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2022

Explosivos, Acessórios Industriais e Tecnologia


Aplicada ao Desmonte de Rochas

PEDREIRA PETREOS LTDA


ENGENHARIA DE MINAS
UFVJM - CATALÃO – MG - BR
Marcos Antonio da Silva
17/03/2022
Marcos Antonio

Explosivos, Acessórios Industriais e


Tecnologia Aplicada ao Desmonte
de Rochas.

Execução do Curso: PEDREIRA PETREOS LTDA


Endereço: Av. 85 n° 2054 Qd G 21 LT 20, sala 202 CEP 74.160 – 090. Goiânia – GO.
CNPJ: 03.288.307/0001 – 28.
Data: 25/07/2018

Responsabilidade Marcos Antonio da Silva – Técnico em Mineração.


Técnica: Coordenador Centro Oeste e Norte.

Aprovação:

Av. 85 n. 2054 Qd G 21 Lt 20 Sala 202, Setor Marista, Ed. Drogaria Goiás CEP 74.160 – 010, Goiânia – GO, 1
(062) 98198 0045. Email: marcodeton63@gmail.com, SKYPE: marco.deton
Marcos Antonio

Índice
• 1 – Histórico – Página 9

• 2 - Conceitos Básicos – Página 12


- 2.1 - Combustão – Página 12
- 2.2 - Deflagração – Página 12
- 2.3 - Detonação – Página 12
- 2.4 - Explosivos Industriais – Página 12

• 3 - Classificação dos Explosivos – Página 13


- 3.1 - Aplicação – Página 13
- 3.2 - Desempenho – Página 13
- 3.3 - Composição – Página 14
- 3.4 - Consistência – Página 14
- 3.5 - Velocidade de Detonação – Página 14
- 3.6 - Expansão Gasosa – Página 14
- 3.7 - Toxidez – Página 15
- 3.8 - Sensibilidade – Página 15
- 3.8.1 - Sensibilidade a Iniciação – Página 15
- 3.8.2 - Sensibilidade a Propagação – Página 15
- 3.8.3 - Sensibilidade ao Choque – Página 15
- 3.8.4 - Sensibilidade ao Calor – Página 15
- 3.9 - Resistência à Água – Página 16

• 4 - Propriedades dos Explosivos – Página 17


- 4.1 - Pressão de Detonação – Página 17
- 4.2 - Pressão de Explosão – Página 17
- 4.3 - Razão Linear de Energia – Página 17
- 4.4 - Potência Disponível – Página 18
- 4.5 - Balanço de Oxigênio – Página 18
- 4.6 - Velocidade de Detonação – Página 18
- 4.7 - Energia – Página 19
- 4.7.1 - Energia Absoluta – Página 19
- 4.7.2 - Energia Relativa – Página 20
- 4.8 - Segurança no Manuseio – Página 20
- 4.9 - Exsudação – Página 20
- 4.10 - Densidade – Página 21
- 4.10.1 - Densidade Crítica – Página 21
- 4.10.2 - Densidade Massa – Página 21
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- 4.10.3 - Densidade de Carregamento ou Efetiva – Página 21
- 4.11 - Diâmetro Crítico – Página 22

• 5 - Tipo de Explosivos – Página 23


- 5.1 - Pólvora Negra – Página 23
- 5.2 - Dinamites – Página 23
- 5.3 - Lamas Explosivas ou Aquagéis – Página 23
- 5.4 - ANFO – Página 25
- 5.4.1 - ANFO Aluminizado – Página 27
- 5.4.2 - Misturas de Poliestireno (ANFOPS) – Página 27
- 5.4.3 - Misturas ANFO/Emulsão (ANFO “Pesado”) – Página 27
- 5.5 - Emulsões Explosivas – Página 28
- 5.5.1 - Emulsões Dopadas (Blendadas) – Página 24
- 5.6 - Bombeados (Granulados, Lamas, Emulsões) – Página 32

• 6 - Acessórios de Detonação – Página 34


- 6.1 - Espoletas Simples – Página 34
- 6.2 - Estopim – Página 34
- 6.3 - Cordão Ignitor – Página 35
- 6.4 - Cordel Detonante – Página 35
- 6.5 - MS Conector – Página 37
- 6.6 - Espoleta Elétrica de Retardo ou Instantânea – Página 38
- 6.7 - Linha Silenciosa (Não Elétricos) – Página 38
- 6.8 - Handidet – Página 39
- 6.9 - Reforçadores – Página 39

• 7 - Segurança no Manuseio e Armazenagem de Explosivos e Acessórios – Página 41


- 7.1 - Normas de Segurança – Página 41
- 7.2 - Preparando-se Escorvas – Página 41
- 7.3 - Carregamento e Tamponamento – Página 41
- 7.4 - Empregando-se Estopim/Espoleta – Página 42
- 7.5 - Empregando-se Cordel Detonante – Página 42
- 7.6 - Empregando-se “Shock Tubes” – Página 42
- 7.7 - Preparação para Detonação – Página 43
- 7.8 - Procedimento Imediato com Fogos Falhados – Página 43
- 7.9 - Estocagem – Página 43
- 7.10 - Armazenamento – Página 44
- 7.11 - Destruição – Página 45

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• 8 - Mecanismo de Detonação – Página 46


- 8.1 - Introdução – Página 46
- 8.2 - Fase Dinâmica – Página 46
- 8.3 - Fase Quase-Estática – Página 50
- 8.4 - Aproveitamento da Energia da Detonação – Página 51
- 8.5 - Compartimentação da Rocha - Fragmentação – Página 52
- 8.6 - Lançamento dos Fragmentos – Página 53
- 8.6.1 - Ultra Lançamento – Página 54

• 9 – Operações Mineiras e Construção Civil – Página 55


- 9.1 - Lavra a Céu Aberto – Página 55
- 9.1.1 - Elementos de uma Bancada – Página 55
- 9.1.2 - Elementos de uma Perfuração – Página 55
- 9.1.3 - Elementos do Carregamento – Página 55
- 9.1.4 - Elementos do Plano de Fogo – Página 56
- 9.1.5 – Malhas – Página 56
- 9.1.6 - Altura e Inclinação da Bancada – Página 57
- 9.1.7 - Diâmetro da Perfuração – Página 60
- 9.1.8 - Explosivos – Página 60
- 9.1.9 - Afastamento e Elementos Relacionados – Página 61
- 9.1.10 - Tampão – Página 61
- 9.1.11 - Perfuração de Rocha – Página 62
- 9.1.11.1 - Perfuração por Percussão – Página 62
- 9.1.11.2 - Perfuração por Rotação e Trituração – Página 62
- 9.1.11.3 - Perfuração por Rotação e Corte – Página 63
- 9.1.11.4 – Retilinidade e Estabilidade do Furo – Página 63
- 9.1.12 - Seqüência de Iniciação – Página 64
- 9.1.12.1 - Retardos entre Furos (Inter Hole Delay) – Página 64
- 9.1.12.2 - Retardos entre Linhas – Página 65
- 9.1.12.3 - Retardos no Furo (In Hole Delay) – Página 67
- 9.1.12.4 - Razão 4:1 – Página 68
- 9.1.12.5 - Iniciação Furo a Furo – Página 69
- 9.2 - Desmonte Especiais a Céu aberto – Página 69
- 9.2.1 - Pré-Corte ou Pré-Fissuramento – Página 69
- 9.2.2 - Fogo de Acabamento ou “Smoth Blasting” – Página 71
- 9.2.3 - Escavação de Valas – Página 71
- 9.3 - Operações em Ambientes Confinados (Subterrâneas) – Página 73
- 9.3.1 - Mineração Lavra Subterrânea – Página 73
- 9.3.2 - Túneis – Página 74

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- 9.3.3 - Desmonte Subterrâneo – Página 75
- 9.3.3.1 - Pilão de Furos Paralelos (Michigan) – Página 76
- 9.3.3.1.1 - Furos Auxiliares – Página 76
- 9.3.3.1.2 - Furos de Contorno – Desmonte Cuidadoso e Pré-Fissuramento – Página 77

- 9.3.3.2 - Pilão Mecânico – Página 78


- 9.3.3.3 - Pilão de Furos Desviados – Página 78
- 9.4 - Plano de Fogo – Página 79
- 9.4.1 - Seleção de Explosivos para Furos Horizontais – Página 79
- 9.4.2 - Minimização da Detonação por Simpatia – Página 79
- 9.4.3 - Minimização da Dessensibilização por Pressão Dinâmica – Página 80
- 9.5 - Tamponamento de Furos Horizontais – Página 81
- 9.6 - Problemas e Possíveis Causas que Podem Ocorrer na Aplicação de Explosivos e
Acessórios – Página 82
- 9.7 - Atmosfera Subterrânea – Página 83
- 9.8 - Desmonte Secundário – Página 85
- 9.8.1 - Bloco Perfurado – Página 85
- 9.8.2 - Buraco de Cobra - Snake Hole – Página 85
- 9.8.3 - João de Barro - Plaster Shoting – Página 85
- 9.9 - Custos das Operações Mineiras – Página 85
- 9.10 - Fator Fragmentação – Página 86
- 9.10.1 - Ajuste da Razão de Carregamento – Página 87

• 10 - Tecnologia Aplicada ao Desmonte de Rochas – Página 88


- 10.1 - SABREX - Página 88
- 10.2 - ShotPlus – Página 88
- 10.3 - Perfilagem e Auditagem dos Furos – Página 88
- 10.4 - Boretrak – Página 89
- 10.5 - Powersieve – Página 90
- 10.6 - VOD – Velocity of Detonation Probe – Página 90
- 10.7 - Analisador de Rochas – Página 90
- 10.8 - Drawpoint Impactor – Página 90
- 10.9 - Air Deck – Página 91
- 10.10 - Plugs para Tamponamento – Página 91

• 11 – Controle de Vibrações e Air Blast – Página 92


- 11.1 - Conceitos Básicos – Sísmica – Página 92
- 11.2 - Sismógrafo – Página 93
- 11.3 - Controle de Estabilidade de Taludes – Página 94

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- 11.3.1 - Descrição Matemática do Método de Suporte de Taludes c/ Tirantes – Página 95
- 11.3.2 - Equações para Definição de Velocidade Crítica para Taludes de Rocha Sã – Pág. 96
- 11.4 - Vibrações no Concreto em Cura – Página 97
- 11.5 - Equações e Curvas Estimativas de PPV – Página 98
- 11.6 - Air Blast – Página 100

• 12 – Tópicos Especiais – Página 102


- 12.1 - Principais Métodos de Lavra Subterrânea para Minas Metálicas e Não Metálicas –
Página 102
- 12.1.1 - Métodos com Suporte Natural – Página 102
- 12.1.1.1 - Room and Pillar (Câmaras e Pilares) – Página 102
- 12.1.1.2 - Sublevel Stoping – Página 103
- 12.1.1.3 - Vertical Retreat Mining (V.R.M.) – Página 104
- 12.1.2 - Métodos que Empregam Enchimento – Página 105
- 12.1.2.1 - Shrinkage Stoping – Página 105
- 12.1.2.2 - Cut and Fill (Corte e Aterro) – Página 105
- 12.1.2.3 - Square Set – Página 106
- 12.1.2.4 - Longwall Mining – Página 107
- 12.1.3 - Métodos que Empregam Abatimento de Rocha – Página 108
- 12.1.3.1 - Bloking Caving – Página 108
- 12.1.3.2 - Sublevel Caving – Página 109

• 13 – Glossário Técnico – Página 111

• 14 – Bibliografia Empregada – Página 123

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Relação das Figuras
Figura 1 – Início da reação explosiva em um cartucho com grande liberação de gás
– Página 18
Figura 2 – Variação da energia por quilograma de ANFO com o aumento do
conteúdo de óleo (Mercer 1983) – Página 25
Figura 3 – Nitrato de amônio poroso – Página 26
Figura 4 – Carregamento de ANFO por uma unidade móvel (on site) – Página 32
Figura 5 – Carregamento de emulsão explosiva por bombeamento através de
unidade móvel – Página 33
Figura 6 – Aspecto Físico de um Cordel Detonante – Página 37
Figura 7 – Aspecto Físico de um Retardo MS – Página 37
Figura 8 – Aspecto Físico de um Exel SS (não elétrico) – Página 38
Figura 9 – Aspecto Físico de um Reforçador (booster) – Página 40
Figura 10 – Desmonte de uma bancada envolvendo as duas fases do processo de
detonação – Página 50
Figura 11 – Face característica de uma detonação onde foi empregada a técnica do
pré-corte – Página 70
Figura 12 – Escavação de um túnel de forma parcial – Página 75
Figura 13 – Limpeza de pilhas oriundas de um desmonte eficiente e deficiente,
respectivamente (Céu Aberto) – Página 86
Figura 14 – Limpeza de pilhas oriundas de um desmonte eficiente e deficiente,
respectivamente (Subsolo) – Página 86
Figura 15 – Gráfico de fragmentação versos custos operacionais – Página 87
Figura 16 – Limpeza de uma pilha adequadamente desmontada em função da
capacidade da escavadeira – Página 88
Figura 17 – Perfilagem da face de uma bancada de minério de ferro – Página 88
Figura 18 – Emprego do Boretrak para auditagem da perfuração – Página 89
Figura 19 – Carregamento com bolsas de air deck – Página 91
Figura 20 – Plugs de tampão – Página 91
Figura 21 - Redução do fator de segurança devido ao esforço de fadiga oriundo das
detonações – Página 94
Figura 22 – Forças que atuam em um bloco de rocha atirantado – Página 96
Figura 23 – Curvas estimativas da velocidade de partícula praticada, máxima e
mínima, em função da distância escalonada – Página 99

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Relação das Tabelas

Tabela 1 – Classificação dos explosivos quanto aos gases tóxicos gerados na


detonação – Página 15
Tabela 2 – Classificação dos explosivos quanto à resistência à água – Página 16
Tabela 3 – Propriedades físicas básicas de um estopim – Página 34
Tabela 4 – Propriedades físicas básicas de um cordel detonante – Página 36
Tabela 5 – Propriedades físicas básicas de um reforçador (booster) – Página 39
Tabela 6 – Velocidade de Propagação de Ondas P e S – Página 48
Tabela 7 – Fragmentação em função da razão de carregamento – Página 53
Tabela 8 – Movimentação do Centro de Gravidade – Página 54
Tabela 9 – Efeito da altura da bancada no diâmetro do furo ótimo – Página 59
Tabela 10 – Dimensionamento da malha inicial para fogos em vala – Página 72
Tabela 11 – Parâmetros iniciais recomendados para o desmonte cuidadoso e pré-
fissuramento – Página 77
Tabela 12 – Razão de carregamento aproximada para diversos tipos de rocha –
Página 87
Tabela 13 – Valores de K em função do tempo de cura – Página 97
Tabela 14 – Autores e critérios mais empregados para correlação entre a distância
e a carga máxima por espera – Página 98

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1 - Histórico

Do homem primitivo aos nossos dias, a evolução não parou e todo esse progresso e
inovação devemos ao espírito de observação, a curiosidade e a racionalidade, que sempre
orientaram o ser humano. Assim também, na área de explosivos e desmonte de rocha, o
homem imbuído dos mesmos propósitos desenvolveu ao longo dos últimos séculos toda
uma série de produtos, normas e especificações.

A pólvora foi, sem dúvida, o primeiro passo para o desenvolvimento de quase uma centena
de produtos, hoje em dia, conhecidos como explosivos. Inicialmente utilizada pelos chineses
como pirotécnico passou com algumas modificações a propelente de projéteis e
armamentos em geral.

No fim da Idade Média (por volta de 1354 d.C.), na Europa, o monge Shwartz obteve mistura
explosiva, semelhante à dos chineses, que foi em seguida adotada e aplicada em suas
diversas formas e variações, para fins bélicos. Os morteiros, bombardas, columbrinas e toda
sorte de canhões bizarros, mas mortíferos, passaram com seu troar e efeitos a movimentar
rapidamente as fronteiras políticas dos impérios, principados e feudos, decretando assim a
ruína do castelo-fortaleza.

A primeira notícia de seu emprego como explosivo para fins civis data do ano de 1627, com
tais vantagens que essa nova modalidade de emprego rapidamente se generalizou. O
mineiro tirolês Kaspar Wendl foi quem realizou as primeiras experiências em uma mina da
Hungria. No mesmo ano, a pólvora negra foi empregada na extração de carvão.

Em 1778, Berthollet obteve o fulminato de prata por evaporação de uma solução amoniacal
de nitrato de prata. No mesmo ano, Hausmann descobriu o ácido pícrico, não tendo feito,
naquela época, a mínima ideia de sua utilização futura como carga de arrebentamento de
granadas. A essas descobertas veio juntar-se, pouco tempo depois, a do fulminato de
mercúrio, devida ao inglês Howard que, misturando mercúrio, ácido nítrico e álcool, obteve
um pó cristalino e pesado que verificou explodir por choque ou pela chama, com incrível
poder de decomposição.

Pouco tempo depois, de modo análogo, obteve Brugnatelli o fulminato de prata que
superou, em sensibilidade e perigo, o de mercúrio. Esses compostos foram detalhadamente
estudados e, já em 1815, o fulminato de mercúrio era empregado em cápsulas, o que
indubitavelmente, constituiu-se em progresso considerável para o uso de explosivos.

Em 1811, apareceu uma nova substância explosiva, cuja descoberta custou ao seu autor,
Dulong, um olho e três dedos. Tratava-se de um líquido amarelado e pesado, que,
posteriormente, foi reconhecido como cloreto de nitrogênio.
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Entrementes, já em 1832, o químico francês Braconnot se ocupava com a ação do ácido


nítrico sobre amido, açúcar, fibras de madeira e materiais semelhantes, obtendo produtos
de fácil combustão, aos quais denominou xiloidinas.

A nitratação ia, portanto, se generalizando e, ficando melhor conhecida, permitiu a


Mitscherlich descobrir, em 1934, o nitrobenzeno e, em 1835, a nitronaftalina.

A nitrocelulose foi obtida em 1838, por Pelouze, pela nitratação do papel. As propriedades
desse explosivo foram descobertas em 1846, por Schonbein e Bottger, independentemente,
passando-se a utilizá-lo como propelente e como explosivo.

Em 1847, na cidade de Turim, ocorreu a descoberta da nitroglicerina pelo italiano Ascanio


Sobrero. Foi uma verdadeira revolução, pois este preparado oferecia um poder de explosão
muitas vezes maior que o da pólvora. No entanto esta descoberta tinha um inconveniente: a
nitroglicerina era muito perigosa quando submetida a movimentos bruscos ou atrito, fato
que limitava as condições de segurança em seu manuseio.

A pólvora sem fumaça ou pólvora coloidal, à base de nitrocelulose e pólvora negra, foi
obtida em 1864, por Schultze.

Alguns anos mais tarde, em 1867, o sueco Alfred Nobel superou este inconveniente
adicionando Kieselghur (diatomácea) a nitroglicerina, produzindo desta forma, a dinamite:
explosivo potente que oferecia ao mesmo tempo boas condições de segurança. Durante
muito tempo na paz e nas guerras, a dinamite de Nobel foi o grande e poderoso explosivo. O
princípio do reforçador (“booster”) foi descoberto em 1868, por Brown, fazendo detonar
algodão-pólvora (nitrocelulose) úmido com algodão-pólvora seco (usado como reforçador).

A produção do “blasting” (mistura de nitrocelulose e nitroglicerina) foi conseguida, em


1875, por Nobel. Essa mistura é à base da fabricação das dinamites nitroglicerinadas.

Em 1912, o trinitrotolueno (TNT) foi oficialmente utilizado como explosivo militar, como
carga de ruptura de granadas. Durante a guerra de 1914-1918, foram fabricados
industrialmente mais dois explosivos: o tetril e o hexil. Ambos foram empregados,
particularmente o primeiro, mais poderoso dos dois, em iniciadores e, em mistura com
trinitrotolueno, como carga de arrebentamento de granadas, bombas, torpedos e outros
engenhos.

Como exemplo de explosivos surgidos após a primeira guerra, podemos citar a pentrita e o
hexogênio, explosivos que apresentam a característica muito importante de serem

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fabricados a partir de matérias-primas sintéticas, para cuja obtenção é necessário apenas o


ar, água e carvão. São explosivos extremamente violentos.

A casualidade por outro lado, em 1923, na cidade alemã de Oppau, deu existência industrial
a outro membro da família dos explosivos, quando ao tentar-se dinamitar um lote de nitrato
de amônio que havia empedrado pela ação da umidade, provocou-se enorme explosão,
destruindo parte da cidade.

De outro acidente nasceu o ANFO (amonium nitrate and fuel oil) mistura de nitrato de
amônio e óleo diesel, quando o choque entre dois navios, carregando esses respectivos
produtos, resultou em um incêndio seguido de violenta explosão que arrasou o Porto de
Texas City (EUA) em 1947.

A partir desses acidentes e das experiências que os sucederam consolidou-se o uso de


nitrato de amônio como material explosivo e, com tal intensidade que, atualmente tem sido
o componente básico de todo explosivo industrial.

Completando a família dos explosivos nasceram em 1958 as lamas explosivas (misturas em


proporção adequada de nitrato de amônio, óleo diesel, água e outros produtos tais como pó
de alumínio, goma, bórax, etc.).

As emulsões explosivas foram desenvolvidas há aproximadamente 20 anos e consistem


essencialmente de uma solução oxidante, óleo, e um emulsificador, introduzido como gás ou
ar. Em outras palavras, a emulsão é uma íntima mistura de dois líquidos que não se
dissolvem mutuamente.

Algumas emulsões são produtos comuns e utilizados no dia-a-dia, como molhos de salada,
filmes fotográficos, inseticidas e alguns cosméticos. As emulsões explosivas devido à enorme
quantidade de energia útil desenvolvida, apresentam grande capacidade de trabalho na
ruptura de rocha e materiais duros em geral.

2 - Conceitos Básicos

2.1 - Combustão: É uma reação química de oxidação e geralmente ocorre por conta do
oxigênio do ar. O fenômeno acontece em baixas velocidades e tem como exemplo mais
conhecido à queima de um pedaço de carvão.

2.2 - Deflagração: Quando a velocidade da reação de decomposição da substância explosiva


é maior que a de combustão, chegando em alguns casos a casa de 1.000 m/s, ocorre a

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deflagração. Nesta reação há a participação não só do oxigênio do ar, mas também daquele
intrínseco a substância. Esta situação ocorre quando da decomposição da pólvora, ou ainda

de explosivos mais potentes quando submetidos a condições desfavoráveis de iniciação ou


confinamento.

2.3 - Detonação: É uma reação de decomposição com a participação exclusiva do oxigênio


intrínseco a substância explosiva. Ocorre com velocidades que variam de 1.500 a 7.000 m/s
e, em função da quantidade de energia envolvida no processo, faz-se sempre acompanhada
de uma onda de choque que, com sua frente de elevada pressão dinâmica, confere a
detonação um grande poder de ruptura.

2.4 - Explosivos Industriais: São Substâncias ou misturas de substâncias que, quando


excitadas por algum agente externo, são capazes de decompor-se quimicamente gerando
considerável volume de gases a altas temperaturas. A conceituação moderna de explosivos
industriais sugere ainda que na sua fabricação sejam utilizados componentes que
isoladamente não são substâncias explosivas.

Os principais elementos químicos de um explosivo industrial são: Carbono (C), Hidrogênio


(H), Oxigênio (O) e Nitrogênio (N). Outros elementos secundários aparecem na composição
com um papel específico, seja para diminuir a temperatura de congelamento, para aumentar
a temperatura de explosão, ou a quantidade de energia liberada, etc., são exemplos o Sódio
(Na), Potássio (K), Cloro (Cl), Bário (Ba), Cálcio (Ca), Alumínio (Al).

Na sequência são apresentadas as fórmulas químicas das principais substâncias explosivas:

Nitroglicerina: C3 H5 N3 O9
Nitrocelulose: C12 H24 N6 O22
Trinitrotolueno: C7 H5 N3 O6
Nitropenta: C5 H8 N4 O12
Hexogênio: C3 H6 N6 O6
Nitrato de Amônio: NH4 NO3

3 - Classificação dos Explosivos

Os Explosivos podem ser classificados quanto:

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3.1 - Aplicação:

 Primário: São aqueles que pelo fato de oferecerem uma maior facilidade à
decomposição, quando excitados por agentes externos. Tem o seu maior emprego como
iniciadores de cargas maiores de explosivos secundários. Como por exemplo, podem ser
citados as espoletas, cordel detonante, nitropenta, azida de chumbo, fulminato de
mercúrio, etc.

 Secundário: São os explosivos propriamente ditos. Denominados também como


explosivos de ruptura. Apresentam-se tão potentes quantos os primários, porém por

serem mais estáveis necessitam de uma maior quantidade de energia para iniciar o
processo de detonação, energia está geralmente fornecida pela ação direta da
detonação de um explosivo primário. Como exemplo, podem ser citados as lamas,
emulsões, ANFOS, etc.

3.2 - Desempenho

 Explosivos Iniciadores: São extremamente potentes e, por isso, adequados à detonação


da massa de explosivo. Produzem um efeito de sopro intenso ou uma onda de choque
capaz de iniciar a detonação da massa de explosivos. Não são, entretanto, suficientes
para, por si só, executar o trabalho de demolição da rocha. considerados “acessórios de
são também chamados explosivos primários.
 Explosivos Deflagrantes ou Baixos Explosivos: São aqueles que se decompõem através
de uma reação de deflagração. A reação de detonação consiste numa queima rápida
sem a produção de onda de choque de grande intensidade. Dentre os baixos explosivos,
o único que tem alguma importância é a pólvora negra, usada para corte de rocha
destinada à produção de paralelepípedos, placas de revestimento, blocos de mármore
etc.

 Explosivos Detonantes ou Altos Explosivos: Decompõe-se pela reação de detonação e


apresentam grande capacidade de trabalho pelo que são também conhecidos como
explosivos de ruptura. Detonam a velocidade entre 2.500 a 7.500 m/s, acompanhados de
quantidades enormes de gases a pressões muito altas (da ordem de 100.000 atm.). A
detonação da origem à formação de uma onda de choque que percorre o maciço
rochoso, causando fissuras na rocha. A onda de choque, aliada à alta pressão dos gases
formados na explosão, quebra a rocha empurrando-a em direção à face livre. São
empregados como explosivos secundários.

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3.3 - Composição

 Explosivos Simples: São aqueles formados por um único componente químico. Entre
eles nitroglicerina, nitroglicol, nitrocelulose, trotil e ciclonite.

 Explosivos Mistos: Formados por substâncias que consomem e produzem oxigênio, mas
que não são explosivas quando isoladas. Pertencem a esta categoria os nitratos
inorgânicos, cloratos e percloratos. O mais importante é o nitrato de amônio que
misturado com óleo diesel, é um explosivo de larga utilização.

 Explosivos Compostos: São resultantes da mistura de explosivos simples com


substâncias que são capazes de consumir e produzir oxigênio. A maior parte dos
explosivos comerciais pertence a esta categoria, porque apresentam a vantagem de
variando-se a as proporções ou tipo dos componentes, serem obtidas determinadas

qualidades desejáveis. Consegue-se dessa maneira, melhorar as propriedades do


explosivo simples adicionando-o uma substância produtora de oxigênio.

3.4 - Consistência

 Explosivos Plásticos: adapta-se à forma do furo, preenchendo maior volume.

 Explosivos Sólidos: utilizados sob a forma de cartuchos contendo o explosivo em pó.

 Explosivo Líquidos: apresentam grande facilidade de carregamento.

3.5 – Velocidade de Detonação: Os explosivos industriais podem ser classificados como de


baixa velocidade ou de alta velocidade. Podemos considerar como explosivo de baixa
velocidade todo aquele que detonar com até 3.000 m/s e de alta velocidade todo aquele que
superar este valor.

3.6 - Expansão Gasosa: Os explosivos industriais em função de suas características químicas


desenvolvem maior ou menor quantidade de gases na detonação. Podemos considerar
como de baixa expansão gasosa todo aquele que desenvolver até 800 litros de gases por
quilo de explosivo na detonação e alta expansão gasosa aquele que superar esse valor.

3.7 -Toxidez: Quanto aos gases tóxicos desenvolvidos na reação química os explosivos
industriais são classificados em três categorias:

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Categoria Concentração Classe Observações


(l/kg)
A até 22,6 1 Baixa quantidade de gases tóxicos
B > 22,6 até 46,7 2 Média quantidade de gases tóxicos
C > 46,7 até 94,8 3 Elevada quantidade de gases
tóxicos
Tabela 1 – Classificação dos explosivos quanto aos gases tóxicos gerados na detonação

3.8 - Sensibilidade

3.8.1 - Sensibilidade a Iniciação: Os explosivos detonantes em função de sua estabilidade


química podem ser mais ou menos sensíveis a iniciação do explosivo primário. Na prática
dizemos ser ele sensível a um determinado tipo de iniciador, ou seja: espoleta n.º 8, cordel
detonante, booster etc.

3.8.2 - Sensibilidade a Propagação: Também conhecida como “Air Gap”, essa classificação
indica a maior distância longitudinal entre dois cartuchos em que ainda ocorre a propagação
da detonação do primeiro para o segundo.

3.8.3 - Sensibilidade ao Choque: Alguns explosivos podem detonar por efeito de estímulos,
tais como choque e fricção. Por segurança, é importante conhecer seu grau de sensibilidade
frente a essas ações, especialmente durante sua manipulação e transporte.

No ensaio de resistência ao choque emprega-se o “carneiro mecânico”, onde uma massa de


0,1 g de explosivo é submetida ao choque de um martelo com massa usual de 2,0 Kg, que cai
de uma altura variável.

3.8.4 - Sensibilidade ao Calor: Os explosivos, ao serem esquentados de forma gradual,


chegam a uma temperatura em que se se decompõem repentinamente com desprendimento
de gases A essa temperatura dá-se o nome de “ponto de ignição”.

