Antes de entender a pirâmide de aprendizagem é preciso conhecer o responsável pela criação e popularização do modelo. O conceito de pirâmide de aprendizagem foi criado pelo psiquiatra estadunidense William Glasser, também responsável pela criação da chamada Teoria da Escolha. Glasser entendeu que as melhores formas de aprendizado acontecem de dentro para fora, algo que parte da motivação dos indivíduos. Portanto, isso faz com que o aprendizado seja um movimento que parte do individual para o coletivo e não o contrário. Esta visão também foi considerada na criação do conceito da pirâmide de aprendizagem. Em sua teoria, Glasser analisou uma ferramentas e métodos que utilizamos para estudar e aprender como livros, palestras, observação e discussões em grupo. Por isso, Glasser classificou cada um desses métodos e ferramentas por meio de suas respectivas eficácias e capacidade de assimilação de conteúdo. Ao fazer essa classificação, Glasser criou uma proposta que visa otimizar o aprendizado de alunos de diferentes plataformas e definiu as formas como aprendemos. Segundo Glasser, nós aprendemos 10% daquilo que apenas lemos, 20% se apenas escutarmos, 30% ao observarmos e 50% se observamos e escutamos simultaneamente. Na base da pirâmide, 70% quando discutimos o assunto com outras pessoas, 80% quando colocamos em prática. Por fim, aprendemos 95% de um conteúdo quando ensinamos aquele determinado conhecimento a outras pessoas. A pirâmide de aprendizagem também é dividida entre duas categorias principais: métodos de aprendizagem passiva e métodos de aprendizagem ativa. Glasser dá um foco especial para os métodos de aprendizagem ativa, já que para ele são as formas com maior capacidade de assimilação e aprendizado. Portanto, para Glasser, o método mais eficaz de aprendizagem seria aquele em que você tenta ensinar aos outros o conteúdo a que você foi exposto. Por exemplo, um carpinteiro saberá mais sobre carpintaria quando ensiná-la a outra pessoa, pois assim estará exercitando a técnica de seu trabalho. Sabendo disso, vemos que a ideia de Glasser é colocar o aluno como centro de sua própria aprendizagem, e com isso possível gerar mais conhecimento. Comofunciona a pirâmide de aprendizagem? A pirâmide da aprendizagem organiza, de forma visual, quais são as atividades responsáveis pela forma como nós absorvemos o conhecimento, em camadas que variam de acordo com a sua capacidade de retenção. As principais representações da pirâmide atribuem os seguintes valores para cada atividade: 10% quando o aluno lê; 20% quando o aluno escuta; 30% quando o aluno observa; 50% quando o aluno observa e escuta; 70% quando o aluno interage ; 80% quando o aluno realiza atividades práticas; 95% quando o aluno ensina aos seus pares. No entanto, é importante observar que atualmente alguns cientistas discordam das porcentagens utilizadas na pirâmide, alegando que elas não representam um dado exato. Para eles, atribuir porcentagens de eficiência de aprendizagem para determinados grupos de atividades foge do objetivo inicial do projeto, que era mostrar a diferença entre os métodos passivos e ativos no consumo do conteúdo. Por isso, cada nível de aprendizagem deve ser personalizado de acordo com o desenvolvimento dos estudantes. A interpretação sobre as atividades não deve indicar que determinado modelo é melhor ou pior que outro, ou que um seja mais difícil que outro. Eles devem ser adaptados de modo mais adequado para cada estudante. Quais são os níveis de aprendizagem? Para a pirâmide de Glasser, são considerados níveis de aprendizagem a assimilação de conteúdo a partir das seguintes habilidades cognitivas: 1. Ler; 2. Ouvir; 3. Ver; 4. Ver e ouvir; 5. Debater; 6. Praticar; 7. Ensinar. Entenda mais sobre cada nível de aprendizagem: 1. Ler Glasser explica que, quando alguém tem contato pela primeira vez com algum tema a partir da leitura, a capacidade de retenção do conteúdo é de 10%. Por isso, é comum a prática de ler e depois de revisar para que haja maior absorção daquele conteúdo estudado. 