Você está na página 1de 13

Exacta

ISSN: 1678-5428
exacta@uninove.br
Universidade Nove de Julho
Brasil

Saviotti Cerqueira, Uryan Augusto


Métodos QFD e FMEA para o desenvolvimento de novo produto - conceituação e estudo de caso
Exacta, vol. 9, núm. 1, 2011, pp. 29-40
Universidade Nove de Julho
São Paulo, Brasil

Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=81018619003

Como citar este artigo


Número completo
Sistema de Informação Científica
Mais artigos Rede de Revistas Científicas da América Latina, Caribe , Espanha e Portugal
Home da revista no Redalyc Projeto acadêmico sem fins lucrativos desenvolvido no âmbito da iniciativa Acesso Aberto
DOI: 10.5585/Exacta.v9i1.2406 Artigos

Métodos QFD e FMEA para


o desenvolvimento de novo produto –
conceituação e estudo de caso
QFD and FMEA methods for a new product development –
conceptualization and case study

Uryan Augusto Saviotti Cerqueira


Bacharel em Engenharia de Produção – Universidade Presidente
Antônio Carlos – Unipac.
Conselheiro Lafaiete – MG [Brasil]
uryansaviotti@gmail.com

Algumas ferramentas da qualidade são utilizadas e adaptadas para oferecer


suporte às atividades de planejamento e desenvolvimento de novos produtos.
Dessa forma, neste trabalho tem-se como objetivo utilizar os métodos QFD
(Quality Function Deployment ou Desdobramento da Função Qualidade) e
FMEA (Failure Mode and Effect Analysis ou Análise de Modo e Efeito de
Falhas), visando o atendimento da qualidade exigida pelo cliente, oriundo do
QFD, e da confiabilidade do produto, proveniente do FMEA. Neste estudo,
mostra-se a importância de distribuir a garantia da qualidade durante o
desenvolvimento de um novo produto e como ela é decisiva para agregar
valor ao produto final, levando em consideração a percepção do consumi-
dor e a melhoria de sua satisfação por meio de uma solução antecipada de
problemas. Os resultados, obtidos nesta pesquisa, apontam a utilidade dos
métodos propostos para o desenvolvimento do conceito do produto final,
sendo estes dados hierarquizados e implantados.
Palavras-chave: Desenvolvimento de novos produtos. FMEA. QFD.

Some tools of quality are used and adapted to offer support to the planning
activities and development of new products. In that way this project has as
objective used the methods QFD (Quality Function Deployment) and FMEA
(Failure Mode and Effect Analysis) aiming the service of the customer’s
demanded quality, originating from QFD, and of the product’s reliability,
coming from FMEA. The project shown the importance of distributing the
quality’s warranty during the development of this new product, and how it’s
decisive to join value to the final product, taking the consumer’s perception
into consideration and the improvement of yours satisfaction through an an-
ticipated problems solution. The results obtained, in this research, point the
usefulness of the methods proposed for the development of the final product
concepts, being these data ranked and implanted.
Key words: Development of new products. FMEA. QFD.

Exacta, São Paulo, v. 9, n. 1, p. 29-40, 2011. 29


Métodos QFD e FMEA para o desenvolvimento de novo produto – conceituação e estudo de caso