A pólvora varia entre 300 a 350ºC, enquanto que os explosivos industriais entre 180 e 230ºC.

Essa temperatura é diferente da temperatura de sensibilização ao fogo, que indica sua


facilidade de inflamação. Assim, a pólvora, apesar do bom grau de sensibilidade ao calor, é
muito inflamável, bastando apenas uma chispa para iniciar toda reação, semelhante a
nitrocelulose.

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3.9 - Resistência à Água: É outra propriedade importante, pois, em muitos casos, haverá
concentração de água nas perfurações. Os furos, ao interceptarem as fraturas da rocha,
funcionam como captores da água acumulada nessas fraturas. Se o explosivo utilizado tiver
baixa resistência à água, ficará neutralizado e não detonará. É, por isso, necessário saber se
há ou não água nas perfurações ao se adotar um determinado tipo de explosivo.

Quanto à resistência a água os explosivos industriais podem ser classificados da seguinte


forma:
Classe Resistência à água
(horas)
1 Indefinida
2 32 a 71
3 16 a 31
4 8 a 15
5 4a7
6 1a3
7 não resiste à água
Tabela 2 – Classificação dos explosivos quanto à resistência à água
4 - Propriedades dos Explosivos
Os diferentes tipos de explosivos apresentam características definidas que os recomendam
para algumas aplicações e desaconselham para outras. Por isso, é necessário avaliar quais as
propriedades desejadas para um determinado tipo de trabalho, procedendo-se a uma
escolha criteriosa. As principais propriedades dos explosivos do ponto de vista da escavação
são:

4.1 - Pressão de Detonação: A pressão de detonação é uma função dependente de duas


variáveis: densidade e velocidade de detonação, e por consequência do diâmetro da carga
explosiva. A pressão de detonação é um indicador bastante significativo, da capacidade de
um explosivo, fragmentar a rocha. Esta pressão se refere à pressão de detonação da
superfície de “Chapmam-Jouguet”, zona de reação primária da frente de detonação. Essa
pressão gerada repentinamente fragmentará a rocha em lugar de movimentá-la. Em outros
termos seria a habilidade do explosivo em fragmentar a rocha, chamada também de
Brizance.
A pressão de detonação pode ser calculada teoricamente por meio da seguinte fórmula:
Pd = 228 x 10-6. δ . (VOD)². (1 + 0,8 δ) -1
Pd = Pressão de detonação (MPa);
δ = Densidade do Explosivo (g/cm³);
VOD = Velocidade de Detonação do Explosivo (m/s);

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4.2 - Pressão de Explosão: É a princípio uma comparação de explosivos de uma mesma


categoria, especialmente no que diz respeito à superfície específica e as características
físicas (sólido, pasta, emulsão etc.). Esta pressão obtém valores próximos de 50% do valor da
pressão de detonação (Pd), não devendo ser confundida com a mesma. A pressão de
explosão age sob a rocha cominuida, movimentando-a.

A pressão de Explosão (Pe) pode ser calculada teoricamente por meio da seguinte fórmula:
Pe = Pd/ 2; é medida em MPa ou KBar.

4.3 - Razão Linear de Energia: Representa a energia absoluta por metro linear de furo.

É calculada através da seguinte fórmula:


RLE = 0,5067 x D2 x δ x AWS (kcal / m)

sendo:
D = diâmetro da carga explosiva em polegadas;
 = densidade do explosivo (derramado, não adensado) em g / cm3
O fator 0,5067 resulta da conversão de unidades para o sistema métrico
K = 0,5067 = (π / 4).(2,54 )2 x ( 0,1 )

4.4 - Potência Disponível: É a razão de energia liberada quando ocorre a detonação de um


metro linear de carga explosiva, a uma determinada velocidade.

Como essa detonação gasta um tempo t para percorrer 1 metro resulta:

W = RLE / t
Sendo µ a velocidade estabilizada do explosivo, temos: t = µ-1 , e portanto:
W = RLE x µ ou W = 0,5067 x D2 x AWS x µ

4.5 - Balanço de Oxigênio: É a relação entre a quantidade de oxigênio e a quantidade de


combustível disponível para a reação de detonação de um explosivo. É expresso em termos
percentuais. O balanço é denominado positivo quando há excesso de oxigênio, neste caso
geram-se gases tóxicos do tipo nitrosos. Quando há falta de oxigênio este balanço é
denominado negativo. O principal gás tóxico gerado nesta situação é o monóxido de
carbono (CO).

4.6 - Velocidade de Detonação: Define-se como a velocidade com que a reação de


detonação se estende através de uma coluna de explosivo. Esta velocidade deverá ser igual

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ou maior a velocidade sônica da rocha a fragmentar. Um incremento da velocidade de
detonação produz um efeito maior na fragmentação.

Figura 1 – Início da reação explosiva em um cartucho com grande liberação de gás.

4.7 - Energia: A finalidade da aplicação de um explosivo em um desmonte é gerar trabalho


útil. A energia liberada pelos explosivos em um furo é utilizada da seguinte forma:

- Pulverização da rocha nas paredes do furo;


- Formação das fissuras;
- Rompimento da rocha;
- Calor e Luz;
- Vibração do Terreno;
- Sopro de Ar.

Esta energia é liberada para a rocha de duas formas diferentes: pressão de detonação e
pressão do furo. A pressão de detonação ou de choque, exerce uma força de fragmentação
na rocha. A pressão do furo é devida à expansão gasosa e é de ação mais lenta. É
responsável por alguma fragmentação, mas é a causa principal do movimento da massa de
fragmentos.

A energia ou força de um explosivo é calculada utilizando-se as técnicas baseadas nas leis da


termodinâmica, seguindo estritamente os princípios da química e da matemática. Os valores
obtidos representam o trabalho teórico disponível, assumindo 100% da eficiência, e é

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expressa em termos de peso ou volume de explosivo. Pode também ser expressa como um
número absoluto ou relativo, como apresentado nos itens 4.7.1 e 4.7.2, a seguir:

4.7.1 - Energia Absoluta: É a quantidade de energia liberada por uma certa quantidade de
massa de explosivo.

Considerando um explosivo padrão (ANFO) teremos a seguinte equação química de


detonação:
NH4 NO3 + CH2 = N2 + CO2 + H2O + 912 kcal / kg.
A energia absoluta liberada é de 912 kcal / kg (teórica).
A energia assim expressa é dita WG (“Water Gas”) porque em sua conceituação considera-
se água formada na sua reação química estando no estado de vapor. A energia absoluta WG
é um pouco menor que a energia absoluta considerando a água no estado líquido, já que
para chegar ao estado de vapor ela consome uma certa energia.

A energia absoluta pode ser expressa de duas formas:

a) AWS (Absolute Weight Strength) - por unidade de massa: kcal / kg


b) ABS (Absolute Bulk Strenght) - por unidade de volume: kcal / l

e correlacionadas pela equação:

AWS =  x ABS; onde:  = Densidade do explosivo

4.7.2 - Energia Relativa: Relaciona-se a energia absoluta de um determinado explosivo com


a energia absoluta liberada pelo explosivo padrão (ANFO), cujas características são:

AWS = 912 kcal/kg;


ABS = 739 kcal/l;
δ = 0,81g/cm³;
Energia Relativa (RWS ou Relative Weight Strenght %) = AWS/9,12
Energia Relativa (RBS ou Relative Bulk Strenght %) = ABS/7,39

4.8 - Segurança no Manuseio: O explosivo, desde sua produção até a detonação final nas
perfurações é armazenado, transportado sofrendo uma série de trasbordos e choques. Por
isso é imprescindível que apresente segurança no manuseio, isto é, que não detone com
facilidade.

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4.9 – Exsudação: Corresponde à segregação dos ingredientes sólidos e líquidos do explosivo
e que pode ocorrer devido as seguintes causas:

 Longas estocagens;
 Más condições de aeração durante a estocagem;
 Elevada temperatura e grandes variações na pressão atmosférica.
Como consequência, ocorre a deterioração do explosivo que nestas condições, torna-se
perigoso devido ao aumento de sensibilidade e deve ser destruído, sob orientação de
pessoal especializado.

O reconhecimento da substância exsudada é feito através de três métodos práticos, são


eles:

 Teste da gota: deposita-se sobre uma folha de papel parafinado uma gota de líquido
exsudado e observa-se seu comportamento, se o líquido for nitroglicerina, formar-se-á
uma mancha escura sobre o papel parafinado e, em se tratando de nitratos ou água,
formam-se gotículas sobre o papel.

 Teste do copo d’água: em um copo transparente com água límpida deposita-se uma
pequena parte do líquido exsudado e observa-se o comportamento do mesmo. Da
observação pode-se chegar as seguintes conclusões:

• se o material exsudado for nitroglicerina, ficará depositado no fundo do copo;


• se o material exsudado for nitrato, a água do copo ficará turva;
• se o material exsudado for óleos ou parafinas, sobrenadará na água do copo.

 Teste da detonação: consiste em recolher uma pequena gota de líquido exsudado com
auxílio da ponta de um alfinete, depositando em um pedaço de papel parafinado
colocado sobre uma placa metálica. Bate-se com um martelo sobre a gota em referência
que, se for nitroglicerina, provocará uma pequena detonação.

4.10 - Densidade: Um explosivo de alta densidade permite maior concentração, isto é,


possibilita introduzir maior números de quilos por metro de perfuração. Quando se deseja
uma alta fragmentação da rocha é conveniente utilizar explosivo de alta densidade. Caso
contrário, em que a fragmentação exagerada não é necessária, adota-se explosivo de menor
densidade. Para os explosivos industriais existem três tipos de densidades com diferentes
significados:

4.10.1 – Densidade Crítica: São os limites superior e inferior de densidade. Um explosivo que
esteja com densidade fora dessa faixa perde suas características no momento da detonação.

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4.10.2 - Densidade de Massa: É aproximadamente igual à do cartucho, serve para
determinar se um explosivo está dentro do padrão (controle de qualidade). É a densidade
apresentada nos catálogos. É importante salientar que um explosivo que apresenta
densidade de massa superior a 1 g/cm³, irá afundar na água (desde que na água não existam
grandes quantidades de sólidos em suspensão ou sais dissolvidos).

4.10.3 - Densidade de Carregamento ou Efetiva: É a relação entre a massa de explosivo


dentro do furo e o volume do furo ocupado por essa massa.

É definida pela fórmula a seguir:

Dc = (Q .1,97).(ϕ ². L)-1;

Onde:
Dc: densidade de carregamento (g/cm³);

ϕ = Diâmetro do furo (pol.);

Q: massa de explosivo por furo (kg);

L: comprimento da carga (m).

Esta fórmula é muito empregada nas operações de carregamento, para o cálculo da massa
de explosivo por furo, razão linear de carga, razão de carga etc., ou seja, é a densidade que
se utiliza para o dimensionamento do plano de fogo.

Nos dias de hoje, o número de explosivos sensibilizados por bolhas de ar é cada vez maior. A
densidade depende do volume de ar misturado com os ingredientes sólidos e líquidos dos
explosivos. Sabe-se que o ar é altamente compressível, não é difícil, portanto visualizar que à
medida que se aproxima do fundo do furo, o explosivo sofra o efeito de uma pressão
crescente proveniente da porção de explosivo acima, o que faz com que o volume de ar no
explosivo se reduza e provoque um acréscimo gradativo de densidade.

4.11 – Diâmetro Crítico: As cargas explosivas com forma cilíndrica têm um diâmetro abaixo
da qual a onda de detonação não se propaga ou propaga-se à velocidade muito abaixo das
de regime. A esse diâmetro, dá-se o nome de diâmetro crítico. Os principais fatores que
influenciam no diâmetro crítico são:

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 Tamanho das partículas;

 Reatividade de seus ingredientes;

 Confinamento;

 Densidade.

5 - Tipo de Explosivos
5.1 - Pólvora Negra: A pólvora negra explosiva é produzida em dois tipos. O tipo A contém
nitrato de potássio, enxofre e carvão vegetal. É utilizada nas escavações a céu aberto quase
que exclusivamente para cortar pedras, na produção de paralelepípedos, lajotas para
revestimento de pisos e paredes etc. Praticamente não é usada para o desmonte intensivo
de rocha.

A pólvora negra do tipo B contém nitrato de sódio, enxofre e carvão vegetal. É mais lenta
que a do tipo A e também de menor força; utilizada na detonação de argilas e folhelhos.

5.2 – Dinamites

As dinamites são explosivas baseados em nitroglicerina (NG) de alta sensibilidade. Elas


podem ser formuladas com alta plasticidade, alta densidade e boa resistência à água,
propriedades que podem ser exigidas em condições de desmonte com presença de água.

Quando detonadas em um furo, as dinamites gelatinosas desenvolvem velocidades de


detonação moderadamente altas. Estas velocidades, combinadas com a densidade, força,
fazem com que as gelatinas se tornem mais eficientes em trabalhos com presença de água
onde é necessária uma boa fragmentação de rochas resistentes.

O futuro paras as dinamites depende essencialmente da assimilação da segurança com o


custo-benefício; enquanto que as dinamites têm um maior potencial de risco, sua
confiabilidade de performance e rendimento de energia por unidade monetária são algumas
vezes maiores que os das emulsões e dos explosivos tipo lama (aquagéis).

5.3 - Lamas Explosivas ou Aquagéis: Os explosivos do tipo aquagel ou lama explosiva (slurry)
são produzidos primariamente para as indústrias de construção, de pedreiras e de
mineração subterrânea de metais. Estes produtos contêm concentrações relativamente altas
de ingredientes sensíveis que asseguram uma detonação confiável em furos de mina de

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diâmetros pequenos. Comparados com as dinamites, eles são mais difíceis de detonar
através do atrito, impacto e/ou fogo.

As lamas são baseadas em soluções aquosas saturadas de nitrato de amônio – NA


(frequentemente com nitrato de sódio e/ou nitrato de cálcio) em que combustíveis,
sensibilizadores (e algumas vezes mais prills de NA) são dispersos. A fase líquida é espessada
com resinas e transformado em gel com agentes ligantes para manter os sólidos em
suspensão proporcionando um grau satisfatório de coesão e máxima resistência à água.
Quando completamente em estado de gel, as lamas (aquagéis) tem uma consistência
emborrachada semelhante a um mingau.

A maioria dos aquagéis são sensibilizados, pelo menos parcialmente, por bolhas de ar e/ou
gás. Alguns lamas são também sensibilizados, por explosivos de baixa sensibilidade (como o
nitrato de monometilamina, ou abreviando, MMAN). Os combustíveis incluem também pó
de alumínio. Pela variação do tipo e quantidade de combustível (e especialmente pó de
alumínio), os aquagéis podem ser feitos sob encomenda para exibir uma grande gama de
força em peso e volume.

Uma certa quantidade de água é necessária para proporcionar a consistência e textura


requeridas de uma lama (aquagel). Se uma quantidade muito pequena de água for usada, a
fase líquida é insuficiente e a alta viscosidade resultante impede o encartuchamento da
lama. Para máxima a força em peso, no entanto, é importante minimizar o conteúdo de
água. Se uma quantidade de água muito maior do que o necessário para a sua consistência
for usada, a força em peso é afetada. Além da sua contribuição para a consistência, o
conteúdo de água diminui o risco de sensibilidade associada com o fogo, atrito ou impacto (e
especialmente o impacto de projéteis).

A temperatura e a densidade têm efeitos pronunciados sobre a sensibilidade das lamas.


Todas as lamas explosivas tornam-se menos sensíveis e menos fluídas em baixas
temperaturas. Acima de certas densidades, as lamas não podem ser detonadas mesmo em
furos de diâmetros maiores com reforçadores (Booster) potentes. A densidade pode ser
reduzida:

 Por aeração;

 Pela injeção de uma quantidade muito pequena de solução “gaseificada” quando do seu
encartuchamento;

 Pela adição de microesferas de vidro ou equivalentes na lama (aquagel).

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Em lamas que não contém microesferas, as bolhas de ar e/ou gás são comprimidas pelo
peso próprio da coluna de lama e/ou água e, portanto, a densidade da carga aumenta na
direção do fundo do furo. Nas lamas que contêm microesferas, as bolhas de ar ainda estão
comprimidas pelo peso da coluna de lama/água acima delas, porém as microesferas mantêm
o seu tamanho original e, por isso, dão ao explosivo (lama) um nível de sensibilidade mínimo
irreduzível sob pressões limitadas. Por causa da sua alta força em volume, alta resistência à
água, boa sensibilidade e grande segurança no manuseio e uso, as lamas substituíram
naturalmente das dinamites. Onde as condições do terreno são adversas e não permitem a
pré-compressão lateral e “dead-pressing” das cargas em furos espaçados, boas lamas dão
resultados de desmonte satisfatórios.

As lamas (aquagéis) têm sido intensamente substituídas pelas emulsões devido à sua
tecnologia ser mais antiga do que a das emulsões.

5.4 - ANFO: Explosivo composto à base quase que exclusivamente de nitrato de amônio,
produto químico largamente utilizado como fertilizante agrícola ou como produto base na
fabricação de explosivos, sendo este tipo de nitrato conhecido como prill. A denominação
ANFO vem do inglês “amonium nitrate + fuel oil “, já quase que originalmente formulado a
partir da mistura de nitrato de amônio com óleo diesel (5,6%). Possui uma densidade de
carregamento na casa de 0,85 g/cm³. Geralmente o ANFO torna-se insensível quando sua
densidade alcança 1,2 g/cm³, ocorrendo o fenômeno de Dead Pressing.
100

90

80

70
Energia por Quilograma (%)

60

50

40

30

20

10

0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Óleo Combustível (%)

Figura 2 – Variação da energia por quilograma de ANFO com o aumento do conteúdo de óleo (Mercer, 1983)

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O nitrato de amônio funciona como oxidante, enquanto que o óleo diesel é o redutor. O
elemento oxidante fornecido pelo nitrato de amônio é o oxigênio, o nitrogênio participa
secundariamente da reação formando o nitrogênio gasoso. A fórmula química do nitrato de
amônio é o NH4NO3, composto de 60% de oxigênio em peso, 33% de nitrogênio e 7% de
hidrogênio. Por ser um sal é facilmente dissolvido em água, de modo que se não for
recoberto por uma fina camada de materiais tais como, o talco ou a zeolita, absorve
rapidamente a umidade do ar, se dissolvendo e, dessa forma, não tendo condições de
detonar eficientemente.

O prill de nitrato de amônio, além de não poder ter contato com água, deve ser fabricado
com um teor de umidade inferior a 0,15%, pois quando prills de nitrato de são saturados
com água, esses se dissolvem, de modo que microporos e pequenos vazios que agem como
centro reativos (hot-spots) desaparecem, resultando em uma mistura insensível (dead
pressing) para detonação.

Figura 3 – Aspecto físico do nitrato de amônio poroso

O prill de nitrato de amônio pode sofrer outro fenômeno chamado recristalização ou cycling.
Recristalização é a propriedade do material mudar sua forma cristalina de acordo com
mudanças na temperatura ambiente, afetando seriamente o armazenamento e a
performance do ANFO. O efeito da recristalização é a quebra dos prills em partículas
menores, de modo que essa constante quebra aumenta a densidade do ANFO.

Para esse tipo de explosivo é necessário o emprego de uma escorva para que ocorra a
detonação, isto é, de um outro tipo de explosivo ou de um reforçador para iniciar o
processo. Deve-se evitar o uso do cordel detonante para detonação do ANFO, pois na

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iniciação lateral, o referido cordel detonante deflagra o ANFO axialmente, dessensibilizando-
o com uma velocidade próxima de 1.000 m/s, muito abaixo da sua velocidade linear de
7.000 m/s, ocorrendo uma reação de baixa eficiência.

É um explosivo que não possui resistência à água, baixa densidade e baixo custo. Devido à
baixa densidade é recomendado muitas vezes, para o preenchimento da carga de coluna.
Pode ser utilizado em carregamento por derramamento ou injetado através de equipamento
pneumático “anfo loader “. Neste caso é obrigatório o uso de mangueira de carregamento
do tipo antieletrostática e o devido aterramento do equipamento ao solo.

5.4.1 - ANFO Aluminizado:

O alumínio em pó pode ser adicionado ao ANFO visando aumentar o rendimento da pressão


de detonação as quantidades variam de 5 a 15%, aumentando o calor da reação, a força e a
sensibilidade da mistura. Mas pelas três razões abaixo listadas, das quais a primeira é a mais
importante, o incremento de energia por unidade monetário é baixo.

 O custo do pó de alumínio é elevado, ou seja, é uma matéria-prima cara;


 A faixa granulométrica das partículas de alumínio precisa ser adequada ao diâmetro do
furo;
 Mesmo onde existam condições ideais, o Al2O3 e os gases da detonação falham em
permanecer em equilíbrio térmico no momento em que a rocha é quebrada e deslocada.
Como resultado, pelo menos um terço da energia térmica envolvida na reação das
partículas de Al2O3 não é transferida para os gases e, portanto, é perdida.

5.4.2 - Misturas ANFO/Poliestireno (ANFOPS):

Em operações na qual agentes detonantes do tipo ANFO são usados, as vantagens do


controle de ultra quebra(overbreak), podem ser obtidas pelas misturas a granel de ANFO e
diluentes no perímetro dos furos. As composições de ANFOPS possuem alto potencial para
esta operação, assim como para proporcionar detonação confiável em furos secos e de
diâmetros pequenos que podem ser obtidas por misturas que contém em média 75%
(volume base) de poliestireno (PS). Como esperado, tal agente detonante (blasting agents)
exibe densidades e rendimentos de energia por metro de comprimento de carga que caem
para aproximadamente 25% daqueles apresentados pelo ANFO normal. As baixas
intensidades de choque e volumes de gás correspondentes ajudam a diminuir o overbreak
na rocha circundante.

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5.4.3 - Misturas ANFO/Emulsão (ANFO “Pesado”)

O ANFO “pesado” consiste de uma mistura de nitrato de amônio (NA) granulado e poroso,
óleo e agente detonante emulsivo. Por causa do seu estado líquido viscoso dotado de
fluidez, a emulsão é capaz de substituir o ar nos interstícios entre as partículas de ANFO. A
taxa de emulsão é tal que muitos dos microvazios dentro dos componentes do ANFO são
preenchidos com emulsão. A densidade do ANFO “pesado” se situa entre os valores de 1,00
a 1,23 g/cm³. Se todo o ar dentro destes interstícios fosse substituído, o agente detonante
resultante tenderia a exibir uma sensibilidade inadequada (os microvazios preenchidos e,
exceto pelos grânulos de baixa densidade e alta porosidade, um número insuficiente de
centros de iniciação de carga).

5.5 - Emulsões Explosivas: Explosivos em emulsão são do tipo “água-em-óleo” (water-in-oil


type). Eles consistem de micro gotículas (microdroplets - fase dispersa) de solução oxidante,
supersaturada dentro de uma matriz de óleo (oil matrix - fase contínua). Para maximizar o
rendimento energético enquanto minimiza custos de produção e preço de venda, o oxidante
dentro de micro gotículas consiste principalmente de nitrato de amônia. Por causa do
número de gotículas por unidade de volume de emulsão ser excessivamente grande,
microgotículas adjacentes são forçadas uma contra a outra, deformando suas formas
esféricas originais. Consequentemente, a espessura média do óleo entre as microgotículas é

muito pequena. Cada um dos ingredientes de um explosivo em emulsão é um ingrediente


não-explosivo. Emulsões em cartuchos tem a consistência de uma massa compacta. Por
serem uma mistura muito íntima, estes produtos são visualmente homogêneos. As
viscosidades satisfatórias de emulsões são obtidas com o uso de resinas ligantes.

Uma vez que as emulsões são do tipo “água-em-óleo”, eles oferecem excelente resistência à
água. A água do furo “enxerga” apenas a matriz da emulsão (ou seja, o óleo); e ela é
protegida do contato e, portanto, dissolve as microgotículas pela película (insolúvel) de óleo
envolvente. A resistência à água da emulsão é maior quando comparada às lamas e
dinamites.

Enquanto que alguns graus de sensibilidade resultam do alto grau de interligação física dos
componentes oxidantes e combustíveis, as bolhas de gás ou ar são os maiores sensibilizantes
das emulsões. Onde as cargas podem ser comprimidas por pressões estáticas e/ou
dinâmicas anteriormente à detonação, as bolhas devem apresentar a forma de microesferas,
daí se conclui que cada bolha apresenta um alto grau de permanência dimensional, ou seja,
manutenção da esfericidade.

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Ao contrário da maioria das lamas, as sensibilidades não decrescem significativamente com
a queda de temperatura, visto que cada micro gotícula da solução oxidante é isolada das
microgotículas adjacentes por uma película matriz de óleo. Uma queda na temperatura não
permite que mais sais se cristalizem dentro de cada micro gotícula, nem permite que os
cristais oxidantes cresçam ou se agrupem.

No estágio atual do seu desenvolvimento, as emulsões apresentam sensibilidades à iniciação


relativamente baixas para uma linha de cordel detonante de 10 g/m. Quando uma carga é
composta por uma coluna de cartuchos, ela é iniciada mais eficientemente por uma espoleta
colocada dentro da parte inferior do cartucho. Somente quando a continuidade da carga é
impedida por irregularidades ou vazios nas paredes dos furos, a coluna de explosivo deve ser
acompanhada com um cordel detonante de 10 g/m. Este aspecto de baixa sensibilidade
pode representar apenas uma limitação temporária das emulsões explosivas encartuchadas.

Embora sejam sensíveis a detonadores, os explosivos em emulsão são relativamente


insensíveis à detonação por atrito, impacto e/ou fogo.

O ANFO consiste de nitrato de amônio e óleo diesel. Uma emulsão padrão não tem força em
peso teórica (ou seja, rendimento energético teórico por unidade de peso) tão alta quanto à
do ANFO por consistir de oxidantes, combustível e água. Se a força em peso do ANFO é tida
como 100, a força em peso calculada de uma emulsão pode ser dita como sendo 80. Mas
isto não indica que a eficiência do desmonte da emulsão seja de apenas 80% da eficiência de
um peso igual de ANFO. Os rendimentos energéticos reais das emulsões são maiores do que
o esperado (isto se deve ao alto grau de interligação combustível e oxidante das emulsões

excedido apenas por explosivos moleculares como a Nitroglicerina, o TNT e o PETN).


Portanto, a força em peso relativa efetiva de uma emulsão padrão é apreciavelmente maior
do que 80. Este efeito benéfico da idealidade de uma alta detonação está sendo observada
principalmente em minerações subterrâneas de metais, pedreiras de rochas resistentes e
operações de construções, onde emulsões encartuchadas em diâmetros pequenos estão
competindo com dinamites e explosivos do tipo lama. Este autor não está apto a calcular o
incremento resultante na força em peso relativa de uma detonação completa e eficiente de
uma emulsão. No entanto, os resultados de desmonte indicam que este incremento é
significativo e, portanto, que a força em peso efetiva relativa de uma emulsão é
significativamente maior do que a força em peso teórica relativa.

As densidades das emulsões normalmente estão na faixa de 1,1 a 1,2 g/cm³. Baseada em
uma força em peso relativa calculada de 80, uma emulsão com uma densidade de 1,15g/cm³
tem uma força em peso relativa calculada de:

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80 x 1,15/0,84 = 110
(onde 0,84 é a densidade média assumida de uma polpa de ANFO). Mas em razão da força
em peso efetiva relativa desta emulsão ser considerada como sendo maior do que 80 (veja o
parágrafo precedente), a força em volume efetiva relativa é considerada como sendo
significativamente maior do que 110. Mesmo força em volumes maiores podem ser obtidas
quando um pó de alumínio misturado a um combustível é adicionado a uma emulsão.

As emulsões são embaladas em cartuchos de plástico fino e resistentes. Isto permite que
estes cartuchos apresentem:

 Um grau de rigidez muito satisfatório;


 Resistência à ruptura durante o uso e manuseio normais;
 Habilidade para romper e se espalhar quando for tampado.

Se uma concentração de energia máxima possível no fundo do furo for exigida, os cartuchos
devem ser rasgados de ponta a ponta no momento em que são colocados no fundo do furo,

a emulsão então se esparrama, desloca mais ar e água e preenche uma maior porcentagem
do volume disponível para carga. Este preenchimento considerável pode ser uma vantagem
nos furos da linha de frente da bancada que têm afastamento do pé excessivos. Quando há
passagem de água através do furo, no entanto, os cartuchos não devem ser rasgados, mas
simplesmente jogados, e o período entre o carregamento e a detonação deve ser o menor
possível. Para carregar furos muito irregulares, as emulsões em cartuchos de papel estão
atualmente disponíveis, sendo as características de carregamento destes produtos similares
aos das dinamites. Como as emulsões não detonam quando submetidas a testes de impacto,
o carregamento com esta categoria de explosivos reduz consideravelmente os riscos
associados com a perfuração acidental ou sem cuidado próxima a áreas de furos
anteriormente detonados. Sob nenhuma circunstância, no entanto, a perfuração deve ser
feita nestas áreas de furos previamente detonados com emulsão, devido à possibilidade de
presença de espoletas não detonadas.

