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Objetivo da Unidade:
ʪ Material Teórico
ʪ Material Complementar
ʪ Referências
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ʪ Material Teórico
Introdução
Esperamos e acreditamos que esse sentimento de querer saber mais, que você deve estar
saboreando neste momento, não fique só na vontade, mas o(a) impulsione e motive a buscar
sempre mais, pesquisando, participando de fóruns, de oficinas e de todos os eventos
presenciais que tiver oportunidade, pois, como já dissemos, é muito importante que você seja
um estudante da Disciplina e não apenas um(a) aluno(a) e, a diferença, para quem não se
lembra, está exatamente no interesse em se aprofundar cada vez mais no assunto, ou ficar
somente com as informações e o conhecimento construídos durante as nossas conversas que,
aliás, foram de excelente aproveitamento, e podemos dizer isso com muito embasamento,
porque, do contrário, você não teria chegado até esta Unidade.
No entanto, podemos garantir que, apesar de todos os temas que abordamos até aqui, eles não
esgotam o assunto, pois Primeiros Socorros é uma Disciplina que faz interface com
praticamente todas as Áreas do Conhecimento, sendo também bastante dinâmica em seus
diversos procedimentos.
Então, o que vimos, foram as diretrizes para oferecermos um atendimento com a melhor
qualidade possível para cada situação proposta.
Entretanto, cabe sempre lembrar-se de que cada ocorrência terá as suas particularidades, o que
vai exigir que você faça aquela análise inicial do cenário apresentado, e adote sempre as
melhores e mais seguras decisões em sua avaliação.
Na carreira como Bombeiro Militar, o conteudista atuou, por muitos anos no Atendimento Pré-
Hospitalar, nas viaturas de Resgate, e ele diz que se tivessem dez ocorrências de queda de moto,
por exemplo, em um único dia de plantão (considerando que são plantões de 24 horas),
nenhuma delas era igual, simplesmente porque o cenário e as circunstâncias não eram as
mesmas.
Então, eles aplicavam os Procedimentos Operacionais Padrão, chamados de POP, porém, sempre
com as devidas e necessárias adequações.
Bom, então, para iniciarmos esta Unidade, vamos apresentar os temas que estudaremos.
Você deve ter observado que, até agora, tratamos de várias emergências clínicas, mas não
falamos ainda de casos de traumas, e esse tipo de ocorrência, infelizmente, está muito presente
nas nossas diversas atividades de rotinas diárias.
Por isso, nesta Unidade, a nossa conversa vai ser sobre lesões que envolvam entorse, luxações e
fraturas, que são chamadas de musculoesqueléticas.
E, já apresentando o assunto, a primeira pergunta é: você sabe qual a diferença entre esses três
temas?
Bem, se ainda não sabe, não se preocupe, pois esse é exatamente o objetivo desta Unidade e, ao
final dela, você, certamente, vai estar muito melhor orientado(a) e, também, mais confiante
para que, se for necessário, atuar em atendimento às vítimas de traumas.
Lesões Musculoesqueléticas
Como já afirmamos anteriormente, voltando a falar um pouco de Anatomia, vamos lembrar que
o corpo humano é formado por um conjunto de ossos (chamado de esqueleto), que se unem por
estruturas conhecidas como ligamentos, camadas de músculos, tendões e outros tecidos
conjuntivos.
O esqueleto que sustenta e protege o corpo, é composto de 206 (duzentos e seis) ossos, 6 (seis)
tipos de articulações e mais de 600 (seiscentos) músculos que juntos dão sustentação, forma e
permitem a realização dos nossos movimentos.
Em relação à classificação dos ossos do esqueleto, ela se dá conforme seu tamanho e formato,
podendo ser: longos, curtos, planos, irregulares e sesamoides.
Ossos irregulares: não apresentam uma forma geométrica definida. Como exemplo,
podemos citar as vértebras da coluna;
Entorse
É uma lesão normalmente provocada por movimentos repentinos e violentos, que ocorre no
joelho, no tornozelo, nos polegares e nos dedos.
É caracterizada quando uma articulação é torcida além da sua amplitude normal de movimento,
causando estiramento nos ligamentos, além dos músculos e dos tendões que os ligam aos
ossos, ao sofrerem entorses também podem ser distendidos ou rompidos total ou parcialmente.
Dependendo da gravidade, uma entorse pode, inclusive, deslocar ou até mesmo fraturar os
ossos que formam a articulação atingida.
Essa lesão muscular poderá ocorrer por três motivos distintos: distensão, ruptura ou contusão
profunda.
Como seu diagnóstico, sem o emprego de um exame por imagens, pode ser confundida com
uma fratura.
É sempre melhor e de bom tom tratar uma entorse como se fosse uma fratura, e os
procedimentos para isso nós veremos logo mais.
Procedimentos de APH
Evitar que a vítima apoie seu peso corporal sobre a parte lesionada;
Luxação
A luxação é uma lesão na qual as extremidades ósseas que formam uma articulação ficam
deslocadas, permanecendo desalinhadas e sem contato entre si, comprometendo a cápsula
articular e, consequentemente, a harmonia dos movimentos da articulação.
O desencaixe de um osso da articulação (luxação) pode ser causado por uma pressão intensa ou,
também, por uma violenta contração muscular, deixando o osso em uma posição anormal,
podendo, inclusive, haver uma ruptura dos ligamentos.
As regiões mais propensas a sofrer esse tipo de lesão são: ombro, joelho, quadril, cotovelo,
tornozelo e os dedos da mão.