o atendimento das necessidades dos clientes. Em


1 Introdução
1966, as primeiras tentativas de uso desse méto-
O Desdobramento da Função Qualidade do foram realizadas nos estudos por Yoji Akao e
(Quality Function Deployment – QFD) e a Shigeru Mizuno.
Análise do Modo e Efeito de Falhas (Failure Mode Segundo Akao (1990), o QFD é a conversão
and Effects Analysis – FMEA) foram utilizados dos requisitos do consumidor em características
em conjunto, neste estudo, em razão de um méto- de qualidade do produto e o desenvolvimento da
do complementar o outro no desenvolvimento de qualidade de projeto para o produto acabado por
novos produtos. Cheng e Melo Filho (2007) tam- meio de desdobramentos sistemáticos das relações
bém usaram essa integração, sendo o QFD usado entre os requisitos do consumidor e as caracterís-
primeiro para tornar disponíveis as partes mais ticas do produto. Esses desdobramentos iniciam-
importantes de um produto, visando à satisfação se com cada mecanismo e se estendem para cada
dos clientes, e, logo após, o FMEA é empregado componente ou processo. A qualidade global do
em cada uma dessas partes, seguindo a ordem produto será formada por essa rede de relações.
priorizada pelo QFD, para evitar falhas no pro- Com efeito, Cheng e Melo Filho (2007), definem o
cesso de fabricação de novos produtos. QFD como uma forma de comunicar sistematica-
Rebelato et al. (2008) confirmam que as sa- mente informação relacionada com a qualidade e
ídas básicas do QFD são as priorizações dos re- de explicar de maneira ordenada o trabalho rela-
quisitos do cliente, enquanto o FMEA tem como cionado com a obtenção da qualidade.
entradas os próprios requisitos e informações rela- A primeira fase de desdobramentos no QFD
tivas de cada função do produto. corresponde ao processo de desdobramento da
Essas duas ferramentas são utilizadas pelas qualidade, seguida dos desdobramentos da tec-
indústrias que têm o desafio de identificar os de- nologia, dos custos e, por fim, da confiabilidade.
sejos dos consumidores, aproveitar as chances do Entretanto, Akao (1996) aponta ser interessante,
mercado e transformá-las em produtos, fabricados ao desenvolver o primeiro produto, elaborar ape-
de acordo com os custos programados, com a qua- nas o desdobramento da qualidade e, pela experi-
lidade necessária em um curto espaço de tempo e ência adquirida, introduzir aos poucos os outros
com o mínimo de falhas. desdobramentos. Assim, no entendimento desse
Dessa maneira, o objetivo neste trabalho é autor, não se deve tentar ser perfeito desde o iní-
demonstrar a contribuição das ferramentas QFD cio, e sim procurar elevar gradativamente o nível,
e FMEA, simultaneamente, para garantir a qua- por meio dos conhecimentos adquiridos.
lidade de um novo produto. Os aspectos teóricos Portanto, neste artigo serão elaboradas as ma-
trizes da qualidade e do produto para a obtenção e
das duas metodologias são aplicadas a um caso
desenvolvimento do conceito de um novo produto.
real de desenvolvimento de produto, por meio de
etapas que são necessárias as revisões da qualida-
de e falhas críticas. 2.2 Análise do Modo e Efeito
de Falhas (FMEA)
O FMEA é um método com o qual se pro-
2 Referencial teórico
cura prevenir, diminuir ou impedir que ocorram
erros no projeto do produto ou do processo de
2.1 Desdobramento da Função
produção, por meio de análises das falhas, prio-
Qualidade (QFD)
O QFD é uma metodologia com a qual se ob- rizadas em razão do nível de ocorrência, das hi-
jetiva gerenciar os processos de desenvolvimento póteses e da gravidade. Segundo Carbone, (apud
de maneira a manter o foco sempre voltado para MIGUEL; SEGISMUNDO, 2008) essa metodo-

