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»UNIDADE 2 (p.67)
LINGUAGEM E ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA
1 No exercício da atividade profissional considera-se o bom jurista aquele que possui não
apenas a capacidade de construir argumentos adequados, mas também a habilidade de
os manejar com competência e segurança. Desde tal concepção, considere as seguintes
afirmações:
I- O exercício do direito não é tão somente o conhecimento de leis, mas é o exercício de uma
atividade argumentativa.
II- No campo jurídico há, em geral, a oposição de interesses, bens jurídicos e direitos, o que se
chama de lide, exigindo do profissional da área sustentação das razões de direito através da
argumentação.
III- A formulação de um pedido a um magistrado não exige justificação e sim argumentação.
IV- Um pedido judicial deve ser bem formulado, sendo o fato e os fundamentos jurídicos muito
bem demonstrados, sob pena de ser indeferido.
Assinale a afirmação CORRETA:
a) ( ) As afirmações I, II e III estão corretas.
b) (X) As afirmações I, II e IV estão corretas.
c) ( ) As afirmações II, III e IV estão corretas.
d) ( ) As afirmações II e III estão corretas.
2 No direito, o conceito de verdade é relacionado à probabilidade e validade
jurídica, uma vez que ao afirmarmos que algo é verdadeiro significa que não pode
ser contestado ou refutado, sobretudo porque verdade é um conceito absoluto e
dificilmente atingido no campo jurídico. Acerca do conceito de verdade no campo
jurídico, considere as seguintes asserções:
I- No campo jurídico é dever do órgão julgador atuar de forma cuidadosa a fim de
alcançar a maior probabilidade possível de certeza.
PORQUE
II- No direito, a verdade e justiça não dependem da lei e sim da capacidade
argumentativa do profissional da área jurídica.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As asserções I e II são falsas.
b) ( ) As asserções I e II são verdadeiras, sendo a II a justificativa da I.
c) (X) A asserção I é verdadeira e a II é uma proposição falsa.
d) ( ) A asserção I é falsa e a II é uma proposição verdadeira.
3 Considere o seguinte texto:
“A linguagem do Direito há de conformar-se aos rigores da técnica
jurídica. Mas sem desprezo à clareza, à transparência, à elegância e ao
ritmo melodioso da poesia. As palavras, para o professor, para o
advogado, para os operadores do Direito, em geral são feitas para
persuadir, demover, incentivar. Não basta sintaxe. É preciso paixão
(Luís Roberto Barroso). A citação destaca a importância da linguagem
verbal para o profissional do direito no desempenho de suas funções.
Observa-se que Luís Roberto Barroso enfatizou o uso de uma
linguagem clara, objetiva, precisa, em que a razão direcione o discurso
a ser produzido, a fim de que se alcance o principal objetivo no
discurso jurídico: o convencimento. Entretanto com destaque, exaltou
um componente indispensável a ser associado à razão: a emoção.
Ora, o orador deve envolver, emocionar, apaixonar o seu auditório, a
fim de persuadi-lo. ”
FONTE: VALVERDE, Alda da Graça Marques e outros. Linguagem e argumentação
jurídica. 6. ed. São Paulo: Editora Forense, 2020. p. 401-402).
Acerca da relevância da linguagem e argumentação jurídica, assinale
a afirmação CORRETA:
a) (X) Argumentação jurídica é um recurso de convencimento utilizado na
área jurídica que deve ser construída de forma a utilizar uma linguagem
clara e objetiva embasada racionalmente na lei e técnica jurídica.
b) ( ) Para o convencimento, o jurista deve privilegiar a retórica e a emoção
em detrimento da técnica jurídica.
c) ( ) A atividade do profissional do direito exige capacidade de convencer
com emoção e não o manejo da técnica jurídica.
d) ( ) Na aplicação da lei não há que ser considerados argumentos e sim
fatos.
4 O direito é definido como um sistema normativo lógico cujo domínio
auxilia na organização do raciocínio e argumento jurídico,
relacionando ideias a partir de premissas que obedecem a regras e
princípios articulados de forma a solucionar os casos de lacunas e
antinomias. Diferencie lacuna de antinomia.
R.: Lacuna é a ausência de norma para disciplinar o caso concreto, enquanto que
antinomia é o caso de conflito de normas, que pode ocorrer em três situações:
a) quando uma norma obriga certo ato e outra o proíbe (normas contrárias);
b) quando uma norma obriga certo ato e outra permite a abstenção desse ato (normas
contraditórias);
c) quando uma norma proíbe certo ato e outra o permite (normas contraditórias). Como
solução existem três critérios: o cronológico, o hierárquico e o da especialidade.
5 Considera-se antinomia quando há conflito de norma jurídica diante do
caso concreto e pode ocorrer em três situações: a) quando uma norma
obriga certo ato e outra o proíbe (normas contrárias); b) quando uma norma
obriga certo ato e outra permite a abstenção desse ato (normas
contraditórias); c) quando uma norma proíbe certo ato e outra o permite
(normas contraditórias). Como são solucionados os casos de antinomia?
Fundamente sua resposta.
R.: Como solução existem três critérios: o cronológico, o hierárquico e o da
especialidade. O critério cronológico ocorre quando a norma posterior prevalece sobre a
anterior - lex posterior derogat priori. Ou seja, no direito brasileiro entende-se que a
norma jurídica mais nova revoga a mais antiga. O critério hierárquico é a solução por
excelência das antinomias, isso porque a norma superior prevalece sobre a inferior, por
exemplo, a Constituição Federal de 1988 tem caráter supralegal, na qual as demais leis
(ordinárias, complementares etc.) devem estar em consonância, em harmonia com os
princípios por ela estabelecidos, sob pena de declaração de inconstitucionalidade,
perdendo, assim, sua efetividade. E, finalmente, o critério da especialidade é o que
determina que a norma especial prevalece sobre a geral.
“ “O sucesso nasce do querer, da
determinação e persistência em
se chegar a um objetivo. Mesmo
não atingindo o alvo, quem busca
e vence obstáculos, no mínimo
fará coisas admiráveis”.
José de Alencar