Por causa da presença de nitroglicerina, o manuseio de dinamites resulta frequentemente


em dores de cabeça nos operadores, enquanto que os vapores em locais fechados produzem
o mesmo efeito. As emulsões estão livres de ingredientes que podem causar dores de
cabeça. Por isso, o uso destes produtos aumenta o conforto do blaster e, por sua vez, a
eficiência. As emulsões têm mostrado que produzem concentrações de gases tóxicos que
são muito menores do que as geradas pelas dinamites e lamas explosivas. As emulsões
também criam menos fumaça (visível) e, por sua vez, aumentam a segurança através da
melhoria da visibilidade. Mas os fumos (gases tóxicos) nunca devem ser confundidos com

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fumaça, e seria um perigo assumir que uma quantidade muito pequena de fumaça após uma
detonação de emulsão fosse um sinônimo de falta de fumos e um sinal que é seguro
retornar à área de desmonte logo após a detonação. Os fumos decorrentes da detonação
são com certeza “melhores” do que os das dinamites, mas a atmosfera não será
necessariamente segura quando ela estiver livre de fumaça. Pelas razões expostas a seguir,
as emulsões devem substituir as dinamites e as lamas na maioria das atividades de
desmonte de rocha com emprego de explosivo:
 As emulsões encartuchadas são firmes, fáceis de manusear, carregar e socar;
 Devido a sua velocidade de detonação ser muito alta, os cartuchos possuem grande
capacidade para iniciar (como os primers) as misturas do tipo ANFO;
 Suas altas relações de energia de onda de deformação para energia de deslocamento
fazem com que elas sejam mais indicadas para fragmentar maciços mais resistentes;
 A ausência de nitroglicerina elimina a possibilidade de efeitos físicos perigosos ou
desagradáveis (como as dores de cabeça) durante o seu manuseio.

As emulsões representam o desenvolvimento mais recente na família de explosivos, há uma


expectativa de que sejam feitas novas melhorias nas suas propriedades e performance.

5.5.1 - Emulsões Dopadas (Blendadas):

As emulsões “dopadas” consistem de grânulos de ANFO ou NA em uma matriz de emulsão. A


porcentagem de emulsão normalmente se situa na faixa de 70 a 90% (em peso). O tamanho
da partícula da fase seca é normalmente de 400 a 500 vezes o das microgotículas. Visto que
o conteúdo da fase seca está mantido abaixo de 35% (em peso), há emulsão suficiente para
cobrir completamente a fase seca (solúvel). Com o conteúdo da fase seca aumentando para
acima de 35%, a habilidade da matriz da emulsão em proteger a fase seca diminui e, como
resultado, mais fase seca pode ser dissolvida pela água existente no furo.

Com grandes porcentagens de uma fase seca sendo adicionadas às emulsões, ambas as taxas
de reação e velocidade de detonação decrescem. A reação na fase inicial prossegue e
acontece dentro da matriz de emulsão, a reação na fase seca (mais grosseira) é iniciada pela
reação das emulsões e se estende por um período de tempo consideravelmente longo.
Portanto, a duração global de uma reação aumenta com a adição de uma fase seca e, em
consequência, há um aumento na energia de deslocamento (e, portanto, liberação do
material desmontado) às custas da energia da onda de deslocamento. Em rochas
relativamente pouco resistentes e/ou porosas, a presença de uma fase seca tem o efeito
benéfico de reduzir as perdas de energia associadas com a fragmentação excessiva e
deformação plástica próximas à carga.

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Onde a fase seca é totalmente envolvida por uma emulsão altamente reativa, sua reação
começa com grande vigor e prossegue por completo mais fácil e eficiente do que no caso do
ANFO (onde os grânulos são rodeados essencialmente pelo ar). Portanto, parece ser
razoável acreditar que a relação entre a energia teórica para uma mistura de emulsão/fase
seca é maior do que para o ANFO. Este é o fator mais importante para se explicar à
observação de que tais produtos tenham melhor performance do que sugerem suas forças
em peso relativas teóricas.

Em vários trabalhos publicados a respeito de desmontes, a importância relativa da


fragmentação tem sido enfatizada exaustivamente às custas da liberação na pilha de
fragmentos. Enquanto que a fragmentação é normalmente a característica mais influente de
uma pilha de fragmentos, a liberação tem um efeito bastante considerável e negligenciado
sobre a velocidade e custos das operações de escavação, carregamento e talvez britagem. O
deslocamento necessário para proporcionar uma liberação adequada na pilha de fragmentos
depende muito da energia de deslocamento do explosivo (pressão de explosão). Pela adição
de uma fase seca a uma emulsão, a energia de deslocamentos e, consequentemente, a
liberação em pilha de fragmentos são aumentados. A inclusão de até 35% de fase seca tem o
efeito benéfico de aumentar a liberação do material desmontado sem, no entanto, piorar a
fragmentação efetiva.

5.6 - Bombeados (Granulados, Lamas, Emulsões): São lamas explosivas, granulados e


emulsões, que podem ser bombeados diretamente nas perfurações através de
equipamentos montados sobre caminhões. São explosivos extremamente seguros para
transporte porque somente se tornam detonáveis após terem sido injetados nos furos,
quando então se completa a reação química que propicia o desmonte. Os bombeados
permitem uma grande rapidez no carregamento. São apropriados para o desmonte em larga
escala e grandes diâmetros de furos. No caso de rochas fraturadas há o grande
inconveniente da fuga do material através das fraturas. A detonação dos bombeados requer
a utilização de um acessório reforçador (booster).

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Figura 4 – Carregamento de ANFO por uma unidade móvel (on site)

As emulsões são facilmente bombeáveis, decorrendo desse fato uma grande rapidez no
carregamento mecânico dos furos, particularmente nos de grande diâmetro. Para que se
obtenha todo o rendimento desse explosivo recomenda-se empregar um “booster
“(reforçador), cujo diâmetro seja o mais próximo o possível do diâmetro do furo.

As emulsões podem ser utilizadas mesmo em perfurações com 100 % de água. Por possuir
uma densidade maior que a da água e por sua elevada resistência ao referido meio,
expulsam-na em boa parte, ocupando seu espaço no furo.

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Figura 5 - Carregamento de emulsão explosiva por bombeamento através de unidade móvel

6 - Acessórios de Detonação
Introduzidas às cargas explosivas nos furos, procede-se à detonação inicial, através de acessórios
especiais, que provocam a detonação das cargas.

Os principais acessórios de detonação utilizados nas operações de desmonte são:

6.1 - Espoleta Simples: Consiste numa cápsula de alumínio, fechada em uma extremidade,
preenchida com um explosivo da base (tetranitrato de penta-eritritol) e carga iniciadora de
azida de chumbo.

São sempre iniciadas por estopim comum introduzido na outra extremidade da cápsula por
meio de alicate especial. As espoletas simples são muito usadas em detonações secundárias
onde há necessidade ou é possível haver uma sequência de fogo, como nos fogachos, por
exemplo. Não são recomendadas para a detonação simultânea de várias cargas, porque
dificilmente os estopins atingiram todas as espoletas ao mesmo tempo. O bom
funcionamento da espoleta depende muito da perfeição do seu acoplamento com o
estopim.

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6.2 - Estopim: O estopim tem o aspecto externo de um cordão. Consiste num núcleo de
pólvora negra de nitrato de potássio revestido com tecidos impermeabilizantes que
protegem o núcleo de pólvora contra a penetração de água e abrasão.

O estopim apresenta a propriedade de queimar a uma velocidade uniforme e conhecida.


Com uma espoleta comum na extremidade poderá detonar um explosivo (dinamites,
emulsões e gelatinas). É utilizado para iniciar cargas explosivas a distâncias curtas ou cordel
detonante. A tabela 3, a seguir, apresenta as propriedades físicas básicas de um estopim.

CARACTERÍSTICAS
Núcleo Misto de Pólvora Negra
Queima Lenta
Tempo de Queima 145 s/m ( ± 10 %, 500 m ,20 º C )
Peso Médio de Pólvora 5,5 g/m
Comprimento Mínimo da Chispa Aprox. 50 mm (sem confinamento )
Resistência à água (revestimento) Classe 1
Resistência Máxima a Tração 28 kgf
Revestimento Externo Termoplástico
Flexibilidade Boa
Raio máximo de curvatura 12,5 mm
Tabela 3 – Propriedades físicas básicas de um estopim

6.3 - Cordão Ignitor: Cordão fino e flexível que queima com chama firme. Possui revestimento,
que lhe confere resistência à água.

É utilizado para ignição de qualquer número de linhas de estopim através dos conectores,
eliminando-se dessa forma, a necessidade de ascender cada estopim individualmente.
Recomenda-se um espaçamento entre os conectores de no mínimo 50 cm. O comprimento de
cada linha de estopim deve permitir à chama do cordão ficar cerca de 5 m à frente de cada linha
de estopim que vai detonar, a fim de não ser afetado, isto é para qual não haja interrupção.

Trata-se de um cordão fino revestido com polietileno flexível e incendiário, que queima com
chama vigorosa. Possui em seu interior um fio de aço galvanizado que possibilita a sua fixação ao
conector, além de impedir seu rompimento após a combustão, evitando a iniciação indesejável
das linhas fora de sequência.

Atualmente o seu emprego é quase inexistente, no entanto foi muito utilizado em minerações de
subsolo, principalmente na abertura de túneis, galerias e lavras, onde se exige detonações
sequenciais, eliminando a necessidade de se ascender cada estopim individualmente.

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6.4 - Cordel Detonante: É uma das formas mais segura para a detonação de fogo a céu
aberto ou em atividades subterrâneas, porque não requer eletricidade. Por ser um
explosivo, dispensa as espoletas. Quando detona, age como escorva par as cargas explosivas,
detonando-as também.

O cordel detonante consiste num núcleo de alto explosivo, o tetranitrato de penta-eritritol


(PETN), revestido conforme o uso a que se destina.

O PETN detona com velocidade de cerca de 7.000 m/s, superior, portanto à de muitas
dinamites e gelatinas. Os revestimentos encontrados no mercado são:

- Múltiplo revestimento de fibras têxteis de PVC;

- Isolamento externo com camada de náilon.

A ligação das conexões à linha-tronco pode ser feita através de fita isolante. A outra forma
de se realizar as ligações é através de nós padronizados. A iniciação do cordel detonante
pode ser feita através de espoletas elétricas ou simples.

No caso de se utilizar espoleta elétrica, esta deverá ser ligada à extremidade do cordel
somente quando a malha estiver toda concluída, o pessoal abrigado e o equipamento
retirado, para evitar riscos, inclusive a detonação por corrente induzida.

No caso de iniciação por meio de espoleta comum, está será detonada através de um
estopim.

A alta velocidade do cordel detonante e a característica de atuar como escorva das cargas
explosivas dão-lhe a condição de determinar a velocidade de detonação do próprio
explosivo, que passa a ser do cordel em todo segmento em que o explosivo estiver em
contato com ele e quando o cordel tiver velocidade de detonação superior à do explosivo.

NP 3: Para iniciação simultânea de cargas explosivas. É recomendado em derivações de


colunas (linhas de descida), nas minerações a céu aberto, com o objetivo de minimizar o
“efeito canal “ao longo da coluna de explosivos, provocando sua destruição através da
deflagração e queima.

NP 5: Para iniciação simultânea de cargas explosivas. É recomendado em derivações de


linha-tronco em locais que se deseja redução do nível de ruídos.

NP 10: Para iniciação simultânea de cargas explosivas, ou com esperas, quando associado
em série a retardos. É recomendado para as linhas-tronco e derivações nas minerações a céu
aberto e subsolo.
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As principais características físicas e químicas dos cordéis detonantes são apresentadas na


tabela 4 a seguir:

Características NP 3 NP 5 NP 10
Carga Explosiva Mínima ( g/m) 3 5 10
Cor do Revestimento Externo Amarelo Rosa Vermelho
Diâmetro Médio ( mm ) 3,3 3,5 4,8
Flexibilidade Ótima
Resistência à Água - Classe 1 1 1
Resistência à Temperatura ( º C ) 60 60 60
Tipo de Carga Explosiva Tetranitrato de Penta-Eritritol ( PETN )
Velocidade Mínima ( m / s ) 6.650 6.650 6.650
Tipo de Revestimento Externo Plástico ( PVC )
Tabela 4 – Propriedades físicas básicas de um cordel detonante

Figura 6 – Aspecto físico de um Cordel Detonante

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6.5 - MS Conector: Acessório destinado a retardar, através de esperas de milissegundos, a


propagação da detonação do cordel. O referido retardo (MS connector) é provido de um
corpo plástico protetor que possibilita sua ligação ao circuito de fogo e de um espoleta dupla
com retardos de tempo pré-determinados.

Figura 7 – Aspecto físico de um Retardo MS

6.6 - Espoleta Elétrica de Retardo ou Instantânea: São detonadas por uma corrente elétrica
sendo necessária uma intensidade mínima para provocar a detonação. Permitem iniciar
diversas cargas ao mesmo tempo.

- Espoleta Elétrica Instantânea

- Espoleta Elétrica de Retardo é composta por um estojo de alumínio onde estão inseridos
uma ponte elétrica, o elemento de retardo e as cargas de iniciação. Conectada aos fios
condutores, a ponte elétrica inicia o elemento de retardo, conforme o tempo da espoleta,
em sequência a azida de chumbo e a carga principal de PETN.

6.7 - Linha Silenciosa (não elétricos): Basicamente o sistema se baseia em um tubo plástico
cuja superfície interna é impregnada com uma substância reativa que mantém a propagação
da onda de choque a uma velocidade de cerca de 2.000 m/s. Esta onda tem energia
suficiente para iniciar um explosivo primário ou uma espoleta de retardo.

Uma vez que a reação está confinada no tubo, este não explode e atua como mero condutor
de energia. Este tubo é fabricado em plástico de alta qualidade com um diâmetro externo de
cerca de 3 mm.

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Na sua forma padrão ele é transparente e atende a maioria das exigências dos desmontes de
rochas. Para alguns casos, onde as condições são mais severas, existe um tubo de alta
qualidade (“Heavy Duty - HD“), o qual tem uma maior resistência ao desgaste e à tração.

Figura 8 – Aspecto físico de um Exel SS (não elétricos)

6.8 – Handidet: O acessório Handidet, constitui-se basicamente de duas espoletas de


retardo, sendo uma de superfície com espera menor (embutida em um conector e com
carga constituída apenas de azida de chumbo) e a outra de escorva, de espera maior. A
razão entre os tempos de retardo dessas espoletas, permite definir o escalonamento
máximo (furo a furo) que pode ser adotado, ou seja, o número de furos máximo a ser
sensibilizado antes que o primeiro detone. A razão máxima é definida para detonações furo
a furo.

Por exemplo à razão entre as esperas 2500/50, permite a sensibilização de 50 furos antes
que o primeiro detone. Essa razão é definida para detonações furo a furo. No caso de se
empregar o escalonamento de dois furos por espera, obtém-se a sensibilização de 100 furos
antes que os dois primeiros detonem.

6.9 – Reforçadores (“booster”): São cargas explosivas de alta potência para reforçar a
iniciação de explosivos de baixa sensibilidade, como é no caso do ANFO, pastas detonantes e
outros. Além de serem utilizados para assegurar a continuidade da propagação da onda
explosiva ao longo da carga de coluna constituída por aqueles explosivos. Os reforçadores
são constituídos de carga explosiva acondicionada em um corpo plástico de formato tronco-
cônico, dotado de um furo central ao longo de toda altura. A iniciação é feita por meio de
cordel detonante passando através do furo central, ou por espoletas simples ou elétricas.

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Tem-se provado que a forma do reforçador pode contribuir para uma maior pressão de
detonação e melhoria da eficiência da iniciação, além de facilitar o carregamento.
Basicamente existem quatro formatos de reforçadores: cilíndrico, cônico, esférico e plano, e
suas principais características físicas e químicas são apresentadas na tabela 5 a seguir:

Características
Cargas Explosivas (g) 150 250 350 450
Explosivo Pentolite
Densidade Média (g/cm3) 1,43 1,43 1,43 1,43
Energia Absoluta (WG)
AWS (kcal/kg) 1.460 1.460 1.460 1.460
ABS (kcal/l) 2.087,8 2.087,8 2.087,8 2.087,8
Energia Disponível ( kcal/peça ) 219 365 511 657
Temperatura de Explosão (K) 3.750 3.750 3.750 3.750
Classe de Resistência à Água 1 1 1 1
Sensibilidade à Iniciação Cordel Detonante NP10 ou Espoleta N.º 8
Velocidade de Detonação (m/s) 7.400 7.400 7.400 7.400
Pressão de Detonação (kBars) 195,8 195,8 195,8 195,8
Potência Disponível (kcal/s) 1,621 x 10 2,701 x 10 3,781 x 10 4,862 x 106
6 6 6

Tabela 5 – Propriedades físicas básicas de um reforçador (booster)

As séries de reforçadores, oferecem o máximo de desempenho nas operações de iniciação


de explosivos graças à otimização obtida das combinações de massa explosiva, forma
geométrica e formulação dos explosivos. Estes permitem obter do explosivo a ser iniciado o
maior rendimento de sua energia termoquímica, fazendo-o alcançar a sua velocidade
estabilizada de detonação (VOD), mais próxima do ponto de iniciação, resultando assim,
uma maior pressão de detonação. A taxa de energia, resultado da combinação de alta
velocidade de detonação (VOD) com alta energia (AWS), em relação ao tempo de detonação
transferida pelo reforçador (“booster”) ao explosivo a ser iniciado, é de altíssima eficiência,
ou seja, transfere elevados níveis de energia em tempos muito pequenos, o que se traduz
por alta potência explosiva. Um reforçador cônico otimiza esta transferência de energia pelo
fato de a mesma ser direcionada ao longo do eixo longitudinal da carga explosiva a ser
iniciada, graças a sua forma geométrica que apresenta três vezes a eficiência de um outro
reforçador de massa similar.

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Figura 9 – Aspecto físico de um reforçador (booster)


7 - Segurança no Manuseio e Armazenamento de Explosivos e Acessórios
7.1 - Normas Gerais de Segurança

- Evitar a exposição de explosivo ao choque, calor ou atrito;

- Transportar somente a quantidade necessária para a área de detonação;

- Manter explosivos/espoletas separados um do outro até o início do carregamento;

- Evitar o manuseio por pessoas não qualificadas;

- Assegurar, o recolhimento aos paióis de todos os explosivos e acessórios não utilizados na


operação.

7.2 - Preparando-se Escorvas

- Qualquer que seja o método de iniciação usado, a confecção de escorvas deve ser feita
cuidadosamente na hora e local do carregamento;

- O mínimo de força deve ser usado na preparação das escorvas. Os furos devem ser pré-
formados (estiletes de bronze ou madeira) nos cartuchos para permitir facilmente a inserção
da espoleta ou do cordel;

- A espoleta deve entrar centralizada e em todo o seu comprimento no cartucho escorva.


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7.3 - Carregamento e Tamponamento

- Os furos devem ser limpos e desobstruídos antes do carregamento iniciado;

- O diâmetro do furo deve manter uma folga em relação aos cartuchos de explosivos, o
suficiente para que não se requeira uma força indevida durante a operação de
carregamento;

- Um cuidado especial deve ser tomado no momento de se introduzir no furo a escorva;

- Observar o comprimento do tampão e as condições da bancada (fragmentos soltos – “fly


rock”).

7.4 - Empregando Estopim/Espoleta

* Estopim

- Não danificar sua cobertura plástica;

- Não bater, não tracionar e não torcer.

* Espoleta

- Não bater, não serrar, não colocar nos bolsos.

* Conjunto Estopim/Espoleta

- O comprimento do estopim deve ser suficientemente longo para que o blaster tenha
tempo de alcançar um local seguro antes da detonação;

- Não tentar acender mais estopins do que se pode ser feito com segurança.

7.5 - Empregando Cordel Detonante

- Todas as conexões entre as linhas de cordel devem ser feitas de forma a manter o seu
núcleo de nitropenta seco. Onde isso não for possível, e caso as pontas do cordel tenham
sido expostas à umidade, as conexões devem ficar no mínimo a 50 cm destas;

- O ângulo entre as linhas secundárias e as linhas tronco deve ser de 90 graus;

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- As linhas de cordel, acima de 10 g/m, devem ser mantidas pelo menos 20 cm distantes
entre si, esticadas, porém sem tensão excessiva;

- A espoleta deve ser ligada ao cordel com sua carga dirigida no sentido da detonação.

7.6 - Empregando “Shock Tubes”

- O sistema de iniciação com shock tubes não pode ser conferido através de instrumentos. É
imprescindível que as conexões sejam feitas tão precisamente quanto possível de forma que
um eficiente controle pessoal possa ser realizado;

- O sistema de ligação em superfície deve ser feito tão curto quanto possível, esticado, mas
sem tracionamento indevido;

- Certificar-se de que a conexão e/ou amarração foi corretamente feita e se todos os


detonadores estão ligados;

- Manter o comprimento dos “shock tubes” nas conexões tão curto quanto possível (não
cortar);

- A espoleta empregada para iniciar o circuito, deve estar no mínimo 0,80 m da conexão mais
próxima, e deverá ser conectada somente quando toda a amarração estiver completa e
pronta para ser iniciada;

- Nunca puxar bruscamente até esticar ou romper os “shock tubes”, isto pode causar
detonação acidental (“snap” ou “shot”) ou desconectar a espoleta e assim causar falhas.

7.7 - Preparação para a Detonação

- Detonações devem ser mantidas sob a supervisão de um técnico qualificado (“blaster”);

- A ligação só deve ser feita após a remoção de todos os equipamentos desnecessários.

7.8 - Procedimentos Imediatos com Fogos Falhados

- Manter todos os acessos interditados;

- Analisar as causas da falha;

- Recolher amostras;

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- Reiniciar a detonação (se possível);

- Descarregamento dos furos (espingarda água/ar);

- Refazer furos próximos (cuidado com direção/ângulo);

- Escavação cuidadosa;

- Solicitar Assistência Técnica.

7.9 - Estocagem

- Instalações destinadas para armazenar explosivos não devem ser usadas para outro fim.

- Mantê-las sempre limpas, secas e bem ventiladas;

- Altura máxima das pilhas: 2 metros ou 10 caixas, afastadas uma das outras no mínimo de
6 cm e dispostas sobre estrados de madeira;

- Nunca estocar espoletas com explosivos.

7.10 - Armazenamento

- Acero (20 m);

- Nunca permitir a entrada de cigarros, fósforos ou isqueiros;

- Atentar às condições atmosféricas;

- Instalação e manutenção dos para-raios;

- Presença de vigilância contínua;

- Manter as cercas em bom estado de conservação e as entradas trancadas com cadeado;

- Portas, piso e estrados de madeira;

- Permitir acesso aos paióis apenas de pessoal habilitado, assim como o manuseio dos
explosivos e acessórios;

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- Respeitar a separação das pilhas;

- Respeitar as condições de empilhamento:

* Estrados de Madeira;
* Afastadas das Paredes;
* Afastadas do Teto (0,70 m);
* Altura Máxima (2 m);

- Manter e observar a validade e estado de conservação dos extintores de incêndio;

- Validade dos Produtos – (O prazo de validade impressas nas embalagens somente será
válido se forem obedecidas às condições de armazenagem constantes no R105);

7.11 - Destruição

Recomendações Importantes:

- Normas do R 105/SFPC/Assistência Técnica;

Razões para destruição:


* Envelhecimento;
* Explosivo desnecessário;
* Explosivo danificado;
* Explosivos falhados;

Perigos na Destruição:

* Blaster habilitado;
* Local da destruição;
* Detonação acidental;
* Destruição parcial;

Processos de Destruição:

* Detonação.

Nitrato de Amônia e ANFO não devem ser destruídos por queima pois há risco de
explosão.

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O que geralmente acontece nos incidentes envolvendo queima de Nitrato de Amônia e


ANFO: Primeiro o ANFO começa a queimar. Se, neste estágio, houver qualquer
confinamento a pressão sobe rapidamente, a reação de queima é acelerada e pode ocorrer
uma deflagração que por si só já é um evento com grande liberação de energia. Por último,

havendo ainda confinamento a deflagração pode ser acelerada para uma detonação cujos
efeitos são desastrosos.

Também já foi observado que ao fundir durante a queima o ANFO penetra no solo e acaba
ficando confinado. A conjugação da alta temperatura na superfície e a elevação da pressão
no confinado resultam na explosão. A melhor alternativa para substituir a queima é coletar
o material em pequenas quantidades (até 10 kg) e realizar a detonação, preferencialmente
aproveitando as próprias perfurações nas minas, pedreiras ou canteiro de obras.

8 - Mecanismo de Detonação

8.1 - Introdução

Há algum tempo, com base em observações de campo, acreditava-se que os explosivos


industriais desenvolviam seu trabalho de fragmentação de rochas apenas pela atuação dos
gases em altas pressões decorrentes da detonação. Imaginava-se que, estes gases, em seu
processo de descompressão abriam fendas na rocha que estendiam até as faces livres,
dividindo assim o maciço rochoso em fragmentos de menor dimensão.

Estudos mais recentes, em modelos físicos com a aplicação da técnica de foto elasticidade,
em modelos matemáticos e também através de testes no campo, deram origem a um novo
capítulo no estudo da mecânica das rochas: a dinâmica das rochas.

Segundo esse estudo, a detonação de uma carga explosiva confinada em um maciço rochoso
(estudo feito inicialmente para cargas esféricas e depois estendido para cargas cilíndricas)
apresenta duas fases distintas e características: uma Fase Dinâmica correspondente aos
fenômenos oriundos do caminhamento das ondas de choque pelo maciço rochoso
(geralmente dentro dos primeiros 5 milissegundos após a iniciação do explosivo), e uma Fase
Quase-Estática correspondente ao trabalho mecânico realizado durante o processo de

expansão ou descompressão dos gases da detonação (normalmente 50 milissegundos após a


iniciação do explosivo).

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8.2 - Fase Dinâmica

A detonação de um explosivo, como já dissemos, é caracterizada pela presença de uma onda


de choque que percorre a coluna de carga, com uma velocidade variável em função deste
explosivo e das condições de ignição e confinamento. A Fase Dinâmica da detonação inicia-
se, justamente, com o aparecimento desta onda de choque percorrendo a coluna de
explosivo.

Ao percorrer a coluna de explosivo, esta onda de choque, propaga-se pelo maciço vizinho à
cavidade desta, afastando-se concentricamente, atuando com pulsos de compressão, até

atingir a face livre, onde se reflete e retorna para o interior do maciço aplicando esforços de
tração a este.

A sequência cronológica dos eventos que ocorrem durante o caminhamento das ondas de
choque, ou seja, na duração da Fase Dinâmica é basicamente a seguinte:

1 - Aparecimento das fraturas radiais;

2 - Reflexão das ondas de choque nas faces livres;

3 - Retorno das ondas de choque com o aparecimento das fraturas tangenciais. Estes
eventos verificam-se em quatro zonas distintas no maciço rochoso, que podem ser definidas
como:

 Zona Hidrodinâmica - Contígua à cavidade do explosivo, é assim denominada pois, face


às altas pressões e temperaturas envolvidas no processo de detonação, a rocha nesta
vizinhança comporta-se como um fluído.

 Zona Plástica - Ainda face às altas tensões, atuantes nesta zona, no regime plástico,
ocorre uma pulverização da rocha que, inclusive, pode ser constatada na “meia cana” do
furo após o desmonte.

 Zona Fraturada - Devido às trações tangenciais a cavidade do furo, provocadas pelas


ondas de compressão, que nesta zona ultrapassam a resistência à tração da rocha,
aparecem fraturas radiais, também conhecidas como “gretas “.

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 Zona Elástica - Também conhecida como Zona Sísmica é a mais afastada da cavidade do
explosivo e onde as tensões tangenciais já não são suficientemente elevadas para
superar a resistência à tração da rocha. Por conseguinte, não ocorrem, nesta zona,
fraturas radiais, porém as ondas de choque propagam-se através desta até atingir a faces
livres e retornam aplicando altas tensões de tração ao maciço dando origem, assim, às
fraturas tangenciais.

A Fase Dinâmica termina, exatamente com o aparecimento gradativo das fraturas


tangenciais, a partir da face livre até atingir de volta o plano que contém os furos da mina.

As ondas de detonação são basicamente de dois tipos: longitudinais ou primárias (ondas P) e


transversais ou secundárias (ondas S). Existe ainda um outro tipo de perturbação, são as
ondas de superfície, dentre essas as mais conhecidas são as de Rayleigh, Love e Stonelly.

As velocidades com que estas ondas P e S se se propagam pelo maciço são características de
cada rocha, sendo maiores para as compactas e/ou em estado são e menores para as menos

compactas e/ou alteradas. Ao mesmo tempo as ondas P são mais velozes que as ondas S.
Como ilustração apresentamos a seguir alguns valores destas velocidades para os tipos mais
frequentes de rochas e meios físicos.

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Material Densidade Velocidade ( m/s )

Onda P Onda S
Granito 2,67 3960 - 6100 2130 - 3350
Gabro 2,98 6550 3440
Basalto 3,00 5610 3050
Dunito 3,28 7990 4080
Arenito 2,45 2440 - 4270 910 – 3050
Calcário 2,65 3050 - 6100 2740 – 3200
Folhelho 2,35 1830 - 3960 1070 – 2290
Sal 2,20 4390 - 6490 -
Gipsita 2,30 2130 - 3660 1100
Ardósia 2,80 3660 - 4450 2870
Mármore 2,75 5790 3510
Quartzito 2,85 6050 -
Xisto 2,80 4540 2870
Gnaisse 2,65 4720 - 5580 -
Aluvião 1,54 500 - 1980 -
Argila 1,40 1130 - 2500 580
Solo 1,10 - 2,00 150 - 760 90 - 550
Filito 1,50 - 2,00 400 -
Água 1,00 1460 0
Ar - 340 0
Tabela 6 - Velocidades de propagação das ondas P e S

Apresentamos a seguir um modelo simplificado que explica fenômeno da reflexão das ondas
de choque e aparecimento das fraturas tangenciais.

Admitindo ser Pe a pressão exercida pela frente da onda de detonação que percorre a
coluna de explosivos calculada pela relação abaixo:

Pe = ρe . VOD ² . 1/4

onde: ρe = Densidade do Explosivo


VOD = Velocidade de Detonação do Explosivo.