30 Exacta, São Paulo, v. 9, n. 1, p. 29-40, 2011.


CERQUEIRA, U. A. S. Artigos

logia surgiu em 1949 na indústria militar ame- falha; Detecção (“D”), para analisar a capacida-
ricana; e, nos anos 60, a NASA, por meio do de dos controles atuais em identificar o modo de
Apollo Space Program, foi a pioneira no seu de- falha subsequente antes que ela realmente ocorra
senvolvimento e evolução. e, além desses, o Número de Prioridade de Risco
De acordo com Slack et al. (1999, p. 487), (NPR), que seria a multiplicação básica dos três
“[…] o objetivo da análise do efeito e modo de índices, gerando o valor do risco.
falhas é identificar as características do produto O NPR determina a ordem prioritária das
ou serviço que são críticos para vários tipos de falhas na qual se deve ter uma atenção especial.
falha”. Conforme Baxter (1998, p. 249), “[…] a Portanto, quanto maior for o valor encontrado
análise das falhas é um método para estimar as no resultado do cálculo, maior será a prioridade
falhas potenciais de um produto, avaliando-se a para sua análise. Entretanto, Puente (2002) pro-
sua importância relativa. Essa análise considera põe que, se em algum caso o índice de severidade
separadamente os tipos de falhas e seus efeitos so- for bastante alto, a atenção pode ser dada a esse
bre o consumidor”. E Cheng e Melo Filho (2007,
modo de falha, mesmo se o valor de NPR for alto
p. 230) comentam que, “[…] o FMEA auxilia na
em outro modo de falha.
identificação das falhas críticas em cada parte ou
processo de nível mais elementar, e suas causas e
2.3 O Processo de
efeitos nos níveis hierárquicos superiores”.
desenvolvimento de produtos
Helman e Andery (1995) definem que os se-
O objetivo em desenvolver produtos é basica-
guintes passos devem ser habitualmente seguidos
mente de satisfazer os clientes, atendendo às suas
para a condução de uma análise em que se utilize
expectativas, aumentando assim a competitivida-
o FMEA: (i) definir a equipe responsável pela exe-
de da empresa. É necessária uma análise precisa
cução; (ii) determinar os itens do sistema que serão
das tendências, gostos pessoais, e o mercado po-
considerados; (iii) preparação prévia e coleta de da-
tencial para entender as exigências do mercado e
dos, e (iv) análise preliminar dos itens considerados.
satisfazê-las.
Já Fernandes e Rebelato (2006) indicam as
Nas empresas de países desenvolvidos, au-
seguintes etapas: (i) identificação de modos de fa-
mentam-se a variedade, a frequência e a quanti-
lha conhecidos e potenciais; (ii) identificação dos
efeitos e da severidade de cada modo de falha; (iii) dade de novos produtos. Esses procedimentos in-
identificação das possíveis causas e probabilidades troduzidos no mercado proporcionam ganhos em
de ocorrência para cada modo de falha; (iv) identi- termos de competitividade, assim, cada vez mais,
ficação dos modos de falha e sua probabilidade de as empresas saem de suas crises ou prosperam
detecção e; (v) avaliação do potencial de risco de em seus negócios devido à inovação de produtos
cada modo de falha e definição de medidas para (TAKAHASHI, S.; TAKAHASHI, P., 2007).
sua eliminação ou redução. De acordo com Rozenfeld et al. (2006), o
Por sua vez, a Chrysler Corporation et al. desenvolvimento de produtos é um processo de
(2000) determinam que para cada modo de falha negócio cada vez mais crítico em decorrência da
sejam atribuídos três índices: Ocorrências (“O”), internacionalização dos mercados, do aumento da
para determinar a probabilidade de um mecanis- diversidade de produtos e dos seus ciclos de vida
mo ou causa específica vir a ocorrer; Severidade cada vez menores. Assim, novos produtos buscam
(“S”), para avaliar a gravidade do impacto de tal atender a fatias específicas de mercado, incorpo-

Exacta, São Paulo, v. 9, n. 1, p. 29-40, 2011. 31


Métodos QFD e FMEA para o desenvolvimento de novo produto – conceituação e estudo de caso

rando novas tecnologias e se adequando a novos qualidade e na do produto, com a finalidade de


