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- MÉTODO KABAT -

FACILITAÇÃO NEUROMUSCULAR PROPRIOCEPTIVA

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KABAT

BASES DO MÉTODO KABAT

1. Padrão de Facilitação
-Movimentos nas diagonais (cabeça, MMSS/MMII, cintura escapular, cintura pélvica);
-Movimento rotacional (espiral): rotação ocorrendo em todo o movimento (rotação
interna/externa).

2. Estímulos Proprioceptivos
- Tração (sempre em movimento de flexão);
- Aproximação (sempre em movimento de extensão);
OBS: tração e aproximação = estimulam os receptores de cápsulas e ligamentos e fusos
musculares;
- Reflexo de estiramento (sempre contrário ao movimento e deve ser curto e rápido). Este
trabalha com os fusos musculares.
- Estímulo de estiramento (posiciona o membro no máximo de estiramento).

3. Comando verbal
- Este deve ser: explicativo / correção / ordem. Ex.: abra os dedos, punho pra trás, polegar
para o nariz, braço para cima e para fora.

4. Estímulo visual (e auditivo)


- O paciente deve olhar (e ouvir) o movimento que está realizando.

5. Contato Manual
- Esse serve para: - guiar o movimento;
- resistência ao movimento;
- estímulo inicial ao movimento.

6. Máxima Resistência
- Aumenta a propriocepção e conseqüentemente aumenta o controle do movimento
(manter o impulso aferente estimulador do estiramento).

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7. Seqüência e ritmo de movimento

Padrão de Cabeça e Pescoço

Os padrões do pescoço incluem os componentes de movimento: flexão (extensão),


flexão lateral e rotação, sendo que a amplitude do movimento estará limitada se o
paciente não olhar na direção do movimento da cabeça. O paciente pode ser posicionado
sentado, em prono ou em supino. Temos uma diagonal do pescoço caracterizada por
flexão /flexão lateral/ rotação variando apenas o lado iniciado (direita ou esquerda).

 Padrão Flexor: flexão cervical, rotação e inclinação lateral da cabeça para D ou E


Contato Manual (CM): uma das mãos apóia na face póstero-lateral D ou E da
cabeça (occipital), outra mão segura o queixo do lado D ou E com a face interna da palma
na superfície anterior da mandíbula.

Posição de alongamento (PA): tracione e posicione a cabeça do paciente em


extensão cervical, rotação e inclinação lateral da cabeça para esquerda (direita). Cuidado
para não rodar o tronco.

Comando Verbal (CV): levanta a cabeça e encosta o queixo no peito do lado


oposto.

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 Padrão Extensor: extensão cervical, rotação e inclinação lateral da cabeça para D
ou E
CM: uma das mãos apóia na parte occipital D ou E, e a outra mão segura a
mandíbula do lado E ou D.

PA: tracione e posicione a cabeça do paciente em flexão cervical, rotação e


inclinação lateral da cabeça para direita (esquerda). Cuidado para não rodar o tronco.

CV: levanta o queixo, levanta a cabeça e olha atrás, aqui pra mim.

ESCÁPULA

Os padrões escapulares podem ser realizados com o paciente em decúbito lateral


(sem ação da gravidade) ou em decúbito dorsal (com ação da gravidade), permitindo
movimentos escapulares livre, produzindo facilmente reforço para as atividades de tronco.

Diagonal Primitiva de Cintura Escapular

 Ântero-Depressão
CM: 2 mãos na face ântero -superior lateral do ombro.

PA: leve a escápula para cima e para trás em direção a nuca (póstero-elevação).

CV: leva o ombro em direção ao umbigo.

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 Póstero-Elevação
CM: 2 mãos na face escapular próxima ao ângulo inferior da escápula.

PA: leve a escápula para baixo e para frente em direção ao íleo oposto (ântero
depressão).

CV: leva o ombro pra trás em direção à nuca

Diagonal Funcional de Cintura Escapular

 Antero-Elevação
CM: 2 mãos na região anterior do ombro

PA: puxar a escápula para baixo e para trás em direção a coluna (póstero-
depressão)

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CV: ombro pra cima em direção ao nariz

 Póstero-Depressão

CM: 2 mãos na borda medial da escápula

PA: empurre a escápula para cima e para frente (antero-elevação)

CV: ombro para baixo em direção a cintura

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PELVE

Os padrões pélvicos podem ser realizados com o paciente deitado, sendo que o
lado que está se movendo não deve estar descarregando peso. Como a pelve faz parte
do tronco, a amplitude de movimento dos padrões pélvicos depende da quantidade de
movimento da parte inferior da coluna. Os padrões pélvicos são considerados isolados do
tronco se não ocorrer aumento da flexão ou extensão da região lombar. Dependendo da
resistência aplicada pode-se facilitar o reforço das atividades do tronco e membros
inferiores.

Diagonal Primitiva de Cintura Pélvica

 Ântero-Depressão
CM: 2 mãos na crista ilíaca anterior.

PA: desloque a pelve para cima e para trás em direção a pôstero elevação.
Cuidado para não realizar rotação de tronco.

CV: leva o quadril pra frente em direção ao pé

 Póstero-Elevação
CM: 2 mãos na parte posterior da crista iliaca.

PA: empurre a pelve para baixo e para frente (ântero depressão)

CV: leva o quadril pra trás em direção ao ombro

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Diagonal Funcional de Cintura Pélvica

 Antero-Elevação
CM: 2 mãos na crista ilíaca anterior

PA: puxar a crista ilíaca para trás e para baixo em direção a póstero depressão.

CV: leva o quadril pra cima em direção ao ombro oposto

 Póstero-Depressão

CM: 2 mãos no glúteo

PA: empurre a tuberosidade isquiática para cima e para frente, levando a crista
ilíaca em direção à caixa torácica do lado oposto (ântero-elevação).

