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Psicologia Evolucionista
e algumas contribuições
para a compreensão
do Desenvolvimento
Humano
Briseida Dogo Resende
Rachel Coelho Ripardo
Angela Donato Oliva
com choque, mas não com náusea), deixando claro que a herança
biológica não poderia ser ignorada no estudo da aprendizagem
(Garcia & Koelling, 1966). Na década de 1970, etólogos e analistas
do comportamento concordavam que não havia instinto comple-
tamente pronto e imutável ao nascer e a aprendizagem estaria
sempre sujeita a restrições do organismo.
Em 1992, Jerome Barkow, Leda Cosmides e John Tooby,
da Universidade de Santa Bárbara, propuseram um programa
de pesquisa que chamaram de Psicologia Evolucionista (PE)
(Barkow, Cosmides & Tooby, 1992; PE, Yamamoto, (ver Histórico
e Plano do Livro neste volume), partindo da ideia de que as
características humanas atuais seriam adaptações resultantes
da evolução da nossa espécie. Assim como na etologia clássica,
a emergência e o desenvolvimento dos comportamentos durante
a ontogênese não foram colocados em foco nas propostas iniciais
de pesquisa da PE. Porém, os indivíduos estão sempre se desen-
volvendo e, portanto, a ontogênese está sob seleção e deve ser
considerada no estudo da evolução (Lewontin, 2001). Bjorklund
e Pellegrini (2001) buscaram corrigir esta omissão, incluindo
o desenvolvimento no estudo da psicologia à luz do pensamen-
to evolucionista, ao que chamaram de Psicologia Evolucionista
do Desenvolvimento. Para isso, consideraram que o ser que se
desenvolve atua em seu meio, alterando-o, e sofrendo a influên-
cia desse meio. O bebê humano, por exemplo, já exibe, ao nascer,
diversas capacidades que vieram se desenvolvendo ao longo da
gestação, e que são essenciais para que seja estabelecido um
vínculo com o cuidador, assim como garantir a sua sobrevivên-
cia. É isso que será abordado no próximo tópico.
A Teoria do Apego
Conclusões