padrões sociais. buscar as informações, a orientação e a alternati-
Conforme Slack et al. (2002), a atividade de va ideal para o desenvolvimento do novo produto.
projeto para o desenvolvimento de um produto As etapas para o desenvolvimento deste trabalho
é dividida em etapas a partir da geração do con- estão dispostas na Figura 1.
ceito, e seguindo por triagem, projeto preliminar, O objetivo em utilizar as duas matrizes é tor-
avaliação e melhoria e, por último, a prototipagem nar a definição dos requisitos das partes do produ-
e projeto final, para então obter o resultado final to mais detalhada, partindo das necessidades bá-
detalhado do produto. sicas dos clientes e chegando à qualidade essencial
que deverá conter para satis­fazê-las. Em seguida,
2.4 Garrafas PET a partir desse atendimento à qualidade, chega-se
O novo produto a ser utilizado como estu- aos requisitos do produto.
do de caso é uma resina Politereftalato de Etileno Por fim, foi utilizado o método FMEA, para
(PET), sendo, portanto, interessante entender o analisar, priorizar ou hierarquizar e discutir o
processo de desenvolvimento da garrafa PET, em modo e efeito das falhas críticas no produto, caso
questão. Conforme Valt (2004) e Santos (2005), a existam, que possam prejudicar este trabalho.
transformação de resina PET em garrafas engloba
processos combinados em uma ou mais máquinas,
seguindo sempre a ordem de moldagem por inje-
ção, estiragem e sopro, como descritos a seguir.
A injeção é iniciada após a produção da
resina, esta é aquecida e injetada em um molde
refrigerado, fixando o formato da pré-forma.
Posteriormente, dá-se início à estiragem e sopro,
Figura 1: Etapas para a utilização do QFD e
momento em que as pré-formas são reaquecidas FMEA no desenvolvimento do produto
até chegarem ao “estado termoplástico”, sendo Fonte: O autor.

introduzidas no molde de sopro. O estiramento é


feito por meio de uma vareta que orienta os fila-
mentos nos sentidos vertical e horizontal. Por fim,
injeta-se o ar comprimido com maior pressão, 4 Resultados e discussões
tendo como finalidade a expansão até entrar em
contato com o molde, gerando assim o formato 4.1 Obtenção do conceito do
final à garrafa. produto
O produto segue os padrões de uma garrafa
PET de dois litros, sendo essa escolhida como mo-
3 Etapas para o delo por ser vista como a que possui a geometria
desenvolvimento do novo mais tradicional e facilmente encontrada no mer-
produto cado, podendo gerar um maior sucesso de venda.
Seu formato e dimensões foram estabelecidos por
As informações obtidas em pesquisas de mer- Santos (2005) na Figura 2. Vale destacar que ela
cado (Apêndice A) foram inseridas na matriz da se diferenciará das outras existentes, por possuir

32 Exacta, São Paulo, v. 9, n. 1, p. 29-40, 2011.


CERQUEIRA, U. A. S. Artigos

um separador de líquidos interno, que permitirá o desenvolvimento do produto voltado ao estabe-


injetar líquidos distintos em seu interior. lecimento das vontades dos clientes, ou seja, para
“o que” o consumidor deseja.
A primeira matriz da qualidade serve de base
para a próxima: a matriz do produto. A infor-
mação adquirida nesta primeira, como visto na
Tabela 1, é usada para identificar os requisitos es-
pecíficos do desenvolvimento do produto, isto é,
a tradução da “voz do cliente”, para definir o que
é mais importante e o que deve ser considerado
Figura 2: Garrafa PET selecionada e suas
respectivas medições como meta no novo produto.
Fonte: Adaptado de Santos (2005, p. 25-26). Os questionários foram elaborados após as
decisões sobre como seria o funcionamento do
Neste trabalho, a garrafa possuirá ainda, produto em geral. As perguntas foram então divi-
o que será denominado de “Módulo Giratório”. didas em níveis, visando captar detalhadamente as
Trata-se de uma pequena peça circular, na qual preferências de como deveria ser o novo produto
uma extremidade é fechada (180º), e a outra, ou como ele poderia ser melhorado por meio da
aberta (180º). Seu funcionamento básico se dá ao “voz do cliente”, isto é, considerando a opinião
rotacionar esse “Módulo Giratório” de maneira a expressada pelo consumidor entrevistado, sendo,
posicionar a extremidade aberta até o ponto em logo após, coletados os dados e inseridos na co-
que o cliente deseja que o líquido seja expelido. luna “Qualidade Exigida” da Tabela 1, a fim de
Essa avaliação do funcionamento da garrafa gerar a qualidade planejada.
foi importante porque, conforme Rozenfeld et al. A linha “Características da qualidade”
(2006), a elaboração da função total do novo pro- da Tabela 1 é composta de itens que podem ser
duto ajuda a sintetizar o que realmente se espera mensurados de alguma forma, tendo como fun-
dele, podendo servir de ponto de partida para o ção transformar as demandas de qualidade dos
processo de elaboração de sua estrutura funcional. clientes em características de projeto, objetivando
estabelecer a qualidade projetada. São “o como”
4.2 Elaboração das matrizes QFD atender o desejo do cliente.
Para entender a aceitabilidade do produto, O peso absoluto de cada uma das qualidades
foram entrevistadas 76 pessoas, escolhidas aleato- exigidas é calculado pela multiplicação do grau de
riamente no universo de possíveis consumidores. importância vs índice de melhoria vs argumento
O questionário utilizado é mostrado no Apêndice de venda. Exemplo: o peso absoluto da qualidade
A. Os resultados apontaram que 62 pessoas (81%) exigida “Sem escapamento de gás” é igual a (grau
consideraram o produto em questão para compra de importância (3) x índice de melhoria (1,5) x ar-
ou aceitável para consumo, 8 (11%) não sabiam o gumento de venda (1,2)) 3 x 1,5 x 1,2 = 5,4.
que responder e apenas 6 (8%) responderam que o O peso absoluto de cada uma das caracte-
projeto seria ruim, ou seja, que não teria a aceita- rísticas da qualidade é calculado pelo somatório
ção do mercado. dos produtos dos pesos absolutos de cada qua-
Tendo em vista a coleta dos dados, outro lidade exigida vs a nota (índice) dada à intensi-
questionário (Apêndice B) foi elaborado visando dade dessa correlação. Exemplo: o peso absoluto

