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CAPÍTULO 2 – O SETOR RODOVIÁRIO

2.1 – A REDE RODOVIÁRIA NACIONAL

TRAÇADO GEOMÉTRICO DE ESTRADAS


As vias de transporte são classificadas segundo diversos critérios. Os
CAPÍTULO 2 – O SETOR RODOVIÁRIO principais fatores intervenientes são: o tráfego, o relevo, a hierarquia, a jurisdição,
a função da rodovia, o tipo de construção e a localização. A Rede Rodoviária
Nacional é classificada em sistemas e classes de acordo com os níveis de
mobilidade de tráfego e acesso que a via oferece.

Tairine Cristine Bertola Cruz


MSc. em Gestão do Ambiente Construído
Esp. em Docência do Ensino Superior
tairinecruz@unipac.br Traçado Geométrico de Estradas MSc. Tairine Cristine Bertola Cruz

CAPÍTULO 2 – O SETOR RODOVIÁRIO CAPÍTULO 2 – O SETOR RODOVIÁRIO

2.1 – A REDE RODOVIÁRIA NACIONAL 2.1 – A REDE RODOVIÁRIA NACIONAL

O Código Brasileiro de Trânsito – CTB ( Lei Federal n° 9.503, de 20 de


A função de uma via representa o tipo de serviço que ela proporciona
setembro de 1997) dispõe que as vias são classificadas hierarquicamente conforme
(finalidade do deslocamento). Existem três critérios de classificação das rodovias:
a função que exercem.

§ VIAS URBANAS: conceituadas como ruas, avenidas, vielas ou caminhos e similares


abertos à circulação pública, situados na área urbana, caracterizados principalmente § Classificação funcional;
por possuírem imóveis edificados ao longo de sua extensão.
§ Classificação técnica;
§ VIAS RURAIS: são conceituadas como vias em que o traçado ocorre fora do
§ Classificação administrativa.
ambiente urbano e portanto rural. Mesmo as grandes rodovias de enorme fluxo de
veículos, são designadas de vias rurais.

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2.2 – FUNCIONALIDADE DE UMA VIA URBANA 2.2 – FUNCIONALIDADE DE UMA VIA URBANA

§ VIAS DE TRÂNSITO RÁPIDO/EXPRESSA (ISOLADAS): são vias caracterizadas por


Conforme sua funcionalidade, as vias urbanas são classificadas em: acessos especiais com trânsito livre (sem qualquer tipo de interseção).

§ VIAS DE TRÂNSITO RÁPIDO;


Sem acessibilidade aos lotes
§ VIAS ARTERIAIS; lindeiros (via isolada).

§ VIAS COLETORAS;
Acessos especiais (não há
§ VIAS LOCAIS. interferência no fluxo de trânsito dos
veículos que já se encontram na
via).

Linha Amarela (Rio de Janeiro)


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2.2 – FUNCIONALIDADE DE UMA VIA URBANA 2.2 – FUNCIONALIDADE DE UMA VIA URBANA

§ VIAS DE TRÂNSITO RÁPIDO (ISOLADAS): § VIAS ARTERIAIS: são vias caracterizadas por interseções, geralmente controladas por
semáforos, com acessibilidade aos lotes lindeiros e às vias secundárias e locais. Possibilitam o
trânsito entre as regiões da cidade (fazem a ligação entre bairros).

Sem travessia de pedestres


(viabilizada apenas por elementos
específicos, como uma passarela).
Geralmente controladas por
semáforos.
Sem cruzamentos ou interseções.

Possui acessibilidade para as vias


secundárias locais.
Linha Amarela (Rio de Janeiro)
Av. Comendador Franco (Curitiba)

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2.2 – FUNCIONALIDADE DE UMA VIA URBANA 2.2 – FUNCIONALIDADE DE UMA VIA URBANA

§ VIAS ARTERIAIS: § VIAS COLETORAS: são vias destinadas a coletar e distribuir o trânsito entre as vias de trânsito
rápido ou arteriais à demais regiões da cidade, possibilitando o trânsito interno.

Possuem acessibilidade aos lotes


lindeiros e, dependendo do fluxo de
carros, podem ser controladas por
Acessibilidade aos lotes lindeiros.
semáfaros.

