus lábios inferiores.
Ele os massageia e desliza seu dedo médio entre minhas dobras,
enquanto continua a provocar meus mamilos. Sem ainda entrar em mim,
mas apenas passando sobre minha pele lisa.
Sua boca começa a se mover em direção à sua mão, e o calor de sua
respiração contra mim me deixa selvagem.
Sua boca finalmente encontra a área onde sua mão me dá prazer e ele
substitui seus dedos pela língua.
Eu suspiro e gemo seu nome no momento em que sinto sua língua
quente e úmida deslizar sobre meu clitóris. Eu me sinto umedecer. Meus
sucos fluem para fora de mim e em seu rosto.
Levi gira o máximo que pode e começa a circular sua língua em torno
da minha entrada. Parece uma doce tortura. Dolorosamente agradável.
Sinto um zumbido por todo o meu corpo. Não é algo que eu chamaria
de normal. Parece mais mágica. Então eu tive uma ideia divertida.
Eu deixo o sentimento fluir pelo meu corpo e faço um esforço para
conseguir falar.
— Levante-se, — eu digo em um tom estranhamente sedutor.
Minha voz está cheia de magia. Estou sintonizando meus poderes de
sereia para tentar manipulá-lo um pouco.
Levi para instantaneamente e fica por cima de mim.
— Deite-se, — eu digo.
Levi obedece e se deita na cama. Eu rastejo por cima. Seus olhos
começam a lutar, dançando do dourado ao preto. Vejo uma batalha
interna e não consigo deixar de rir.
Os olhos de Levi voltam ao normal.
— Você acabou de usar sua voz para me controlar? — ele diz
sombriamente, mas também soa perigosamente erótico.
— Sim, — eu digo, falando com um tom de atrevimento.
— Sua garota safada, safada... Tentando me controlar... Você vai pagar
por isso.
— Jura? — Eu digo, com minhas palavras misturadas com luxúria.
Minha respiração fica ofegante e, antes que eu consiga piscar, Levi me
prendeu de volta embaixo dele.
Eu mal tenho a chance de entender o que aconteceu e ele mergulha
todo o seu pau profundamente na minha entrada.
— Sim, me come! — Eu grito.
Levi solta um rosnado carnal com a minha reação e então começa a
meter em mim seguidamente. Castigando minhas entranhas como nada
que eu já senti antes.
— Deusa sim, Levi! Não pare!
Suas estocadas ficam ainda mais frenéticas, tentando empurrar mais e
mais fundo a cada entrada. Meu corpo está tremendo enquanto vejo este
homem me dominar de todas as maneiras possíveis.
Eu agarro seu cabelo e puxo sua cabeça em minha direção e beijo sua
boca.
Nosso beijo é frenético, no mesmo ritmo de seus impulsos. Tanta
força. Tanto desejo em cada movimento.
Seu membro duro muda ligeiramente e ele atinge meu ponto. Eu
grito em êxtase quando sinto um formigamento elétrico tomar conta do
meu corpo.
Eu sinto minha loba. Eu sinto minha sereia. Entre eles e a sensação
deste homem controlando meu corpo, sou levada à queda livre do
clímax.
Eu caio forte e profundamente e ele mantém seu ritmo contra cada
centímetro do meu interior.
Minhas mãos alcançam suas costas e sinto minhas garras se
estenderem sem aviso. Elas cavam em suas costas e puxam sua pele.
— Porra, Asa! — Ele geme.
Eu sinto o formigamento mágico em meus dedos e desejo que flua da
minha pele para a dele. Seu corpo reage instantaneamente com um
profundo prazer.
Sua ereção começa a latejar forte, pronta para ser liberada. Eu puxo
meus quadris para encontrar os dele, empurrando-o mais
profundamente e, finalmente, sinto a explosão de esperma quente me
encher até a saída.
Seus movimentos diminuem e ele finalmente se afasta e se deita ao
meu lado.
— Movimento furtivo, minha safada.
— Tive uma sensação e queria usá-la. Sei que você adorou, — eu digo,
terminando com uma piscadela.
— Talvez um pouco. Mal posso esperar para descobrir seus outros
talentos ocultos. Eu definitivamente poderia me acostumar com esse
novo lado seu.
Capítulo 24
ESTÁ NA HORA!!
Asalynn
Três meses depois
As coisas têm sido ótimas desde que Flora e eu voltamos. Os homens
estão atentos. A matilha parece estar crescendo. Basicamente, tem sido o
paraíso na terra.
