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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA

Colegiado do Curso de Ciências Biológicas


PROGRAMA DE DISCIPLINA
CÓDIGO DISCIPLINA REQUISITOS

EDU 190 PRÁTICA EDUCATIV IV: CONHECIMENTO


ESCOLAR E ENSINO DE EVOLUÇÃO

C. HORÀRIA CRÉDITOS PROFESSOR (A)


T 30
P
Claudia Sepulveda
E 60
Ext
Total 90 Titulação Doutora

EMENTA:
Pressupostos teórico-metodológicos relacionados à educação não-formal e divulgação
científica. Compreensão e vivência dos aspectos relativos à gestão e organização do
trabalho educativo em espaços não-formais. Planejamento e realizações de intervenções,
por meio de observação e colaboração com educadores no contexto da educação não-
formal.

OBJETIVOS:
OBJETIVO GERAL:
Promover a compreensão da amplitude e diversidade de processos educativos em
ciências que podem ser e têm sido produzidos e vivenciado por crianças, jovens e adultos
na modalidade de educação não-formal, em espaços institucionais de divulgação
científica – como museus, planetários e centros de cultura e ciência – ou em práticas
sociais como clubes e feiras de ciências, exposições itinerantes, peças de teatro e mostras
culturais e artísticas – e sua importância para compreensão e enfretamento de questões
sociocientíficos, como negacionismo científico, racismo ambiental e outras privações de
direitos humanos a grupos minoritários.

OBJETIVO ESPECÍFICO
1. Compreender as distinções entre educação formal, não-formal e informal, e as
reflexões e orientações práticas que essa tipologia pode nos proporcionar como
educadores;
2. Conhecer espaços institucionais e práticas sociais de educação científica não-
formal no Estado da Bahia, e em especial no município de Feira de Santana – a
exemplo do Observatório Antares, do Museu de Zoologia da UEFS, o Centro
Juvenil de Ciência e Cultura, Parque do Saber
3. Analisar os desafios e perspectivas da recontextualização didática do
conhecimento das ciências biológicas em espaços não-formais de educação,
como os museus científicos, centros de ciência e tecnologia, centros de ciência,
cultura e arte, para promoção de letramento científico crítico;
4. Analisar os desafios, limites e possibilidades das exposições em museus e nas
práticas de clubes de ciências em promover discussões sobre temas
sociocientíficos controversos e de importância social, assim como compreensão
das relações CTSA.
5. Investigar os princípios e estratégias de organização do trabalho educativo
desenvolvido nos referidos espaços de educação não-formal em ciências e
biologia;
6. Analisar o papel que os clubes de ciências podem desempenhar no engajamento
de jovens mulheres e homens de diferentes grupos sociais, étnico-raciais com a
ciência como possibilidade de carreira futura

COMPETÊNCIAS E HABILIDADES:

1. Reconhecer o papel que espaços de educação científica não formal, a exemplo de


museus e centros de cultura, podem desempenhar na formação de professores de
Ciências Naturais e Biologia;
2. Produzir discurso expositivo, material didático e planos de mediações para ações
educacionais nas modalidades de exposições educativas, feiras e clubes de
ciências;
3. Construir uma identidade de agente educador em espaços de divulgação e difusão
da ciência
4. Posicionar-se criticamente em relação a discursos expositivos e outros textos e
mediadores da divulgação científica
METODOLOGIA:
Os estudantes deverão se apropriar de aporte teórico-crítico e metodológico para análise,
produção e planejamento de discursos expositivos, acervo e material didático para ações
educativas em espaços não-formais de educação científica, a partir da discussão de
literatura e análise de experiências, realizadas coletivamente com mediação da docente,
nas 30 horas da dimensão teórica da disciplina.
Assim fundamentados deverão desenvolver as seguintes ações, para cumprimento das
60 horas de estágio:

1. Visita a setores educativos de museus científicos (Museu de Zoologia da UEFS,


Observatório Antares; Parque do Saber), para compreensão da organização do
trabalho de agentes de educação e produção de acervo;
2. Observação de práticas de visitas guiadas nesses referidos espaçõs
3. Análise crítica do discurso expositivo dos referidos museus e seu potencial para
letramento científico crítico e abordagem de questões sociocientíficas;
4. Desenvolvimento de propostas de mediação educacional (roteiros de visitas)
nesses espaços voltadas para letramento científico crítico e abordagem de temas
questões sociocientíficas;
5. Produção de acervo e roteiros de visitação de exposição para compor projeto de
Clube de Ciências Afrofuturista do Centro Juvenil de Ciência e Cultura (CJCC)
6. Desenvolvimento de ação educacional no Centro Juvenil de Ciência e Cultura –
mediação na exposição Ciência, Raça e literatura- uma perspectiva afrofuturista