Av. Comendador Franco (Curitiba) Rua Holanda (Curitiba)

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2.2 – FUNCIONALIDADE DE UMA VIA URBANA 2.2 – FUNCIONALIDADE DE UMA VIA URBANA

§ VIAS LOCAIS: são vias destinadas apenas ao acesso local ou a áreas restritas (vias com
menor fluxo).

Possuem interseções não


semaforizadas.

Rua Manoel José Serpa (São Carlos)

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2.2 – FUNCIONALIDADE DE UMA VIA URBANA 2.2 – FUNCIONALIDADE DE UMA VIA URBANA

Tipo de via urbana Semáforos Cruzamentos Características


Expressa NÃO NÃO Liga bairros

Arterial SIM SIM Liga bairros

Coletora SIM SIM Está dentro de um bairro

Local NÃO SIM Está dentro de um bairro

A velocidade é determinada de acordo com a


municipalidade.

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2.2 – FUNCIONALIDADE DE UMA VIA URBANA 2.3 – FUNCIONALIDADE DE UMA VIA RURAL

Conforme o tipo de construção, as vias rurais são classificadas em:

§ RODOVIAS;

§ ESTRADAS.

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2.3 – FUNCIONALIDADE DE UMA VIA RURAL 2.3 – FUNCIONALIDADE DE UMA VIA RURAL

§ RODOVIAS: são vias rurais pavimentadas, onde o limite de velocidade varia em função § RODOVIAS:
dos tipos de veículos.

- Rodovias de pista dupla:


• 110 km por hora para carros para automóveis, camionetas e motocicletas;
• 90 km por hora para os demais veículos.

- Rodovias de pista simples:


• 100 km por hora para carros para automóveis, camionetas e motocicletas;
• 90 km por hora para os demais veículos.

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2.3 – FUNCIONALIDADE DE UMA VIA RURAL 2.3 – FUNCIONALIDADE DE UMA VIA RURAL

§ RODOVIAS: § ESTRADAS: são vias rurais não pavimentadas, também conhecidas como estrada de terra. O
limite de velocidade em um estrada é de 60 km por hora.

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2.3 – FUNCIONALIDADE DE UMA VIA RURAL 2.4 – CLASSIFICAÇÃO TÉCNICA DAS RODOVIAS

De acordo com as localidades, as rodovias são classificadas em: Em função da posição hierárquica da via, do nível de serviço, do volume
médio diário de tráfego e de outras condicionantes, o DNIT classifica as rodovias em:

§ SISTEMA PRINCIPAL: rodovias que atendem viagens internacionais e inter-regionais.


Conectam cidades com população acima de 150.000 habitantes.
§ CLASSE 0: via expressa ou de classe especial, considerada como do mais elevado
padrão técnico, com cruzamentos em desnível, com controle total de acesso e
§ SISTEMA PRIMÁRIO: rodovias que atendem viagens inter-regionais e interestaduais.
bloqueio total de pedestres. O critério de seleção dessas rodovias será o de decisão
Conectam cidades com população acima de 50.000.
administrativa dos órgãos competentes (DNIT).

§ SISTEMA SECUNDÁRIO: rodovias que atendem viagens inter-regionais. Conectam


cidades com população acima de 10.000.

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2.4 – CLASSIFICAÇÃO TÉCNICA DAS RODOVIAS 2.4 – CLASSIFICAÇÃO TÉCNICA DAS RODOVIAS

§ CLASSE I: são subdivididas em rodovias de CLASSE IA (pista dupla) e CLASSE § CLASSE II: rodovia de pista simples, suportando volumes de tráfego diário médio no
IB (pista simples). As de classe IA possuem controle parcial de acesso e são ano-horizonte compreendidos entre 700 e 1.400 veículos bidirecionais.
previstas para atenderem situações em que os volumes de tráfego causam níveis
de serviços inferiores ao nível “C” para regiões planas ou onduladas ou nível “D”
§ CLASSE III: rodovia de pista simples, suportando volumes de tráfego diário médio
para regiões montanhosas ou urbanas, numa pista simples. O número total de
no ano-horizonte compreendidos entre 300 e 700 veículos bidirecionais.
faixas será função dos volumes de tráfego previstos para o ano-horizonte de
projeto.
§ CLASSE IV: rodovia de pista simples, suportando volumes tráfego diário médio no
ano-horizonte com valores inferiores a 300 veículos bidirecionais.