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Podemos assim calcular a tensão de compressão atuante na rocha que rodeia o explosivo
pela seguinte expressão:

σci = 2 . | Pe |
(1 + Zer)

onde Zer é a grandeza definida como impedância da superfície de separação explosivo-rocha


e que caracteriza as condições de propagação das energias da onda de choque para a rocha.
Esta impedância é dada pela relação:

Zer = γe . Ce
γr Cr
onde:

γe, γr = Peso específico do explosivo e da rocha, respectivamente;

Ce, Cr = Velocidade da onda de choque no explosivo e na rocha, respectivamente.

Esta tensão de compressão ci atuante na rocha sofre atenuações, pois a rocha não é um
corpo elástico perfeito. Assim, a uma distância r do centro da carga de raio r0 a tensão de
compressão é considerada por Atchison e Roth como sendo função de uma expressão do
tipo:

σc = [ r . ro-1 ] x . σci

em que x varia entre -1,5 e -2,5 em função da rocha e do explosivo. Da mesma forma como
ocorre na superfície de separação explosivo-rocha, as tensões atuantes na superfície de
separação rocha-ar podem ser calculadas em função da impedância Zra (rocha-ar) desta
superfície, pela relação:

Zra = γr . Cr
γa Ca

onde:

Zra = γr . Cr
γa Ca

onde : γa, γr = Peso específico do ar e da rocha, respectivamente;

Ca,Cr = Velocidade de propagação da onda longitudinal no ar e na rocha, respectivamente.

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Esta impedância Zra rege a distribuição da tensão de compressão σc incidente na face livre em
duas outras σr e σp respectivamente tensão da onda refletida (tensão de tração) e tensão da
onda transmitida para a vizinhança (vibração e ruído), pelas seguintes relações:

σr = [(1- Zra) . (1+ Zra) -1 ] . σc


σp = [ 2 . (1+ Zra) - 1 ] . σc

Dada a elevada impedância Zra da superfície de separação rocha-ar praticamente toda a


energia da onda de choque incidente transfere-se para a onda de choque refletida e como
simplificação considera-se:

σr = σc.

Sendo assim, tem-se a ocorrência das fraturas de tração ou fraturas tangenciais, fenômeno
que encerra a fase dinâmica da detonação de uma carga explosiva.

8.3 - Fase Quase-Estática

Esta fase ocorre quando os gases da detonação, em altas pressões e temperaturas,


resultantes da reação química, confinados na cavidade da rocha, procuram seu caminho de
saída para atmosfera. Neste processo de descompressão eles penetram pelas fraturas
radiais e em seguida pelas tangenciais, separando os blocos, movimentando-os para frente,

consumando desta forma o trabalho mecânico de fragmentação e lançamento do maciço


rochoso, iniciado pela fase anterior.

A Fase Quase-Estática é assim denominada pelo fato de ocorrer geralmente em instante


relativamente posterior (50 ms) ao da ocorrência da fase dinâmica. Estes tempos de duração
são tão pequenos que não estão dentro dos limites da percepção humana, mas por meio de
equipamentos fotográficos de alta velocidade, pode-se registrar todo o processo de
detonação desde o aparecimento das ondas de choque (técnica da foto elasticidade) e seu
caminhamento pelo maciço até a fragmentação e lançamento dos blocos resultantes.

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Figura 10 – Desmonte de uma bancada envolvendo as duas fases do processo de detonação

8.4 - Aproveitamento da Energia da Detonação

A detonação de um explosivo é um processo no qual, através da reação química, transforma-


se energia termoquímica em energias da onda de choque, dos gases e térmica.

Destas três formas de energia somente as duas primeiras realizam trabalho mecânico, sendo
a terceira perdida para a atmosfera.

A energia cinética das ondas de choque produz, através das altas tensões aplicadas durante
a fase dinâmica, todo o trabalho mecânico de compartimentação do maciço (conjunto de
fraturas radiais e tangenciais que divide o maciço em blocos de menores dimensões).

A energia potencial dos gases da detonação produz o trabalho mecânico de separação e


espalhamento dos blocos, movimentando-os e lançando-os em uma pilha de forma mais
adequada para seu manuseio.

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O fluxograma a seguir apresenta todas as etapas do processo de detonação.

Energia Atmosfera
Termoquímica

↓ Detonação

Energia Cinética + Energia Potencial + Calor


(onda de Choque) (Gases)

↓ ε1 ↓ ε2

Compartimentação Separação e Movimentação


do Maciço dos Blocos


Fragmentação e Lançamento da Rocha

Tanto no caso de 1 em que a energia cinética das ondas de choque que gera o trabalho
mecânico de compartimentação, como no caso de 2 em que a energia potencial dos gases
da detonação gera o trabalho mecânico de separação e movimentação do blocos existem
fatores de rendimento no trabalho 1 e 2 que em função de seus valores levar-nos-ão a
maiores ou menores perdas de energia para a vizinhança (meio ambiente).

No caso de 1 as perdas de energia serão sob a forma de vibrações do terreno nas


vizinhanças e ruído, e no caso de 2 as perdas serão sob a forma de escape prematuro dos
gases constituindo ruído e calor.

ε1 = η1. ε 0 < η1 < 1

ε2 = η2. ε 0 < η2 < 1

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Os valores dos fatores de rendimento serão tanto maiores quanto melhores ou mais
adequadas forem às condições em que se realizar a detonação. Para tanto são de
fundamental importância a escolha correta do explosivo, a especificação adequada da
geometria da detonação e outras medidas que contribuem para um correto, econômico e
eficiente dimensionamento da detonação.

8.5 – Compartimentação da Rocha - Fragmentação

O processo de redução de tamanho, no caso dos desmontes com explosivos, de blocos maciços a
fragmentos de diversas dimensões apropriadas para posterior manuseio, é do tipo cominuitivo e
como tal à energia externa aplicada ao sistema, oriunda da detonação é de alguma forma
proporcional à redução de tamanho conseguida.

Esta redução de tamanho com o uso de explosivos também conhecida, como “cominuição grossa
“pode ser quantificada pela lei de Rittinger:

“O trabalho necessário para produzir o fraturamento de um corpo é proporcional ao acréscimo


obtido na superfície específica “

Entende-se por superfície específica o quociente entre a soma das superfícies externas de todas
as partículas e a massa total do corpo sólido. Para complementar apresentamos o seguinte
exemplo:

Seja um cubo com massa M (kg) e área da face S (m2) que após o trabalho de fraturamento
resulta em 8 cubos iguais de massa (1/8).M (kg) e tendo a área da face (1/4). S (m2 ).

Na situação inicial a superfície específica é de (6S) / M (m2 / kg) enquanto que no final passa a ser
(8.(6.(S/4))) / M (m2 / kg), igual a (12.S) / M (m2 / kg). Assim o acréscimo de superfície específica
conseguido após o trabalho de fraturamento será igual a (6S) / M e podemos calcular a
quantidade de trabalho mecânico gasta no fraturamento pela relação:

 δ = W . ( 6S / M )

Nesta relação W representa o Índice de trabalho de cominuição (“Work Index “), característico de
cada material rochoso em geral, ou seja, W é a quantidade de trabalho mecânico externo que
precisamos realizar para criar um acréscimo unitário na superfície específica do material.

Por exemplo podemos ver que para uma dada rocha o grau de fragmentação conseguido será
diretamente proporcional ao trabalho realizado pelo explosivo. Como ilustração vemos abaixo

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alguns valores da fragmentação em função da razão de carregamento, obtidos por Langefors, a


partir de detonações retardadas, com afastamento A = 1,10 m no granito sueco.

Razão de Carregamento (kg/m3) 0,20 0,24 0,28 0,33 0,40


Maiores Blocos Obtidos (m3) 1 ½ 1/4 1/8 1/16
Tabela 7 - Fragmentação em função da razão de carregamento

8.6 - O Lançamento dos Fragmentos

A energia total de projeção dos fragmentos (energia potencial dos gases de detonação) é, ainda
segundo Langefors, diretamente proporcional ao excesso de razão de carregamento a partir de
valores limites com os quais esta projeção é nula. Esses limites estão fixados em torno de 0,10
(kg/m3) para detonações instantâneas e 0,18 (kg/m3) para detonações retardadas.

Ao mesmo tempo conclui, Langefors, também que da energia útil do excesso de razão de
carregamento somente uma parcela de mais ou menos 16% é efetivamente usada no
lançamento dos fragmentos. O restante é consumido para abertura das fraturas e separação dos
blocos. Assim, de uma forma geral, podemos supor a seguinte distribuição de energia durante a
detonação:

 Energia Cinética das Ondas de Choque - Responsável pela fase dinâmica da detonação, ou
seja, pelo trabalho de compartimentação do maciço, consome os primeiros 0,10 ou 0,18
(kg/m3) do carregamento de explosivo respectivamente no caso de detonações instantâneas
ou retardadas.

 Energia Potencial dos Gases - Responsável pelos trabalhos de separação dos blocos e de
movimentação dos mesmos, que compõem a fase quase-estática da detonação, sendo seus
valores de respectivamente, 84 % e 16 % da energia útil liberada pelo excesso da razão de
carregamento sobre os valores 0,10 e 0,18 (kg/m3) acima citados.

Langefors sugere a seguinte tabela (8) para cálculo da movimentação do centro de gravidade de
um maciço após a detonação:

Excesso da Razão de Carregamento (kg/m3) 0 0,10 0,20 0,30 0,40


Deslocamento do Centro de Gravidade (m) 0 6 12 18 24
Tabela 8 - Movimentação do Centro de Gravidade

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8.6.1 - Ultra Lançamento

É o fenômeno do lançamento excessivo de alguns fragmentos da detonação. É conhecido


também como dispersão no lançamento.

Suas causas mais frequentes são: razão de carregamento exagerada, alta concentração de carga
explosiva (caso dos furos de grande diâmetro), afastamento subdimensionado, existência prévia
de fendas e blocos livres e altura de tampão muito pequena.

O procedimento recomendável para evitar este inconveniente é o de dimensionar


adequadamente a detonação e, ao mesmo tempo examinar a frente da bancada para verificar a

existência de fendas ou blocos soltos. Em caso positivo faz-se necessária uma redução da carga
explosiva neste local.

Outra ocorrência menos frequente, mas bastante perigosa, e que por isso merece aqui ser
mencionada, é o ultra lançamento de rochas oriundas do pé da bancada causado por desvios na

perfuração. Em bancadas muito altas pode acontecer de um furo executado com afastamento de
por exemplo 3,0 metros chegar ao pé da mesma com cerca de 0,50 metros. A rocha situada em
frente a este furo será lançada como um projétil a grande distância, pondo em risco vidas e bens
materiais.

9 - Operações Mineiras e Construção Civil


9.1 - Lavra a Céu Aberto

9.1.1 - Elementos de uma Bancada

O desmonte de rochas a céu aberto com explosivos é realizado através do sistema chamado
de bancada. Numa bancada nós temos dois planos horizontais e um plano vertical ou
inclinado, limitando a rocha a ser desmontada. O plano horizontal superior é o topo da
bancada, o horizontal inferior é a praça e o plano vertical ou inclinado é a face. O encontro
da face com a praça é o pé da bancada. Se fica alguma porção de rocha junto à face e acima
do plano da praça, esta porção chama-se repé.

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9.1.2 - Elementos de uma Perfuração.

Os furos para o explosivo são realizados paralelamente à face, em uma ou mais fileiras. À
distância de uma fileira (linha) à face ou entre duas fileiras é denominada afastamento.

Se os furos forem inclinados, devemos distinguir entre o afastamento real, visto que esse é
medido perpendicularmente a face, e o afastamento aparente, que é medido
horizontalmente, no topo da bancada. À distância entre os furos em uma mesma fileira é o
espaçamento.

O comprimento total dos furos é a profundidade de perfuração. O comprimento dos furos


abaixo do plano da praça é a subperfuração. A diferença de nível entre o plano do topo da
bancada e a praça, é denominada altura da bancada. Se os furos forem verticais, a altura da
bancada mais a subperfuração será igual à profundidade dos furos. Se os furos forem
inclinados, a profundidade será um pouco maior que esta soma.

9.1.3 - Elementos do Carregamento.

A carga explosiva às vezes fica mais concentrada na parte do fundo do furo, ou então se usa
aí um explosivo mais denso e com maior força, uma vez que o fundo do furo é a região mais
difícil de se obter o arranque. Esta parcela da carga é chamada de carga de fundo; o restante
do explosivo constitui a carga de coluna.

O explosivo não deve ser carregado até a parte superior do furo; à parte que fica sem
carregar deve ser preenchida com material inerte (areia, argila, solo etc.) chamada tampão.

9.1.4 - Elementos de um Plano de Fogo.

Um plano de fogo, para ficar bem caracterizado, precisa indicar os seguintes valores:
afastamento, espaçamento, altura da bancada, subperfuração (se houver), inclinação dos
furos (com estes dados fica definida a profundidade de perfuração), diâmetro da perfuração,
disposição dos furos (se uma fileira ou mais), quantia aproximada de furos (em cada fogo),
tipo de explosivo (diâmetro, comprimento, força, velocidade de detonação e peso
específico), peso do explosivo em cada furo (com isto ficam caracterizadas a altura da coluna
de explosivos e do tampão), razão de carregamento (dada em g/m3 ou g/t), tipo de
acessórios utilizados, sequência de detonação dos furos, plano de fogo (esquema de
ligação), além de outros eventualmente necessários.

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Conhecendo-se a densidade do explosivo e a altura da coluna obtêm-se o peso do explosivo


em cada furo. Se dividirmos o peso de explosivo de cada furo pela quantidade de rocha
arrancada por furo, teremos a razão de carregamento, que pode ser dada em g/m3 ou g/t.

9.1.5 Malhas.

Denomina-se malha ao quadrilátero (genericamente retângulo) limitado pela posição dos


furos e tendo como lados o afastamento e o espaçamento. Assim podemos ter:

 Malha quadrada (onde o afastamento é igual ao espaçamento entre furos, ou seja, A=E);

 Malha retangular inversa (onde a divisão do afastamento pelo espaçamento está entre 1
e 2, ou seja, no intervalo 1 < A/E < ou = 2). Esses dois tipos de malhas possibilitam a
obtenção de matacões com pouco lançamento de material. Para essas malhas, cuidados
especiais devem ser tomados com o tampão, a fim de se evitar a ejeção do tampão
(“efeito canhão”);

 Malha retangular de corte (onde o afastamento é sempre maior que duas vezes o
espaçamento, ou seja, A > 2E). Permite o corte segundo uma linha de furos. Utilizada
normalmente no pré-fissuramento, ou detonação amortecida.

 Malha retangular (onde o espaçamento dividido pelo afastamento, está sempre entre 1
e 2, ou seja, 1 < E/A < ou = 2). É utilizada nos desmontes comuns onde se busca uma boa
fragmentação e lançamento.

 Malha retangular alongada (onde o espaçamento dividido pelo afastamento é maior que
2, ou seja, E/A > 2). Com este tipo de malha pode-se obter: melhor fragmentação, maior
lançamento, maior rebaixamento da pilha, redução no custo perfuração, explosivo e
desmonte secundário.

9.1.6 - Altura e Inclinação da Bancada.

A altura da bancada normalmente varia entre 3 e 18 metros. A seleção da altura da bancada


é influenciada por:

 Regulamentação prevista por lei (bancadas excessivamente altas são inseguras e,


portanto, não permitidas);

 Propriedades geomecânicas do maciço rochoso;

 Tipo e tamanho dos equipamentos de escavação;


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 Necessidade do controle de inclinação;

 Necessidade de máxima a eficiência no custo total de perfuração e desmonte.

Até os dias de hoje, a perfuração e o desmonte não têm tido influência grande na seleção da
altura da bancada. A altura de futuras bancadas deve ser definida somente depois de serem
considerados os seguintes pontos:

 Um aumento na altura da bancada provoca redução da perfuração específica (expressa


em m/m³ ou m/t), dos custos de perfuração, do consumo e dos custos de escorvas e
iniciadores, da mão de obra para preparar o fogo e de todo o ciclo de mineração;
 Diâmetro de furo ótimo aumenta com a altura da bancada. A tabela 9 mostra a influência
da altura da bancada na escolha do diâmetro ótimo de perfuração. Em geral, um
aumento do diâmetro provoca uma redução no custo de perfuração;

 Para furos verticais de um dado diâmetro, a carga da linha da frente torna-se excessiva
para bancadas mais altas que uma certa altura. Os furos de diâmetro pequeno
perfurados em bancadas altas precisam ser inclinados pelo menos na linha da frente;

 A perfuração torna-se mais crítica em bancadas mais altas (desvio de furo).

Em minas a céu aberto e obras civis, uma porcentagem alta de bancadas são de 5, 10 e 15
metros de altura. Estas são alturas de bancadas “fáceis” para trabalhar. Mas a probabilidade
de a altura de bancada ótima ser um múltiplo de 5 é pequena.
Considera-se uma nova cava de grande porte com planos operacionais de desmonte em
bancadas de 10 metros para uma profundidade final de 240 metros. Se a altura da bancada
for aumentada de 10 para 12 metros, as seguintes vantagens serão obtidas:

 O número de bancadas diminuirá de 24 para 20. O ciclo de mineração será reduzido em


aproximadamente 17%;

 Para um dado diâmetro de furo, a subperfuração será reduzida em aproximadamente


17% e a metragem perfurada por ano em cerca de 2%;

 Perfuratrizes passarão uma maior parte de seu tempo perfurando. O movimento de um


furo para o próximo tomará uma parte menor de tempo do deslocamento das
perfuratrizes;

 O consumo e o custo de escorvas será reduzido em cerca de 17%;

 O custo dos iniciadores será reduzido em aproximadamente 15%;

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 O custo da mão-de-obra para preparação da escorva, carregamento, tamponamento,


amarração, supervisão e iniciação do fogo diminuirá em cerca de 17%;

 A rocha ao redor da coluna de tamponamento, que a origem da maior quantidade de


matacões diminuirá em aproximadamente 17%. Por este motivo, a fragmentação global
será mais fina, e os custo de escavação, transporte e britagem serão menores;

 Para uma dada área de bloco para o desmonte, o número de desmonte por ano será
aproximadamente 17% menor. O período de tempo necessário para evacuação da área
de desmonte, espera para a detonação e a volta para a área após o sinal de liberação é
improdutivo, e esse tempo perdido diminuirá em cerca de 17%.

As desvantagens de bancadas mais altas incluem os seguintes fatores:

 O controle de inclinação seja mais difícil. No entanto esta dificuldade possivelmente


poderia ser minimizada obtendo-se um maior controle sobre o deslocamento do
material desmontado ou pela escavação do minério desmontado ou pela escavação do
minério em duas bancadas iguais, cada qual com uma altura de 6 metros;

 Talvez torne necessário substituir a perfuração de avanço simples por uma de avanço
duplo. Neste caso, furos em terrenos com presença de água podem ser perdidos quando
se adiciona a segunda haste de perfuração (salienta-se que com planejamento adequado
à perfuratriz escolhida seria capaz de perfurar os furos mais profundos em um único
lance);

 Talvez haja uma maior necessidade por furos inclinados na linha da frente do desmonte
(novamente um planejamento adequado, preveria um diâmetro de furo suficientemente
grande para prevenir esta necessidade);

 A razão de carregamento aumentaria 8%.

Ocorrerão casos para os quais as vantagens resultantes têm maior peso que as vantagens
decorrentes da utilização de bancadas mais altas. Em outros casos, as desvantagens
superarão as vantagens.

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Altura da Bancada Diâmetro Ótimo do Furo


(m) (mm)
3 76
4 89
5 102
6 127
7 152
8 165
9 200
10 229
11 251
12 270
13 279
14 311
15 349
16 381
17 381
Tabela 9 – Efeito da altura da bancada no diâmetro do furo ótimo

Diâmetros menores serão necessários que os indicados acima quando ocorrerem as


seguintes situações:

 Quando o controle de inclinação requer a perfuração de furos em malha menor;

 Quando a rocha é resistente e maciça e é difícil obter uma fragmentação fina;

 Quando o equipamento de escavação ou de britagem for pequeno.

Os furos verticais são bastante utilizados, principalmente porque são os mais simples de
fazer. No entanto, os furos inclinados são teoricamente os mais adequados, visto que
quando aumentamos a inclinação da bancada e consequentemente dos furos, uma parcela
maior das ondas de choque passam a refletir-se na face livre melhorando o rendimento da
detonação, essa situação é verificada por alguns itens, são eles:

 Considerável aumento da fragmentação na parte correspondente ao tampão e melhor


estabilidade da face da bancada;

 Melhor arranque do pé da bancada;

 Diminuição da ultra quebra (overbreak) e dos níveis de vibração.

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Entretanto, os furos devem ser conduzidos na inclinação certa, para que o afastamento na
parte do fundo permaneça regular. Em geral, a inclinação máxima adotada é de 30º em
relação a vertical, sendo 10º a 20º uma inclinação adequada.

9.1.7 - Diâmetro da Perfuração.

Deve ser escolhido conforme o tipo de operação e do equipamento de perfuração. A compra


de um equipamento de perfuração é feita entre longos períodos de tempo, mas a
perfuração da rocha é executada com muita frequência.

Entre as vantagens de trabalhar com maior diâmetro, estão a produção da rocha por metro
perfurado (proporcional ao quadrado do diâmetro da perfuração), e o maior rendimento
obtido nas detonações primárias.
O custo de perfuração cresce com o aumento do diâmetro do furo. No entanto o custo total
da operação é menor com furos de grande diâmetro (desde que a perfuratriz não esteja
operando no limite superior de sua faixa de diâmetros em rochas resistentes e duras).

9.1.8 – Explosivos.

O tipo de explosivo deve ser escolhido em função das suas características e do tipo de rocha
a ser desmontada.

De um modo em geral, quanto mais dura for à rocha, maior deve ser a velocidade e a força
do explosivo, embora para as rochas muito fragmentadas uma velocidade baixa seja
preferível.
Na escolha do explosivo deverão ser levados em consideração os seguintes fatores:

 Dureza da rocha (dura, média, branda);

 Dureza da rocha (dura, média, branda);

 Tipo de rocha (ígnea, metamórfica, sedimentar);

 Presença de água;

 Natureza da rocha (homogênea, fraturada);

 região a que se destina (carga de fundo, carga de coluna);

 diâmetro dos furos;

 custo (final).

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Além disso, quanto mais potente for um explosivo, maior será o afastamento e o
espaçamento para uma dada razão de carregamento e, portanto, menor será a quantidade
de furos necessários. Assim, na maior parte dos casos compensa utilizar um alto explosivo,
mesmo que seja mais caro, pela economia de perfuração que ele pode proporcionar, entre
outros motivos.

O diâmetro adequado para o explosivo está relacionado com o diâmetro da perfuração, de


maneira que o explosivo deve entrar sem esforço e sem folga excessiva, pois quanto mais
íntimo o contato entre o explosivo e a rocha, tanto melhor o rendimento da detonação. Tal
problema não ocorre com os explosivos bombeados.

9.1.9 - Afastamento e Elementos Relacionados.

A dimensão do afastamento pode ser determinada aproximadamente fixando-se 1 m (um


metro) de afastamento para cada polegada de diâmetro do furo. O espaçamento pode ser
tomado como 1,3 vezes o afastamento. Esta é a relação que pode ser empregada em uma
fase inicial das operações de perfuração e desmonte. A subperfuração se houver, costuma
ser igual 0,3 vezes o afastamento. A prática demonstra que este valor é suficiente para evitar
o repé e manter a praça no mesmo plano horizontal.
Se multiplicarmos o afastamento pelo espaçamento e pela altura da bancada (ou pelo
comprimento do furo acima do pé, no caso de furos inclinados), teremos o volume de rocha
compacta extraída por cada furo. O volume de rocha depois de britada é aproximadamente
1,5 vezes o volume de rocha compacta.

Se soubermos qual deve ser a produção diária de rocha compacta, dividimos esta produção
pelo volume extraído por furo, teremos a quantidade diária necessária de furos. A
quantidade de furos em cada fogo deve ser fixada tendo em vista vários fatores. Se de cada
vez forem detonados poucos furos, a quantidade de detonações vai aumentar, com
diminuição no rendimento do carregamento e com mais paralisações no trabalho da mina.
Por outro lado, detonações muito grandes podem trazer problemas como ruído e vibrações
excessivas, necessidade de maior frente de trabalho (ou de detonações com maior número
de fileiras de furos), entre outros.

9.1.10 - Tampão (furos verticais).

Em geral, dimensiona-se igual ao afastamento. Para um tampão menor, o explosivo que está
na parte superior do furo tenderá a sair por onde a resistência oferecida é menor, ou seja,
pela “boca do furo”. Quando o tampão é insuficiente, os gases do explosivo, ao saírem por
este tampão tendem a arrancar pedras que são lançadas a grande distância. Se o tampão for
muito maior que o afastamento, a parte superior do material irá ficar pouco fragmentada.

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A prática tem mostrado que o tampão T, calculado através da fórmula:

T = A0,7

onde A é o afastamento em metros, esse dimensionamento é considerado seguro, para


diâmetros de até 4”, quando feito com brita 1”.

A profundidade de perfuração menos a altura do tampão no dá a altura da coluna de


explosivos. Se for utilizado um explosivo mais denso na parte do fundo, esta carga deve ter
uma altura de 1,3 vezes o afastamento.

9.1.11 - Perfuração de Rocha.

A perfuração das rochas dentro do campo dos desmontes é a primeira operação que se
realiza e tem como finalidade realizar furos, distribuídos geometricamente dentro do
maciço, visando alojar as cargas explosivas.

9.1.11.1 - Perfuração por Percussão.

Também conhecido por perfuração de martelo, é o método mais comum de perfuração para
a maioria das rochas, os martelos podem ser acionados a ar comprimido ou por sistemas
hidráulicos. Tanto o martelo de superfície como o de base (DTH – down the hole) são
empregados. Na trituração por impacto a rocha é partida em fragmentos, por meio de uma
grande força que é aplicada sobre um botão ou pastilha de material duro.

Na perfuração percussiva o pistão transmite energia sobre a rocha através da barra de


percussão, das uniões, da haste de perfuração e do bit. O motor de rotação ao encontrar a
rocha sã, rompe os cortes em pedaços ainda mais pequenos. O ar comprimido efetua a
limpeza dos furos e a refrigeração dos bits.

9.1.11.2 - Perfuração por Rotação e Trituração.

Foi inicialmente empregada na perfuração de petróleo, porém, atualmente, é também usada


em furos para detonação, perfuração de chaminés verticais de ventilação e abertura de
túneis. Esse método é recomendado em rochas com resistência à compressão de até 5.000
bar.

Quando se utiliza este método de perfuração, emprega-se bits tri cônicos, onde a energia é
transmitida para o bit através de um tubo, que gira e pressiona o referido bit contra a rocha.
Os botões de metal duro são pressionados na rocha, causando o fraturamento desta, de

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acordo basicamente com o mesmo princípio da perfuração por percussão. A velocidade


normal de rotação é de 50 a 90 ver/min.

9.1.11.3 - Perfuração por Rotação e Corte.

Este método é empregado principalmente em rochas brandas com resistência à compressão


de até 1500 bar.

A perfuração por rotação necessita de uma forte capacidade de empuxo no bit e um


mecanismo superior de rotação. A pressão aplicada e o torque rompem e moem a rocha.
Neste método a energia é transmitida ao cortador pelo tubo de perfuração, que gira e
pressiona o mesmo sobre a rocha. A área de corte da ferramenta exerce pressão sobre a
rocha e as lascas são arrancadas.

A relação entre a pressão necessária e a faixa de rotação, determinam a velocidade e a


eficiência da perfuração, logo, em rochas brandas se requer menor pressão e rotação mais
rápida, em rochas duras se necessita de alta pressão e rotação mais lenta. A velocidade de

rotação é de 120 ver/min para um furo de 110 mm e 300 ver/min para furos de 60 mm de
diâmetro.

9.1.11.4 – Retilinidade e Estabilidade do Furo.

A retilinidade do furo de uma perfuração varia, dependendo do tipo e natureza da rocha, do


método e do equipamento de perfuração utilizados. Na perfuração horizontal ou inclinada, o
peso da coluna de perfuração pode concorrer para o desvio do furo. Ao perfurar furos
profundos para a detonação, o furo deve ser tão reto quanto possível para que os explosivos
sejam distribuídos corretamente, para se obter o resultado desejado. Para compensar o
desvio dos furos às vezes é necessário furar com menor espaçamento o que resulta em
maior custo. Um problema particular causado por um furo com desvio é a possibilidade de
encontrar-se com um outro já perfurado.

A probabilidade do equipamento se prender é grande e a detonação pode não ser executada


adequadamente. A retilinidade dos furos pode ser melhorada usando diferentes tipos de
equipamentos guia, como por exemplo os bits guias, hastes guia, luvas guia. É necessário,
portanto grande precisão nessas tarefas, já que os testes mostram que 50% dos desvios de
furos podem ser atribuídos a mau alinhamento da lança e imperícia no emboque.

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A estabilidade do furo é outra necessidade da perfuração, ou seja, o furo deve permanecer


aberto enquanto estiver sendo utilizado, seja para carregamento de explosivos, ou outros
fins. Em certas condições, por exemplo, quando a perfuração é realizada em material “solto”
ou rocha (que tendem a desmoronar e tapar o furo), torna-se essencial estabilizar-se o furo
com tubos ou mangueiras de revestimento.

9.1.12 – Sequência de Iniciação e Disposição dos Retardos.

O resultado de qualquer desmonte de produção com diversos furos depende muito das
interações entre os furos. A sequência na qual os furos são iniciados e o intervalo de tempo
entre as detonações sucessivas tem uma maior influência na performance total do
desmonte. Um plano de fogo insatisfatório (até o ponto do esquema de iniciação) não pode
ser corrigido por meio de um bom esquema de iniciação. A performance dos desmontes
somente pode ser otimizada quando as cargas são detonadas em uma sequência controlada,
em intervalos de tempo adequadamente espaçados.

O resultado de um desmonte com vários furos e bem planejado não pode ser copiado pela
detonação, de maneira individual ou aleatória, do mesmo número de furos.

