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Funcionalismo

Imaginem um prédio...
As torres gêmeas de NY, por
exemplo...as que caíram...
Que função tinham na sociedade?
Agora imaginem o susto quando
um europeu viu pela primeira vez
um macaco...
O funcionalismo é uma Escola de Pensamento que procura explicar aspectos da
sociedade em termos de funções. Para ele, cada instituição exerce uma função
específica na sociedade e o seu mau funcionamento significa um problema.

Tem como objetivo compreender e explicar as ações sociais coletivas ou


individuais e, consequentemente, explicar as sociedades a partir de funções e
de causas.
O funcionalismo postula que a sociedade evolui É importante observar a época em que os
como organismos. Essa abordagem analisa tanto a precursores do funcionalismo estavam
estrutura social quanto as funções sociais. desenvolvendo suas ideias: o período anterior
O funcionalismo aborda a sociedade como um todo e durante os anos em que a nova psicologia
em termos da função de seus elementos estava começando a evoluir.
constituintes; ou seja, as normas, os costumes, as
tradições e as instituições.
Funcionalismo na Psicologia
• Combina ciência, ênfase no indivíduo e atenção ao prático para avaliar a
evolução humana. Nisso, foca a sua atenção nos comportamentos que
foram mudando com o tempo à medida em que evoluímos.
• O funcionalismo se preocupa com as funções da mente, em como ela é
usada por um organismo para se adaptar a seu ambiente:
➢o que os processos mentais conseguem realizar?
➢O que a mente faz?
➢Como age?
• Os funcionalistas estudaram a mente, não do ponto de vista de sua
composição — seus elementos mentais ou sua estrutura — mas, sim, como
um conglomerado ou acúmulo de funções e processos que levam a
consequências práticas no mundo real.
Surge em reação às ideias de “Wundt” e
de Titchener

Como resultado da ênfase dada às


funções mentais, os funcionalistas
O rápido desenvolvimento da
passaram a se interessar pelas
psicologia aplicada nos Estados
aplicações em potencial da
Unidos pode ser considerado o
psicologia aos problemas da vida
legado mais importante do
diária, de como as pessoas
movimento funcionalista.
funcionam e se adaptam a diferentes
ambientes.
Precursores: Darwin e Galton
A obra pioneira de Darwin sobre a evolução, A origem das espécies (1859), foi publicada um ano antes do
livro de Fechner, Elementos de psicofísica (1860) e 20 anos antes de Wundt instalar o laboratório na
University of Leipzig.

Galton começou a trabalhar no problema das diferenças individuais em 1869, antes de Wundt escrever a
obra Princípios de psicologia fisiológica (1873-1874). As experiências com psicologia animal já eram
realizadas na década de 1880, antes de Titchener seguir da Inglaterra para a Alemanha para estudar com
Wundt.
Portanto, a maioria dos trabalhos a respeito das funções da consciência, das diferenças individuais e do
comportamento animal estava sendo realizada ao mesmo tempo em que Wundt e Titchener optaram por
excluir essas áreas das suas definições de psicologia.

Somente com a chegada da nova psicologia aos Estados Unidos é que as funções mentais, as diferenças
pessoais e os ratos de laboratório ganharam destaque na psicologia.
Darwin e a origem das espécies por meio da seleção
natural
• Darwin formulou as ideias sobre a luta pela sobrevivência e a “sobrevivência do mais apto” após a
leitura de Ensaio sobre a população (1789), de autoria do economista Thomas Malthus, que observou
que o suprimento de alimentos tende a crescer em proporção aritmética, enquanto a população
humana, em progressão geométrica. O resultado inevitável seria, como Malthus descreveu em tom
melancólico, muitos seres humanos vivendo praticamente em condições de inanição.
• Somente os mais fortes, espertos e adaptáveis sobreviveriam.
• Darwin aplicou o princípio malthusiano a todos os organismos humanos para desenvolver a sua teoria
da seleção natural. Esses seres vivos que sobrevivem à batalha e atingem a maturidade tendem a
transmitir a seus descendentes as mesmas habilidades e vantagens que lhes permitiram prosperar.
• Além disso, como a variação é uma das leis gerais da hereditariedade, a prole também apresenta
variações; alguns descendentes acabam tendo suas boas qualidades mais desenvolvidas que as dos
pais. As qualidades tendem a sobreviver e, ao longo de várias gerações, ocorrem mudanças que
podem ser bastante significativas, a ponto de produzirem as diferenças observadas hoje entre as
espécies.
• A seleção natural não foi o único mecanismo de evolução reconhecido por Darwin. Ele também
concordava com a doutrina de Lamarck, de que as modificações na forma, derivadas da experiência
durante o ciclo de vida do animal, podem ser transferidas às gerações subsequentes.
Outras obras
O segundo importante trabalho sobre a evolução, A ascendência do homem (1871), reunia as provas da
evolução humana a partir das formas de vida mais simples, enfatizando a semelhança entre os
processos mentais humanos e animais.