Com Flora e eu nos tornando balões ambulantes, temos sido
limitadas quanto ao que podemos fazer, mas me considero muito
sortuda.
Agora estou quase dando à luz, mas terei apenas um filho. A pobre
Flora está xingando meio mundo porque ela parece um belo dirigível.
— Eu posso fazer isso sozinha! — Flora grita com Zade tentando
calçar os sapatos.
A verdade é que ela não consegue e ela sabe disso. Sua barriga é maior
do que o comprimento de seu braço, e ela mal consegue andar.
Flora sempre será Flora, entretanto. Mulher teimosa.
Eu rio da porta de seu quarto e finalmente entro para ajudar o pobre
Zade.
— Ok, sua vadia, acalme-se e deixe-me ajudá-la, — eu digo enquanto
me esforço para abaixar e colocar as sapatilhas para ela.
— Você está tão adiantada quanto eu. Por que eles não te tratam
assim? Eu não sou uma criança, você sabe, — ela diz com raiva — Flora,
sério, olhe para mim e depois olhe para você. Você literalmente tem que
carregar sua barriga com os braços. Você deveria estar em repouso na
cama.
— Dê um descanso ao seu homem. Ele se preocupa com você
— Sim, bem, estou com fome, e se eles me fizerem ficar no maldito
quarto por mais um momento, vou enraivecer e amaldiçoar todo este
continente.
Eu rio. — É por isso que sua mãe bloqueou sua magia. Não temos
muito mais tempo, então apenas tente e relaxe um pouco, certo?
Zade vem para perto de mim e dá um beijo na testa de Flora, em
seguida, me dá a mão para que eu possa me levantar.
Nós dois ficamos ao lado de Flora e a ajudamos a se levantar para que
possamos descer até a cozinha.
Um banquete digno de um pequeno exército está na cozinha para
nós. Flora está sem fôlego e se joga em uma cadeira.
Ela começa a encher a pança, e todos nós começamos a rir.
— Calem-se. Estou comendo por cinco! — Flora diz em resposta à
nossa risada, com comida voando para fora de sua boca.
Finalmente começo a comer e falamos um pouco sobre os filhotes de
Flora. Ela se recusa a descobrir os sexos, e nós fazemos apostas. Eu digo
que todas são meninas.
Ela pode parecer mal-humorada, mas está amando toda a atenção.
Todos prontos para servi-la. Que talento para o drama.
— Hoje é o chá de bebê da matilha. Vocês estão animadas? — Levi
interrompe.
— Sim, pra caralho! Muitos presentes para bebês! Estou tão pronta!
— Flora grita — Você sabe que temos o suficiente para um milhão de
crianças, certo? — Zade brinca.
— Cara, são presentes! — Flora responde.
— E cada item é obtido/feito com amor e é do coração deles, certo,
Flora? — Eu me intrometo — Sim, isso também. — Ela revira os olhos.
— Ok, mamãe, vamos para cima para você se arrumar. Temos cinco
horas e sei quanto tempo você demora para ficar pronta, — eu digo.
— Você sabe que você está grávida também, certo? — Flora discursa.
— Talvez, mas você está maior e está duas semanas mais adiantada do
que eu.
Zade e eu ajudamos Flora a voltar para cima.
Graças à Deusa, quando descobrimos que estávamos grávidas, Levi
instalou um elevador porque nenhuma de nós seria capaz de subir três
ou quatro lances de escada várias vezes por dia.
Sem mencionar que tentar levar bebês para cima e para baixo seria
uma loucura.
Zade nos deixa para nos arrumarmos e eu começo a remexer em
todas as roupas novas de maternidade que compramos alguns dias atrás.
Tento ajudar Flora a experimentar algumas mas nada parece estar
ultrapassando sua enorme barriga.
— Meu, que merda!. Nós acabamos de comprar essas. Como eu cresci
tanto em questão de dias!
— Os bebês estão crescendo rápido agora e ficando maiores a cada
dia. Eu comprei algo para você caso isso acontecesse.
— Sua vaca, por que você não pegou isso depois que as primeiras
quatro roupas não serviram? — Flora diz com um olhar zangado.
Corro até o meu quarto e pego o vestido que comprei para ela e o
trago de volta. Entrego a caixa para ela e ela a abre. Um leve suspiro
escapa de sua boca enquanto ela desliza a mão pelo material sedoso.