A distribuição ótima de retardos para um desmonte depende de muitos fatores, entre os


quais podem ser citados:

 Propriedades do maciço rochoso (resistência, módulo de Young, densidade, porosidade,


estrutura, etc.);
 Geometria do desmonte (afastamento, espaçamento, altura da bancada, disponibilidade
de faces livres etc.);
 Diâmetro, inclinação e comprimento do furo;
 Tipo e comprimento do tamponamento;
 Características do explosivo, grau de acoplamento, “decking”, etc.;
 Sistemas de iniciação (retardos superficiais ou no furo, tipo de linhas descendentes no
“downlines”, etc.);
 Tipo e localização da escorva (iniciador);
 Restrições ambientais (nível e freqüência da vibração de terreno e da sobrepressão
atmosférica);
 Resultados desejados (fragmentação, deslocamento da pilha de fragmentos e o seu
perfil, etc.).

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Não é possível determinar a distribuição ótima de retardos em princípio, mas o


monitoramento, análise e interpretação dos desmontes têm levado a um melhor
entendimento dos mecanismos e importância da interação entre os furos.

9.1.12.1 – Retardo entre Furos (Inter - Hole Delay).

O tempo de retardo entre furos adjacentes em uma linha perfurada é usualmente referido
como retardo “entre furos”. Detonar uma única linha de furos com o retardo entre furos
ótimo produz os seguintes resultados:

 A fragmentação não pode ser melhorada sem que haja alguma alteração na malha, no
tipo de explosivo ou em alguma outra variável para aumentar a energia de explosão por
metro cúbico de rocha;
 O deslocamento para frente é sempre um pouco menor que aquele para um desmonte
instantâneo em uma única linha, mas o deslocamento e o perfil da pilha de fragmentos
podem ser alterados pela mudança de retardo entre furos;
 A ultraquebra ou overbreak é similar àquela produzida por um desmonte com uma linha
por vez, e um perfil da parede lisa pode ser obtido pela manipulação de retardo entre
furos;
 Níveis de vibração do terreno e de sobrepressão atmosférica podem ser mantidos
próximos ou iguais ao do nível de desmonte com furo-único. Se necessário, a energia
pode ser canalizada para uma banda de freqüência mais apropriada.

Na prática, é provável que exista alguma interação entre fragmentação, deslocamento e


níveis de vibração. O equilíbrio apropriado para cada situação somente pode ser alcançado
pelo uso de retardo entre furos ótimo, e alguma experimentação é normalmente necessária.

Para uma rocha frágil, elástica e homogênea, um pequeno retardo entre furos é
normalmente apropriado, enquanto que uma rocha porosa, plástica e muito fissurada
requer mais tempo entre as detonações de furos adjacentes, tendendo a maximar o
deslocamento frontal às custas da fragmentação e de níveis de vibração. Retardos longos
tendem a fazer com que cada furo trabalhe independentemente, reduzindo a interação
positiva.

O resultado de uma grande faixa de condições indica, que o retardo entre furos ótimo para o
desmonte convencional normalmente se encontra entre 3 e 7 ms por metro de
espaçamento do furo (quando medida ao longo de uma linha ou escalonado). O retardo
ótimo para cada situação é influenciado pelas propriedades da rocha, pela geometria de

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detonação e pelos resultados esperados, mas um valor 5 ms/m de espaçamento é


normalmente um bom ponto de partida.

9.1.12.2 – Retardo entre Linhas.

O retardo entre a iniciação de furos dependentes ou linhas efetivas sucessivas de furo é


normalmente chamado de “retardo entre linhas “. O tempo de retardo entre linhas tem uma
maior influência sobre os resultados de qualquer desmonte com diversas linhas. Em muitas
situações, o retardo entre linhas é tão importante quanto o retardo entre furos no controle
da performance global do desmonte.

Em um plano de fogo de multilinhas, é conveniente, que as cargas adjacentes às faces livres


tenham um afastamento controlável de rocha para quebrar. Entretanto, todos os furos nas
linhas subsequentes dependem das cargas detonadas anteriormente para criar novas faces
livres durante o desmonte.

Cargas com excessivo afastamento lateral tendem para crateras na direção do colar, suas
únicas alternativas de face livre. Furos que estão sujeitos a este tipo de confinamento lateral
não têm performance eficiente, e o resultado global do desmonte é não é satisfatório.

Em um desmonte de multilinhas simples com uma única face livre, todos furos podem ser
iniciados simultaneamente. Neste evento, furos da linha de frente teriam um afastamento
limitado e produziriam uma certa quantidade de fragmentação, deslocamento para frente,
vibração do terreno, etc. Entretanto, todos os furos atrás da linha da frente teriam uma
performance efetivamente menor por causa do confinamento lateral excessivo na hora da
detonação. Essas cargas tenderiam para crateras para cima, com efeito mais pronunciado
em direção à linha de trás, consequentemente, fragmentação e deslocamento para frente
ficariam em desvantagem, enquanto ultra quebra, níveis de vibração do terreno e
sobrepressão atmosférica aumentariam. A pilha de fragmentos resultante tornar-se-ia
progressivamente mais difícil para escavar na direção dos lados e para trás, onde a rocha
deve estar virtualmente imóvel na direção do pé.

Um desmonte de multilinhas pode ser detonado para uma face livre em uma sequência
linha-a-linha pela introdução de um retardo entre a detonação de sucessivas linhas. Se este
intervalo de retardo é adequado, a performance global do desmonte talvez aumente
significada mente por causa do alívio progressivo da rocha sob influência do furo. Isto
assegura que cada linha de furos tenha uma face livre subvertical efetiva que possa ser
atingida, porque a linha precedente já se fragmentou e deslocou a sua rocha envolvente. No
entanto, se o intervalo de retardo entre as linhas sucessivas não for suficiente para
proporcionar um alívio apropriado, as linhas a serem detonadas posteriormente tornam-se

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progressivamente mais “amontoadas”. Consequentemente, a performance do desmonte


não será a melhor, e os resultados tenderão a se deteriorar na direção da linha de trás.

O retardo entre linhas ótimo afeta a performance do desmonte das seguintes formas:

 A escavabilidade é melhorada, particularmente na região do pé dos furos, na direção


oposta à face livre. O retardo entre linhas ótimo assegura que cada furo tenha uma face
livre para quebrar. Isto ocorre porque o furo detonado previamente quebra a rocha
envolvente e o libera antes que o furo dependente detone. Este alívio progressivo da
rocha envolvente, influi na quantidade de rocha acima do tamanho especificado
produzida, embora a fragmentação seja influenciada frequentemente mais pelo retardo
entre furos do que pelo retardo entre linhas;

 O movimento lateral e o perfil da pilha de material desmontado podem ser otimizados


pela manipulação de retardos entre linhas e entre furos;

 O overbreak na parte de trás e nas laterais do desmonte é minimizado porque o


movimento para frente é criado contanto com um retardo adequado entre a detonação
dos furos dependentes;

 Vibrações de terreno e sobrepressão atmosférica são controlados e podem


frequentemente ser mantidos a níveis similares àqueles produzidos por uma detonação
de um furo único. Isto é um resultado direto do alívio progressivo da rocha envolvente
que promove um movimento lateral e minimiza a elevação, formação de crateras e
ejeção do tampão. Detonações subsequentes provavelmente são também menos
barulhentas porque a ultra quebra reduzida significa que a rocha envolvente nas linhas
de frente contém fraturamentos mínimos decorrentes da detonação anterior. Retardos
entre linhas e entre furos adaptados corretamente podem também permitir que a
energia sísmica possa ser canalizada para bandas de freqüência apropriada.

O retardo entre linhas ótimo para uma aplicação específica não pode ser calculado através
de princípios básicos. Em qualquer situação, alguma experimentação é recomendada. No
entanto os resultados de uma ampla gama de condições indicam que o retardo entre linhas
ótimo para um desmonte convencional está normalmente na faixa de 10 a 20 ms/m de
afastamento efetivo (medidas entre os furos dependentes ou linhas sucessivas). O retardo
entre linhas ótimo para cada situação é fortemente influenciado pelas propriedades da
rocha, pela geometria do desmonte e pelo resultado desejado, mas uma sugestão de 15
ms/m é normalmente um bom ponto de partida.

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Para uma rocha frágil, elástica e bastante fissurada, um retardo entre linhas relativamente
curto é normalmente apropriado. Uma rocha porosa, densa, plástica, homogênea exige mais
tempo para a movimentação da rocha envolvente. Retardos longos facilitam o deslocamento
para frente e liberação do material fragmentado. Retardos curtos tendem a restringir o
movimento lateral (com possibilidade de furos “roubados”), a reduzir a escavabilidade e
causar vibrações de terreno mais elevadas.

9.1.12.3 – Retardo no Furo (in-hole delay).

Quando um sistema de retardos de superfície é usado para detonar instantaneamente, por


exemplo, linhas de cordéis nos furos sem retardos, um furo detona imediatamente após a
sua linha de cordel ter sido iniciada. Isto irá fragmentar o maciço rochoso circundante e
causará o movimento do terreno que poderá danificar ou cortar linhas-tronco e as linhas do
furo não detonadas nas redondezas. A probabilidade de isto ocorrer é mais alta onde são
usados retardos de superfície relativamente longos entre furos adjacentes, e em muitas
situações o tempo máximo de retardo praticável é limitado pela necessidade de prevenir
excessivas falhas no fogo que ocorrem por sua causa.

Em rochas maciças, na qual fatores de alta energia e tamponamentos curtos são usados, o
retardo ótimo pode ser bem mais curto do que o exigido para a performance ótima do
desmonte. Como uma recomendação geral, o retardo máximo entre furos não deve exceder
6 ms/m de espaçamento efetivo dos furos para evitar cortes das linhas que descem nos
furos, a menos que os retardos de furos sejam usados.

Os retardos no furo fornecem um intervalo de tempo entre a iniciação de cada linha interna
do furo e a detonação da carga explosiva correspondente. A provisão dos tempos de retardo
adequados assegura que o sinal de iniciação alcance a(s) espoleta(s) dentro de cada carga
antes que ela ou cargas adjacentes comecem a quebrar o maciço rochoso circundante.

Isto minimiza a probabilidade de que as linhas dos furos sejam danificadas fisicamente ou
truncadas pelo movimento do terreno durante a detonação, e permite o uso de retardos
entre linhas mais longos, que são frequentemente essenciais para a otimização da
performance do desmonte de rocha.

9.1.12.4 – A razão 4:1.

Quando um único retardo no furo é usado, ele deve ser de 3 a 5 vezes mais longo que o
retardo de superfície. Uma relação entre o retardo no furo e o retardo superfície nesta faixa
proporciona equilíbrio prático entre dois fatores conflitantes.

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 Proporcionando um retardo no furo suficiente para evitar truncamento da linha de


cordel do furo na superfície, devido ao movimento do terreno durante a detonação. Se
retardos de superfície forem usados sem retardos no furo (ou seja, a taxa é zero), há um
risco grande de cortes;

 Proporcionando um sequenciamento confiável dos furos. Se um retardo no furo


extremamente longo for usado com retardos de superfície curtos, as variações no tempo
de detonação das espoletas de retardos no furo (dispersão) podem ser comparadas com
o tempo da superfície. Uma taxa mais alta aumenta a probabilidade de o furo detonar
fora da sequência.

Resultados consistentes podem ser obtidos pelo uso de retardos nos furos que apresentam
tempos de esperas 4 vezes maiores do que os dos retardos de superfície mais longos. Uma
taxa menor pode ser aceitável em condições favoráveis (onde as detonações se direcionam
para uma extremidade livre e com um baixo fator de energia e colunas de tamponamento
longas). Sob condições severas, no entanto, uma taxa maior deve ser escolhida para
aumentar a frente de detonação entre o sistema de retardo de superfície e a detonação
subsequente das cargas (como em rochas maciças e resistentes com fator de alta energia em
um desmonte de rebaixamento sem face livre). A seleção do retardo no furo para um furo
de diâmetro de 114 mm em uma rocha bastante resistente é ilustrada pelo seguinte
exemplo:
Retardos de Superfície (experimental)
Entre linhas = 42 ms; Entre furos = 17 ms
Portanto o retardo adotado para o furo (in hole delay) no plano de fogo será de:
4 x 42 = 168 ms

Uma espoleta não elétrica de 175 ms (espera 7; 7 x 25 ms = 175 ms) seria apropriada. Para
escorvas duplas deve-se usar um retardo de 175 ms na escorva do fundo e um retardo de
200 ms na escorva de segurança colocada no meio da coluna explosivo ou no topo.

9.1.12.5 – Iniciação Furo a Furo.

A detonação furo a furo pode ser obtida pelo uso de espoletas no furo. No entanto, a faixa
disponível de retardos no furo é limitada e, por isso, é raro de se ver grandes desmontes a
céu aberto sendo detonados com sequenciamento controlado por retardos nos furos.

Na prática a iniciação furo a furo é normalmente obtida pelo uso de um sistema de retardo
de superfície para controlar o sequenciamento da detonação.

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Se retardos entre linhas relativamente longos ou retardos entre furos são necessários para
produzir os resultados desejados, uma combinação de retardos de superfície e do (dentro)
furo serão exigidos para evitar cortes da linha do furo causados pelo movimento do terreno
durante a detonação. Quando este sistema de combinação é usado, cada furo contém
normalmente o mesmo retardo. Os tempos de retardo entre linhas são controlados pelo
sistema de iniciação de superfície, enquanto que o retardo no furo proporciona um fator de
segurança contra truncamentos potenciais de linhas-tronco e linhas de furo causados pelo
movimento do terreno durante a detonação.

9.2 - Desmontes Especiais a Céu Aberto.

9.2.1 - Pré - Corte ou Pré-Fissuramento.

Também conhecida como técnica de corte prévio ou “pré-splitting”. É um tipo de detonação


especial que se caracteriza pela abertura de uma fenda em um maciço rochoso para, desta
forma, separar a parte que vai ser detonada e removida daquela remanescente da
escavação. Essa técnica, pode-se dizer, nasceu a partir do trabalho de S. Paine e H. E. Clarck
e, 1957/58 junto ao Projeto Niagara.

Consiste na detonação de uma linha de furos paralelos e coplanares ao longo da superfície


de corte que se quer criar, com carga explosiva controlada para causar o mínimo possível de
abalos e/ou trincamentos no maciço rochoso. Com isto, de um lado temos a rocha a ser
desmontada posteriormente em melhores condições de propagação da energia do
explosivo, e do outro lado à rocha remanescente com um mínimo de trincamento que
conferir-lhe-á boas condições de estabilidade.

Basicamente temos que aplicar, através da detonação instantânea das cargas explosivas,
esforços com intensidade tal que a resultante de compressão seja menor que a resistência à
compressão da rocha, mas que a resultante de tração seja maior que a resistência à tração
desta rocha.

A perfuração para o pré-fissuramento deve ser de preferência executada por equipamento


pesado para garantir o perfeito paralelismo entre furos, condição fundamental para o total
aparecimento da fenda de corte, e em diâmetro de 2 1/2” ou 3” para assegurar razoável
separação entre as cargas explosivas (que normalmente possuem diâmetro de 1”) e as
paredes do furo”.

O Explosivo empregado neste tipo de detonação deve ser necessariamente de baixa


expansão gasosa, para, desta forma, evitar pelo escape de gases o aparecimento excessivo
de trincas em direções outras que não a desejada.

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Como estimativa inicial, a carga de explosivo deve ser aplicada à razão de 200 a 500 g/m² de
parede de rocha a pré-fissurar, sendo os valores mais baixos válidos para rochas elásticas
e/ou compactas e os mais altos para as situações inversas. Em função do valor adotado para
a carga explosiva por m² e da razão linear em (kg/m linear), pode-se estabelecer o
espaçamento entre os furos do pré-fissuramento.

Para uma razão linear de carga de 120 g/m linear:

Aplicando 200 g/m² - Espaçamento de 0,60 m


Aplicando 500 g/m² - Espaçamento de 0,25 m

Quanto à iniciação dos furos, podemos dizer que está deve ser necessariamente instantânea
para reforçar a combinação dos esforços mecânicos gerados em cada furo.

Figura 11 – Face característica de uma detonação onde foi empregada a técnica do pré-corte

Caso haja limitação da carga por espera, em face de problema de controle de vibrações,
pode-se empregar retardos (para cordel detonante ou linha silenciosa), com a restrição de
que onde estes forem aplicados deveremos executar mais um furo descarregado entre os
dois carregados que detonarão defasados no tempo.

Outra observação é que para pré-fissuramentos altos (maiores que 10 m) seja executada
uma subfuração de mais ou menos 0,30 m, com emprego de emulsão encartuchada na
dimensão de 2” x 12” para furos com diâmetro de até 3”, acima disso temos de calcular o
diâmetro dos cartuchos que devem ser usados conforme de diâmetro de perfuração.

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9.2.2 - Fogo de Acabamento ou Smooth Blasting.

O objetivo básico no fogo de acabamento, muitas vezes definido como fogo cuidadoso, é o
mesmo que o citado na técnica de pré-corte (pré-splitting), ou seja, criar uma superfície
melhor acabada, com um mínimo de trincamento na rocha remanescente para lhe conferir
boas condições de estabilidade.

A diferença é que na técnica de Smooth Blasting a detonação de acabamento de talude é


feita no final da escavação do maciço.

Consiste fundamentalmente em uma detonação instantânea, com carga controlada,


aproveitando ao máximo a combinação dos esforços mecânicos gerados em cada furo para
abrir uma fenda plana e bem definida e ao mesmo tempo movimentar a massa de rocha em
frente a esta.

Os critérios para dimensionar este tipo de detonação são os mesmos dos já apresentados no
caso das detonações em bancadas a céu aberto, com restrições tais como: detonação
instantânea de somente uma linha de furos, afastamento dos furos a face livre (reduzido em
relação aos valores normais para evitar o aparecimento da ultra quebra no topo da bancada
ou o fissuramento excessivo ao longo da “meia cana” dos furos), aplicação de explosivos de
baixa velocidade de detonação e baixa expansão gasosa, em cartuchos de bitola tal que não
preencha mais do que 70% da seção transversal do furo e com razão de carregamento de
cerca de 200 a 300 g/m³ para rochas compactas e ao mesmo tempo entre 200 e 500 g/m² de
parede a acabar.

9.2.3 – Escavação de Valas.

É muito frequente nas obras rodoviárias, a necessidade de escavar valas em rocha para
implantação de drenagem profunda nos cortes. Outros serviços de engenharia civil poderão
exigir a escavação de valas em rocha, como por exemplo, a construção de adutoras de água
potável, coletoras de esgoto, etc.

Tratando-se de valas estreitas, isto é, com até 1 metro de largura no fundo, duas linhas de
furos paralelas distantes de 0,15 a 0,30 m das bordas das paredes laterais da vala são
suficientes. Essas perfurações poderão estar dispostas uma de frente à outra, ou alternadas,
ou ainda, inclinadas em direção à face livre da vala.

As perfurações deverão prolongar-se de 0,30 a 0,50 m abaixo do nível do fundo da vala. Em


casos de rocha muito dura pode-se utilizar subperfuração maior, de até 0,90 m. São

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geralmente obtidos bons resultados com dinamites de força 40 a 60%, ambos os casos
possuindo parte de nitrato de amônio na composição.

A razão de carregamento é alta e situa-se entre 0,5 kg/m³ e 2,0 kg/m³, dependendo das
condições da rocha. Na tabela 10, a seguir, são apresentados alguns valores para o
estabelecimento da malha de fogo inicial.

O diâmetro das perfurações é de 7/8” (22 mm), para as perfuratrizes manuais, nas montadas
sobre carreta devem ser de 11/2” a 21/2”.

Profundidade da vala Profundidade do furo Valor máximo do afastamento


(m) (m) (m)
0,4 0,6 0,4
0,6 0,9 0,6
0,8 1,1 0,8
1,0 1,4 0,9
1,2 1,6 0,9
1,5 1,9 0,9
2,0 2,4 0,9
2,5 3,0 0,9
3,0 3,5 0,9
3,5 4,0 0,9
4,0 4,5 0,9
Tabela 10 – Dimensionamento da malha inicial para fogos em vala

9.3 - Operações em Ambientes Confinados (Subterrâneas).

9.3.1 – Mineração - Lavra Subterrânea.

Da carga ao transporte e através da paleação manual para enchimento de vagonetas e o seu


transporte por locomotivas ao estágio atual de carga e transporte por meio de carregadeiras
tipo L.H.D. – óleo diesel/elétrica e correias transportadoras, a mineração subterrânea
evoluiu muito. A alta tonelagem só cabível nas minerações a céu aberto, passou para o
domínio do subsolo, sendo comum hoje em dia minas subterrâneas com capacidade anual
acima de 1.500.000 toneladas.

Em vista dessas grandes mudanças no âmbito da mineração subterrânea visando altas


capacidades de extração, os métodos de lavra tradicionais também foram obrigados a se
ajustarem à nova realidade mineira, passando por adaptações e até mesmo por grandes

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transformações. Tradicionalmente são relacionados para escolha do método de lavra a se


adotar os seguintes parâmetros:

 Geometria do corpo mineralizado.

• Forma
• Tamanho
• Potência
• Mergulho (dip), plunge etc.

 Distribuição de teores.

• Regular/Irregular
• Errática/Heterogênea etc.

 Condições diversas.

• Custo de operação: relação direta com a fase de desenvolvimento


• Seletividade
• Recuperação da Lavra
• Nível de mecanização
• Produtividade, etc.

A par do confronto e análise desses parâmetros visando à escolha do método, prevalece


prioritariamente o conceito de produzir a baixo custo e com segurança.

Produzir a baixo custo sempre foi uma meta de todos e em todos os tempos. Já o conceito
de segurança diretamente relacionado às condições geomecânicas de estabilidade do
maciço a escavar, constitui uma nova conotação com destaque especial nas definições a se
tomar.

O conhecimento prévio das condições geomecânicas do pacote a se lavrar bem como de


uma simulação de lavra constituem, hoje em dia, pontos fundamentais e inquestionáveis. Os
métodos que se caracterizam pela alta produtividade e elevado nível de mecanização, tem
nas condições de estabilidade da escavação, um influente parâmetro.

A evolução tecnológica no campo dos equipamentos e insumos relacionados às tarefas de


desmonte, carga e transporte são pontos marcantes na adoção dos métodos ajustados e
aprimorados. O emprego de down-the-hole / rotary-drill para execução de furos de diâmetro
de 6 ½ polegadas com até 60 metros de comprimento, utilizando nas detonações as
emulsões explosivas, de modo a propiciar um material com granulometria adequada a ser
transportada por uma L.H.D (Load-Haul-Dump), acionada por controle remoto, constituí
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alguns exemplos da nova imagem para as minerações subterrâneas. A utilização de Alimak /


Raise Bore para a execução de ore pass / Waste pass com diâmetro de 3 a 4 metros visando
encurtar o circuito de vazão para a superfície do minério/estéril desmontados, constitui
outro exemplo significativo.

Não poderíamos, também de deixar de registrar a influência no campo das contenções e da


ventilação. A madeira para os escoramentos e chutes etc. foi gradativamente sendo
eliminada, dando lugar aos tirantes, cabos de aço (chumbadores tensionados), concreto
projetado e até mesmo às cambotas metálicas. A ventilação teve também, de se
reestruturar para fazer frente às emanações tóxicas dos gases nitrosos e monóxido de
carbono oriundos das L.H.Ds, getman, e caminhões rebaixados e articulados, muito
presentes nos dias de hoje nas atividades em subsolo.

9.3.2 – Túneis.

As dimensões dos túneis variam dependendo do uso a que se destinam. Geralmente os


túneis de mineração (galerias) são menores que os empregados na construção civil. Em
túneis pequenos os ciclos de trabalho se realizam em toda seção do túnel.

Já nos grandes túneis é comum se realizar a escavação por etapas, escavando-se primeiro
um túnel piloto com posterior alargamento (abóbada). E por último como bancada, a parte
restante da seção (piso).

Desmontes em túneis com boa relação custo-benefício são o resultado da escolha correta de
explosivos e de iniciadores, de um bom plano de fogo e do grande cuidado e precisão na sua
implementação. O diâmetro, comprimento e inclinação dos furos, tipo e quantidade dos
explosivos, tipo e qualidade dos iniciadores, técnica de carregamento, propriedades da
rocha, malha de furos, sequência de iniciação e tempo de retardo são fatores que tem um
efeito considerável na relação custo benefício do desmonte e, portanto, em toda operação.

Os fatores de maior peso para selecionar entre as formas de escavar a seção de um túnel
(completa ou por etapas), são os seguintes:

 Tipo de rocha;
 Tipo de estrutura geológica (diâmetro do vão);
 Programa de execução;
 Tipo de equipamentos (perfuração, carregamento e limpeza);
 Custos.

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Em geral é mais conveniente atacar toda a seção, sempre que a rocha, estrutura geológica e
a capacidade dos equipamentos permitam.

Figura 12 – Escavação de um túnel de forma parcial

Em trabalhos, onde a rocha tenha como característica baixa competência, pode-se optar
pela escavação parcial, observando-se o aspecto segurança.

9.3.3 – Desmonte Subterrâneo.

Os fundamentos da detonação subterrânea são os mesmos da executada a céu aberto:


“reflexão das zonas de choque na face livre seguida pela expansão dos gases da detonação”
não esquecendo, porém, que no presente caso, em face de um maior engasgamento da
rocha a ser desmontada, torna-se necessário o emprego de maiores cargas específicas, para
garantir um satisfatório arranque. Em termos gerais os desmontes subterrâneos são de dois
tipos:

a) Desmontes que tem somente uma face livre para saída do fogo, sendo comuns em túneis,
rampas, poços etc.

b) Desmontes que tenham 2 ou mais faces livres para saída do fogo, sendo comuns em
realces de minas e para ampliação de túneis.

Os desmonte que tem 2 ou mais faces livres, podem ser encarados com critérios similares
aos utilizados para desmontes a céu aberto.

Já nos desmontes que possuem apenas uma face livre é necessário criar uma segunda face
de alívio. Desta se forma através de um ou mais furos na face exposta. Tal artifício é
conhecido como pilão.

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O pilão é sem dúvida um dos fatores mais importantes para o êxito do desmonte.

Basicamente existem três tipos de pilão, são eles:

Pilão de Furos Paralelos (Michigan)


Pilão de Furos Desviados (Cunha e V)
Pilão Mecânico

9.3.3.1 – Pilão de Furos Paralelos (Michigan): Se caracteriza pelo fato de todos os furos
serem paralelos entre si e perpendiculares à face. É fundamental nesse tipo de pilão que os
furos sejam perfurados o mais paralelo possível, visto que há falta de paralelismo repercute
seriamente no resultado do desmonte.

Existem inúmeros tipos de pilão de furos paralelos sendo que cada um apresenta uma
combinação característica de furos vazios e carregados, de disposição geométricas, de
sequência de iniciação dos furos etc.

Muitas vezes é conveniente e adequado variar a posição do pilão paralelo, dependendo das
condições do terreno em que se está perfurando. Rochas com muito falhamento ou
intemperizadas, obstruem os furos já executados, impedindo assim o correto carregamento
dos furos. Devido a isto se recomenda perfurar o pilão em região mais sã.

É muito comum também à variação do pilão em regiões atravessadas por falhamento.


Nestas zonas há escape de gases pelas fissuras, resultando em um desmonte de baixa
performance. Um terceiro motivo para variação da região do pilão, é o maior avanço obtido
na área onde este foi perfurado.

9.3.3.1.1 - Furos Auxiliares: Como regra geral para o estabelecimento das posições
geométricas dos furos auxiliares, sugere-se dispô-los em quadrados consecutivos, em torno
do pilão, tangentes aos vértices dos anteriores. A partir de um certo tamanho, esses
quadrados são substituídos por polígonos cujos lados também são tangentes aos vértices
anteriores. Essa disposição corresponde à aplicação da fórmula:

A = 0,7 x E

onde E é o espaçamento entre os furos do polígono anterior, devendo ainda o afastamento


A ser limitado pela relação.

A < ou = (Cf - 0,40) / 2

onde Cf é o comprimento dos furos.

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9.3.3.1.2 - Furos de Contorno – Desmonte Cuidadoso e Pré-Fissuramento: São definidos


como sendo aqueles que dão acabamento final às paredes da escavação subterrânea (túnel
ou galeria), de forma a definir as dimensões e proporções especificadas pelo projeto.

São detonados de maneira cuidadosa para evitar abalos e/ou trincamentos excessivos e
assim garantir a boa estabilidade da rocha remanescente.

No desmonte cuidadoso, o overbreak e a deformação da rocha remanescente são


minimizados devido aos seguintes fatores:

 Redução no rendimento energético por metro de comprimento da carga nos furos de


contorno;

 Redução do espaçamento dos furos de contorno para valores normalmente entre 0,5 a
0,8 m;

 Razão afastamento/espaçamento dos furos de contorno na faixa de 1,2 a 1,3;

 Detonação das contorno no(s) último(s) retardo(s) em um tempo suficiente para que as
cargas detonadas anteriormente criem faces livres efetivas extensas (contra o qual as
cargas de contorno irão detonar).

Diâmetro do Concentração Desmonte cuidadoso Pré-fissuramento


Furo Ideal de carga Espaçamento Afastamento Espaçamento Afastamento
(mm) (kg/m) entre furos (m) entre furos (m) entre furos (m) entre furos (m)
32 0,11 0,50 0,65 0,40 -
38 0,13 0,60 0,75 0,45 -
45 0,18 0,70 0,90 0,50 -
51 0,24 0,80 1,00 0,60 -
57 0,30 0,90 1,15 0,65 -
64 0,37 1,00 1,25 0,70 -
Tabela 11 – Parâmetros iniciais recomendados para desmonte cuidadoso e pré-fissuramento
Nota: Cargas de pré-fissuramento não contribuem para a quebra da rocha, portanto, não têm uma distância de
afastamento.

