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PORTUGUÊS JURÍDICO
CARLOS FONSECA
Um parágrafo modelo deve conter: uma frase que resuma a ideia central; frases com
o desenvolvimento da ideia; conclusão.
1. Claro
2. Coerente
3. Coeso
4. Correto
5. Conciso
6. Certeiro
Exemplo: “O autor sofreu um sério problema de saúde durante e por conta das
atividades de trabalho, não tendo sido auxiliado pela empregadora em nenhum
momento, mesmo com grave restrição na capacidade de trabalho. É preciso dizer que
o autor procurou a ajuda da empresa, mas não recebeu nada além da omissão. Em
razão do mal físico sofrido pelo reclamante, não há outra alternativa a não ser a
propositura da ação trabalhista.”
Proposta de reescrita: O autor sofreu um sério acidente de trabalho, mas não recebeu
apoio, nem atendimento médico por parte da empregadora, a qual estava ciente da
restrição da capacidade laboral do reclamante e, mesmo assim, manteve-se inerte.
Diante disso, não há alternativa a não ser a propositura desta demanda trabalhista.
Art. 11. As disposições normativas serão redigidas com clareza, precisão e ordem lógica, observadas,
para esse propósito, as seguintes normas:
a) usar as palavras e as expressões em seu sentido comum, salvo quando a norma versar sobre
assunto técnico, hipótese em que se empregará a nomenclatura própria da área em que se esteja
legislando;
Ex.: Fulano recusou-se a receber a substância que, contendo certos agentes patológicos, mortos ou
atenuados, é introduzida no organismo para provocar a formação de anticorpos, desenvolvendo
imunidade às doenças por eles causadas.
Ex.: Após longos e longos anos trabalhando, de maneira incansável, o trabalhador foi expurgado da
fazenda como um ser imprestável.
d) buscar a uniformidade do tempo verbal em todo o texto das normas legais, dando preferência ao
tempo presente ou ao futuro simples do presente;
Ex.: O depoimento da testemunha Beltrano demonstrou que o negócio jurídico foi rescindido por
vontade de ambas as partes. Já o documento de fl.xx comprova a licitude da retirada da mercadoria.
Ex.: Não é possível crer em tamanha violência!!!!! A que ponto chega a crueldade humana?!?!
Não é possível crer em tamanha violência! A que ponto chega a crueldade humana?
Proposta de reescrita: Porque era excelente atleta, estava em ótimas condições físicas
e muito bem treinado para a prova, chegou em primeiro lugar.
Exemplo: “Em princípio, é necessário registrar que o autor sempre foi um empregado
pontual, assíduo e cumpridor das suas obrigações. Portanto, a aplicação da dispensa
por justa causa depois de uma (apenas uma!) falta injustificada ao serviço não pode
ser tolerada. Isso sem contar as ofensas perpetradas pelo gerente da loja. Tratam-se
de palavras de baixo calão que não merecem ser transcritas aqui. É verdade que a
coordenadora de RH, Sra. Fulana, interviu em favor do autor, mas o diretor da
empresa não deu ouvidos ao justo apelo da citada coordenadora”.
6. CERTEIRO - Que acerta bem; atilado; que alcança com exatidão o alvo; preciso;
exato; categórico.
Exemplo: “Nada mais estapafúrdio do que a narrativa da peça de defesa! O réu alega
ter havido violação contratual pelo autor, sem nem explicar que cláusula teria sido
infringida. Além do mais, é preciso deixar claro que se não houve o integral
cumprimento do contrato celebrado entre as partes, essa infração se deve
exclusivamente ao comportamento do réu. E mais, tratando-se de contrato de
transporte, a responsabilidade do réu é sabidamente objetiva, embora, apenas
remotamente, possa-se falar em culpa concorrente.”
Proposta de reescrita: Não merece guarida a tese defensiva pelas seguintes razões: a
alegação de violação contratual é completamente genérica, sem especificação sequer
da cláusula supostamente infringida; a responsabilidade do réu, pela natureza do
contrato de transporte, é sabidamente objetiva; e, ainda que assim não fosse, o
descumprimento do contrato deu-se exclusivamente por culpa do réu.
Art. 11. As disposições normativas serão redigidas com clareza, precisão e ordem lógica, observadas,
para esse propósito, as seguintes normas:
(…)
b) expressar a idéia, quando repetida no texto, por meio das mesmas palavras, evitando o emprego
de sinonímia com propósito meramente estilístico;
d) escolher termos que tenham o mesmo sentido e significado na maior parte do território nacional,
evitando o uso de expressões locais ou regionais;
(…).
A importância do paralelismo
Que
Ex.: Aquela advogada que usa blusa florida é uma das mais competentes da cidade.
O carro que comprei é vermelho.
Como é bela aquela praia que tem areias monazíticas.
Aquele foi um século que marcou a história do desenvolvimento agrícola.
Ter cuidado com ambiguidades e quando o pronome relativo estiver distante do seu
antecedente, o que se pode fazer com a substituição do “que” por “o qual” e
variações.
Ex.: A advogada daquele escritório, que (a qual/o qual) possui grande renome,
defenderá o réu.
O juiz da causa, que (a qual/ o qual) é uma bomba relógio, ainda não chegou ao
fórum.
Ex.: O juiz perante que (o qual) o réu compareceu foi muito inflexível.
Os depoimentos foram ruins apesar de que (dos quais) mantenho a confiança.
Saiu a decisão conforme a que (a qual) um dos réus foi absolvido.