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2.4 – CLASSIFICAÇÃO TÉCNICA DAS RODOVIAS 2.4 – CLASSIFICAÇÃO TÉCNICA DAS RODOVIAS

O Nível de Serviço é definido como uma medida qualitativa das condições


de operação, conforto e conveniência de motoristas, e depende de fatores como:
liberdade na escolha da velocidade, finalidade para mudar de faixas nas
ultrapassagens e saídas e entradas na via e proximidade dos outros veículos.
Classifica-se as rodovias em A, B, C, D, E e F. O nível A corresponde às melhores
condições de operação e o nível de serviço F às piores.

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CAPÍTULO 2 – O SETOR RODOVIÁRIO EXERCÍCIOS

2.5 – CLASSIFICAÇÃO ADMINISTRATIVA 1. Leia o trecho abaixo:


“Vias com ..... mobilidade tendem a ter maiores limites de velocidade e ..... pontos de acesso. Já
ü ADMINISTRAÇÃO DIRETA: a responsabilidade pelos programas de operação, nas vias com ..... mobilidade, mas ..... acessibilidade, as velocidades são reduzidas para
manutenção, conservação, restauração e construção está a cargo do DNIT. proporcionar segurança nas entradas e saídas”.

ü RODOVIA DELEGADA: a responsabilidade pelos programas de operação, Assinale a alternativa que completa corretamente as sentenças:

manutenção, conservação, restauração ou construção foi transferida ao Município,


Estado ou Distrito Federal através de convênio de delegação firmado com o DNIT. a) alta / muitos / alta / alta.

ü RODOVIA CONCEDIDA: sua exploração foi concedida por processo de b) baixa / poucos / alta / alta.

transferência à iniciativa privada, cabendo à empresa vencedora da licitação, por c) alta / poucos / alta / baixa.

prazo determinado, todos os trabalhos necessários para as boas condições da d) alta / poucos / baixa / alta.

estrada, além de proporcionar serviços adequados aos seus usuários, através da e) baixa / muitos / baixa / alta.

cobrança de pedágio, revertendo, ao final do período, a rodovia ao poder


concedente, em perfeito estado de condição física.
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EXERCÍCIOS EXERCÍCIOS

2. A classificação chamada funcional estabelece a hierarquia do sistema 3. Promover ligações entre cidades e grandes centros geradores de tráfego, capazes
viário, subdividindo-se em: de atrair viagens de longa distância, é característica do sistema funcional:

a) pavimentada, cascalhada e de chão batido. a) arterial.


b) principal, coletora e vicinal. b) coletor secundário.
c) autoestrada, coletora e local. c) coletor primário.
d) pavimentada, arterial e local. d) local.
e) arterial, coletora e local. e) fundamental.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CARVALHO, Carlos Alexandre Braz de et al. Estradas - Projeto: introdução, concordância horizontal,
superelevação e superlargura. Viçosa: UFV, 1997. 64 p. il.

VALENTE, Amir Mattar; PASSAGLIA, Eunice; NOVAES, Antonio galvão. Gerenciamento de


transportes e frotas. Revisão de Janice Yunes. São Paulo: Pioneira, 2001. 215 p. il. (Biblioteca de
Administração e Negócios). ISBN 85-221-0051-9.

BORGES, Alberto de Campos. Topografia: aplicada à engenharia civil. São Paulo: Edgard Blücher,
2006. v.2. 232 p. il. ISBN 85-212-0131-1.
Pinto, Salomão; Pinto, Isaac Eduardo. Pavimentação asfáltica. Rio de Janeiro: LTC, 2015. ISBN 978-
85-216-2916-0.

Daibert, João Dalton. Topografia. São Paulo: Erica, 2015. ISBN 9788536518817.
Bibliografia complementar

BORGES, Alberto de Campos. Topografia aplicada à engenharia civil. 2.ed.rev.ampl. São Paulo:
Blucher, c1977-2010. v.1 e 2. 191 p.

Castiglioni, José Antonio de Mattos; Nascimento, Francisco Carlos do. Custos de processos logísticos.
São Paulo: Erica, 2014. ISBN 9788536511016.

DIAS, Genebaldo Freire. Educação ambiental: princípios e práticas. 6.ed. rev. ampl. São Paulo: Gaia,
2000. 551 p. il. ISBN 85-85351-09-8.
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