Quando o desmonte cuidadoso de parede for exigido em túneis construídos através de


rochas que apresentem resistências variáveis, é preferível o uso de cargas de contorno que
apresentem:

 Um rendimento energético por metro de comprimento de carga que possa variar


bastante;

 Um alto grau de resistência à água (para que possa suportar as piores condições
possíveis).

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Estas duas exigências são melhores obtidas usando-se cartuchos de explosivos com
dimensões de 25 x 200 mm espaçados e presos com fita adesiva a uma vara de madeira
(conhecido como “churrasco”). O rendimento energético por metro de furo é reduzido pelo
simples aumento do comprimento da lacuna de ar entre as cargas consecutivas. Por não
poder contar com a propagação da onda de detonação de um cartucho para outro através
das longas lacunas de ar, é necessário ligar cada carga com um cordel detonante de 10 g/m.
Esta montagem deve ser preparada em lugar seguro e conveniente atrás da face do túnel, e
então levada à face como uma carga única. Quando o carregamento se inicia é necessário
apenas inserir a espoleta selecionada na escorva antes de colocar toda a carga dentro do
furo. Respeitando-se este procedimento de carregamento, é possível reduzir o tempo de
carregamento e, consequentemente, o período de ciclo. O grau de controle do usuário sobre
o rendimento energético por metro de comprimento de carga é melhor obtido com os
cartuchos presos a uma vara de madeira do que com qualquer sistema explosivo.

Este procedimento de carregamento (“churrasco”) é também adotado para detonações de


pré-corte, e acabamento, nas atividades a céu aberto.

9.3.3.2 - Pilão Mecânico: É desenvolvido com um corte mecânico, e apresenta perfuração


paralela entre si.

9.3.3.3 - Pilão de Furos Desviados: Consiste de um conjunto de furos dispostos em ângulo,


de forma a favorecer o arranque do material. Dois tipos de pilão de furos desviados são mais
conhecidos: o pilão em V e o pilão em leque. Nestes a inclinação dos furos, começa com
ângulos de no mínimo 30º e termina paralela ou com ângulo de 10º para fora em relação ao
eixo longitudinal do túnel.

Em pilões em V, também conhecidos como pilões em cunha, os resultados ótimos são


obtidos quando todas as cargas na mesma cunha são iniciadas por espoletas em uma
determinada espera. A capacidade resultante das cargas para quebrar e lançar a base da
cunha é então muito grande, especialmente em tipos de rochas mais resistentes.

Os pilões em cunha não são tão “apertados” como os pilões de furos paralelos e, em grande
parte por esta razão, o pilão pode ser detonado usando-se uma razão de carregamento mais
baixa. O tempo levado pelas cargas da cunha para liberar seus encargos ou afastamentos do
maciço rochoso é menor do que o das cargas de pilão paralelo. Devido à maior rapidez no
desenvolvimento de faces livres secundárias em pilões em cunha, há uma menor
necessidade de uso de retardos entre furos de 100 ms, bastante empregados nos pilões de
furos paralelos. Segue-se, então, que as detonações de pilão em cunha podem ser
detonadas consecutivamente apenas com retardos de milissegundos em túneis com seções
transversais relativamente grandes. Todavia, o uso de ambos retardos de milissegundos e de

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meio-segundo (ou de período longo) é recomendado sempre que a área da seção transversal
exceder a 25 m².

9.4 - Plano de Fogo: É definido como sendo o conjunto total de furos, incluindo os furos do
pilão, assim como a distribuição e ordem de saída dos mesmos. Os principais fatores que
influem na confecção do plano de fogo são:

- Tipo e grau de alteração da rocha;


- Capacidade do equipamento de limpeza e transporte;
- Diâmetro dos furos;
- Tipo de explosivo utilizado;
- Fragmentação desejada (função da abertura do britador);
- Produção necessária.

9.4.1 – Seleção de Explosivos para Furos Horizontais.

Em geral, resultados satisfatórios de desmontes são obtidos pelo uso de explosivos que
geram altas taxas de energia por metro de comprimento de carga. Entretanto, na maioria
dos furos de contorno (exceto nos de levante) e em alguns do pilão queimado (“burn cut”),
não são necessárias concentrações máximas de energia.

Quando as condições forem confiavelmente secas, o ANFO pode ser utilizado. Se a umidade
do furo for intensamente variável, adota-se um explosivo resistente a água (encartuchado –
emulsão).

É importante perceber que um explosivo mais barato e menos potente pode não ser o mais
eficiente. Se o uso de um explosivo relativamente caro resulta em reduções nos custos
combinados de perfuração, desmonte e formação da pilha de material desmontado, ele
pode muito bem ser mais eficiente do que um explosivo mais barato de força menor.

Em certas rochas, a região do pilão pode “congelar”, ou seja, tornar-se recimentada, ficando
fortemente presa, se a concentração de energia ou velocidade de detonação do explosivo
(em furos do pilão) for muito alta.

Nesta situação, a adoção de um explosivo cuja força e a velocidade de detonação sejam


menores, pode ser bastante vantajoso na redução ou solução de um problema.

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9.4.2 – Minimização da Detonação por Simpatia.

A detonação por simpatia é a iniciação de uma ou mais cargas explosivas através da


detonação de uma outra carga muito próxima. Em túneis, a detonação por simpatia
provavelmente se torne um problema somente no pilão ou próximo a ele e onde são usados
explosivos baseados em nitroglicerina. A detonação simpática é indesejável, uma vez que
elimina o intervalo de retardo planejado entre as detonações de cargas.

Em uma detonação (round) de abertura de um túnel, o efeito de uma detonação simpática


varia de insignificante (onde há vazios amplos para acomodar o grande volume de material
fragmentado produzido naquele instante) a desastroso (onde o lançamento progressivo de
fragmentos é eliminado e a expansão da rocha é tamanha que causa uma completa “re-
cimentação” da face da rocha.) O restante desta detonação “congelada” poderá ser
executada de maneira usual, mas haverá somente um deslocamento de uma pequena
parcela da rocha fragmentada, principalmente pelo efeito de cratera.

É muito difícil prever se uma detonação por simpatia irá ocorrer ou não. Por exemplo, cargas
de dinamite com diâmetro de 32 mm podem detonar simpaticamente em distâncias de
separação maiores do que 300 mm se houver juntas abertas na rocha ou se houver um
caminho de choque direto através de canais saturados de água.

Por outro lado, dinamites de 25 mm de diâmetro normalmente não irão detonar


simpaticamente caso forem carregadas em furos com espaçamento de 100 mm em uma
rocha competente. Dentro de um certo furo, seria de se esperar que uma dinamite de 25
mm de diâmetro pudesse propagar uma detonação através de lacunas de ar (“air gaps”)
com mais de 200 mm.

Devido as suas sensibilidades à iniciação serem muito baixas, as emulsões e o ANFO


provavelmente não serão detonados por simpatia em furos com diâmetros de 45 mm e
espaçamento menor do que 200 mm, a menos que haja um caminho direto através de uma
junta aberta entre os furos. Para tais espaçamentos pequenos, no entanto, a
dessensibilização seria uma possibilidade a ser levada em consideração. A onda de
detonação dentro de uma coluna de 25 mm de diâmetro de uma boa emulsão poderia
normalmente superar uma lacuna de ar de aproximadamente 100 mm.

A detonação por simpatia ocorre com menor freqüência quando os furos do pilão queimado
são protegidos um do outro por furos de alívio. Quando este fenômeno ocorre, logicamente,
a detonação quase simultânea de duas ou mais cargas no pilão impede o lançamento
sucessivo do segmento de rocha fragmentado de cada furo. Por esta razão, a probabilidade
de um pilão “congelado” (e uma salva congelada) aumenta. Felizmente, a substituição lenta

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mas contínua de explosivos baseados em nitroglicerina por composições com menor


sensibilidade a iniciação (como emulsões e misturas do tipo ANFO) está reduzindo a
freqüência de detonação por simpatia.

9.4.3 – Minimização da Dessensibilização por Pressão Dinâmica.

Muitos explosivos tornam-se menos sensíveis em densidades maiores. Esta relação tende a
ser mais acentuada para aquelas composições que não contenham um sensibilizador de
explosivo. Por exemplo, a variação da sensibilidade com a densidade a ser maior para as
emulsões do que para as dinamites.

A dessensibilização física dos explosivos é causada na maioria das vezes pela destruição das
bolhas de ar/gás e, portanto, na zona explosiva na qual ocorre a iniciação. Este tipo de
dessensibilização é chamada de “dead pressing”.

Em túneis e cavernas, as cargas podem ser adensadas e, por isso, dessensibilizadas apenas
pelas pressões dinâmicas (ou seja, induzidas pela detonação); os furos não são profundos o
suficiente para submeter às cargas a altas pressões hidrostáticas. Os explosivos podem ser
pressurizados e, por isso, dessensibilizados por eventos dinâmicos em três maneiras
principais. A incidência de dessensibilização por pressão dinâmica é a mais pronunciada em
pilões queimados onde os furos, estão relativamente próximos e não estão protegidos por
um furo de alívio.

Com as emulsões e o ANFO, a dessensibilização por pressão dinâmica pode causar falhas
repetidas a menos que o problema seja diagnosticado de forma correta e ações de correção
sejam tomadas. Em condições severas, a performance satisfatória da emulsão e/ou do ANFO
pode necessitar de modificações na geometria do pilão queimado. O redesenho do pilão
queimado pode ser facilitado pela observação das seguintes recomendações:

 Maximizar o número de furos de alívio (sem carga) e seus diâmetros.


 Locar os furos de tal maneira que cada um deles esteja “protegido” por um furo de alívio.
Esta “proteção” se refere à prática de perfuração de furos de alívio diretamente na linha
entre os furos carregados que possam ter um efeito adverso sobre o outro.
 Iniciar as cargas com espoletas de período longo (ou de meio segundo) no lugar de
espoletas de retardo de milissegundos, de modo que qualquer compressão de uma carga
a ser detonada posteriormente seja dissipada ou aliviada.

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9.5 - Tamponamento de Furos Horizontais.

Em desmontes de seção plena e de bancadas horizontais, raramente são usados tampões


nos furos. A maioria dos operadores considera que o ganho em eficiência mecânica (obtido
pelo uso de tampões) não compensa o tempo gasto, e por isso, o custo requerido para a
obtenção, transporte e colocação do material de tamponamento. Em vista das vantagens
consideráveis associadas com o uso do tamponamento, esta opinião largamente difundida
não é válida.

Em furos horizontais, não existem as vantagens em utilizar a gravidade para o carregamento


de tampões de material granulado. Os furos horizontais precisam ser tamponados com
algum tipo de material empacotado.

O comprimento do colar dos furos (que não estão com carga) varia de acordo com a posição
do furo na sequência de detonação e com a resistência efetiva da rocha.

Normalmente, os furos de pilão queimado e os de levante apresentam comprimento de


colar que não excedem o equivalente a cinco vezes o diâmetro do furo (pôr exemplo 225
mm para furos de 45 mm). Se os colares no pilão queimado forem consideravelmente mais
longos do que isso, uma ponte de rocha não quebrada pode permanecer sobre a parte
inferior de rocha adequadamente fragmentada e solta. Em todos os outros furos principais
(que não os de contorno), os cumprimentos dos colares normalmente são da ordem de 10 a
15 vezes o diâmetro dos furos (pôr exemplo 450 a 675 mm para furos de 45 mm),
dependendo da resistência do maciço rochoso e do tipo de explosivo.

Quando os furos de contorno são carregados com explosivos espaçados, os colares destes
furos devem ser tamponados de modo a minimizar a possibilidade dos cartuchos serem
expelidos pela boca do furo ou desacoplados pelo efeito da detonação anterior de outras
cargas. Se isto não for feito, números consideráveis de cartuchos provenientes dos furos de
contorno certamente serão encontrados na pilha de material desmontado. As observações
de campo têm mostrado que este problema é reduzido sempre que a extremidade exterior
da coluna de explosivos for prensada, através de um esquema semelhante a uma cunha,
contra o colar do furo.

9.6 - Problemas e possíveis causas que podem ocorrer na aplicação dos explosivos e seus
acessórios:

 Avanço Deficiente (repé)

• Menor quantidade de alto explosivo no fundo do furo;


• Possível variação do tipo de rocha (ou da estrutura);
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• O alto explosivo não foi empregado como carga de fundo;


• Não há paralelismo na perfuração;
• Furos curtos no pilão e no resto da perfuração.

 Furos Falhados

• Corte no sistema de iniciação;


• D.D.P. (“voltagem”) insuficiente (para circuitos elétricos);
• Falha na cápsula da espoleta ou no estopim;
• Cápsula da espoleta fora do cartucho;
• Perda de sensibilidade do explosivo (água/ANFO) ou baixa sensibilidade para iniciações
com cordel detonante.

 Fragmentação Deficiente

• Razão de carga insuficiente;


• Diminuição do número de furos em relação ao previsto no plano de fogo;
• Distribuição do tempo de retardos inadequados;
• Variação estrutural no tipo de rocha;
• Deficiente confinamento do explosivo;
• Falta de paralelismo na perfuração.

 Maior Quantidade de Gases

• Quando a detonação do explosivo se realiza de forma deficiente;


• Quando a mistura de nitrato de amônio e óleo diesel não é adequada;
• Pouca fluidez do agente explosivo;
• Insuficiência do ar comprimido.

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9.7 - Atmosfera Subterrânea.

Uma das principais preocupações nas atividades subterrâneas está relacionada à qualidade
do ar subterrâneo. Os explosivos a serem empregados nesse tipo de ambiente devem
apresentar cuidados especiais no que se refere a se evitar a liberação de grandes
quantidades de gases nocivos após a detonação. Cada um dos componentes do ar
subterrâneo, bem como, as características físicas deste, devem ser mantidos dentro de
limites previamente estabelecidos para eliminar os riscos de ações nocivas à vida humana ou
quaisquer acidentes.

Na sequência, apresentaremos, alguns comentários sobre os principais componentes, suas


ações nocivas e os limites aceitáveis para suas concentrações.

 Oxigênio: Uma chama se apaga quando a concentração de oxigênio no ar diminui para


16%. Ainda que com este teor o ser humano possa continuar respirando isto ser-lhe-ia
prejudicial em longas jornadas de trabalho. O recomendável é manter o teor de oxigênio
sempre acima de 20,5%.
 Nitrogênio: Quase 79% do ar existente é nitrogênio. Este elemento não é tóxico em
condições normais, e só passa a ser perigoso quando a concentração de oxigênio diminui
abaixo dos 16%.
 Grisu: É uma mistura de metano com pequenas quantidades de etano e nitrogênio. É
muito perigosa quando em teores entre 6% e 16% pois torna-se violentamente explosiva.
 Gás Carbônico: O ar puro contém aproximadamente 0,04 % de gás carbônico. A
respiração humana, a combustão lenta de madeiras, ou ainda a exaustão de motores
eleva consideravelmente este teor. O gás carbônico não é tóxico, mas, quando
combinado com a falta de oxigênio, provoca moléstias respiratórias e asfixia. Pode ser
tolerado quando em concentrações de até 0,9%, é perigoso quando entre 4 e 5% e é
mortal quando em concentrações maiores que 6%.
 Gás Sulfídrico: É um gás resultante de decomposição de piritas (FeS) pela água. É muito
tóxico e provoca morte instantânea quando em concentrações entre 0,08 e 0,2%.
 Monóxido de Carbono: Encontrado nos gases de escape dos motores à combustão,
principalmente quando malconservados, e também a partir da detonação de explosivos.
É um veneno violento e o operário quando intoxicado deve ser prontamente removido
para local com ar fresco e de preferência submetido à respiração artificial. Quando em
presença de umidade o monóxido de carbono provoca dores de cabeça quando em
teores de até 0,02%, provoca a morte em duas ou três horas quando em teores de até
0,2% e mata instantaneamente a partir de teores de 1,8%.

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 Óxido de Nitrogênio: É resultante da decomposição de certas substâncias explosivas. É


irritante das vias respiratórias quando em teores a partir de 0,01% e pode causar a morte
em meia hora com teores de 0,03 a 0,05%.
 Radônio: É um gás radioativo encontrado em minas de urânio. Todo operário nestas
minas deve carregar plaqueta contadora de irradiação para evitar absorção excessiva de
radioatividade.
 Poeira em Suspensão: Podemos distinguir três tipos principais de pó em suspensão na
atmosfera subterrânea. O pó de minerais como mercúrio, antimônio, cobre, chumbo,
etc., que são tóxicos. O pó de sílica, carvão ou outros minerais que apesar de não serem
tóxicos causam o aparecimento de moléstias pulmonares como a silicose, antracnose,
etc. Por último distinguimos os pós-combustíveis que além de causarem graves
enfermidades quando inalados são inflamáveis ou ainda explosivos.

O ser humano em condições normais de atividade física necessita de 25 litros de ar puro por
minuto, ao mesmo tempo o ar por ele expirado contém 4% de gás carbônico que vai
misturar-se novamente com o ar fresco. O ar da atmosfera subterrânea não deve perder
mais do que 1% em oxigênio, daí fornece-se ao ambiente por operário e por minuto a
quantidade de 100 litros de ar. Considerando que além do ar para respiração humana, existe
aquele necessário para a combustão de materiais, e para a compensação do CO2 de retorno
dos motores, deve-se manter um mínimo por operário de 3 m³/min com uma velocidade de
8 m/s, seguindo-se as Normas Internacionais.

9.8 – Desmonte Secundário.

É frequentemente necessário desmontar matacões para facilitar as operações de escavação


e, em alguns casos, quebrar o material em uma dimensão menor que a abertura do britador,
em um tamanho suficiente para sua alimentação. Esta operação é conhecida como
desmonte secundário, pode ser feita tanto por fogacho (popping) como por plaster shooting
ou “João de Barro”.

9.8.1 - Bloco Perfurado.


Neste método perfura-se o bloco, e carrega-se o furo com carga suficiente para produzir a
fragmentação desejada. Como medida de economia e segurança todos os furos devem ser
tampados. A iniciação pode ser feita com espoleta comum e estopim, acessório elétricos e
não elétricos, ou mesmo cordel detonante.

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9.8.2 – “Buraco de Cobra” (Snake Hole).


Utilizado, principalmente, quando o matacão se encontra enterrado. É feito um furo junto
ao matacão, com tamanho suficiente para inserção do explosivo, de tal forma que o mesmo
fique em contato com o bloco. O cartucho escorva deve ser o último a ser introduzido,
completando o preenchimento do buraco com um tampão de terra muito bem socada. A
carga é da ordem de um a dois cartuchos de 1” x 8”, para cada 30 cm de espessura do
matacão, medido entre a carga e um ponto na face oposta do bloco.

9.8.3 – João de Barro (Plaster Shooting).


O conjunto necessário de cartuchos, devem estar encostados e ter um contato íntimo com o
topo do mataco, sendo cobertos com 100 a 150 mm (4 a 6”) de lama compacta ou argila
para proporcionar um grau de confinamento mínimo. É empregado basicamente quando
não se dispõe de material de perfuração, quando a rocha apresentar alta dureza dificultando
(onerando) a sua perfuração ou no intuito de economizar tempo.

9.9 - Custos das Operações Mineiras.

Os custos das operações mineiras podem ser basicamente divididos em perfuração,


carregamento e desmonte, limpeza e transporte. Em algumas atividades subterrâneas,
acrescenta-se ainda antes da perfuração a preparação da frente, que consiste na retirada de
chocos (blocos em balanço) e a ancoragem (colocação de suportes - tirantes e/ou cabos).

Tentar avaliar qualquer uma dessas operações de maneira distinta é um erro muito grave e
comum. A avaliação dessas operações deve ser feita entendendo a importância da
interligação das mesmas. Uma performance ruim, em qualquer uma dessas etapas
compromete toda a cadeia de operações. Em particular, nas operações de perfuração e
desmonte de rocha, uma má perfuração, implica diretamente no resultado da detonação, e
essa consequentemente na limpeza e no transporte.

9.10 - Fator Fragmentação.

A fragmentação da rocha depende da finalidade para qual a mesma será empregada. Em


muitos casos (portos) há necessidade de se gerar grandes blocos de rocha.

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Figura 13 – Limpeza de pilhas oriundas de um desmonte deficiente


e eficiente, respectivamente (atividade a céu aberto)

Figura 14 – Limpeza de pilhas oriundas de um desmonte deficiente


e eficiente, respectivamente (atividade subterrânea)

Onde se deseja uma cominuição que proporcione baixa granulometria, e esta não ocorre,
frequentemente expõe-se os equipamentos de limpeza, transporte e britagem a uma
situação, onde estes manuseiam grandes massas de rocha, quando o correto seria a
movimentação de um grande volume de material.

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9.10.1 - Ajuste de Razão de Carregamento.

Verificamos se a razão de carregamento calculada está de acordo com os valores adequados,


e concluímos se o plano de fogo está bem feito ou não. Se a razão de carregamento estiver
acima do necessário, é preciso aumentar o afastamento; se estiver muito baixa, diminuímos
o afastamento. Modificamos então os demais valores e calculamos novamente a razão de
carregamento.

Figura 15 – Gráfico de fragmentação versos custos operacionais

Se está não atingir um valor razoável, vamos modificando o plano de fogo até obtermos uma
razão de carregamento correta. A seguir são apresentados os valores aproximados da razão
de carregamento para diversos tipos de rochas, são eles:
Rocha Razão de Carregamento (g/m3)
Granito e Gnaisse 600 a 800
Basalto 270 a 500
Rocha Decomposta 250 a 340
Rochas Sedimentares 140 a 210
Arenito e Folhelho 200 a 300
Cassiterita 520 a 540
Hematita Compacta 440 a 540
Calcário 120 a 190
Tabela 12 - Razão de carregamento aproximada para diversos tipos de rocha

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Figura 16 – Limpeza de uma pilha adequadamente desmontada em função da capacidade da escavadeira

10 - Tecnologia Aplicada ao Desmonte de Rochas.

10.1 - SABREX: O programa SABREX (Scientific Approach to Breaking Rock with Explosives) é
um programa modular, que prevê o comportamento da detonação em:

- Distribuição Granulométrica;
- Velocidade de Lançamento dos Fragmentos;
- Formato da Pilha de Fragmentos;
- Danos ao Talude Remanescente;
- Análises dos Custos de Perfuração, Explosivos e Acessórios.

As previsões dos resultados são exibidas em gráficos e em forma tabular. Para gerar as
previsões, o SABREX utiliza informações da carga e de geometria da perfuração,
características de detonação dos explosivos e as propriedades dinâmicas da rocha. Os
cálculos efetuados pelo programa SABREX, levam em conta os efeitos de choque e pressão
quase estáticas da rocha ao redor do furo. Uma característica do programa SABREX é a
apresentação de um sumário onde se pode revisar e comparar os resultados de várias
alternativas de carregamento.

10.2 - Shotplus: É um programa que objetiva determinar e/ou demonstrar a probabilidade


de uma ligação concebida provocar ou não a detonação de furos fora de sequência. Pode-se
empregar o programa para observar a direção do movimento da rocha desmontada, número
de minas detonadas ao mesmo tempo, sequência de detonação e a curva de isotempo para
a iniciação das minas.
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10.3 - Perfilagem de Faces e Auditagem de Furos: Nos serviços de desmonte de rocha a céu
aberto, este equipamento destina-se a fazer a perfilagem da face do banco e o projeto de
perfuração da malha.

Figura 17 – Perfilagem da face


de uma bancada de minério
de ferro

O Lazer Profile baseia-se na leitura das coordenadas do topo dos furos e/ou da face por
intermédio de um teodolito a lazer conectados a um CDU (coletor de dados). Os dados
coletados são transmitidos para o computador onde, através de um software específico, os
mesmos são processados, sendo os resultados apresentados gráfica e analiticamente.
Podemos visualizar a em face de ser desmontada por uma visão 3D, transversal, longitudinal,
em planta e de maneira analítica.

10.4 - Boretrak - as operações de perfuração que trabalham com pequeno diâmetro,


apresentam problemas de desvio de furo. Muitos desses problemas estão relacionados com
o caráter operacional, aliado a outros fatores, como geológico e mecânicos. Para Auditagem
de Furos, no que se refere à verificação de desvios, emprega-se o Boretrak. Esse
equipamento emprega em sua operação dois relógios que são ajustados antes do início dos
trabalhos. Cada um desses relógios tem informações distintas. O relógio que fica na CDU,
registra a metragem das hastes introduzidas no furo, o segundo relógio, localizado no Probe
que é descido no furo tem informações quanto aos ângulos.

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Figura 18 – Emprego do boretrak para auditagem da perfuração

O processo de transmissão de dados utilizado é o mesmo empregado na Perfilagem de


Faces, no entanto, o Boretrak compõe o furo conciliando as informações e o tempo dos dois
relógios. A Perfilagem de Faces e a Auditagem de Furos podem ser realizadas distintamente,
todavia o casamento de ambas informações, geram um retrato fiel do banco a ser
desmontado, pois apresentam as reais dimensões do afastamento, espaçamento entre furos
e altura do banco, além das condições da perfuração.

10.5 - Powersieve: Objetiva extrair a distribuição granulométrica dos fragmentos de rocha


originados de uma detonação.

A obtenção dos dados necessários ao programa é simples, bastando gerar fotos da pilha de
fragmentos, contendo um gabarito esférico de diâmetro conhecido. Após este procedimento
as fotos são pré-processadas pelo programa. O powersieve reúne todos os fragmentos
dessas fotos e apresenta a distribuição granulométrica resultante da detonação em forma de
gráfico e/ou tabular.

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10.6 – VOD – Velocity of Detonation Probe: O VOD Probe é um cronômetro eletrônico, que
possibilita a medição da velocidade de detonação do explosivo, em um furo carregado. A

medição é executada introduzindo dentro do furo quatro cabos de fibra ótica com suas
extremidades posicionadas em 4 pontos, com distâncias entre eles conhecidas. O momento
em que a detonação passa por esses pontos, o VOD Probe registra o instante e calcula os
intervalos de tempo e as velocidades de detonação entre esses pontos.

10.7 - Analisador de Rochas: Trata-se de um equipamento, composto de um ultrassom


acoplado a um osciloscópio que determina através de uma amostra de rocha, as velocidades
de propagação na rocha das ondas de compressão (P) e cisalhantes (S).

O Módulo de Young (Módulo de Elasticidade) e o Coeficiente de Poisson podem ser expresso


em função da densidade da rocha e das velocidades de propagação das ondas de
compressão (P) e cisalhantes (S). A partir daí é possível estimar os valores de resistência à
tração e compressão da rocha.

Todos estes parâmetros (densidade da rocha, velocidade das ondas P e S, Coeficiente de


Poisson, Módulo de Young, resistência à tração e compressão da rocha), são informações
necessárias ao programa SABREX.

10.8 - Drawpoint Impactor: Trata-se de um equipamento desenvolvido especificamente


para desobstrução de material engastado em pontos de carga (drawpoints, orepasses) ou na
abertura de realces (open stopes), situações comuns em operações subterrâneas.

O Drawpoint Impactor é uma alternativa para se evitar os tradicionais métodos adotados


para contornar as referidas situações, onde os riscos de acidentes são muito elevados, pois
nestas operações fica-se exposto a uma área, na qual, ocorrendo uma espontânea
desobstrução do material, inevitavelmente irá se gerar um acidente.

Este equipamento envolve o uso de um simples morteiro propelente de baixa velocidade e


um projétil explosivo que leva a energia necessária para quebrar a rocha e desobstruir a
passagem naquele momento. De uma forma simples, trata-se de um morteiro, que projeta a
carga ao ponto obstruído. Esta técnica não expõe pessoas às áreas de risco, ao mesmo
tempo em que não se promove danos às paredes do drawpoint.

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10.9 - Air Deck: Trata-se de uma moderna tecnologia em desmonte de rocha, na qual os
explosivos são combinados com uma câmara de ar (Multi-Plug) em perfurações de pré-corte
ou produção. Esta nova tecnologia foi desenvolvida com o propósito de controlar a ação de
uma detonação com uma eficiente redistribuição da energia, logrando um incremento
substancial na uniformidade da quebra da rocha, a um baixo custo.

Figura 19 – Carregamento com bolsas de air deck

10.10 - Plugs para Tamponamento:


Trata-se de uma técnica, que objetiva
anular ou retardar a perda de energia
gasosa pelo tampão. Esse “plug”
quando exposto à atuação dos gases da
detonação, incha e obstrui de maneira
eficiente a passagem dos gases. Permite
quando bem aplicado e com boa
performance, reduzir a dimensão do
tampão gerando uma melhor quebra
nesta região.

Figura 20 – Plugs de tampão

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11 - Controle de Vibrações e Air Blasto.

11.1 - Conceitos Básicos – Sísmica.

O monitoramento sismográfico tem como objetivo principal auxiliar o controle de


estabilidade de uma escavação na qual a segurança e a produtividade de homens e
máquinas estejam intimamente ligadas com as condições de trabalho. O controle das
vibrações e da sobrepressão do ar geradas durante uma detonação é um dos parâmetros na
engenharia de desmonte e mecânica de rochas que mais evolui nos últimos anos. Parte
deste desenvolvimento está aliada ao crescimento urbano, a maior necessidade de
produção, e ao desmonte com maiores diâmetros.

São vários os tipos de vibrações oriundas da detonação de uma carga explosiva: choque no
ar, choque hidráulico e vibração da rocha. As vibrações são causadas por um movimento
rápido e relativo em um meio. No ar e na água elas são representadas pelo movimento da
partícula ou molécula em compressão simples ou rarefação. Nos sólidos a energia de
vibração é transmitida não somente de diferentes modos, mas também em diferentes
velocidades.