Quem
Onde/Aonde/Donde
Quanto
Quando
---
Pronomes demonstrativos
Podem ser distinguidos com base nos seguintes critérios: espaço, tempo e texto.
Este e variações
Texto: o que está sendo dito ou o que será dito (catáfora) – projeção
O réu e seu advogado chegaram mais cedo ao fórum. Este veio de carro.
Maria e Marta não chegaram a um acordo por causa da intransigência
desta.
O promotor e o delegado não se cumprimentaram, talvez por distração
deste.
Esse e variações
Aquele
O réu e seu advogado chegaram mais cedo ao fórum. Este veio de carro,
enquanto aquele, de ônibus.
Maria e Marta não chegaram a um acordo por causa da intransigência
desta e da impaciência daquela.
O promotor e o delegado não se cumprimentaram, talvez por distração
deste ou arrogância daquele.
POR QUE – junção da preposição “por” com o pronome interrogativo “que” ou com o
pronome relativo “que”.
POR QUÊ – junção da preposição “por” com o pronome interrogativo tônico “quê”;
utilizado sempre ao final da frase; pode ser substituído por “por qual motivo”, “por
qual razão”.
O pedido foi julgado improcedente, mas o juiz não esclareceu por quê.
As provas anexadas anteontem foram excluídas do processo, por quê?
Os advogados se hostilizaram por quê?
Durante o interrogatório, o acusado não quis dizer por quê.
Sem preposição.
ii. O pronome pessoal poderá, ainda, substituir um pronome possessivo (“seu”, “dele”
e variações).
É correto o uso de “com nós” e “com vós” se houver a utilização de todos, ambos,
outros, mesmos, próprios, substantivos e numerais.
Ex.: Foi o que fizemos com nós mesmos (e não “conosco mesmos”).
O juiz concordou com vós todos (e não “convosco todos”).
A testemunha esclareceu tudo o que houve com nós três (e não “conosco
três”).
Exceção: antes de verbo no infinitivo, deve-se utilizar como sujeito um pronome reto.
Ex.: Vendem-se lotes neste local. (Ordem direta: Lotes são vendidos neste local.)
Devolveram-se as terras aos legítimos donos. (Ordem direta: As terras foram
devolvidas aos legítimos donos.)
Intimem-se as partes. (Ordem direta: As partes sejam intimadas.)
Que se deem todas as honras a ele. (Ordem direta: Que todas as honras sejam
dadas a ele.)
Protocolaram-se as petições. (Ordem direta: As petições foram protocoladas.)
Apreende-se o conteúdo com estudo e revisão. (Ordem direta: O conteúdo é
apreendido com estudo e revisão.)
Não fará sentido a tentativa de passar a oração para a voz passiva analítica.
i. Separa-se por vírgulas a expressão “para mim” quando no sentido de “na minha
opinião”.
Ex.: Esse processo, para mim, não deveria sequer ter começado.
O interrogatório do acusado foi muito superficial, para mim.
Para mim, um acordo é sempre a solução menos dolorosa.
Sem preposição.
MESÓCLISE
ÊNCLISE
Intimem-se as partes.
Oficie-se ao Ministério Público.
Abracei-a fortemente.
ii. Verbo no infinitivo e gerúndio – se não houver palavra que exija a próclise.
iii. Pausa antes do verbo – se não estiver no futuro do presente nem no futuro do
pretérito.
---
Regência verbal
Abster-se DE
Acudir A
Aditar A
Agradar A
Agradecer A
Anuir A
Aquiescer A/EM
Arriscar-se A
Assentir A
Assistir (ajudar) TD
(presenciar) A
Atender A
Chegar A
Comparecer A
Constar DE
Declinar (rejeitar) DE
Emendar TD
Esmerar-se EM
Esquecer TD
Esquecer-se DE
Implicar (acarretar) TD
Importar (acarretar) TD
Inquirir TD
Interrogar TD ou A
Intervir EM
Morar EM
Oficiar A
Pagar (coisa) TD
(pessoa) A
Perdoar (coisa) TD
(pessoa) A
Presidir TD ou A
Pugnar POR/CONTRA
Responder A
Logo, o fenômeno linguístico da crase não se confunde com o sinal grave que o
assinala.
Dicas rápidas:
Ex.: Fui à escola / Venho da escola / Moro na escola / Passo pela escola
Fui a Brasília / Venho de Brasília / Moro em Brasília / Passo por Brasília
a) Palavras masculinas
c) Artigos indefinidos
d) Expressões de tratamento
f) Verbo
Ex.: Face a face, cara a cara, frente a frente, gota a gota etc.
- Consumeirista (consumerista)
- Inacolher/Inacolhimento (desacolher/desacolhimento)
- Uso do MESMO
Advérbio (exatamente, realmente, também) – É mesmo uma alegria estar aqui hoje!
Conjunção concessiva (embora) – Mesmo passando mal, ela veio trabalhar.
- HORAS
A letra “h” minúscula junto ao numeral, sem espaço, sem ponto e sem a letras “s”.
Formas corretas:
- DATAS
Não se usa vírgula na ordem direta: alínea – inciso – parágrafo – artigo – lei
Ex.: alínea a do inciso II do § 4º do art. 12 da Constituição Federal.
Quando a citação ocupar todo o período, o ponto deve ficar antes/dentro das aspas.
Quando a citação abrange apenas parte do período, o ponto deve ficar depois/fora das
aspas.
Ex.: Segundo Jesus Cristo, a regra de ouro é “amai-vos uns aos outros”.