Exacta, São Paulo, v. 9, n. 1, p. 29-40, 2011. 33


Métodos QFD e FMEA para o desenvolvimento de novo produto – conceituação e estudo de caso

Tabela 1: Matriz da qualidade

Fonte: O autor.

Tabela 2: Priorização dos itens da exigência de


da característica da qualidade “Força ao abrir” qualidade
é igual a (peso absoluto da qualidade exigida de Sem misturas com o “Módulo Giratório” parado 12,8%
“Reciclagem semelhante a das garrafas já existen- Fácil de usar 10,3%

tes” (4,8) x nota da correlação entre eles (3) + peso Não machucar os dedos 10,3%
Sem misturas no interior da garrafa 10,3%
absoluto da qualidade exigida de “Reciclagem
Preço levemente superior ao das garrafas já
8,2%
igual a das garrafas já existentes” (4,5) x peso da existentes

correlação entre eles (1) + peso absoluto da qua- Prazo de validade levemente maior do que o
8,2%
das garrafas já existentes
lidade exigida de “Fácil de usar” (7,5) x peso da Preço igual ao das garrafas já existentes 8,2%
corre­lação entre eles (9) + peso absoluto da quali- Sem escapamento de gás 7,4%

dade exigida de “Não machucar os dedos” (7,5) x Reciclagem semelhante a das garrafas já
6,6%
existentes
peso da corre­lação entre eles (9)) 4,8 x 3 + 4,5 x 1 Prazo de validade igual ao das garrafas já
6,2%
+ 7,5 x 9 + 7,5 x 9 = 154. existentes
Reciclagem igual a das garrafas já existentes 6,2%
As Tabelas 2 e 3 apresentam respectivamente
Sem misturas ao rotacionar o “Módulo Giratório” 5,5%
a priorização dos itens da exigência de qualidade e
das características da qualidade. Fonte: O autor.