Basicamente existem três tipos de onda em um meio sólido: P (compressão ou longitudinal),


S (cisalhante ou transversal) e de superfície. Cada uma dessas ondas tem um movimento de
partícula e velocidades distintas. Em uma onda P a partícula move-se na direção da
propagação da onda. Em uma onda S o movimento da partícula é normal à direção da
propagação. A onda de Raylegh e Love (superfície) são polarizadas no plano vertical e
horizontal respectivamente, com movimento de partícula perpendicular à direção de
propagação. As ondas P e S são chamadas ondas de corpo porque elas podem ser
transmitidas através do meio. As ondas de superfície podem propagar-se somente ao longo
da superfície do meio e sua amplitude decresce exponencialmente com o aumento da
profundidade. Coletivamente todas estas ondas são chamadas ondas sísmicas, e por assim
ser, estão sujeitas a leis da transmissão, reflexão, refração e difração. Existem muitos fatores
que afetam as detonações e introduzem variáveis nos valores de vibração, os principais são
apresentados a seguir:
- Carga por espera;
- Subfuração;
- Layout da malha (espaçamento e afastamento);
- Precisão do retardo;
- Acuidade da perfuração;
- Confinamento;
- Tampão;
- Fatores geológicos;
- Engastamentos.

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A velocidade de propagação, é a velocidade com a qual uma onda sísmica viaja através do
terreno desde a detonação até o geofone, sendo esses parâmetros uma característica dos
materiais atravessados, variando de 2.000 até 5.000 m/s.

A velocidade de partícula (PPV - Peak Particule Velocity) é inteiramente diferente, trata-se da


vibração induzida a uma partícula de rocha, que passa a se deslocar em torno de sua posição
de equilíbrio numa orbita elíptica.

A freqüência de vibração é também de bastante importância na avaliação do potencial de


dano. Se a freqüência principal, que é a freqüência de pulso de amplitude maior, for
aproximadamente igual à freqüência natural da estrutura, então há um risco de dano maior
do que em casos onde a freqüência principal e a natural são significativamente diferentes. A
freqüência principal de um desmonte por explosivos vai variar de acordo com fatores, como
a distância entre desmonte e o ponto de captação, o material atravessado pelas ondas
geradas na detonação, o escalonamento empregado, entre outros.

Com relação aos meios, tem-se que nos porosos a água não tem praticamente nenhuma
influência, no máximo nota-se uma ligeira variação de velocidade (inferior a 10%) quando as
porosidades são superiores a 20%. Nos meios fissurados os fenômenos são mais complexos.
As velocidades de propagação das ondas P são sempre superiores quando as rochas estão
saturadas. As ondas transversais são por outro lado menos sensíveis à presença de água, não
tendo sido observado variações maiores que 15%.

11.2 – Sismógrafos.

Tem como função básica medir e gravar o movimento do terreno. Basicamente, o


sismógrafo compreende de um sensor e um gravador.

O sensor (geofone) é de fato uma unidade constituída de três sensores independentes, e


dispostos de forma perpendicular entre si (X, Y e Z). Cada sensor responde as vibrações ao
longo do seu eixo, são necessários três para determinar completamente o movimento do
terreno. O sensor é usualmente um transdutor eletromagnético, o qual converte o
movimento do terreno em voltagem elétrica.

Os sismógrafos atualmente empregados possuem 4 ou 8 canais, sendo um (quando for de 4


canais) ou dois (quando for de 8 canais) para microfone e os demais para as componentes
vertical(is), longitudinal(is) e tranversal(is) de vibração.

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11.3 - Controle da Estabilidade de Taludes.

O controle da estabilidade é um processo científico para proteção da massa de rocha atrás


do limite de escavação. É essencial para a segurança e eficiência na operação de todas as
minas. Adicionalmente um bom controle da estabilidade pode prolongar a vida de uma mina
e assegurar um maior retorno do investimento.

As principais causas de instabilidade de um talude são as influências climáticas, pressão


d’água, ultra quebra e as vibrações por detonações de cargas explosivas. O movimento do
terreno produzido por uma detonação diminui com a distância. A razão na qual ela se dissipa
depende do tipo de rocha. Como a rocha não é homogênea, não é possível prever a
atenuação do movimento do terreno.

As detonações nas minas a céu aberto geram forças contrárias as da gravidade muito
prejudiciais à estabilidade do talude. Estas podem diminuir o ângulo de atrito das
descontinuidades do maciço e consequentemente o fator de segurança. No intuito de se
obter a estabilização de blocos ou de grandes massas de rocha, a instalação de tirantes ou
chumbadores é com certeza uma das opções mais efetivas.

Quando a onda de choque atravessa o talude, a resistência deste diminui assim como o fator
de segurança. Após a onda de choque ter passado e o talude voltar ao seu estado anterior, o
fator de segurança aumenta até certo valor, menor que o valor antecedente a detonação. A
figura 21, a seguir, apresenta o gráfico referente a esta situação.

Figura 21 - Redução do fator de segurança devido ao esforço de fadiga oriundo das detonações

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É evidente que um talude pode estar sujeito a repetido ciclos de detonações durante um
extenso período de tempo causando destruição gradual ou total da sua resistência e
consequentemente redução do fator de segurança. Poderá iniciar-se então a ruptura por
fadiga se o fator de segurança se tornar inferior a uma unidade (FS. < 1).

No intuito de se obter a estabilização de blocos ou de grandes massas de rocha, a instalação


de tirantes ou chumbadores é com certeza uma das opções mais efetivas.

Segue-se então uma breve apresentação matemática das equações envolvidas neste método
de suporte.

11.3.1 – Descrição Matemática do Método de Suporte de Taludes com Tirantes.

Considere-se um bloco de rocha assentado sobre um plano inclinado e atirantado. O tirante


faz um ângulo com o plano como é mostrado na figura 22 e tencionado com a força T.

1) paralela ao plano Tcosβ


2) perpendicular ao plano Tsenβ
A componente que faz deslizar o plano quando existe ancoragem com presença de água, será:

WsenΨ + V - Tcosβ
onde:
β - Ângulo entre o tirante instalado e o plano;
φ - Ângulo de atrito entre o bloco e o plano;
Ψ - Inclinação do plano;
U - Força que representa a pressão de água ao longo do plano;
V - Força que expressa a pressão de água na fenda de tração;
W - Força peso;
A - Área da base do bloco;
c - Coesão aparente do material rocha com a superfície inclinada.
e a componente normal, será:

WsenΨ - U + Tsenβ
A condição limite para este caso, é definida por:
WsenΨ + V - Tcosβ = cA . (WsenΨ - U + Tsenβ) tg φ

Esta equação mostra a influência do tirante, reduzindo a força deslizante e aumentando a força
normal. A tensão mínima necessária à estabilização do bloco é obtida tirando o valor de T na
expressão acima.

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Para se obter o ângulo (β) que o tirante faz com o plano inclinado, bastará derivar essa
expressão em relação a β e iguala-la a zero, isto é:
dT = dβ
donde se obtém:

β=φ
Isto nos diz que o tirante deve fazer com o plano, um ângulo igual ao ângulo de atrito entre o
bloco e este mesmo plano.

Fig. 22 - Forças que


atuam em um bloco de
rocha atirantado

11.3.2 – Equações para Definição de:

Velocidade Crítica para Taludes de Rocha Sã.

Um dos mais recentes métodos para se estimar a velocidade crítica de vibração para taludes
é apresentado por Forsyth (1993):

Vcrit = 0,1 x s x V x E -1

Vcrit = Velocidade de partícula crítica em (mm/s);


s = Resistência à compressão (MPa);
E = Módulo de Young (GPa);
V = Velocidade de propagação da onda longitudinal (P) na rocha em estudo.

11.4 - Vibrações no Concreto em Cura.

Na prática, ocorrem inúmeras situações em que se necessita construir estruturas de


concreto simultaneamente com a execução das escavações por meio do emprego de

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explosivos, por exemplo, revestimentos durante o avanço de túneis, concretação da base de


britadores primários próximos à área de escavação.

A seguir são apresentadas algumas fórmulas empíricas que servem para uma primeira
estimativa do cálculo das cargas máximas operantes (Q), segundo o período de cura do
concreto e a distância à área de detonação (D).

Concreto de Massa ou Preenchimento:

Q = 38,20 x 10-3 x D 1,86 x K

Concreto Armado ou Estrutural:

Q = 14,55 x 10-3 x D 1,86 x K

Onde: Q (kg) e D (m)

O fator K, é apresentado na tabela 13 a seguir. Os seus valores sofrem variações em função


do tempo de cura a que se expõe o concreto.

Tipo de Concreto Tempo


K Massa K Armado
1,00 1,00 0 – 4 horas
0,16 0,08 4 – 24 horas
0,30 0,37 1 – 3 dias
0,70 1,00 3 – 7 dias
2,30 3,00 7 –10 dias
5,50 7,58 + 10 dias
Tabela 13 – Valores de K em função do tempo de cura

Outros fatores importantes e que devem ser avaliados são as frequências características das
vibrações, condições externas do concreto, superfície de contato rocha-concreto. Algumas
escolas europeias (principalmente sueca), direcionam suas avaliações para estimar o nível
máximo de velocidade de partícula, através da resistência à compressão adquirida pelo
concreto.

Na Espanha, durante a construção de algumas centrais nucleares se empregou os seguintes


critérios:

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Concreto em Massa:

V(mm/s) = 100/15 x RC (MPa e em função do tempo de cura dado ao concreto)

Concreto Estrutural:

V (mm/s) = 60/25 x RC (MPa e em função do tempo de cura dado ao concreto)

Restrições quanto ao uso:

Tempo mínimo de cura do concreto > ou = 8 h


Velocidade máxima de partícula < ou = 100 mm/s

11.5 - Equações e Curvas Estimativas de PPV.

Alguns estudiosos, em função dos resultados de seus trabalhos no campo, estabeleceram


curvas características (estimativas) para correlacionar os níveis de vibração com as cargas
explosivas e as distâncias da detonação a ponto de captação desta vibração.
A equação estimativa, como o próprio nome já diz, permite prever o valor da velocidade de
partícula a ser registrado, quando da detonação de uma carga explosiva, sendo para isso

necessário apenas à distância entre origem (fogo) e ponto de captação (sismógrafo) e a


carga máxima por espera.
Normalmente trabalha-se com uma ou mais leis (critérios) para obtenção da equação que
melhor representa essa relação. Uma equação para previsão de velocidade de partícula (Vp)
tem a seguinte forma:
Vp = α .(d/qν )β

onde α e β, são constantes obtidas com o tratamento estatístico dos dados de campo, ou seja α
e β, são respectivamente, o intercepto e a inclinação da reta que melhor se ajusta aos pontos
plotados no gráfico.
O termo ν é um valor que ajusta o fator distância (d) ao fator carga máxima por espera (q). Os
valores de a mais empregados para este tipo de análise e seus respectivos autores, estão
apresentados na tabela 14, a seguir:

Autor(es) Valor de 
Devine 0.50
Ambrassey e Hendron 0.33
Langefors 1.50
Tabela 14 – Autores e critérios mais empregados para correlação.
entre a distância e a carga máxima por espera

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Pela forma da equação estimativa, verifica-se que Vp é função da distância entre a
detonação e o ponto de captação e da carga máxima por espera:

Vp = (d,q)
O termo distância escalonada, é a razão entre estas variáveis, sendo que a carga máxima por
espera (q) é sempre elevada a um expoente (ν), já definido anteriormente.

As curvas estimativas são confeccionadas com base no acompanhamento sistemático e


interpretação dos resultados. Estas curvas definem a carga por espera máxima admissível
para a não ocorrência de danos físicos. Salienta-se que a previsão de vibração é um estudo
estatístico, portanto, usualmente é necessário tratar os dados de campo, eliminando
aqueles eventos que por algum motivo (na maioria das vezes operacional) não seguem uma
tendência normal. Um bom indicador do grau de confiança de uma curva com estas
características, é o seu índice de correlação, sendo que bons valores devem ser maiores ou
iguais a |0,85|.

O gráfico a seguir apresenta as curvas máxima, mínima e média (praticada), estimativas da


velocidade de partícula pela distância escalonada. Apresenta também a equação que
descreve o fenômeno assim como o grau de correlação dos pontos (captações) – 0,965.

1000

Captações
PPV Mínima
PPV Máxima
PPV Média
100
PPV (mm/s)

10

1
1 10 100

Distância Escalonada (m/kg1/2)

Figura 23 – Curvas estimativas da velocidade de partícula praticada, máxima e mínima, em função da distância escalonada

Para situações, em que não se possui nenhuma informação (captações) e deseja-se uma
estimativa grosseira, pode-se adotar  = 1140,  = -1/2 e  = -1,6, aplicados a seguinte
equação:

Vp = α .(d/qν)β

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11.6 - Air Blast.

O air blast é a onda de pressão associada à detonação de uma carga explosiva, sendo o ruído
a parte audível e infrasônica do espectro, na faixa de 20 Hz a 20 kHz. A onda aérea (air blast)
é uma vibração do ar com baixa freqüência, inferior a casa de 20 Hz. A onda aérea, contém
uma considerável quantidade de energia de baixa freqüência que pode levar a produzir

danos em algumas estruturas. Geralmente as vibrações de alta freqüência são as que se


manifestam, na forma de ruído de janelas, portas etc.

As principais fontes destas perturbações são as seguintes:

- Escape dos gases pelos furos (tampão);

- Escape dos gases através de fraturas criadas na face do maciço rochoso;

- Detonação de cordel detonante ao ar livre;

- Desplacamento do banco durante a detonação;

- Colisão de fragmentos projetados.

A combinação das vibrações associadas as possíveis fontes, dão lugar a uma frente móvel de
sobrepressão do ar que se desloca desde o ponto da detonação. Como o ar é compreensível,
esse absorve parte da energia da onda de pressão para liberá-la posteriormente mediante
expansão dos gases quentes, causando uma depressão em vários pontos.

A onda aérea geralmente acarreta menores problemas que as vibrações terrestres. A


ruptura de cristais (vidros) ocorre antes que ocorram danos estruturais. Outro aspecto muito
importante são as condições atmosféricas reinantes no instante em que ocorrer a
detonação, principalmente a intensidade e direção do vento.

Em geral a onda de choque (" air blast ") através da atmosfera atenua-se mais do que as
vibrações no terreno. Visto que para distâncias superiores a 100 metros, as ondas retardadas
formaram um trem único de ondas.

Especial atenção deve-se ter quando da comparação dos níveis de ruídos, visto que dB(L) se
referem a uma escala logarítmica, ou seja, uma sobrepressão de 120 dB(L) é 78,6% maior
que outra de 115 dB (L).

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O cálculo da equação estimativa para previsão do valor da sobrepressão do ar, é semelhante ao
empregado para velocidade de partícula. A equação é da seguinte forma:

P = K [R.W-1/3] -N
Onde:

P (kPa): Sobrepressão do ar;


R (m): Distância entre a detonação e a fonte de registro (sismógrafo);
W (kg): Carga máxima por espera.

Os valores padrões recomendados para uma prévia e grosseira estimativa dos níveis de
sobrepressão para cargas adequadamente confinadas, em fogos convencionais com face livre,
são:

K = 3,3, α = 1/3 e N = 1,2.

12 – Tópicos Especiais.

12. 1 – Principais Métodos de Lavra Subterrânea para Minas Metálicas e Não Metálicas.

O fator mais importante que determina o método de lavra é a resistência das rochas, minério ou
encaixante. A avaliação do comportamento de uma escavação subterrânea e adoção do sistema
de contenção mais conveniente, requer inicialmente o conhecimento das propriedades do
maciço rochoso e suas características de auto sustentação. As magnitudes das tensões nas
vizinhanças da

escavação e das deformações relativas às características de heterogeneidade, anisotropia e


compartimento do maciço (natureza, freqüência e persistência das descontinuidades) e as
características da própria escavação (natureza, geometria e método construtivo), ou seja,
depende diretamente das condições geológicas e geotécnicas encontradas.

12.1.1 – Métodos com Suporte Natural.

12.1.1.1 – Room and Pillar (Câmaras e Pilares).


Este método é um tipo de mineração de realce abertos, na qual uma quantidade grande de
câmaras são lavradas e o teto é suportado por pilares do próprio minério, ajudado por parafusos
de teto. Os corpos minerais lavrados por este método são em geral de baixo teor uniforme,
estendo-se por grandes áreas e cuja atitude é horizontal ou de mergulho suave. É adequado para
pequenas profundidades.

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As dimensões das câmaras e pilares dependem nestas circunstancias da resistência à compressão
do minério e da pressão da rocha. Os pilares normalmente são dispostos em uma distribuição
regular, podendo ter seção circular ou retangular, ou ainda ter a forma de paredes espessas
entre a frente de trabalho. O minério existente nos pilares, pode ocasionalmente ser extraído,
porém como regra geral é considerado perdido.

O depósito a ser lavrado necessita ter uma espessura conveniente, em adição ao fato que tanto o
minério quanto à massa rochosa encaixante, necessitam ter elevada resistência à compressão. O
método é mais empregado para extração de minerais não metálicos como carvão, calcário, sal,
potássio, dolomito, etc. Um exemplo de mineral metálico, lavrado por câmaras e pilares, é o
manganês.

Em corpos de minérios horizontais, é comum a abertura de câmaras com piso praticamente


horizontal permitindo desta forma a utilização de equipamentos auto propelidos. Em corpos de

minério com uma inclinação mais acentuada, normalmente entre 20º e 40º, o desmonte é
efetuado avançando-se de baixo para cima no interior do corpo mineralizado.

Em casos especiais, muito raros atualmente, empregam-se escavações muito maiores que as
câmaras padrões e com pilares largos, em uma variação do método, chamada de “salões e
pilares”. Os referidos salões são lavrados pelo método descendente, pelo funil subterrâneo ou
por métodos ascendentes de recalque. Em alguns casos, os salões são preenchidos, recaindo em
métodos de enchimento, se contemporâneo com a lavra. Esta variação é considerada obsoleta
para minas metálicas, com emprego reduzido em sal, ardósias, folhelhos etc. Aplicável em
maciços, veios e camadas potentes, de minério e encaixantes fortes, material de pouco valor e
sem seletividade.

Vantagens
 Seletividade;
 Fácil mecanização;
 Boas condições de ventilação;
 Método dinâmico (maior número de frentes).

Desvantagens

 Perda de minério, deixado nos pilares estruturais (trata-se de uma recuperação difícil muitas
vezes não só pelo caráter técnico, mas por inviável economicamente).

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12.1.1.2 – Sublevel Stoping.

É o método, usualmente praticado em grandes corpos resistentes, que necessitam o mínimo


suporte, encaixados em rochas também resistentes. O corpo deve ser bem definido em teores e
formas geométricas e sua lapa deve mergulhar a acima do ângulo de repouso da rocha. A menor
largura deve estar acima de 6 metros.

Basicamente o intervalo entre dois níveis de transporte é dividido em subníveis, abertos no


próprio minério, cujo acesso é feito por rampa ou poço que liga estes níveis. Os subníveis
terminam em uma face livre, em geral vertical, aberta previamente. O desmonte de produção é
feito a partir do recuo dos subníveis, mediante perfuração em leques com queda do minério no
fundo da face livre. Este fundo é preparado com pontos de descarga (chutes) de onde o minério é
recolhido na galeria de transportes.

Este método é também caracterizado pela abertura de salões ou painéis que são deixados vazios
ou preenchidos com material estéril após a extração do minério. Estes salões possuem
frequentemente dimensões bastantes grandes, especialmente na altura.

As paredes não são reforçadas e no caso de um corpo de grandes proporções, o minério pode ser
dividido em diversos salões menores, nos quais, os corpos mineralizados deixados no local
servem como pilares verticais.

A perfuração de produção é predominantemente efetuada com furos longos, cujo comprimento


varia com a espessura do corpo mineralizado, bem como, à distância até a galeria transversal
mais próxima, porém raramente ultrapassa 30 metros. Vários métodos de mineração
subterrânea são utilizados em combinação com este método.

Vantagens

 Grandes painéis;
 Boa eficiência (ton/dr., ton/homem-hora) – obs.: dr. oitava parte de uma onça ou 60 gramas;
 Maior segurança;
 Boas condições de ventilação.

Desvantagens

 Faz-se necessário um considerável desenvolvimento para se iniciar a lavra;


 Difícil seletividade nos painéis;
 Grandes superfícies no hang wall, que com o decorrer da escavação podem vir a se soltar,
através de um desplacamento ou desmoronamento, causando uma inevitável diluição.

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12.1.1.3 – Vertical Retreat Mining (V.R.M.).

Trata-se de um método de desmonte, desenvolvido no Canadá, que pode ser empregado para
abertura de realces, ou como uma variação na forma de se executar o desmonte, em outros
métodos, como o shrinkage ou sublevel stoping. Grandes diâmetros, usualmente na casa de 150
a 165 mm, em perfuração paralela, e carregados com uma carga curta (esférica), locada no fundo
de cada furo. A escavação é feita do fundo do furo para cima, em uma fatia horizontal. Este
método não requer slot (face livre da lavra), visto que a abertura normal do realce, para
execução do corte por baixo (undercut) é suficiente para extrair o minério.

O V.R.M. (também conhecido como vertical crater retreat, V.C.R.) é largamente utilizado para
recuperação de pilares e realces primários em corpos de minério com mergulho acentuado,
sendo uma alternativa para o sublevel stoping. É um efetivo método de mineração que requer
pouco desenvolvimento. Apresenta também facilidades para implantação de mecanização,
permitindo assim uma alta produtividade por homem/hora. Por outro lado, não se trata de um
método seletivo e demanda alta acurácia na perfuração e no controle das detonações para
garantir uma boa fragmentação.

12.1.2 – Métodos que Empregam Enchimento.

12.1.2.1 – Shrinkage Stoping (Recalque).

É um método usado principalmente para corpos estreitos filonianos, com mergulho acima do
ângulo de repouso e com rocha encaixante competente. Os custos de desenvolvimento são
normalmente baixos. Neste método o minério é extraído com fatias horizontais, iniciando-se no
sentido ascendente.

O realce ou alargamento típico contém, entre dois níveis de transporte da mina, um subnível de
desmonte, duas ou três passagens para acessos e ventilação e quantidade variável de pontos de
recolhimento (draw point ou chutes) abertos no pilar que fica entre a galeria de transporte e o
subnível de desmonte.

O minério é desmontado, sendo o excesso recolhido nos draw points ou chutes. Parte deste
minério desmontado, deixado no local, irá servir de plataforma para assegurar a continuidade de
operação, bem como servir de suporte para as paredes laterais. Após a detonação, o volume de
material desmontado aumenta cerca de 70%, portanto 40% do minério deve ser continuamente
removido de maneira a deixar um espaço suficiente entre o teto e o piso formado pela superfície
do material acumulado. Quando a operação de lavra atinge a parte superior do corpo
mineralizado os restantes 60% do minério serão removidos.

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Os corpos de minério de grandes proporções são explorados em vários painéis separados,
divididos por pilares que tem por função sustentar as paredes. Quando a lavra principal é
concluída, o minério contido nestes pilares é normalmente recuperado também.

12.1.2.2 – Cut and Fill (Corte e Aterro).

Empregado quando a encaixante apresenta baixa competência geomecânica, passível de


subsidência. O layout é muito parecido com o empregado no método de recalque (shrinkage),
necessitando às vezes, de aberturas para colocação do enchimento que pode ser rocha ou

rejeitos de concentração, que serão espalhados por meios mecânicos. Este método apresenta
custo maior que o método de recalque (shrinkage).

Este método tem uma aplicabilidade adequada para corpos de forte mergulho, corpo
mineralizado competente (potência entre 5 e 6 metros), encaixantes fracas ou fortes. O
desenvolvimento é semelhante à lavra de alargamentos abertos ascendentes, de média
potência. São necessárias escavações ascendentes, que permitiram a descida do enchimento no
alargamento. As passagens de enchimento, quando estas provêm de fora, devem ser contínuas,

através dos diversos níveis. A lavra é semelhante à empregada em alargamento abertos


ascendentes.

Chutes ou draw points, em intervalos de 6 a 15 metros, são prolongados no enchimento. São


mantidas passagens para os mineiros (manway), muito semelhantes aos chutes, com escadas
separadas ou em compartimento de chutes duplos. Passagens auxiliares são estabelecidas nas
extremidades do alargamento. O enchimento pode provir do local ou de fora, por subidas
apropriadas. Escoramentos ocasionais da frente são possíveis, com esteios.

Em minérios fortes, potências maiores são lavráveis, as escavações centrais ficam no corpo
mineralizado, com chutes para retirada de minério. Passagem para descida de enchimento
externo são executadas junto à lapa, com interrupções e chutes nas cotas sucessivamente
atingidas. Plataformas de rocha (crow pillar) com cerca de 3 metros devem ser preservadas, sob
o nível superior preenchido.

Neste método o minério é trabalhado em fatias horizontais. As operações têm início na parte
mais baixa do corpo mineralizado prosseguindo no sentido ascendente. O minério é
transportado para fora do painel de lavra. Quando uma determinada porção de minério já foi,
retirada, o espaço correspondente ao mesmo é completado com material de enchimento, que
funciona tanto como suporte para as paredes de rocha, assim como piso, quando os trabalhos
continuam na lavra da próxima fatia.

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Vantagens

 Seletividade;
 Baixa diluição e pouca perda de minério;
 Segurança em rochas de baixa competência geomecânica;
 Acomodação na própria mina do material rejeitado (back fill).

Desvantagens

 Custos elevados;
 Dificuldade de ventilação;
 Baixa eficiência.

12.1.2.3 – Square Set.

Quando as aberturas são muito altas para econômica utilização de esteios (“fogueiras de
madeira”) ou de área que requeira uma sustentação mais forte, emprega-se este método. Este
tipo de lavra, chegou a ser standart na lavra de grandes corpos, nos EUA. Mas pelo elevado custo

das madeiras, foi substituído pelos métodos de recalque, enchimento e abatimento. Seu
emprego ficou reduzido a casos especiais e com minérios de alto valor, mais precisamente:

 Quando as condições do terreno requerem sustentação cerrada do minério nas paredes,


como ocorre em terrenos de rocha macia, ou rocha dura que se esfolia;
 Como auxiliar em métodos de recuperação de pilares;
 Em trechos isolados, e com o vão apresentando altura elevada.

As estruturas retangulares (square set) não fornecem suporte permanente, visto que a madeira
apodrece ou esmaga-se sob pressão de extensas áreas lavradas. O desmoronamento pode
produzir tensões de fadiga em blocos adjacentes, tornando sua lavra difícil e cara. Um completo

enchimento dos alargamentos lavrados por este método poderá ser imposto pela necessidade de
preservar os terrenos superiores ou devido à presença de rochas de baixa competência que
requeiram completo e imediato suporte das frentes de desmonte superiores.

Se a subsidência é possível, algum método de abatimento é usualmente mais adequado. Se


esteios (madeira utilizada para escoramento) suportam as frentes, enchimento comum é
preferível. Para minorar estas condições a uma tendência para o uso de madeiras roliças, de
qualidade inferior, tamanhos menores, movimentação das madeiras por guincho, mais de
descurada execução.

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Vantagens

 Eficiência, quando adequadamente utilizado para lavrar quase todos os tipos de minério;
 Flexibilidade;
 Segurança, desde que a área aberta possa ser ajustada a sua resistência;
 Facilidade de triagem nos alargamentos;
 Facilidade no manuseio do minério e de suporte dos trabalhadores, nos alargamentos;
 Boas condições de ventilação;
 As paredes dos antigos alargamentos podem ser lavradas, se desejado.

Desvantagens

 Alto custo (muita madeira de boa qualidade e aparelhadas);


 Perigo de incêndio (principalmente em alargamentos não enchidos).

12.1.2.4 – Longwall Mining.

Neste método o minério é escavado em fatias, usualmente longitudinais ao corpo (ou seja, a face
de trabalho). A área escavada fecha a face e é suporte para provir espaço para perfuração e
remoção. O longwall mining é aplicado somente para depósitos de corpos estreitos, deitados e
de espessura uniforme, normalmente ocorrem em camadas planas e de largura horizontal
extensa. O método pode ser empregado em situações onde se trabalhe com rochas de alta ou
baixa competência geomecânica, desde que a área de trabalho suporte bem o método. As minas
de ouro da África do Sul são exemplos de aplicação do método de longwall em rochas
competentes, enquanto que as minas de carvão, exemplificam a aplicação do referido método
para rochas pouco competentes.

12.1.3 – Métodos que Empregam Abatimento de Rocha.

12.1.3.1 – Bloking Caving.

Este método emprega a fragilidade do minério para promover o desmonte e transporte por
gravidade aos pontos de carga. Faz-se necessário à abertura de um nível de transporte, galerias
de desenvolvimento e acessos (ore pass, chutes, etc.).

Neste método, o minério é dividido em blocos com dimensões variando entre, 30 a 300 metros
de comprimento, 20 a 100 metros de altura, e 20 a 100 metros de altura, com uma seção
transversal no sentido horizontal de mais de 1000m². Em sua parte inferior, o bloco é
completamente descalço, isto é, uma porção horizontal é detonada removendo o suporte do
minério situado acima.

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O desmonte cria um sucessivo fraturamento do minério, que gradualmente afeta todo bloco. A
elevada pressão criada pela gravidade esmaga o minério na parte inferior do bloco
proporcionando uma fragmentação capaz de permitir o carregamento do material nos pontos de
carga.

O método apresenta algumas condicionantes, são elas:

 A não ocorrência de grande diluição por abatimento das encaixantes laterais (maciços ou
veios com mais de 65º de mergulho);
 Possibilidade de uma liberação lateral (se economicamente viável);
 Limites regulares do corpo;
 Corpos moderadamente macios (competentes) ou moderadamente duros (incompetentes);
 Grande disponibilidade inicial de capital.

Na prática mais moderna começa-se por um desenvolvimento inferior de chutes verticais, ou


subidas, chutes ramificados (como no caso de métodos de subníveis), nível de grelha, etc.,
seguido de um subnível de solapamento, com pilares abatidos.