CV: leva o quadril pra baixo em direção ao pé

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MEMBROS SUPERIORES

O membro superior apresenta duas diagonais:


- diagonal primitiva (extensão-adução-RI / flexão-abdução-RE)
- diagonal funcional (extensão-abdução-RI / flexão-adução- RE)

 Padrão Flexor da Diagonal Primitiva


Flexão, abdução, rotação externa de ombro, cotovelo esticado, supinação,
extensão de dedos e punho, abdução de dedos e abdução de polegar

CM: Distal: mão oposta, polegar na região ulnar e os outros 4 dedos na região
radial do dorso da mão
Proximal: 1/3 médio do antebraço na região anterior

PA: tracione e posicione o membro superior em adução e rotação interna de


ombro, pronação de antebraço, flexão de dedos e punho.

CV: abre os dedos, abre o polegar, punho pra trás, vira o polegar para o nariz,
braço pra cima e pra fora.

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 Padrão Extensor da Diagonal Primitiva
Extensão, adução, rotação interna de ombro, cotovelo esticado, pronação, flexão
de dedos e punho, adução de dedos, flexão e oponência de polegar

CM: Distal: mesma mão, polegar na região ulnar e os 4 dedos na região radial da
palma da mão
Proximal: 1/3 médio do antebraço na região posterior

PA: tracione e posicione o membro em abdução e rotação externa de ombro,


extensão de cotovelo, supinação de antebraço, extensão de dedos e punho

CV: fecha os dedos, aperta a minha mão, vira o polegar para o umbigo, dobra o
punho, braço na cintura oposta

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 Padrão Flexor da Diagonal Funcional
Flexão, adução, rotação externa de ombro, cotovelo esticado, supinação, flexão
radial de punho, flexão e adução de polegar e flexão dos dedos.

CM: Distal: mão oposta, 4 dedos na palma da mão do lado ulnar e o polegar na
região radial.
Proximal: região anterior do antebraço

PA: tracione e posicione o membro superior em abdução e rotação interna de


ombro, póstero depressão da escápula, extensão de cotovelo, pronação de antebraço,
extensão de dedos e punho.

CV: aperta a minha mão, vira o polegar para fora, dobra o punho, leva o braço pra
cima e para trás do rosto

 Padrão Extensor da Diagonal Funcional


Extensão, abdução, rotação interna de ombro, póstero depressão da escápula,
pronação de antebraço, extensão de dedos e punho.

CM: Distal: mesma mão, polegar na região ulnar e os 4 dedos na região radial do
dorso da mão
Proximal: 1/3 médio do antebraço na região posterior

PA: tracione e posicione o membro superior em adução e rotação externa de


ombro, antero-elevação da escápula, flexão (ou extensão) de cotovelo, supinação de
antebraço, flexão de dedos e punho

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CV: levanta os dedos, roda o polegar para o umbigo, levanta o punho, braço para
baixo e para fora.

MEMBROS INFERIORES

O membro inferior possui duas diagonais:


- diagonal funcional: extensão-abdução-RI / flexão-adução-RE
- diagonal primitiva: extensão-adução-RE / flexão-abdução-RI

 Padrão Flexor da Diagonal Primitiva


Flexão, abdução, rotação interna de quadril, joelho esticado, dorsiflexão, eversão
pé e abdução dos dedos

CM: Distal: 4 dedos apóia no dorso do pé do lado fibular e o polegar do lado tibial
(polegar direcionado ao calcanhar)
Proximal: 4 dedos na face anterior externa da coxa, acima da patela

PA: tracione e posicione o membro inferior do paciente em adução e rotação


externa de quadril, extensão de joelho, flexão plantar e inversão de tornozelo.

CV: levanta a ponta do pé, levanta os dedos, calcanhar para fora, perna para cima
e para fora

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 Padrão Extensor da Diagonal Primitiva
Extensão, adução, rotação externa de quadril com joelho esticado, flexão plantar,
inversão pé, com flexão e adução dedos

CM: Distal: 4 dedos apóia na planta do pé do lado fibular e o polegar do lado tibial
Proximal: palma da mão na face posterior interna da coxa

PA: tracione e posicione o membro inferior do paciente em flexão, abdução e


rotação interna de quadril, extensão de joelho, dorsiflexão e eversão de tornozelo.

CV: ponta de pé, calcanhar para dentro, perna para baixo e para dentro

 Padrão Flexor da Diagonal Funcional


Flexão, adução, rotação externa de quadril, joelho esticado, dorsiflexão e inversão
do pé com extensão e adução de dedos.

CM: Distal: mesma mão, 4 dedos apóia no dorso do pé do lado tibial e o polegar do
lado fibular.

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Proximal: 4 dedos na face interna anterior da coxa

PA: tracione e posicione o membro inferior do paciente em extensão, abdução e


rotação interna de quadril, extensão de joelho, flexão plantar e eversão de tornozelo.

CV: levanta os dedos, vira o calcanhar para dentro, perna para cima e para dentro

 Padrão Extensor da Diagonal Funcional


Extensão, abdução, rotação interna de quadril, flexão plantar e eversão de
tornozelo

CM: Distal: região dorsal do pé do paciente


Proximal: região anterior do joelho

PA: tracione e posicione o membro inferior do paciente em flexão, adução e


rotação externa de quadril, extensão de joelho, dorsiflexão e inversão de tornozelo.

CV: ponta de pé, calcanhar para fora, perna para baixo e para fora

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Adler, S.S.; Beckers, D.; Buck, M. PFN: Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva.


São Paulo: Manole, 1999.

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