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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

Faculdade de Educação e Comunicação

Curso: Economia e Gestão. 2° ano. II semestre. Diurno.

Cadeira: Fundamentos da Teologia Católica.

Docente: Wilson Arnaldo Reveque.

Estudante: Benildes Cleide De Carmo Maica.

Diálogo e Amizade Social como Caminhos para a Fraternidade.

A presente pesquisa visa na abordagem e contextualização do tema Diálogo e Amizade Social


como Caminhos para a Fraternidade. Portanto, o estudo foi realizado com base na Carta encíclica
Fratelli Tutti - sobre a fraternidade e Amizade Social e Carta encíclica Laudato Si sobre o
Cuidado da Casa Comum, com o objectivo de criar um breve resumo com base em aspectos mais
pertinentes e ou relevantes deste tema em causa. Frisar que o trabalho segue a seguinte estrutura,
Elementos Pré – textuais, Introdução, Desenvolvimento, Conclusão e Referências Bibliográficas.

O diálogo social para uma nova cultura

Para Francisco (2014) diz que:

‘’Alguns tentam fugir da realidade, refugiando-se em mundos privados, enquanto outros a


enfrentam com violência destrutiva, mas entre a indiferença egoísta e o protesto violento, há uma
opção sempre possível: o diálogo. O diálogo entre as gerações, o diálogo no povo, porque todos
somos povo, a capacidade de dar e receber, permanecendo abertos à verdade. Um país cresce
quando dialogam de modo construtivo as suas diversas riquezas culturais: a cultura popular, a
cultura universitária, a cultura juvenil, a cultura artística e a cultura tecnológica, a cultura
económica e a cultura da família, e a cultura dos meios de comunicação’’ (p. 199).

Ainda Francisco (2014, p. 199), sustenta que, muitas vezes confunde - se o diálogo com algo
muito diferente: uma troca febril de opiniões nas redes sociais, muitas vezes pilotada por uma
informação mediática nem sempre fiável. Não passam de monólogos que avançam em paralelo,
talvez impondo - se à atenção dos outros pelo seu tom alto e agressivo.

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Por isto, presume – se que, a falta de diálogo supõe que ninguém, nos diferentes sectores, está
preocupado com o bem comum, mas com obter as vantagens que o poder lhe proporciona ou, na
melhor das hipóteses, com impor o seu próprio modo de pensar.

Construir juntos

O diálogo social pressupõe a capacidade de respeitar o ponto de vista do outro, aceitando como
possível que contenha convicções ou interesses legítimos. A partir da própria identidade, o outro
tem algo para dar, e é desejável que aprofunde e exponha a sua posição para que o debate
público seja ainda mais completo. Sem dúvida, quando uma pessoa ou um grupo é coerente com
o que pensa, adere firmemente a valores e convicções e desenvolve um pensamento, isto irá de
uma maneira ou outra beneficiar a sociedade; mas só se verifica realmente na medida em que o
referido desenvolvimento se realizar em diálogo e na abertura aos outros (p. 197).

Com efeito, num verdadeiro espírito de diálogo, nutre - se a capacidade de entender o sentido
daquilo que o outro diz e faz, embora não se possa assumi - lo como uma convicção própria.
Deste modo torna-se possível ser sincero, sem dissimular o que acreditamos, nem deixar de
dialogar, procurar pontos de contacto e, sobretudo trabalhar e lutar juntos.

O consenso e a verdade

Francisco (2015) afirma que:

‘’Numa sociedade pluralista, o diálogo é o caminho mais adequado para se chegar a reconhecer
aquilo que sempre deve ser afirmado e respeitado e que ultrapassa o consenso ocasional. Falamos
de um diálogo que precisa ser enriquecido e iluminado por razões, por argumentos racionais, por
uma variedade de perspectivas, por contribuições de diversos conhecimentos e pontos de vista, e
que não exclui a convicção de que é possível chegar a algumas verdades fundamentais que devem
e deverão ser sempre defendidas. Aceitar que há alguns valores permanentes, embora nem sempre
seja fácil reconhecê-los, confere solidez e estabilidade a uma ética social. Mesmo quando os
reconhecemos e assumimos através do diálogo e do consenso, vemos que estes valores basilares
estão para além de qualquer consenso’’ (p. 206).

Na própria realidade do ser humano e da sociedade, na sua natureza íntima, há uma série de
estruturas basilares que sustentam o seu desenvolvimento e sobrevivência. Daí derivam certas
exigências que podem ser descobertas através do diálogo, embora não sejam construídas em

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sentido estrito pelo consenso. O facto de certas normas serem indispensáveis para a própria vida
social é um indício externo de como elas sejam algo intrinsecamente bom. Portanto, não é
necessário contrapor a conveniência social, o consenso e a realidade duma verdade objetiva.

O prazer de reconhecer o outro

Isto implica o hábito de reconhecer, ao outro, o direito de ser ele próprio e de ser diferente. A
partir deste reconhecimento feito, torna - se possível a criação dum pacto social, sem este
reconhecimento, surgem maneiras subtis de fazer com que o outro perca todo o seu significado,
se torne irrelevante, fazer com que na sociedade não lhe seja reconhecido qualquer valor. Por trás
da repulsa de certas formas visíveis de violência, muitas vezes esconde - se outra violência mais
dissimulada: a daqueles que desprezam o diferente, sobretudo quando as suas reivindicações
prejudicam de alguma maneira os próprios interesses (p. 218).

Com tudo, tendo em vista o exposto, importa referir que, o Diálogo e Amizade Social como
Caminhos para a Fraternidade, são aspectos que devem ser cultivados conscientemente, com
vontade e paixão, porque estes aspectos proporcionam o amor, e diz – se que, quem ama se
educa e educa os outros para a fraternidade, o diálogo, a descoberta da reciprocidade, do respeito
e enriquecimento mútuo. A solução para a vida em fraternidade está no diálogo. Salvaguradar
que o Papa Francisco ainda afirma que, “Entre a indiferença egoísta e o protesto violento há uma
opção sempre possível: o diálogo. O diálogo entre as gerações, o diálogo no povo, porque todos
somos povo, a capacidade de dar e receber, permanecendo abertos à verdade. Este pacto implica
também aceitar a possibilidade de ceder algo para o bem comum. Ninguém será capaz de possuir
toda a verdade nem satisfazer a totalidade dos seus desejos, porque uma tal pretensão levaria a
querer destruir o outro, negando - lhe os seus direitos. A busca duma falsa tolerância deve dar
lugar ao realismo dialogante por parte de quem pensa que deve ser fiel aos seus princípios, mas
reconhecendo que o outro também tem o direito de procurar ser fiel aos dele.

Referências bibliográficas:

Francisco, (2014). Carta encíclica Fratelli Tutti – Sobre a Fraternidade e a Amizade Social.
Vaticano, Roma: Libreria Editrice Vaticana.
Francisco (2015). Carta encíclica Laudato Si sobre o Cuidado da casa comum. Vaticano, Roma:
Libreria Editrice Vaticana.

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