2. Ouvir Na mesma linha, Glasser diz que quando ouvimos algum conteúdo, a capacidade de assimilação cerebral é de apenas 20% do que foi ouvido. Isso ocorre porque, muitas vezes, outros sons ambientes são escutados ao mesmo tempo em que você tem contato auditivo com o assunto. 3. Ver De acordo com a pirâmide de aprendizagem, caso você tenha contato com o conteúdo estudado de maneira visual, como através de imagens, a capacidade de retenção será de 30% do que foi repassado. Uma dica para auxiliar na absorção do conteúdo é combinar o estudo visual com a utilização de técnicas de memorização, como exemplos: mapas mentais, gráficos e figuras exemplificativas. 4. Ver e ouvir Ao utilizar a visão somada à audição, o índice de fixação de determinado assunto estudado sobe para 50%. Muitas vezes o estudante lê o conteúdo e não consegue assimilar bem, mas ao ouvir uma aula, associada à bagagem da leitura realizada, o grau de compreensão do conteúdo aumenta. Outra prática recomendada é de que o estudante leia em voz alta, assim ele tem contato com o conteúdo a partir de dois estímulos: a leitura e a audição, o que facilita na fixação. 5. Debater Segundo Glasser, sempre que debatemos determinado conteúdo com outras pessoas conseguimos reter 70% do que foi apresentado. Vale destacar que os debates podem acontecer presencial ou virtualmente. A tecnologia pode ser uma grande aliada na organização de debates, pois proporciona que sejam realizados através de videochamadas, fóruns e chats. 6. Praticar A prática é considerada uma forma ativa de aprendizagem e é responsável por 80% do aprendizado. Esse nível de aprendizagem capacita o estudante a aplicar de modo eficaz o conteúdo que foi aprendido. Assim, a prática se dá através da aplicação do conteúdo no dia a dia, podendo ocorrer a partir da resolução de problemas, aulas em laboratório, estudos de casos, etc. 7. Ensinar O ato de ensinar o conteúdo estudado confere uma taxa de 95% de assimilação do tema. Quando falamos sobre dar aula a respeito de determinado tema, inúmeras são as possibilidades: você pode dar uma aula a si mesmo, pode explicar um conteúdo ao seu colega e pode gravar um vídeo explicando a matéria. Esse estilo de aprendizagem se baseia na compreensão de que você só é capaz de passar um conteúdo de maneira qualitativa se você realmente o aprendeu. Qual éarelação entreapirâmide de aprendizagem e asmetodologias ativas? Se você conhece as metodologias ativas da aprendizagem deve ter encontrado grandes semelhanças com o conceito utilizado na pirâmide de aprendizagem. De fato, os dois conceitos são complementares e se reforçam mutuamente. As metodologias ativas de aprendizagem utilizam a abordagem na qual o aluno assume um papel de protagonismo do seu aprendizado e o estimulam a buscar novas formas de assimilar o conhecimento da aula. Assim, os estudantes aprendem mais porque participam do processo, ativando as camadas mais profundas da pirâmide de aprendizagem. Como as metodologias ativas favorecem o aprendizado? As metodologias ativas incentivam o cérebro a ativar redes cognitivas e sensoriais, processando e armazenando com mais eficiência o conhecimento. Em atividades que estimulam o debate, estudos de casos e reflexões, as metodologias ativas melhoram o relacionamento interpessoal dos alunos e a capacidade de expressão. As vantagens que a abordagem educacional traz para o aluno e escolas são inúmeras. Confira alguns dos benefícios para os estudantes. Maior retenção de conhecimento; Estimula ao pensamento crítico; Motivação para aprender; Melhora do engajamento na aula; Desenvolvimento da autoconfiança; Resolução simplificada de problemas. A aprendizagem ativa também é um meio para que a escola acompanhe o desenvolvimento individual dos alunos. Através de dados coletados em atividades práticas,os professores podem identificar as necessidades dos alunos e propor aulas e exercícios personalizados.