São métodos de abatimento em bloco através de chutes “Bloking Caving into Chutes”. O
desenvolvimento é adaptado à forma do corpo e a modalidade do método utilizado. Em alguns
casos, são empregadas travessas ou cabeceiras, em diversos níveis para o recolhimento do
minério abatido por LHD´s, basculando o minério em passagens construídas na própria rocha (ore
pass), no fundo das quais são britados e depois levados por correias transportadoras aos skips,
escoando assim o material da mina. O abatimento é rigidamente controlado pelos ângulos de
retirada.

Vantagens

 Com um bom planejamento, procedimentos sistemáticos e atuante supervisão, este método


pode vir a apresentar, uma alta produção com um baixo custo por tonelada;
 Boas condições de segurança e ventilação.

Desvantagens

 Desenvolvimento demorado, implicando em grandes despesas iniciais;


 Alto custo de manutenção das galerias de extração com interferência nos transportes;
 A recuperação é eventualmente baixa;
 Pouca flexibilidade de alteração do método, uma vez iniciado.

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12.1.3.2 – Sublevel Caving.

O corpo mineral ideal para este método é um depósito extenso de baixo teor, de moderada
resistência e encaixantes fracas e facilmente abatíveis, mergulhando de 60 a 90º. Seu
desenvolvimento é semelhante ao desmonte por subníveis (Sublevel Open Stope). A diferença
entre os métodos, reside no preenchimento dos vazios, sendo que no sublevel caving o referido
preenchimento é feito com rocha estéril da encaixante abatida. O desenvolvimento dos subníveis
como no realce aberto, pode ser longitudinal (empregados para corpos estreitos) ou transversal,
ficando a face livre no contacto da capa ou dentro do minério. O recuo dos subníveis também
tem sequência diferente do subníveis abertos, ou seja, os subníveis superiores são abertos em
avanço (antecipadamente) aos inferiores.

Neste método o corpo de minério é atravessado por galerias em vários subníveis, distantes entre
si na vertical de 8 a 15 metros. As galerias são desenvolvidas ao mesmo tempo em que o sistema
normal de galerias e cobrem todo corpo de minério. No caso de corpos de minério muito

extensos, as galerias dos subníveis cruzam o corpo de minério a partir de uma galeria principal
situada ao longo da lapa (footwall), já para os depósitos de corpos estreitos (largura inferior a 20
metros) as galerias devem ser dispostas ao longo dos mesmos. Dos subníveis o corpo
mineralizado é perfurado em leques direcionados de baixo para cima. A detonação dos leques
tem início junto à capa (hanging wall) continuando para frente em direção a lapa (foot wall) ou
aos pontos de carga.

Quando um leque é detonado, o minério é forçado pela ação da gravidade para o interior a
galeria, onde é carregado e transportado para uma passagem de minério (ore pass). O minério é
gradativamente substituído pelo material desmoronado. Isto significa que o minério é misturado
com estéril, e que esta mistura aumenta à medida que cada ciclo individual de carregamento
avança.

Quando a mistura de estéril com minério atinge um certo limite, o carregamento é paralisado e
um novo leque é então detonado. Uma quantidade de minério é consequentemente não
recuperável. A mistura do seu estéril com o minério pode variar de 10 a 35% enquanto que as
perdas de minério variam de 5 a 20%.

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Vantagens

 Separação de maior frente das escavações em diferentes subníveis, fator que possibilita a
padronização dos trabalhos;
 Os acessos e a perfuração da lavra são terminados bem antes, isto acelera o desmonte e a
limpeza, possibilitando assim uma eficiente utilização dos equipamentos de perfuração e
carregamento, ou seja, alta capacidade de mecanização;
 É um método que contribui para a segurança da mina, porque não se faz necessário ter
grandes trechos abertos em subsolo e o desmoronamento é controlado, sendo que os
acessos podem ser controlados ou atarantados;

 Na maioria das vezes as condições de operação da lavra, fornecem uma boa flexibilidade ao
processo, assim como permitem prever súbitas quedas de produção;

Desvantagens

 Demanda um grande desenvolvimento. Atentando ao fato que parte deste desenvolvimento


é produtivo (escavação no minério), sendo que este valor fica em torno de 15 a 20% da
tonelagem total produzida nos desenvolvimentos;
 Controle da diluição é praticamente impossível de ser feito e a inevitável perda de minério;
 O layout da mina lavrada por este método apresenta muitas frentes de trabalho e vários
subníveis, demandando um alto estágio de mobilidade dos equipamentos, sendo que os
níveis e subníveis são conectados por rampa;
 A ventilação é deficiente, sendo o problema mais crítico nos acessos de menores dimensões
e nos pontos de trabalho não mecanizado, onde há considerável presença de pessoas.

 Os efeitos preliminares induzidos ao meio ambiente, são considerados em se levando em


conta a metodologia básica do método. Um reflexo evidente é a subsidência na superfície,
fato praticamente inevitável.

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13 - Glossário de Termos Técnicos Técnico.

Neste item são apresentadas algumas definições dos termos técnicos mais empregados nas
atividades de desmonte de rocha com emprego de explosivos.

A
Acoplamento - Coupling: É a relação entre o diâmetro da carga e o diâmetro do furo. Explosivos
bombeados oferecem total acoplamento. Cartuchos rígidos são desacoplados.

Aderência - Adhesion: Resistência ao cisalhamento entre uma rocha e qualquer outro material
em contato, sob uma pressão normal nula.

Afastamento - Burden: Distância da primeira fileira de furos à face livre da bancada. O mesmo
que linha de menor resistência.

Sobrepressão do Ar - Air Blast: Sobrepressão (aumento da pressão) do ar, que ocorre devido à
liberação de grande quantidade de energia (calor, som, vibrações) e gases em um intervalo muito
pequeno de tempo. São caracterizadas por apresentam baixas frequências, com valores
geralmente abaixo de 20 Hz.

O nível do som usualmente medida em: Pa ou dB. O nível do som em dB (em homenagem Alexader
Grahan Bell) é definido para corresponder à sensação humana de audição.

dB = 20 log ( P/Po ) , onde P é a sobrepressão em kPa e Po é a pressão limiar de audibilidade (cujo


o patamar é de 2 x 10-8 kPa). Decibel é também definido como sendo o nível de intensidade sonora
N, e expresso pela equação abaixo:

N = 10 log10 (P/Po)2

P = pressão sonora de vibração


Po = pressão sonora da referência (= 2 x 10-10 bar)

Intervalo de Ar - Air Gap: Máxima distância de propagação entre cargas padronizadas de


explosivos.

Ancoragem (Atiramento) - Rock Bolting: Processo de sustentação de volumes de rocha, através


da instalação, a partir de uma superfície livre, de tirantes (metálicos ou não) que se fixam
profundamente, e se instalam tensionados.

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Angulo de Atrito Interno - Angle of Internal Friction: Ângulo formado com o eixo das tensões
normais pela tangente à curva envoltória de Mohr representativa das resistências ao
cisalhamento da rocha, sob diferentes aspectos.

Anisotropia Mecânica - Mechanical Anisotropy: Variação de propriedades mecânicas com a


direção no mesmo ponto do material.

Área de Detonação - Blasting Zone: É a área sob influência dos fragmentos, gases ou abalos.

Arqueamento - Racing: Transferência de tensões de um volume do maciço que está na iminência


de atingir a ruptura, para volumes adjacentes mais estáveis.

Atenuação - Attenuation: Perda de amplitude da onda, com a distância de propagação.

Atrito Interno Dinâmico - Internal Friction: Mecanismo de dissipação da energia vibratória sob a
forma de calor, resultante da existência nos corpos de propriedades anelásticas, viscosas, de
relaxação mecânica e de gradientes e de temperatura.

Auto Estabilização - Self-Stabilization: Processo natural de se atingirem condições de


estabilidade, após a ocorrência de movimentos do terreno.

Auto Sustentação – Self-Support: Processo de aproveitamento da capacidade de suporte dos


tetos das escavações devido a ações de arqueamento, relacionadas com a tendência de as
cavidades atingirem geometrias mais estáveis.

B
Balanço de Oxigênio - Oxygen Balancing: É a porcentagem teórica de oxigênio em um material
explosivo ou ingrediente excedente (+) ou menor que (-) o necessário para produzir produtos
ideais de reação.

Bancada - Bench: Forma geométrica dos taludes nas escavações a céu aberto com diferentes
níveis, lembrando degraus de uma escada.

Agentes Explosivos - Blasting Agents: Material explosivo que satisfaz critérios pré-estabelecidos
de sensibilidade à iniciação.

Britagem - Crushing: Fragmentação mecânica de uma rocha, industrialmente realizada em


britadores, com o objetivo de lhe reduzir as dimensões até tamanhos não inferiores a 1 cm
(abaixo desse tamanho, a fragmentação designa-se por moagem).

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C
Cedência - Yielding: Comportamento de um corpo submetido a tensões e que precede a
respectiva ruptura, sendo caracterizado pela falta de linearidade entre tensões e
correspondentes deformações, reveladas pelo abandono do comportamento elástico.

Chumbador - Ancho Bar: Parafuso alongado instalado com calda de cimento argamassa ou
resina, para sustentação de blocos dos tetos e paredes das escavações abertas em maciços
rochosos.

Cisalhamento (Corte) - Shear: Solicitação tangente a uma superfície de um sólido, que pode dar
origem a um fenômeno de ruptura em que dois pontos inicialmente vizinhos, um de cada lado da
superfície, tendem a afastar-se segundo trajetórias paralelas.

Coeficiente de Permeabilidade - Coeficient of Permeability: Velocidade de escoamento da água


em regime laminar, através de uma seção unitária de um meio poroso, sob um gradiente
hidráulico igual à unidade e à temperatura padrão de 20ºC.

Coeficiente de Poisson - Poisson´s Ratio: Relação admensional entre o valor da deformação


específica normal à direção de uma força aplicada sobre um sólido e a deformação específica
segundo a direção dessa força. Pode ser calculada pela equação a seguir, onde VL e VT são as
velocidades de propagação, longitudinal (P) e transversal (S), respectivamente.

= 0,5 . [ (VL)2 – (VT)2 ] . [ (VL)2 + (VT) 2]-1

Coeficiente de Atrito Interno - Coefficient of Internal Friction: Tangente trigonométrica do


ângulo de atrito interno.

Coesão - Cohesion: Resistência de um material aos esforços de cisalhamento verificados ao longo


de uma superfície interior que não esteja submetida a pressões normais, mobilizando as forças
de atração entre as partículas que o constituem.

Cominuição - Comminution: Fragmentação de um sólido, por efeito de ações mecânicas,


estáticas ou dinâmicas, que conduzem a redução de sua dimensão inicial em fragmentos
menores.

Compartimentação – Jointing: Estruturas típica dos maciços rochosos que se apresentam


constituídos por blocos sólidos separados por planos de descontinuidade.

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Compressão - Compression: Tipo de carga aplicada a um corpo, que provoca aproximação das
suas partículas segundo a direção de atuação dessa carga. Se as tensões são aplicadas ao longo
de três direções ortogonais do espaço a compressão se diz tri axial, se uma dessas tensões é
nula, diz biaxial, e se duas são nulas a compressão é uniaxial ou simples.

Compressão diametral refere-se a que se introduz sobre duas geratrizes opostas de um corpo
cilíndrico de seção circular, e compressão puntiforme, à que se aplica nas mesmas circunstâncias,
mas sobre dois pontos opostos.

Compressibilidade - Compressibility: Propriedade dos corpos que se manifestas pela redução de


seus volumes quando submetidos à aplicação de esforços de compressão.

Concreto Projetado – Shotcrete: Argamassa de cimento com agregado de até 2,5 cm de


diâmetro que é lançada sob pressão para os tetos e paredes de escavações, com o objetivo de
incrementar a capacidade de auto sustentação do maciço, e ainda de impermeabilização ou
proteção à erosão. Difere da gunita pelo diâmetro maior dos agregados.

D
D’autriche: Método de determinação da velocidade de detonação de um explosivo.

Espaçador - Deck: Material inerte que separa uma carga explosiva de outra carga dentro do furo.

Deflagração – Deflagration: É uma reação mais rápida que a combustão que se move através de
uma coluna de explosivo com uma velocidade menor que a velocidade do som no material.

Deformação - Deformation: Mudança de forma ou dimensões de um corpo por efeito de


solicitações exteriores ou por ação do seu peso próprio.

Deformação Específica - Strain: Grandeza adimensional que traduz o deslocamento sofrido em


um corpo por unidade de comprimento do mesmo, na direção da força aplicada. Por convenção,
a deformação unitária é positiva se o corpo se encurta (submetido à compressão) e é negativa se
o corpo alonga (submetido à tração).

Densidade - Density: É a massa de uma substância por unidade de volume, usualmente expressa
usualmente em g/cm3.

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Descontinuidade - Discontinuity: Estrutura geológica plana que interrompe a continuidade física
dos maciços rochosos, causando a sua compartimentação. Termo genérico que engloba todas as
estruturas tais como falhas, diáclases, juntas, fissuras, fraturas, etc.

Designação Qualitativa da Rocha (R.Q.D.) – Rock Quality Designation: Classificação da


qualidade de um maciço rochoso, que se baseia no cálculo do quociente entre a soma dos
comprimentos de testemunhos de sondagem com tamanho superior a 10 cm, pelo comprimento
total perfurado por manobra.

Deslocamento - Displacement: Distância entre a posição inicial e final de um ponto sólido depois
de submetido a forças exteriores, estáticas ou dinâmicas.

Desmonte - Blasting: Operação que visa arrancar os blocos de rocha de sua posição natural,
fragmentando-as convenientemente, e recorrendo-se em geral ao emprego de explosivos.

Detonação - Detonation: É uma reação que se move através de uma coluna de explosivo com
uma velocidade maior que a do som no material.

Diâmetro Crítico - Critical Diameter: É o diâmetro mínimo para propagação da onda de


detonação a uma velocidade estável. O diâmetro crítico é afetado pelas condições de
confinamento, temperatura e pressão no explosivo.

Dilatômetro - Dilatometer: Instrumento de medição de deformabilidade de maciços rochosos,


que se instala no interior de um furo de sondagem e se pressuriza contra a parede do furo,
medindo se as deformações que ocorrem nos diversos estágios de pressão aplicados.

Dinâmica das Rochas – Rock Dinamics: Ramo da Mecânica de Rochas que visa o estudo e o projeto
de problemas que envolvem a aplicação aos maciços rochosos de forçam exteriores cujo o tempo
de aplicação é muito curto ou cuja a grandeza se modifica rapidamente com o tempo, produzindo
efeitos que se materializam através da propagação de ondas.

Distância Escalonada - Scaled Distance: Refere-se ao fator de escala que é incorporado a influência
do peso da carga nas funções que dão origem e são geradoras de vibrações e ruídos. É calculada
obtendo-se a razão entre a distância da fonte até o ponto de captação, pela raiz quadrada ou
cúbica da carga. O expoente da carga (Q) dependerá da geometria da carga explosiva; 1/3 para
cargas esféricas (L/D < ou = 6) e 1/2 para cargas cilíndricas (L/D > 6). Existem vários critérios para
cálculo da distância escalonada, os mais conhecidos são os de Devine, Langefors e Ambrassey e
Hendron, que utilizam os seguintes expoentes para a carga Q:

Devine: (d/Q1/2 ), Langefors (d/Q3/2 ), e Ambrassey e Hendron : ( d/Q1/3 ).

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Ductibilidade – Ductility: Propriedade das rochas, pela qual o seu comportamento mecânico se
desvia do elástico frágil, em virtude da aplicação de altas pressões de confinamento, de altas
temperaturas ou de altas velocidades de deformação, resultantes de forças artificiais ou
movimentos tectônicos.

E
Empolamento - Swelling: Aumento de volume que sofre determinado material rochoso ao
passar do estado intacto ao estado fragmentado.

Emulsão Explosiva - Explosive Emulsion: Material explosivo contendo substancial quantidade de


oxidantes dissolvidos em gotas d’água, envolvidas por um combustível imiscível.

Energia - Energy: Medida do potencial do explosivo capaz de realizar trabalho.

Energia Disponível - Available Energy: Energia de um explosivo capaz de desenvolver trabalho


útil.

Envoltória de Mohr - Mohr´s Envelope: Curva que envolve uma série de círculos de Mohr
representando diferentes condições de ruptura de um dado material.

Esclerômetro - Scleroscope: Aparelho para determinação expedita do módulo de elasticidade e


da resistência à compressão uniaxial de sólidos, e em particular de rochas, através de correlações
empíricas entre o valor daquelas propriedades e a grandeza da restituição de uma pequena haste
de impacto, que mobiliza a dureza do material, localizando-se no interior do aparelho
(esclerômetro de Shore ou de Schimdt).

Espaçamento - Spacing: Distância entre furos paralelos entre si, ao longo de uma fileira paralela
à frente do desmonte, em uma bancada.

Explosivo - Explosive: Substância química ou mistura de substâncias que subitamente podem-se


transformar numa grande massa de gases a alta pressão e temperatura, produzindo consideráveis
efeitos mecânicos. Se a velocidade de combustão é lenta, a reação denomina-se deflagração e os
explosivos correspondentes designam-se por deflagrantes. No entanto se a reação é rápida
(velocidade superior a 1.000 m/s) o fenômeno é caracterizado pelo aparecimento de uma onda de
detonação que percorre a massa de explosivo, designando-se este último por detonante.

Explosivos Permissíveis - Permissible Explosive: Explosivos que são permitidos em atmosfera


com gás e poeira.

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F
Fadiga – Fatigue: Condição que os materiais apresentam, de tendência à ruptura, na qual o efeito
repetido de ciclos de carga, ou de vibrações, provoca uma redução nas capacidades resistentes.

Fator de Qualidade - Quality Factor: Parâmetro adimensional que caracteriza os mecanismos de


dissipação dinâmica no interior dos sólidos, sendo igual ao quociente entre a energia perdida ao
longo de um ciclo de carga e a energia total fornecida nesse ciclo.

Fluência - Flow: Deformação sob carga constante, dependente do tempo, revelando propriedades
viscoelásticas de um material.

Frágil - Brittle: Comportamento mecânico típico de rochas não confinadas, caracterizando a


ausência de fase plástica antes da ruptura.

Freqüência - Frequency: É o número de ciclos completos que são realizados em um movimento


periódico por unidade de tempo. Em uma análise de vibração a unidade de tempo é o segundo (s),
no entanto, a unidade de medida para a freqüência é a de ciclos por segundo ou Hertz - Hz (1
Hertz = 1/s - 1 oscilação por segundo) - Homenagem a Heinrich Hertz, Físico Alemão.

G
Geomecânica - Geomechanics: Designação mais ampla que o conceito de Mecânica das Rochas,
pois se refere ao ramo de ciência que estuda, sob os aspectos teórico e aplicado, o
comportamento mecânico de todos os materiais geológicos (solos, rochas etc.), e as suas reações
aos campos de forças que se manifestam sobre o respectivo ambiente físico.

I
Impedância - Impedance: Grandeza dinâmica que caracteriza a capacidade transmissora de
energia de um corpo, através de propagação ondulatória, sendo igual ao produto de sua massa
específica pela velocidade propagatória das ondas longitudinais nesse corpo.

Índice de Qualidade - Quality Index: Classificação qualitativa de um maciço rochoso, que


considera a interferência das descontinuidades geológicas e estado de alteração na
deformabilidade e na resistência do conjunto, simultaneamente com as propriedades da rocha
intacta. A “Designação Qualitativa de Rocha” (RQD) é um desses índices.

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Isotropia - Isotropy: Constância do valor de uma ou mais propriedades mecânicas de um corpo,
segundo a mesma direção do espaço.

L
Limite Elástico - Elastic Limite: Valor da tensão aplicada correspondente ao fim do ramo linear da
curva tensão-deformação de um corpo submetido à compressão uniaxial. Também chamado
tensão de cedência do material, pois a partir desse valor a deformação entra em fase plástica.

M
Maciço Rochoso - Rock Mass: Unidade geológica considerada como um conjunto de blocos de
rocha e as descontinuidades que os limitam.

Mecânica das Rochas - Rock Mechanics: É o estudo da reologia dos materiais geológicos,
nomeadamente daqueles considerados na prática como rochas, que se distinguem dos solos por
não serem desagregáveis depois de sofrer agitação em meio líquido, sob condições de
confinamento nulo.

Moagem – Milling: Fragmentação fina, industrialmente realizada em moinhos, reduzindo a rocha


e fragmentos inferiores a 1 cm.

Módulo de Elasticidade - Elastic (Young) Modulus: É a relação entre a tensão aplicada e a


deformação unitária na mesma direção da tensão, sob condições de compressão uniaxial, quer
estática, quer dinâmica. Numericamente é igual a tangente trigonométrica do ângulo feito com o
eixo das deformações, pela tangente ou secante à curva tensão-deformação, no seu ramo linear.
Se o material não se deforma de acordo com a lei de Hooke, é habitual designá-lo por módulo de
deformação.

E = 2G (1 + µ)
ou de outra forma
E = VL. δ. (1 - 2µ).(1 + µ).(1 - µ) -1;
onde:
G - Módulo de Rigidez;
VL - Velocidade de propagação da onda no referido meio (velocidade da onda P);
δ - Densidade da rocha;
µ - Coeficiente de Poisson.

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Módulo de Elasticidade Volumétrico - Bulk Modulus: É a relação entre a tensão de confinamento
hidrostática aplicada a um sólido e a deformação volumétrica (ou dilatação) que o mesmo sofre.

O
Onda - Wave: Perturbação que se propaga ao longo de um meio, tal que em qualquer ponto a sua
amplitude é função do tempo e em qualquer instante o deslocamento sofrido pelo ponto é
função da sua posição no espaço. Nas rochas podem propagar-se ondas de vários tipos: de tensão
(longitudinais, transversais e flexurais), de choque, plásticas, de Rayleigh, Stonelly e de Love.

P
Perfurabilidade - Drillability: Velocidade, expressa em cm/min, com que uma perfuratriz padrão
trabalhando sob condições padronizadas, avança uma broca de 33 mm de diâmetro em um furo
horizontal, medindo entre 0,80 e 1,60 metros de profundidade.

Pilão - Cut: Esquema de fogo adotado na abertura de escavações subterrâneas com explosivos,
visando à retirada da parcela inicial do maciço da frente de escavação.

Plano de Fogo - Blasting Round: Disposição de furos carregados de explosivos, que por meio de
detonação instantânea ou retardada das cargas, provocam o desmonte de determinado volume
de rocha, quer a céu aberto, quer em escavação subterrânea.

Pressão de Confinamento - Confining Pressure: Estado de tensão atuante sobre um volume de


material, tal que as suas três componentes principais são iguais entre si. Qualquer estado de
tensão pode ser decomposto (princípio da sobreposição) em dois outros estados, um dos quais é
o confinamento (também chamado hidrostático) e o outro o estado desviatório, sendo o primeiro
responsável pelas mudanças de volume do corpo e o segundo pela mudança de forma.

Pressão de Detonação - Detonation Pressure: É a pressão produzida na zona de reação.

Q
Quase-Estático - Quasi-Static: Fase de expansão gasosa dos produtos de uma explosão, que por
se desenrolar em intervalos de tempo muito maiores que os da fase dinâmica (propagação de
ondas) pode ser considerada com efeitos comparáveis ao de uma pressurização estática.

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Razão de Carregamento - Specific Charge: Quantidade de explosivo necessário para o desmonte
de um metro cúbico de rocha.

Relaxação - Relaxation: Propriedade que os materiais evidenciam quando a deformação produzida


pela aplicação súbita de uma tensão fixa aumenta assintoticamente com o tempo.
Reciprocamente, as tensões produzidas quando o material é subitamente deformado, relaxam-se
assintoticamente.

Reologia - Rheology: Ramo da Ciência que estuda o comportamento da matéria sob a influência de
cargas exteriores e de forças de massa, interessando-se essencialmente pelos mecanismos de
deformação e de ruptura, incluindo sua dependência do tempo.

Resistência à Compressão Simples - Uniaxial Compressive Strength: Valor máximo de tensão de


compressão que determinado volume padronizado de um corpo suporta, num ensaio de
compressão não confinado. Nas rochas, a resistência à compressão simples ou uniaxial não
coincide com a tensão de ruptura à compressão, sendo numericamente superior a esta. Enquanto
a primeira é um parâmetro que só depende da natureza da rocha, a segunda é dependente do
conjunto de rocha mais sistema de carga.

Resistência à Tração - Tensile Strenght: Valor máximo de tensão de tração que determinado
volume padronizado de um corpo suporta, num ensaio de tração não confinada. Nas rochas a
resistência à tração não coincide com a tensão de ruptura à tração, sendo numericamente superior
a esta.

Ressonância - Resonance: A freqüência de ressonância de uma estrutura é valor máximo da sua


freqüência de vibração, que se obtém depois de submetê-la a uma força oscilatória com amplitude
fixa e freqüência variável. A largura da curva de ressonância é diretamente proporcional às forças
dissipativas do material.

Ruptura - Failure: Processos pelo qual um sólido perde a capacidade de transmitir qualquer carga,
por se dividir em fragmentos individualizados, através de planos de fratura que resultam da
aplicação de estados de tensão exteriores, que vencem a resistência do sólido ao tipo de
solicitação em causa.

Rugosidade - Roughness: Irregularidade milimétrica da superfície exterior de um corpo. Quando


dois sólidos estão em contato, o coeficiente de atrito desenvolvido é essencialmente dependente
da rugosidade das duas superfícies em causa (assim como da natureza dos materiais),
demonstrando a experiência que ele não depende da grandeza das áreas em contato, nem da
força atuante normalmente às superfícies.

S
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Sobre-Fragmentação – Over Break: Fenômeno de ruptura excessiva de um maciço rochoso,


provocado pelo excesso de carga explosiva utilizada para o seu desmonte, ou devido a fraquezas
localizadas do maciço.

Sub-Fragmentação - Under Break: Fenômeno de ruptura incompleta de um maciço rochoso, em


virtude de se ter utilizado uma carga explosiva inferior à considerada apropriada para realizar o seu
desmonte normal.

Suporte - Support: Conjunto de elementos resistentes que se empregam para controlar a


deformabilidade e contrariar os fenômenos de ruptura localizada em coberturas subterrâneas.

Quanto ao tempo de utilização os suportes podem ser provisórios ou definitivos; quanto à


constituição podem ser contínuos ou descontínuos, e quanto a deformabilidade podem ser
compressíveis ou praticamente inderfomáveis.

T
Tensão - Stress: Força dividida pela unidade da área sobre a qual atua, considerada no interior de
um corpo. É sempre expressa em unidade de pressão.

Tensão Residual - Residual Stress: Grandeza da diferença entre os valores das tensões reinantes
“in situ” num ponto no interior de um maciço rochoso e os valores calculados em função apenas
do peso próprio dos terrenos sobrejacentes. Tal diferença atribui-se ao passado geológico do
maciço, sendo também conhecida (impropriamente) por tensão interna.

Tensão Virgem - Virgin Stress: Estado de tensão reinante num ponto não perturbado do interior
de um maciço rochoso, sendo causado pela ação do peso dos terrenos sobrejacentes, e que se
adicionam eventualmente ações tectônicas. Também chamada tensão natural, ou tensão
geostática, ou ainda tensão litostática, dependendo dos autores.

Tensômetro - Stress Meter: Designação geral que se diz respeito a todos os aparelhos destinados à
medição (laboratorial ou “in situ”) dos estados de tensão, a partir das suas componentes principais.

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Marcos Antonio
V
Velocidade de Propagação da Onda - Wave Propagation Velocity: Espaço percorrido em cada
unidade de tempo pela frente de uma onda, ou por qualquer ponto de amplitude fixa fazendo
parte do seu perfil.

Vpr sólido > Vpr Líquido > Vpr Gasoso. Usualmente medida em: m/s

Velocidade de Vibração da Partícula - Particle Vibration Velocity: Variação com o tempo, dos
sucessivos deslocamentos que sofre um ponto de um corpo percorrido por um movimento
vibratório. Usualmente medida em: mm/s ou pol./s

Vibração - Vibration: Oscilação de um corpo, representada pelo deslocamento, periódico ou não,


de suas posições de repouso, durante curtos intervalos de tempo.

Viscoelasticidade - Visco-Elasticity: Propriedade que apresentam certos materiais de se


deformarem com uma velocidade proporcional à grandeza da tensão aplicada, deformação essa
que só se anula ao fim de um tempo teoricamente infinito.

Z
Zona de Acomodação - Loosening Zone: Volume de rocha, geralmente fraturada, que se
encontra na vizinhança imediata dos abobados das escavações subterrâneas, ficando
envolvida pelo arco de pressão (ver Arqueamento). Geralmente, compete aos elementos de
suporte evitar as quedas de blocos da zona de acomodação, por efeito do estado de
compressão que reina nessa zona.

Zona Clástica - Clastic Zone: Região que envolve diretamente uma escavação subterrânea,
sendo constituída por rocha fraturada.

Marcos Antonio da Silva


Coordenador

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Marcos Antonio

14 – Bibliografía Empregada.
 KONYA, C.J., Blast Design, Montville, USA, 1995.

 SEN, G.C., Blasting Tecnology for Mining and Civil Engineers, Sidney, Australia, 1995.

 OLOFSSON, S.O., Applied Explosives Tecnology for Construction and Mining, Arla,
Sweden, 1990.

 MANUAL DE PERFORACION Y VOLADURA DE ROCAS, Instituto Tecnológico GeoMinero de


Espanã.

 ORIARD, L.: “Notes from Blast Damage Orientation”, 1984.

 Curso Internacional “Tecnologia de Desmonte de Rochas com Explosivos para Minas a


Céu Aberto e Subterrâneas”, IBRAM, Brazil, 1996.

 STAGG – ZIENKIEWICZ – Mecanica de Rocas en la Ingenieria Practica, London, 1968.

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