34 Exacta, São Paulo, v. 9, n. 1, p. 29-40, 2011.


CERQUEIRA, U. A. S. Artigos

Tabela 3: Priorização dos itens das


características da qualidade
volver o produto, ou seja, a Tabela 4, com a qual
Forma 15,2% se objetiva especificar, organizar e hierarquizar
Comprimento 14,5% as partes que compõem o produto e suas caracte-
Largura 14,5% rísticas. Devem ser identificadas as necessidades
Altura 14,5%
dos clientes e transformadas em componentes
Aspecto visual 8,65%
para a formação do produto final. A Tabela 4
Peso 8,13%
Teste de vazamento 8,02% ilustra a Matriz Características da qualidade x
Teste de queda 6,5% Partes do Produto, após a atribuição dos valores
Força ao fechar 5,0% e devidos cálculos.
Força ao abrir 5,0%
O peso absoluto de cada uma das partes do
Fonte: O autor. produto é calculado pelo somatório dos produtos
do grau de importância de cada característica da
Em decorrência dos resultados dessa matriz qualidade vs a nota (índice) dada à parte do pro-
como apresentados pela Tabela 2, foi possível per-
duto desta correlação. Exemplo: o peso absoluto
ceber que, segundo o consumidor, entre os itens
da parte do produto “Localizado na parte frontal
de maior importância para o produto, destacam-
da garrafa” é igual a (grau de importância da ca-
se “Sem misturas com o ‘Módulo Giratório’ para-
racterística da qualidade “Forma” (5) x nota da
do”, “Sem misturas no interior da garrafa”, “Fácil
correlação entre eles (3) + grau de importância
de usar” e “Não machucar os dedos”.
da característica da qualidade “Aspecto visual”
Entre as características da qualidade, en-
(3) x peso da correlação entre eles (9)) 5 x 3 + 3
contradas na Tabela 3, destacam-se a “Forma”,
x 9 = 42.
“Largura”, “Altura” e “Comprimento”, sendo
Os resultados da priorização (Tabela 5) in-
identificadas como – caso sejam qualitativamen-
dicam que as partes mais importantes do produto
te desenvolvidas –, as características de maior
para a qualidade são:
impacto positivo sobre a satisfação dos clientes.
Portanto, o formato (volume) e as dimensões da
garrafa PET tradicional, encontrada atualmente
no mercado, devem ser mantidos. 5 FMEA do produto
O grau de importância relativa mostrado
na Tabela 1 foi obtido por meio de uma regra de Após a obtenção dos índices O, S e D, calcu-
três, utilizando os valores dos pesos absolutos. lou-se o Número de Prioridade de Risco (NPR),
Exemplo: para o peso absoluto 250, o grau de im- conforme mostrado na Figura 3.
portância relativa é (250 x 5) / 468, ou seja, 3. A
importância deste cálculo é que os “resulta­dos”
das características da qualidade (grau de impor- Analisando a Figura 3 do relatório FMEA
tância) fiquem na mesma escala do grau de impor- gerado, é possível observar que há alguns itens de
tância das qualidades exigidas, para então serem alto índice de risco, ou seja, a falha seria inevitá-
inseridos posteriormente na Tabela 4. vel. O caso mais relevante foi o processo de pro-
Com os resultados obtidos por meio da dução da nova garrafa PET, devendo ser adaptado
Tabela 1, foi possível identificar as características ou refeito, pois é necessária a implementação de
gerais que precisam ser consideradas ao se desen- uma parede de separação dos líquidos, além disso,

Exacta, São Paulo, v. 9, n. 1, p. 29-40, 2011. 35


Métodos QFD e FMEA para o desenvolvimento de novo produto – conceituação e estudo de caso

Tabela 4: Matriz do produto

Fonte: O autor.

o processo de reciclagem da nova garrafa deverá deve ser bem estudado quanto à sua resistência,
ser avaliado. maleabilidade e permeabilidade, para que seu fun-
Considerando alguns fatores importantes cionamento não seja restrito.
para o novo produto por meio do FMEA, percebe- O FMEA, neste trabalho, não teve como ob-
se que pelo fato de o “Módulo Giratório” ser re- jetivo apenas indicar os itens críticos, mas também
movível, sua venda pode ser em separado da nova identificar as partes que serão realmente implanta-
garrafa PET. Por esse motivo, o material composto das ao produto, por meio de uma comparação com