Darwin realizou um estudo intensivo sobre as expressões emocionais em humanos e animais. Sugeriu
que as mudanças dos gestos e das posturas típicas de vários estados emocionais podiam ser
interpretadas com base no evolucionismo.

Na obra A expressão das emoções no homem e nos animais (1872) ele explicou as expressões
emocionais como vestígios dos movimentos que, em dado momento, tiveram alguma função prática.

As expressões emocionais, então, evoluíram ao longo do tempo, e somente sobreviveram aquelas que
se mostraram úteis.
A influência de Darwin na psicologia
• A teoria da evolução suscitou a
intrigante possibilidade da continuidade
do funcionamento mental entre os
humanos e os animais inferiores. Se a
mente humana fosse uma evolução das
mentes mais primitivas, será, então,
que haveria semelhanças entre o
funcionamento mental dos animais e
dos homens?
• Dois séculos antes, Descartes insistiu na
existência de uma diferença entre o
funcionamento humano e o animal.
• Os psicólogos perceberam a importância do estudo do comportamento
animal para a compreensão do comportamento humano e concentraram a
pesquisa no funcionamento mental dos animais, introduzindo um novo
tópico no laboratório de psicologia.

• A investigação da psicologia animal viria exercer grande impacto no


desenvolvimento da área.

• Os primeiros psicólogos funcionalistas e behavioristas abraçaram o


compromisso de dar forte continuidade, derivada dos estudos experimentais
com animais, para acomodar praticamente todas as formas da psicologia e
do comportamento humano.
• Outro efeito da evolução na psicologia foi o crescente enfoque nas diferenças
individuais.

• Durante a viagem do Beagle, Darwin observou várias espécies e formas, de


modo que, para ele, era evidente a variação entre os membros da mesma
espécie.

• Se cada geração fosse idêntica a seus ancestrais, não haveria evolução.


Portanto, essas variações, ou seja, essas diferenças individuais, consistiam em
um princípio importante do evolucionismo.

• Enquanto os psicólogos estruturalistas continuavam a buscar as leis gerais


que abrangessem toda a mente, os psicólogos influenciados pelas ideias de
Darwin procuravam as diferenças mentais individuais e logo apresentaram
técnicas para medir essas diferenças.
Diferenças individuais: Francis Galton (1822-1911)

Em O gênio hereditário, Galton procurou demonstrar que a


grandeza ou a genialidade individual ocorria com tanta frequência
nas famílias, que a mera explicação da influência ambiental não
era suficiente.

Resumindo, sua tese afirmava que um homem notável teria filhos


homens notáveis (naquele tempo, as filhas tinham poucas
oportunidades de se destacar, a não ser por meio de um
casamento com algum homem importante).
Não tinha “cara” de
inteligente