Sinais e Sintomas
Os sinais e sintomas mais comuns de uma luxação também são semelhantes aos de uma lesão
de fratura, ou seja: dor intensa, edema e limitação funcional, sendo a deformidade o principal
sinal apresentado.
Outra complicação que uma luxação pode acarretar é a paralisia ou o entorpecimento da área
logo abaixo da região luxada, devido à possibilidade de a extremidade óssea afetada estar
pressionando um nervo e, se essa pressão for sobre um vaso sanguíneo, pode também provocar
a perda ou a redução da circulação e pulso logo abaixo da região luxada.
Nesse caso, é importante que se monitore a circulação capilar.
Procedimentos de APH
Lembrando-se de que é bastante difícil distinguir a luxação de uma fratura, pois elas apresentam
sinais e sintomas muito parecidos, os procedimentos devem ser como se fosse um caso de
fratura.
Assim:
A imobilização deve atingir uma articulação antes e outra depois do ponto da lesão, a
fim de reduzir ou evitar qualquer tentativa de movimentação;
#ParaTodosVerem: Ilustração de uma perna imobilizada com uma tala, uma luz
vermelha em destaque na área do dorso do pé, indicando o suposto local da
lesão. Fim da descrição.
Fraturas
Podemos definir uma fratura como sendo a perda, total ou parcial, da continuidade de um osso.
As fraturas podem ser expostas ou fechadas, sendo que, nas fraturas fechadas, não há o
rompimento da pele sobre a lesão, enquanto nas expostas há, ou seja, o osso fraturado fica
exposto ao meio ambiente, possibilitando sangramentos e aumentando o risco de uma infecção.
Principais Causas
Podemos afirmar que as principais causas de acidentes que resultam em fraturas são: acidentes
automobilísticos, motociclísticos, com bicicletas, quedas de skates e patins em pessoas jovens,
quedas em desnível (altura), porém, pessoas idosas também podem sofrer fraturas mesmo por
quedas da própria altura.
Tipos de Fraturas
A classificação do tipo da fratura é definida de acordo com seu aspecto, podendo ser:
Fratura em Galho Verde: este tipo é muito comum em crianças sendo que a fratura é
incompleta, pois atravessa apenas uma parte do osso;
Fratura em Fissura: situação em que as bordas ósseas ainda estão muito próximas,
como se fosse uma pequena rachadura ou fenda em uma parede;
Fratura Espiral: estas fraturas normalmente são decorrentes de lesões que ocorrem
com uma torção, sendo que, neste tipo, o traço de fratura encontra-se ao redor e
através do osso;
Você se lembra?
Quanto à força do impacto em uma lesão, ela pode ser:
Indireta: quando a força afeta uma extremidade e a lesão ocorre num ponto distante
local do impacto;
Força de torção: quando a fratura ocorre por uma torção, sendo que uma parte do
osso é torcida, enquanto a outra parte permanece imóvel.
Nos casos em que a força do impacto tenha sido suficiente para suspeitar de ter provocado
danos à pelve ou ter causado graves lesões na cabeça ou na face, temos de considerar sempre a
possibilidade de a vítima ter sofrido também lesões na coluna vertebral, o que aumenta
consideravelmente a gravidade da situação e exige maior atenção e cuidados durante as
manobras de imobilização.
Sinais e Sintomas
Deformidade: a fratura produz uma posição anormal ou angulação num local que
não tem articulação;
Secção de tecido: o osso ou parte dele rompe o tecido e se retrai para sua posição
original ou interna;
Procedimentos de APH
Cobrir ferimentos com gaze estéril seca, em caso de exposição do osso, fixando o
curativo com atadura de crepe ou bandagem triangular;
Avaliar o pulso distal, da extremidade afetada, logo após a imobilização e, caso haja
alterações vasculares ou neurológicas, refaça a imobilização;
Fique atento(a)...
É muito importante que você não se distraia das prioridades por causa de uma fratura que cause
uma deformidade impressionante, e isso pode facilmente acontecer.
Alivia a dor;
Auxilia no transporte.
A seguir, alguns materiais e acessórios podem ser utilizados em uma imobilização, lembrando-
se de que a criatividade é sempre muito bem-vinda nessas ocasiões, desde que não agrave a
situação da vítima:
Em Síntese
Chegamos ao final de mais uma Unidade, na qual estudamos temas
relacionados a ocorrências de traumas ortopédicos, definimos as
lesões musculoesqueléticas, suas principais causas e consequências,
transitamos pela entorse, trazendo suas características, sinais e
sintomas e seu tratamento, assim como falamos dos mesmos itens
sobre a luxação e fraturas, fechando a Unidade conversando sob vários
aspectos das fraturas, seus diversos tipos, as técnicas e os benefícios
de uma imobilização, além de citarmos alguns materiais que serão
utilizados para essa atividade.
ʪ Material Complementar
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ACESSE
ACESSE
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ʪ Referências
CAVEIÃO, C. et al. Emergências: o que fazer antes da chegada do socorro especializado? (livro
eletrônico) Curitiba: Intersaberes, 2022. p. 126. Disponível em:
<https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/201354/pdf/0>. Acesso em: 02/10/2022.
LAMBERT, E. G. Guia Prático de Primeiros Socorros. 3. ed. São Paulo: Rideel, 2013.
ROCHA, D. C. (org.) et al. Urgência e Emergência: estudos teóricos e práticos. Belém: Neurus.
2022. p.108
SÃO PAULO. Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo. Manual de Resgate –
Coletânea de Manuais Técnicos de Bombeiros. São Paulo: Corpo de Bombeiros, 2006.