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UNIVERSIDADE XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

AMBULATÓRIO XXXXXXXXXX

AVALIAÇÃO DO COMPORTAMENTO VOCAL


ANAMNESE: XX/11/2019

DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Nome XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX Idade 35 anos
Sexo Feminino DN XX/XX/1973
Naturalidade Sorocabana Nacionalidade Brasileira
Filiação Não se aplica
Telefone (11) XXXXX-XXXX
Endereço XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXx
Cidade-Estado São Paulo CEP XXXXX-XXX
Escolaridade Ensino Superior completo
Profissão Prof essora
Atividades Faz musculação 3x/semana.

ENCAMINHAMENTO
Data 13/10/2019
Origem ORL-HSP, Setor de Laringe e Voz
Dizeres Cisto epidermoide em pvE.

QUEIXA VOCAL
“Eu tenho f icado muito rouca; quase não tenho voz no f inal do dia” (sic paciente).

HPQA
Há um ano, no f inal de 2018, a paciente começou a sentir f adiga vocal, pigarro e rouquidão
depois de uma semana de trabalho. No f inal de semana, com repouso vocal, havia recuperação
espontânea dos sintomas.
Contudo, há 6 meses, a partir de maio de 2019, os sintomas passaram a ser mais
f requentes e nem mesmo as f érias de julho f oram suf icientes para a total recuperação vocal.
Em agosto de 2019 ela buscou ajuda prof issional na UBS perto de sua casa; passou em
consulta com um clínico geral que receitou uso de anti-inf lamatório por uma semana. Como os
sintomas não passaram, ela f oi encaminhada para um médico otorrinolaringologista (ORL) da rede
SUS que, por sua vez, a encaminhou para o Hospital São Paulo (HSP) para diagnóstico diferencial
(as hipóteses eram de cisto com reação contralateral ou nódulo vocal).

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Em novembro de 2019, no HSP, a equipe de ORL f echou diagnóstico de cisto epidermóide


em pvE e a conduta f oi de f onoterapia.
Atualmente, a paciente apresenta rouquidão crônica, sem momentos de melhora vocal e,
às vezes, apresenta af onia no f inal do dia.
Ela é prof essora de Educação Inf antil na rede pública municipal e sua jornada de trabalho
é das 7h às 17h, com 1 hora de almoço. Ela não usa microf one e disse que precisa f alar e cantar o
tempo todo para as crianças.
Sua sala de aula é espaçosa e bem arejada, mas ref ere que a acústica “é muito ruim! Dá
para ouvir as crianças de outras turmas no corredor da escola, ônibus, carros e motos passando na
rua e até um ensaio de bateria de uma escola de samba, que ensaia diariamente no período da
tarde” (sic paciente).
Ingere por volta de 1 litro de água por dia durante o trabalho e que não tem o hábito de
ingerir água quando está em casa. Quando ela f ica sem beber água na escola, sente f adiga vocal
mais rapidamente.
A paciente ref ere que a alteração vocal tem um grande impacto em sua vida social e
prof issional, pois não consegue desempenhar suas f unções adequadamente na escola com as
crianças e quando chega em sua casa, está “tão cansada e praticamente sem voz” que não quer
ouvir ninguém nem conversar com seu marido e f ilhos. Ela disse que era mais comunicativa e se
expressava melhor. Agora ela pref ere conversar por mensagem de celular ao invés de c onversar
pessoalmente.

INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES
Em março de 2016, a paciente procurou o atendimento de emergência do Hospital São
Paulo, pois sentiu f raqueza nas pernas, tontura e visão dupla; f oi encaminhada para o setor de
otoneurologia e os resultados dos exames não constataram alterações. Ela recebeu alta f azendo
uso de alguns medicamentos por 3 meses e os sintomas passaram (não soube ref erir quais f oram
os medicamentos).
Não utiliza nenhum medicamento de uso contínuo atualmente.
Negou tabagismo, etilismo, disfagia, engasgos, tosse f requente e outras comorbidades.
Sente queimação e acorda com a garganta seca de madrugada; bebe um copo de água e
sente melhora, mas logo acorda novamente com mais queimação (acha que acorda de 3 a 4 vezes
por noite de sono).
Nega antecedentes f amiliares para alteração vocal.
Faz todas as ref eições do dia, evita comer alimentos processados, temperos f ortes e
alimentos com açúcar. Ingere caf é (5x ao dia) e às vezes, toma chá mate antes de dormir.
A paciente acorda por volta das 6h, toma caf é da manhã, arruma-se, arruma seus 2 f ilhos e
os 3 seguem juntos para a escola onde ela trabalha. Permanece das 7h às 17h na escola. Seus
f ilhos estudam em período integral e os 3 voltam juntos para casa. 3 vezes por semana ela vai à
academia do seu prédio para f azer musculação das 19h às 20h. Coloca os f ilhos para dormir por

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volta das 21h. Em seguida ela janta e prepara as atividades da escola do dia seguinte diariamente
das 22h às 24h. Dorme por volta das 00:30h. Aos f inais de semana, tanto aos sábados quanto ao s
domingos, ela acorda entre 7h e 8h. Passa o f im de semana limpando e organizando a casa.
Raramente saem de casa para f azer algum passeio de lazer ou cultural.