— Oh minha Deusa, você está brincando? Isso é lindo! Mesmo sendo
maior do que o meu lençol, — exclama Flora com acessos de riso.
— Bem, tira daí para que possamos vesti-lo, caramba.
Flora tira o vestido cinza escuro e eu a ajudo a vesti-lo.
Ele serve perfeitamente e desliza sobre sua grande barriga. Ele aperta
os seios dela da maneira certa, dando-lhe o suporte que ela precisa
desesperadamente.
O resto flui livremente sobre seu corpo. Ele arrasta no chão na parte
de trás. É como uma linda cascata.
Flora se olha de cima a baixo e começa a soluçar. — Porra de
hormônios, cara...
— Estou feliz que você gostou. Deixe-me ir pegar meu vestido. Eu
tenho um igual, mas o meu é azul marinho.
Algumas horas depois, nós duas finalmente estamos prontas e os
homens chegaram para nos escoltar até o prédio do centro de
convenções para a festa.
Assim que chegarmos, passamos pela grande entrada e toda a matilha
está comendo, bebendo e se divertindo.
— Parece que tem mais gente que a matilha, meu amor.
— Alguns dos alfas e respectivas companheiras de todo o mundo
também vieram. Uma rainha sereia e uma verdadeira bruxa tendo filhos é
um grande evento. Isso mudará o mundo.
Sereias já são novidades para todos, e nunca houve mais do que duas
bruxas verdadeiras no mundo ao mesmo tempo. — Ele sorri.
Eu caminho no meio da multidão e vejo meu pai.
— Papai!!!! — Eu digo enquanto corro e o abraço.
— Olhe para você. Você está... grande. Ha ha. Você está linda. A
verdadeira definição de uma rainha, — Nathan diz suavemente.
— Obrigada. Eu estava com saudades de todos vocês. Obrigada por
ter vindo.
— Eu não podia perder o chá de bebê da minha garotinha. Afinal,
esses são meus avós. Eu gostaria que sua mãe pudesse te ver agora. — O
rosto de Nathan fica um pouco abatido.
— Eu sei, pai.
— Então é verdade que você é uma... sereia?
— Sim. Aparentemente, mamãe era uma metamorfa de sangue puro e
a verdadeira bruxa, que aparentemente é a mãe da minha melhor amiga,
ocultou o cheiro dela e, bem, sim.
— Isso faz muito sentido, na verdade. Bem, não importa, estou
orgulhoso de você. — Depois de mais alguns minutos de bate-papo,
começo a passar por todas as mesas, cumprimentando a todos e vou ver
como Flora está. Ela parece mal.
— Você está bem? — Eu pergunto, preocupada.
— Sim, mas essas contrações são fortes pra caralho, — Flora diz sem
rodeios.
— Eu me sinto como você, embora sei que as suas contrações estão
piores, — eu respondo.
— Seja uma super melhor amiga e me dê algo doce. Estou com desejo
de doce!
Eu rio e corro para pegar uma variedade de doces e começo a
caminhar de volta no meio das pessoas.
Algo diference entra em meu nariz. Eu olho para cima e vejo Zade
correndo no meio da multidão na direção de Flora.
Eu largo o prato e começo a abrir caminho também. Levi me pega
quando eu tropeço e solta um rosnado estrondoso.
— Saiam! — Levi ordena.
Todos saem do nosso caminho e vejo Zade ajudando Flora a se
levantar.
Flora dá um sorriso meia-boca. — Minha bolsa acabou de estourar.
Eu grito de empolgação. — Hora do parto!!!!
Todos começam a aplaudir e sair do caminho para que possamos tirar
Flora do prédio. Nós chegamos à saída e colocamos Flora no carro.
Assim que chegamos ao hospital, Flora está gritando de dor. Pobre
Zade, tenho certeza de que ela quebrou a mão dele em alguns lugares.
Os médicos a levam para dentro. Assim que terminam de prepará-la e
de dar alguns remédios para a dor, Levi e eu vamos para o quarto dela.
Levi resolveu que era uma ideia melhor ficar do lado de fora do
quarto enquanto eu entrava.
Vou até a Flora, que agora está com um sorriso forçado no rosto.
— Está se sentindo muito bem agora, hein?
— Cara, eu preciso de alguns desses remédios para levar para casa. Eu
sinto que estou voando agora.