“Frenologia”
• O objetivo de Galton era incentivar o nascimento de indivíduos mais notáveis ou mais
aptos na sociedade e desencorajar o nascimento dos inaptos. Para essa finalidade,
fundou a ciência da “eugenia”, palavra por ele cunhada.
• Eugenia, ele afirmou, lida com as “questões relacionadas com o termo grego, Eugenes,
isto é, de boa estirpe, hereditariamente dotado de qualidades nobres” . Galton
desejava impulsionar o aperfeiçoamento das qualidades herdadas da raça humana.
Argumentava que os seres humanos, assim como os animais de criação, podiam ter as
características melhoradas mediante a seleção artificial.
• Se as pessoas de muito talento fossem selecionadas e acasaladas geração após
geração, o resultado seria uma raça humana extremamente talentosa. Propôs o
desenvolvimento de testes de inteligência para selecionar homens e mulheres
brilhantes, destinados à reprodução seletiva, e recomendou que os melhores
recebessem incentivos financeiros para se casarem e procriarem.
• Seu argumento era de que a superioridade, ou a ausência dela, deviam-se
exclusivamente a uma função hereditária, e não à oportunidade.
Métodos estatísticos
• Adolph Quetelet foi o primeiro a usar métodos estatísticos e a
curva normal de distribuição em dados biológicos e sociais. A
curva normal fora empregada em trabalhos sobre a distribuição de
medidas e erros na observação científica, mas não havia sido
aplicada à variabilidade humana até ele demonstrar que as
medidas de altura de 10 mil indivíduos ficavam próximas da curva
normal. A sua expressão “o homem médio” explicava a descoberta
de que a maioria das medidas físicas ficavam distribuídas em torno
da média ou do centro da distribuição e poucas se encontravam
próximas de qualquer extremo.
• Galton ficou impressionado com os dados de Quetelet e presumiu que resultados
similares seriam obtidos para as características mentais. Por exemplo, Galton
descobriu que as notas atribuídas nos exames das universidades seguiam a curva
normal. Dada a simplicidade da curva normal e à sua consistência em vários traços,
ele sugeriu que qualquer conjunto grande de medidas ou de valores das
características humanas podia ser descrito satisfatoriamente por dois números: o
valor médio da distribuição (a média aritmética) e a dispersão ou a faixa de
variação em torno desse valor médio (o desvio-padrão).

• O trabalho estatístico de Galton produziu uma das medidas científicas mais


importantes: a correlação.

• O primeiro relatório, utilizando o que ele chamou de “correlação”, foi elaborado


em 1888. As modernas técnicas estatísticas para a determinação da validade e
confiabilidade dos testes, bem como dos métodos analítico-fatoriais, são resultado
direto da sua pesquisa de correlação, os quais foram baseados na observação da
tendência das características herdadas de regressar na direção da média. Por
exemplo, ele observou que, na média, os homens de estatura alta não são tão
altos quanto seus pais; por outro lado, os filhos de homens de estatura bem baixa
são mais altos que os pais.
A expressão testes mentais foi cunhada por James
McKeen Cattell, discípulo norte-americano de Galton e
aluno de Wundt.
Entretanto, foi Galton quem deu origem ao conceito de
testes mentais. Ele imaginava que a inteligência podia
ser medida com base na capacidade sensorial individual
e que, quanto mais inteligente, mais alto seria o nível de
Testes funcionamento sensorial do indivíduo.

Galton extraiu essa ideia do empirista de John Locke, de


mentais que todo conhecimento é adquirido por meio dos
sentidos.

Se Locke estivesse correto, as pessoas mais inteligentes


teriam os sentidos mais aguçados.
➢Galton coletou uma enorme quantidade de dados. Fundou o Laboratório
Antropométrico na International Health Exhibition (Exposição Internacional de
Saúde), em 1884 , e, mais tarde, transferiu-o para o museu South Kensington de
Londres.
➢O laboratório funcionou durante seis anos e, nesse período, Galton coletou dados
de mais de 9 mil pessoas. Ele arrumava os instrumentos para as medidas
psicométricas e antropométricas sobre uma mesa comprida, no fundo de uma sala
estreita, de mais ou menos 2 metros de largura por 11 metros de comprimento.
➢Mediante o pagamento de uma pequena taxa, o visitante entrava, passava por todo
o comprimento da mesa, e um atendente realizava a avaliação e registrava os dados
em um cartão.
➢Além dessas medidas mencionadas, os funcionários do laboratório registravam a
altura, o peso, a capacidade respiratória, a força de impulsão e compressão, a
rapidez de sopro, a audição, a visão e a percepção cromática.
➢Cada pessoa passava por um total de dezessete testes. O objetivo do programa de
testes em larga escala de Galton era nada menos que a definição da variedade da
capacidade humana de toda a população britânica, a fim de determinar seus
recursos mentais coletivos.
• Um século mais tarde, um grupo de psicólogos norte-americanos analisou
esses dados e descobriu muitas correlações teste-reteste, indicando a
consistência estatística dos dados.
• Esses psicólogos constataram também que os dados forneciam informações
sobre as tendências do desenvolvimento infantil, juvenil e adulto na
população testada.
• Medidas como peso, alcance do braço, capacidade respiratória e força de
compressão mostraram-se similares às descritas na literatura psicológica mais
recente, exceto em relação à velocidade de desenvolvimento, que, na época
de Galton, parece ter sido um pouco mais lenta.
• Os psicólogos chegaram à conclusão de que esses dados continuam
instrutivos.

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