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L i l i a n P e r b o n i | E N C O N T R O 2 – T E O R I A D A A R G U M E N TA Ç Ã O J U R Í D I C A

»UNIDADE 2 (p.67)
LINGUAGEM E ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA

TÓPICO 1 – ORATÓRIA: CONCEITO E CARACTERÍSTICAS


TÓPICO 2 – ARGUMENTAÇÃO: CONCEITOS E ELEMENTOS
CARACTERIZADORES
TÓPICO 3 – DIREITO, ARGUMENTAÇÃO E LÓGICA JURÍDICA
» TÓPICO 1 – ORATÓRIA: CONCEITO E CARACTERÍSTICAS (p.69)

Define-se a oratória como a arte de bem falar em público, de forma


eloquente e é uma forma específica de comunicação.
É uma habilidade comunicar-se com confiança e clareza. Portanto, ter boa
oratória é fundamental para se expressar de maneira convincente.
Chegada a hora de falar em público, quais fatores são
relevantes?
• Dicção: é a forma como o orador articula e pronuncia as palavras. Porém,
a boa dicção não significa que o indivíduo não se expresse de maneira
adequada porque é comum a dificuldade na pronúncia de certas palavras.
Muitas vezes são pequenos erros que podem estar relacionados aos
hábitos de linguagem de uma determinada cultura.

- Gesticulação: seguramente, você já ouviu a frase: “o corpo fala” e o que


isso significa? Ao nos comunicarmos, temos posturas corporais para, na
maioria das vezes, inconscientemente, darmos ênfase ao que falamos. A
gesticulação deve ser sempre moderada e natural, sem exageros e deve
estar em sintonia com a fala.
Intensidade de voz: você já deve ter notado que as pessoas tímidas falam
em tom de voz baixo e, em alguns casos, chega a ser inaudível. O bom
orador sabe dosar o tom de voz de acordo com a mensagem. A entonação
vocal é um instrumento muito poderoso para o convencimento. A altura,
velocidade e impostação da voz são medidores de uma boa comunicação.
Falar aos berros cria bloqueios e ruídos na comunicação da mesma forma
que falar muito devagar gera desinteresse e desestímulo para o público.

No cotidiano, o profissional do direito obriga-se a usar a oratória para expor


seus argumentos, influindo diretamente na decisão de um processo judicial.
RETÓRICA
A palavra retórica tem sua origem no latim rhetorica, termo que remete ao
grego rhetoriké (arte da retórica), que significa a arte de falar bem, de se
comunicar de forma clara e transmitir ideias com convicção.
A retórica, junto à oratória, permite ao orador a boa comunicação de forma
a persuadir.
Na Teoria de Perelman, a argumentação é um processo dialético
que pressupõe duas figuras centrais: orador e auditório. A
aceitação do auditório se dá pelo argumento que deve ser
razoável, justo ou socialmente útil e não por ser uma tese
verdadeira e sua aceitação é sempre provisória.
» TÓPICO 2 — ARGUMENTAÇÃO: CONCEITOS E ELEMENTOS
CARACTERIZADORES

Argumento é um termo que deriva do latim argumentum, que


significa um raciocínio que se utiliza para demonstrar ou
comprovar uma proposição ou ainda para convencer.
Portanto, argumentar é expressar-se de forma oral ou escrita
utilizando um raciocínio de forma a justificar de maneira razoável
algo, tendo como finalidade a persuasão ou a demonstrar de um
conteúdo, de uma ideia ou conceito, com sentido de verdade.
Persuasão depende essencialmente da argumentação
utilizada pelo orador e necessita da existência de três
elementos:
o orador – emissor ou falante, que é aquele que produz o
discurso;
o auditório – espectador, destinatário, receptor ou ouvinte, que é
a pessoa ou o grupo de pessoas às quais se dirige o discurso e
sobre as quais o seu poder persuasivo deve incidir; e,
o assunto – aquilo de que trata o discurso.
O termo “falácia” - tem sua origem no verbo latino fallare (enganar),
sendo, portanto, relacionado com engano, falha, erro ou equívoco.
Para Freitas (2012, p. 138), “Falácias são erros lógicos, conscientes
ou inconscientes, enganadores e/ou autoenganadores, que servem
para ludibriar e formar pré-compreensões equivocadas, conducentes a
preconceitos ilegítimos, estereótipos e más decisões”.