Eu comecei a rir quando Zade deu um tapa na própria testa e se virou
para falar com Levi.
— Eu te amo, sua vadia louca. — Eu ri.
— Ah, eu também te amo, mas você pode precisar chamar um
médico, — Flora diz, com o rosto meio sorrindo, meio sério.
— Você está bem? É hora de empurrar? — Eu digo desesperada.
— Não para mim, cara. Sua bolsa também estourou.
Eu olho para baixo e vejo que estou em cima de uma poça de líquido.
— Merda... Leeviiiii!
— Ele já foi buscar alguém e preparar o seu quarto. Parece que
teremos cinco bebês nascidos hoje.
Flora começa a rir de novo. — Deusa da Lua, sua puta.
Zade e eu olhamos um para o outro e olhamos para a confusão de
Flora.
— Esta é a noite da super lua, a noite em que a lua está mais próxima
da terra. O dia em que nossos poderes estão em sua plenitude. Ela
planejou isso.
— Uma criança nascida sob a lua cheia normalmente é mais forte e
tem melhores habilidades do que outras. Vadia sorrateira.
Seis horas depois, Flora e eu demos as boas-vindas aos nossos lindos
filhotes ao mundo.
Flora teve três meninos. Eli, Zeus - em homenagem ao nosso
companheiro de matilha que tentou nos salvar - e Zade Junior - o mais
velho.
Então ela teve a menina por último. O nome dela é Petra. Todas
muito parecidas com a mãe e apenas uma pitada de papai.
Dei à luz minha linda filhinha, Lilliana, em homenagem à minha mãe,
Lily, para abreviar. Pelo que Levi disse, ela nasceu quatro minutos depois
do filho mais velho de Flora.
Ela tem olhos azuis selvagens, graças à sua sereia, e meu cabelo loiro
encaracolado. Não admira que eu tenha tido azia tão forte durante toda a
gravidez.
Agora eu estou aqui na sala de recuperação com minha filhinha e com
Levi. Estamos esperando há cerca de duas horas por Flora.
Depois que ela terminou o parto, pedimos para que que as
enfermeiras trouxessem ela e os filhotes para o quarto conosco.
Levi se apega a Lily, e há muito amor em seus olhos. Isso me lembra
da memória de quando minha mãe me segurou antes de morrer.
Não consigo acreditar como minha vida se tornou incrivelmente
plena em menos de um ano.
— Você foi incrível, meu amor. Ela é muito forte como você. Eu já
consigo sentir isso; — Eu me pergunto quais poderes ela terá, — eu digo.
— Quaisquer que sejam, tenho a sensação de que ela será levada.
Inferno, ela já me enfeitiçou, — Levi brinca.
— Meu Rei, minha Rainha, Flora chegará em breve com seus filhotes.
Onde você gostaria que os colocássemos? — a enfermeira pergunta.
— Vamos trazer o berço personalizado e colocá-lo entre a minha
cama e a de Flora. A enfermeira sai e traz de volta o enorme berço -
provavelmente poderia caber dois adultos - e o coloca ao meu lado.
Pouco depois, Zade, Flora e seus filhotes entram.
— Uau, você tem um exército adorável atrás de você, — eu brinco.
— Ah, sim, e a pequena senhorita Petra tem três irmãos mais velhos
para matar qualquer um que tentar acertá-la conforme ela cresce, — diz
Zade.
Flora dá um soco no braço de Zade — Ela é ela mesma e pode estar
com quem ela quiser. Ela é uma mulher!
Zade revira os olhos e todos nós rimos juntos.
Flora e Zade colocam os filhotes um por um no berço e eu me levanto
para fazer o mesmo com Lily. Eu a coloco mais próximo da minha cama,
ao lado de Zade Junior.
Todos nós ficamos por cima do berço, olhando para essa abundância
de fofura. — Eu mal posso acreditar que eles são nossos, — eu digo,
murmurando para os bebês.
Flora vai olhar para Lily e, de repente, o poder na sala se transforma. É
ainda mais forte do que o meu.
Todos nós olhamos em volta, tentando descobrir o que está
acontecendo. Assim que olhamos para baixo, vemos que a cabeça de Lily
está voltada para Júnior e ela está começando a ficar azulada.
— Ai que merda, — murmura Flora com um sorriso.
— O que!!! — Eu digo, em pânico.
— Parece que Lily e Junior são companheiros predestinados.
FIM
Continua no Livro 2…
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