36 Exacta, São Paulo, v. 9, n. 1, p. 29-40, 2011.


CERQUEIRA, U. A. S. Artigos

Tabela 5: Priorização das partes do produto


O formato e dimensões da nova garrafa PET
Serem iguais a das garrafas já existentes 21,7%
devem ser iguais aos das garrafas atualmente en-
Serem menores do que as das garrafas já 6,68%
existentes contradas no mercado.
Serem maiores do que as das garrafas já 6,68% Com base nos resultados e índices encon-
existentes
Material resistente e reciclável 8,94%
trados nas Tabelas 1 e 4, e no NPR do relatório
Mesmo material da garrafa 7,86% FMEA, foi possível encontrar e correlacionar às
Localizado na tampa da garrafa 3,79% informações necessárias, de acordo com a propos-
Localizado na parte traseira da garrafa 2,17% ta do trabalho, para o desenvolvimento do novo
Localizado na parte frontal da garrafa 1,63%
produto detalhadamente.
Ser possível o encaixe e a remoção do 8,4%
“Módulo Giratório” Pode-se notar que a informação obtida com
Girar em dois sentidos (horário e anti-horário) 7,05% a utilização do QFD e do FMEA permite focar a
“Módulo Giratório” localizado no interior do 5,87% atenção aos parâmetros críticos da nova garrafa
gargalo da garrafa
Girar em apenas um sentido 5,42% PET que incidem diretamente sobre a qualidade e
confiabilidade do produto.
Fonte: O autor.

as matrizes de QFD geradas anteriormente, pois, 6 Trabalhos futuros


mesmo aplicando “algo” que o cliente exige, esse
“algo” pode não ser possível, ou não promover o Posteriormente, outras matrizes também
sucesso pretendido com o novo produto visto que podem ser desenvolvidas, a partir da mesma ló-
haveria falhas. As principais análises e conclusões gica desse produto, como matrizes Parâmetros
referentes ao produto final, devido à interação e de Controle dos Processos x Partes do Produto,
relação entre QFD e FMEA, são: Matéria-prima x Parâmetros de Controle
O preço da nova garrafa PET não será o dos Processos, Matéria-prima x Projeto na
Manufatura, Projeto na Manufatura x Custos,
mesmo comparado com os preços das garrafas já
dentre outras, nas quais também podem ser reali-
existentes, pois o novo produto possui acessórios
zadas avaliações de FMEA.
a mais, como o “Módulo Giratório” e a separação
Assim, uma possível linha futura de pesquisa
interna das extremidades da garrafa.
pode ser direcionada ao estudo da replicação deste
O “Módulo Giratório” deve ser removível e
trabalho, permitindo ampliar a visão sobre o de-
não localizado no interior da garrafa PET.
senvolvimento do novo produto, obtendo-se assim
O prazo de validade do líquido será igual ao
uma análise global das prioridades em cada uma
das garrafas PET já existentes, pois ao remover
das etapas do QFD e FMEA.
o “Módulo Giratório”, o gás do líquido escapa-
rá. O prazo de validade seria maior apenas se o
“Módulo Giratório” não fosse removível, e sim 7 Conclusão
fixo à garrafa.
O “Módulo Giratório” deve girar em dois A utilização do QFD serviu para orientar o
sentidos (horário e anti-horário). desenvolvimento do novo produto voltado para
A informação de uso deve ser localizada na as necessidades do mercado alvo. Foi possível per-
tampa da garrafa PET. ceber quais foram as necessidades relevantes dos

Exacta, São Paulo, v. 9, n. 1, p. 29-40, 2011. 37


Métodos QFD e FMEA para o desenvolvimento de novo produto – conceituação e estudo de caso

Ações
Item / Função Modo da falha Efeito(s) da falha Causa(s) da falha S O D NPR
recomendadas
Se a extremidade fechada não O consumo do líquido da
O “Módulo Giratório” não
Prazo de validade for aberta, o produto terá o prazo extremidade fechada deve ser Redesenhar o “Módulo
suporta a pressão do gás,
igual ao das garrafas de validade equivalente ao das comparado ao da aberta, mesmo 7 10 2 140 Giratório”, para que
da maneira que a tampa
já existentes garrafas já existentes, quando que a extremidade fechada o gás não escape
é capaz de suportar
suas tampas são retiradas nunca tenha sido aberta
Garrafa