No direito considera-se argumento falacioso por ignorância, por


exemplo, se um advogado de defesa expõe no Tribunal do Júri sobre
as mazelas ou malefícios das prisões, para comover os jurados e
impedir uma condenação do réu, deixando de lado a materialidade do
crime e a culpabilidade do agente, e não as condições em que
eventualmente poderá cumpri a pena cominada.
FIGURAS DE LINGUAGEM
As figuras de linguagem são importantes recursos linguísticos utilizados de
maneira original e criativa para tornar a comunicação mais expressiva. As
figuras de linguagem são formas de utilização não literal das palavras que,
distanciando-se dos padrões gramaticais convencionais, dão à
argumentação mais ênfase.
TÓPICO 3 — DIREITO, ARGUMENTAÇÃO E LÓGICA JURÍDICA
(p.113)

O exercício do direito não é tão somente o conhecimento de leis,


mas é o exercício de uma atividade argumentativa buscando
cumprir as funções da concretização do direito na prática.

Lembremos de que, no campo jurídico há, em geral, a oposição


de interesses, bens jurídicos e direitos, o que se chama de lide,
exigindo do profissional da área sustentação das razões de direito
através da argumentação.
Um pedido judicial deve ser muito bem formulado, sendo o fato e os
fundamentos jurídicos muito bem demonstrados, sob pena de ser
indeferido. Veja a decisão a seguir.

INDEFERIMENTO DA INICIAL. NARRATIVA CONFUSA. AUSÊNCIA DE


CONCLUSÃO LÓGICA. INÉPCIA DA INICIAL. SENTENÇA MANTIDA. Na
hipótese em julgamento deve ser mantida a inépcia da inicial decretada
pelo MM (Meritissímo) Juízo a quo, pois a exordial não permite ao
magistrado uma apreciação lógica do pedido, pois a narrativa dos fatos é
confusa, desconexa e impede uma análise lógica do pedido. Indeferimento
da inicial que se mantém. (TRT-13 – Recurso Ordinário: RO 0152600-
30.2014.5.13.00010152600-30.2014.5.13.0001. Data de publicação:
02/06/2015).
O fundamento da analogia é o princípio da igualdade, segundo o qual a lei
deve tratar de forma igual os iguais e na exata medida de sua desigualdade
e, assim, casos semelhantes devem ser regulados por normas
semelhantes.
Vejamos um exemplo bastante simples:

Matar alguém é crime previsto no artigo 121 do Código Penal com


punição de 6 a 20 anos – premissa maior;
Pedro matou João – fato ou premissa menor;
Logo, Pedro deve ser punido - conclusão.