AVALIAÇÃO DO COMPORTAMENTO VOCAL


XX/11/19

À avaliação, a paciente apresentou G2R2B2A0S2I2 (quebras de sonoridade, quebra de


f requência e variação da qualid ade vocal com momentos de crep itação), articulação restrita e
imprecisa, ressonância laringo-f aríngea, velocidade de f ala adequada, ataque vocal isocrônico,
pitch grave, loudness diminuído, modulação de f ala restrita, tipo respiratório nasal, modo
respiratório abdominal, posição de laringe elevada, rigidez de cintura escapular, tensão cervical,
tensão laríngea, dor ao toque e incoordenação pneumof onoaticulatória (ICPFA) caracterizada por
uso de ar de reserva.
O tempo máximo f onatório (TMF) resultou em uma média de 8 s.
Média de /a/ = 8,4 s | Média de /i/ = 8,9 s | Média de /u/ = 6,8 s
A relação s/z f oi de 1,35.
/s/ = 12 s | /z/ = 8,9 s
A contagem de números em TMF resultou em 10 s (contou até o número 9).
No Protocolo QVV (Gasparini, Behlau,2005), apresentou escore total de 52,5, escore do
domínio SE de 50 e do domínio FF de 54,2.
No IDV-10 (Behlau et al, 2016), apresentou escore total de 23 pontos.
Na avaliação Miof uncional Orof acial, f oi possível constatar t ônus de lábios adequado, tônus
de língua e bochecha diminuídos, mobilidade reduzida de lábios, língua e bochechas. Apresentou
palato mole com aspecto e mobilidade adequados.

HIPÓTESES DIAGNÓSTICAS

- De Manifestação:

Voz
. Rugosidade moderada
. Soprosidade moderada
. Tensão f onatória moderada
. Instabilidade moderada (quebras de sonoridade, quebra de f requência e variação da qualidade
vocal com momentos de crepitação)
. Articulação restrita e imprecisa

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. Ressonância laringo-f aríngea


. Pitch grave
. Loudness diminuído
. Modulação de f ala restrita
. Posição de laringe elevada
. Rigidez de cintura escapular e tensão cervical
. Tensão laríngea
. Incoordenação pneumof onoaticulatória (ICPFA) caracterizada por us o de ar de reserva
. TMF reduzidos (média de 8 s)
. Relação s/z aumentada (1,35)

MO
. Tônus de língua diminuído
. Tônus de bochechas diminuído
. Mobilidade reduzida de lábios
. Mobilidade reduzida de língua
. Mobilidade reduzida de bochechas

- Sindrômica:
. Disf onia Funcional (AEM)
. Alteração dos Órgãos Fonoarticulatórios (OFA)

- Etiológica:
. Cisto epidermoide em pvE
. Funcional

CONDUTA
- Fonoterapia.

PLANEJAMENTO TERAPÊUTICO
11/06/202

CARACTERIZAÇÃO DO PROCESSO TERAPÊUTICO


A paciente será atendida uma vez por semana.
Estão previstas 10 sessões de f onoterapia até a reavaliação vocal.

OBJETIVOS GERAIS
1. Melhorar a qualidade vocal
2. Adequar os OFA

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OBJETIVOS ESPECÍFICOS
1a. Reduzir a rugosidade
1b. Eliminar a soprosidade
1c. Eliminar a tensão f onatória
1d. Promover estabilidade vocal
1e. Ampliar os movimentos articulatórios na f ala
1f . Promover precisão articulatória
1g. Equilibrar a ressonância
1h. Adequar o pitch
1i. Adequar o loudness
1j. Melhorar a modulação de f ala
1k. Abaixar a laringe
1l. Eliminar rigidez de cintura escapular e tensão cervical
1m. Eliminar a tensão laríngea
1n. Promover coordenação pneumof onoarticulatória
1o. Aumentar o TMF
1p. Adequar a relação s/z

2a. Adequar o tônus da língua


2b. Adequar o tônus das bochechas
2c. Adequar a mobilidade dos lábios
2d. Adequar a mobilidade da língua
2e. Adequar a mobilidade das bochechas

ORIENTAÇÕES NECESSÁRIAS
- Aumentar da ingesta hídrica (no mínimo 2 litros de água por dia, durante o dia)
- Substituir o chá mate por chás calmantes (que não contenham caf eína) antes de dormir
- Controlar o ref luxo (alimentar-se no mínimo 3 horas antes de se deitar e f azer uso adequado do
medicamento receitado pelo médico )
- Fazer uso de microf one no trabalho
- Variar a qualidade vocal no trabalho, explorando melhor a modulação de f ala
- Não competir com ruído ambiental
- Melhorar a qualidade e a quantidade do sono

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Estagiário Responsável Supervisor Responsável
XXXXXXXXXXXXXXX Prof a. Sabrina Paes

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PLANO DIÁRIO - 1
data

Nome XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX Idade 35 anos


Profissão Prof essora Telefone (11) XXXXX-XXXX
Diagnóstico de laringe Cisto epidermoide em pvE.

Objetivos Específicos Estratégias Resultados


1. Reduzir a rigidez da cintura 1a. Rotação de ombros (5 x cada
escapular e tensão cervical lado)
2. Reduzir a tensão laríngea 1b. Rotação de cabeça (5 x cada
(abaixar a laringe) lado)
3. Reduzir a rugosidade 1c. Alongamento de ombros –
4. Reduzir a soprosidade braços para frente e para trás (10
5. Conhecer a fisiologia da s em cada posição)
produção vocal e seu diagnóstico 1d. Alongamento de pescoço -
de laringe (cisto - AEM) sim, não, talvez (10 s em cada
posição)
2. Bocejo-suspiro (5 x)
3 e 4. Tubo de silicone imerso e m
3 cm de uma coluna de água (20
x, sem modulação)
5. Utilização do software Vocal
Parts (Blue Tree Publishing) como
apoio visual na explicação de
como a voz é produzida e o que
significa ter um cisto na pv.

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Estagiário Responsável Supervisor Responsável
XXXXXXXXXXXXXXX Prof a. Sabrina Paes

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