AVALIAÇÃO:
Instrumentos:
• Descrição e análise crítica de acervos de museu estudado
• Diagnóstico do modelo de organização do setor/trabalho educacional de museus;
• Proposta de abordagem do acervo das exposições analisadas voltada a
letramento científico crítico
• Acervo e planos de mediação (roteiros de visita) na exposição para Clube de
Ciências Afrofuturista do Centro Juvenil de Ciência e Cultura (CJCC)

Critérios gerais:
• Assiduidade e pontualidade nos encontros e na entrega dos trabalhos solicitados
• Compromisso com o grupo
• Envolvimento intelectual e político com a disciplina
• Responsabilidade social e acuidade conceitual e histórica na produção de
materiais de divulgação científico e educativos

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:
• Tipologia das modalidades de educação: formal, não-formal e informal
• Papel dos espaços de educação não-formal para na formação de
educadores em ciências
• Letramento científico crítico, CTSA e questões-sociocientíficas;
• Recontextualização didática do conhecimento científico em discursos
expositivos;
• Aspectos da pedagogia museal e processos de mediação
• Formas de mediação e papel de agentes educadores em espaços não-
formais de educação científica;
• Interfaces entre educação formal e não-formal: Relação Museu – Escola e
Clubes de Ciências
• Clubes de Ciência como ferramenta para construção de identidade
científica

BIBLIOGRÁFIA BÁSICA:
BARZANO, M. A. L.. Educação Não-Formal: apontamentos ao Ensino de Biologia.
Ciência em Tela, v. 1, p. 1-4, 2008.
BRUNO, Adriana. Educação formal, não-formal e informal: da trilogia aos cruzamentos,
dos hibridismos a outros contributos. Medi@ções Revistas On-line, vol 2, n.02, 2014. Pp
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MARANDINO, Martha. Interfaces na relação museu-escola. Cadernos Catarinense de
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MARANDINO, Martha.Transposição ou recontextualização? Sobre a produção de
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MARANDINO, Martha. Museus de Ciências, Coleções e Educação: relações
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MARANDINO, Martha (Org). Educação em museus: a mediação em foco. 2008
http://www.geenf.fe.usp.br/v2/wpcontent/uploads/2012/10/MediacaoemFoco.pdf
MARANDINO, Martha. Faz sentido ainda propor a separação entre os termos educação
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MARANDINO, Martha, SELLES, Sandra E, FERREIRA, Márcia S. Ensino de Biologia:
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MARANDINO, Martha.; LEITE, E. D.; COLOMBO JUNIOR, P. D. . Esquentando o debate:
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SCALFI, Graziele A. de M.; ISZLAJI, Cynthia; MARANDINO, Martha. A formação de
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SOARES, MARCUS; MARANDINO, MARTHA; ESCOVEDO SELLES, SANDRA . Os
Agentes da Produção do Discurso Expositivo: O Caso do Museu de Zoologia da USP.
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BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR:
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Centro Juvenil de Ciência e Cultura: um espaço não formal de aprendizagem. Revista
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https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/reducacaoemancipacao/article/view/7392
. Acesso em: 11 mar. 2024.
SOUZA, Esdras Oliveira de; ASSIS, Kleyson Rosário. O afrofuturismo como dispositivo
na construção de uma proposta educativa antirracista. Entheoria: Cadernos de Letras e
Humanas, Serra Talhada, n. 6, pp.64-74. 2019
FADIGAS, Mateus, D.; SEPULVEDA, Claudia. MORAIS, Jacqueline M. de S. SANTOS,
Maura E. Dos. Afrofuturismo como plataforma para promoção de relações étnico-raciais
positivas no ensino de ciências. In; Anais do XII Encontro Nacional de Pesquisa em
Educação em Ciências – XII ENPEC Universidade Federal do Rio Grande do Norte,
Natal, RN. 2019.

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