Esse tipo de raciocínio é denominado subsunção, que é a


transformação da norma jurídica, na maioria das vezes, geral e
abstrata em direito no caso concreto.
» AUTOATIVIDADE (p.90)
1 Embora exista uma relação entre a oratória e a retórica são distintas as
habilidades utilizadas com finalidade persuasiva. A oratória é definida como falar
bem em público, enquanto a retórica é o uso adequado das palavras de forma a
produzir o convencimento. Acerca da diferença entre oratória e retórica, considere
as seguintes afirmações:
I- A oratória é um tipo específico de comunicação feita diante de um público.
II- O uso da retórica não exige obrigatoriamente a existência de um público, uma vez
que pode ser utilizada em textos escritos.
III- Tanto a retórica como a oratória exigem obrigatoriamente a presença de um orador
diante de um público.
IV- Oratória e retórica são instrumentos de comunicação.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As afirmações I, II e III estão corretas.
b) ( ) As afirmações I, II e IV estão corretas.
c) (x) As afirmações II, III e IV estão corretas.
d) ( ) As afirmações II e III estão corretas.
2 A oratória forense é utilizada no cotidiano do exercício da atividade do
profissional do direito. O advogado é um profissional cuja atividade é
regulada pelo Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil (Lei n° 8.906/94),
o qual estabelece a manifestação oral para determinados procedimentos.
Acerca das situações em que o advogado deve se manifestar oralmente,
assinale a afirmação CORRETA:
a) (x) É permitido ao advogado usar a palavra, pela ordem, em qualquer juízo ou
tribunal, mediante intervenção sumária, para esclarecer equívocos ou dúvidas em
relação a fatos, documentos ou afirmações que possam interferir no julgamento.
b) ( ) Não é permitido o uso da palavra para reclamar verbalmente ou por escrito
perante qualquer tribunal, juízo ou autoridade contra inobservância de preceito de
lei, por ser esta uma atividade privativa do juiz.
c) ( ) Obrigatoriamente, quando o advogado faz uso da palavra, deve manter-se
em pé.
d) ( ) Nos Tribunais superiores, o advogado não poderá fazer uso da palavra.
3 Embora sendo instrumentos de comunicação complementares, oratória e
retórica distinguem-se, sendo que a oratória exige obrigatoriamente a presença de
um público, enquanto que a retórica pode ser utilizada em textos escritos. Avalie
as asserções a seguir sobre os textos retóricos:
I- Há uma profunda diferença entre um texto retórico e um informativo, uma vez que nos
retóricos usam-se argumentos, comparações ou qualquer possibilidade capaz de
persuadir o leitor.
PORQUE
II- Nos textos argumentativos, o objetivo é o convencimento do leitor.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As asserções I e II são falsas.
b) (x) As asserções I e II são verdadeiras, sendo a II a justificativa da I.
c) ( ) A asserção I é verdadeira e a II é uma proposição falsa.
d) ( ) A asserção I é falsa e a II é uma proposição verdadeira.
4 O Tribunal do Júri ou Júri Popular é um instituto do direito
processual penal que tem como competência julgar os crimes de
homicídio, induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio, infanticídio e
aborto – provocado pela gestante, com seu consentimento ou provado
por terceiro. É no Tribunal do Júri que se torna evidente a capacidade
de oratória de um profissional do direito. Quais procedimentos exigem
o uso da retórica e da oratória no Tribunal do Júri?
R.: O uso da retórica e da oratória no Tribunal do Júri são utilizadas tanto
na elaboração como na sustentação de teses jurídicas que são
apresentadas aos jurados que compõem o Conselho de Sentença e
decidem sobre a inocência ou não do acusado.
5 Embora muitas são as atividades profissionais que exigem o
domínio da retórica e oratória, particularmente, na área jurídica, tal
conhecimento é essencial. Apesar de os termos retórica e oratória
serem relacionados e complementares, possuem conceitos distintos.
Diferencie retórica de oratória.
R.: A oratória é uma habilidade distinta da retórica, definida como arte ou
habilidade de falar em público de forma eloquente e convincente, enquanto
a retórica tem como objetivo a comunicação de forma clara e objetiva.
» AUTOATIVIDADE (p.111)

1 A argumentação é definida como atividade utilizada para justificar ou


refutar opiniões de forma a justificar de maneira razoável algo e
envolve um conjunto de declarações com a finalidade de persuadir ou
demonstrar um conteúdo, ideia ou conceito de maneira consistente e
sem contradições. Acerca da argumentação, assinale a afirmação
CORRETA:
a) ( ) Argumentação são opiniões aceitas sem necessidade de justificação,
bastando a coerência.
b) ( ) Argumentar e persuadir são fenômenos distintos e sem relação entre
si.
c) (x) Argumentar é uma habilidade que pode ser adquirida.
d) ( ) Argumentação não é utilizada em textos escritos.
2 A argumentação é elaborada de acordo com o auditório e deve possuir
elementos ou componentes básicos dentre os quais a coerência, que é definida
como uma sequência lógica que permite a compreensão de uma conclusão. A
construção de argumentação coerente depende do uso de determinados fatores,
dentre os quais, o conhecimento. Acerca do conhecimento como elemento
argumentativo, considere as seguintes asserções:
I- Conhecimento é o conjunto de saberes que integra o patrimônio intelectual acumulado
pelo orador que possibilita a elaboração de argumentos coerentes.
PORQUE
II- O conhecimento é uma forma de inferência argumentativa.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As asserções I e II são falsas.
b) ( ) As asserções I e II são verdadeiras, sendo a II a justificativa da I.
c) (x) A asserção I é verdadeira e a II é uma proposição falsa.
d) ( ) A asserção I é falsa e a II é uma proposição verdadeira.
3 A argumentação é uma estratégia cuja finalidade é estabelecer um
“acordo” entre o orador e o auditório que são partícipes de uma
interação que se dá em distintas etapas. Em uma primeira etapa ou
fase podem ser utilizados distintos tipos de argumentos, dentre os
quais, o de autoridade. Acerca do argumento de autoridade, assinale a
afirmação CORRETA:
a) (x) O argumento de autoridade é um tipo de argumento que serve para
estabelecer uma relação hierárquica ou de subordinação.
b) ( ) Argumento de autoridade independe da competência do orador, uma
vez que depende do grau de hierarquia entre os partícipes da interação
comunicativa.
c) ( ) Argumento de autoridade não deve ser utilizado juridicamente.
d) ( ) Argumento de autoridade independe dos valores compartilhados por
um grupo de pessoas ou de um grupo social.
4 Em Minas Gerais, na cidade de Carmo da Cachoeira, o Juiz Ronaldo Tovani, substituto
da Comarca de Varginha, concedeu a liberdade provisória a um acusado preso em
flagrante por ter furtado duas galinhas, lavrando a sentença em versos. Considere o
trecho da referida sentença transcrito a seguir:
“No dia cinco de outubro
Do ano ainda fluente
Em Carmo da Cachoeira Terra de boa gente
Ocorreu um fato inédito
Que me deixou descontente.
O jovem Alceu da Costa
Conhecido por "Rolinha"
Aproveitando a madrugada
Resolveu sair da linha
Subtraindo de outrem
Duas saborosas galinhas...”.
FONTE: <https://jus.com.br/artigos/32022/juiz-poeta-sentencia-em-versos-a-liberdade-de-um-ladrao-de-galinha>.
Acesso em: 26 abr. 2021.
Pergunta-se: Por que a expressão “sair da linha” é uma figura de linguagem? Que tipo de figura
de linguagem é?
R.: Trata-se de uma figura de linguagem porque a expressão é utilizada
para conferir originalidade e criatividade à comunicação, tornando o sentido
da mensagem mais expressivo. Trata-se de uma figura de palavra ou
semântica
5 A argumentação é definida como atividade utilizada para justificar ou
refutar opiniões de forma a justificar de maneira razoável algo e
envolve um conjunto de declarações com a finalidade de persuadir ou
demonstrar um conteúdo, ideia ou conceito de maneira consistente e
sem contradições. Quais são os distintos elementos que constituem a
argumentação? Caracterize cada um deles.
R.: A argumentação é constituída de distintos elementos, quais sejam:
a) Coerência – a construção de uma sequência lógica de forma a
possibilitar a compreensão da conclusão e depende de fatores tais como
conhecimento, inferência e contextualização;
b) Carisma – virtude ou capacidade pessoal de produzir alto grau de
convencimento; e;
c) Dialética – espécie de “movimento” argumentativo onde se produz o
embate de ideias distintas (tese e antítese) do qual é possível a produção
de uma nova (síntese).
» AUTOATIVIDADE (p.138)

1 No exercício da atividade profissional considera-se o bom jurista aquele que possui não
apenas a capacidade de construir argumentos adequados, mas também a habilidade de
os manejar com competência e segurança. Desde tal concepção, considere as seguintes
afirmações:
I- O exercício do direito não é tão somente o conhecimento de leis, mas é o exercício de uma
atividade argumentativa.
II- No campo jurídico há, em geral, a oposição de interesses, bens jurídicos e direitos, o que se
chama de lide, exigindo do profissional da área sustentação das razões de direito através da
argumentação.
III- A formulação de um pedido a um magistrado não exige justificação e sim argumentação.
IV- Um pedido judicial deve ser bem formulado, sendo o fato e os fundamentos jurídicos muito
bem demonstrados, sob pena de ser indeferido.
Assinale a afirmação CORRETA:
a) ( ) As afirmações I, II e III estão corretas.
b) (X) As afirmações I, II e IV estão corretas.
c) ( ) As afirmações II, III e IV estão corretas.
d) ( ) As afirmações II e III estão corretas.
2 No direito, o conceito de verdade é relacionado à probabilidade e validade
jurídica, uma vez que ao afirmarmos que algo é verdadeiro significa que não pode
ser contestado ou refutado, sobretudo porque verdade é um conceito absoluto e
dificilmente atingido no campo jurídico. Acerca do conceito de verdade no campo
jurídico, considere as seguintes asserções:
I- No campo jurídico é dever do órgão julgador atuar de forma cuidadosa a fim de
alcançar a maior probabilidade possível de certeza.
PORQUE
II- No direito, a verdade e justiça não dependem da lei e sim da capacidade
argumentativa do profissional da área jurídica.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As asserções I e II são falsas.
b) ( ) As asserções I e II são verdadeiras, sendo a II a justificativa da I.
c) (X) A asserção I é verdadeira e a II é uma proposição falsa.
d) ( ) A asserção I é falsa e a II é uma proposição verdadeira.
3 Considere o seguinte texto:
“A linguagem do Direito há de conformar-se aos rigores da técnica
jurídica. Mas sem desprezo à clareza, à transparência, à elegância e ao
ritmo melodioso da poesia. As palavras, para o professor, para o
advogado, para os operadores do Direito, em geral são feitas para
persuadir, demover, incentivar. Não basta sintaxe. É preciso paixão
(Luís Roberto Barroso). A citação destaca a importância da linguagem
verbal para o profissional do direito no desempenho de suas funções.
Observa-se que Luís Roberto Barroso enfatizou o uso de uma
linguagem clara, objetiva, precisa, em que a razão direcione o discurso
a ser produzido, a fim de que se alcance o principal objetivo no
discurso jurídico: o convencimento. Entretanto com destaque, exaltou
um componente indispensável a ser associado à razão: a emoção.
Ora, o orador deve envolver, emocionar, apaixonar o seu auditório, a
fim de persuadi-lo. ”
FONTE: VALVERDE, Alda da Graça Marques e outros. Linguagem e argumentação
jurídica. 6. ed. São Paulo: Editora Forense, 2020. p. 401-402).
Acerca da relevância da linguagem e argumentação jurídica, assinale
a afirmação CORRETA:
a) (X) Argumentação jurídica é um recurso de convencimento utilizado na
área jurídica que deve ser construída de forma a utilizar uma linguagem
clara e objetiva embasada racionalmente na lei e técnica jurídica.
b) ( ) Para o convencimento, o jurista deve privilegiar a retórica e a emoção
em detrimento da técnica jurídica.
c) ( ) A atividade do profissional do direito exige capacidade de convencer
com emoção e não o manejo da técnica jurídica.
d) ( ) Na aplicação da lei não há que ser considerados argumentos e sim
fatos.
4 O direito é definido como um sistema normativo lógico cujo domínio
auxilia na organização do raciocínio e argumento jurídico,
relacionando ideias a partir de premissas que obedecem a regras e
princípios articulados de forma a solucionar os casos de lacunas e
antinomias. Diferencie lacuna de antinomia.

R.: Lacuna é a ausência de norma para disciplinar o caso concreto, enquanto que
antinomia é o caso de conflito de normas, que pode ocorrer em três situações:
a) quando uma norma obriga certo ato e outra o proíbe (normas contrárias);
b) quando uma norma obriga certo ato e outra permite a abstenção desse ato (normas
contraditórias);
c) quando uma norma proíbe certo ato e outra o permite (normas contraditórias). Como
solução existem três critérios: o cronológico, o hierárquico e o da especialidade.
5 Considera-se antinomia quando há conflito de norma jurídica diante do
caso concreto e pode ocorrer em três situações: a) quando uma norma
obriga certo ato e outra o proíbe (normas contrárias); b) quando uma norma
obriga certo ato e outra permite a abstenção desse ato (normas
contraditórias); c) quando uma norma proíbe certo ato e outra o permite
(normas contraditórias). Como são solucionados os casos de antinomia?
Fundamente sua resposta.
R.: Como solução existem três critérios: o cronológico, o hierárquico e o da
especialidade. O critério cronológico ocorre quando a norma posterior prevalece sobre a
anterior - lex posterior derogat priori. Ou seja, no direito brasileiro entende-se que a
norma jurídica mais nova revoga a mais antiga. O critério hierárquico é a solução por
excelência das antinomias, isso porque a norma superior prevalece sobre a inferior, por
exemplo, a Constituição Federal de 1988 tem caráter supralegal, na qual as demais leis
(ordinárias, complementares etc.) devem estar em consonância, em harmonia com os
princípios por ela estabelecidos, sob pena de declaração de inconstitucionalidade,
perdendo, assim, sua efetividade. E, finalmente, o critério da especialidade é o que
determina que a norma especial prevalece sobre a geral.
“ “O sucesso nasce do querer, da
determinação e persistência em
se chegar a um objetivo. Mesmo
não atingindo o alvo, quem busca
e vence obstáculos, no mínimo
fará coisas admiráveis”.
José de Alencar

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