Reciclagem igual O processo de reciclagem As indústrias de reciclagem A garrafa tem alguns Adaptar a garrafa ao modo
a das garrafas sofrerá algumas mudanças em devem se adaptar ao novo acessórios a mais, que 8 8 8 512 comum de reciclagem
já existentes relação à reciclagem atual processo de reciclagem diferem das já existentes de garrafas PET
O preço da garrafa não será A garrafa possui Adequar ao máximo o
Preço igual ao das O cliente desiste da compra da
igual ao das garrafas já acessórios a mais, o preço 7 10 2 140 preço da garrafa, sem
garrafas já existentes garrafa, pois o preço é maior
existentes, mas pouco superior consequentemente aumenta o “Módulo Giratório”
As misturas dos líquidos
O líquido adentra a parede de Desenvolvimento errôneo Rever o processo
Sem misturas no ocorrem em razão da
separação e a atravessa, passando da parede de separação 8 2 2 32 adaptado de produção
interior da garrafa permeabilidade das paredes de
para a outra extremidade da garrafa PET da garrafa PET
separação entre os líquidos
Ocorrem misturas entre os
Sem misturas
líquidos quando a garrafa Os líquidos diferentes se misturam, Desenvolvimento errôneo Redesenhar o
com o “Módulo 8 3 2 48
é chacoalhada, ou virada gerando insatisfação nos clientes do “Módulo giratório” “Módulo Giratório”
Giratório” parado
de ponta cabeça
As gotículas encontradas
Sem misturas Ocorrem misturas entre
sob o “Módulo Giratório” são Desenvolvimento errôneo Redesenhar o
ao rotacionar o os líquidos ao rotacionar 8 6 4 192
transportadas de uma extremidade do “Módulo giratório” “Módulo Giratório”
“Módulo Giratório” o “Módulo Giratório”
a outra da garrafa PET
O gás escapa pelo Redesenhar o “Módulo
Sem escapamento O líquido perde o gás, e o Desenvolvimento errôneo
“Módulo Giratório”, mesmo 6 10 2 120 Giratório”, para que
de gás gás não é bem mantido do “Módulo giratório”
estando fechado o gás não escape
“Módulo Giratório”

As propriedades do PET O “Módulo Giratório” pode Pesquisar o melhor


Mesmo material Material errôneo do
não são suficientemente quebrar ou não funcionar 7 8 7 392 material a ser utilizado, de
da garrafa “Módulo giratório”
resistentes e maleáveis da maneira planejada melhor funcionalidade
Reavaliar o material
Desenvolvimento errôneo
Desgaste do “Módulo Giratório” O “Módulo Giratório” pode quebrar 9 3 2 54 composto pelo
do “Módulo giratório”
Girar em dois “Módulo giratório”
sentidos (horário Quebra da alça de giro do Redesenhar a alça de giro
e anti-horário) Desgaste da alça de giro “Módulo Giratório”, perdendo Desenvolvimento errôneo do “Módulo Giratório”
9 4 2 72
do “Módulo Giratório” seu funcionamento, tornando-se da alça de giro Utilizar um material
então difícil o manuseio mais resistente
O “Módulo Giratório” pode não Redesenhar o ponto
Girar em apenas Pode haver vazão do líquido Desenvolvimento errôneo
ficar corretamente alinhado 8 8 3 192 de fechamento do
um sentido de uma extremidade a outra do “Módulo giratório”
ao separador dos líquidos “Módulo Giratório”
Ser possível o encaixe Desenvolver um
Uso complexo do Desenvolvimento errôneo
e a remoção do Pode gerar impaciência no cliente 8 4 2 64 “Módulo Giratório” de
“Módulo Giratório” do “Módulo Giratório”
“Módulo Giratório” uso mais simples
Dificuldade no processo de O processo de produção da
“Módulo Giratório” Novo acessório à garrafa Rever o processo
produção da garrafa PET, pois garrafa PET sofreria uma
localizado no interior gera uma mudança em seu 8 9 5 360 adaptado de produção
o “Módulo Giratório” deve adaptação durante as etapas
do gargalo da garrafa processo de produção da garrafa PET
ser acoplado à garrafa injeção-estiragem-sopro
O cliente pode não visualizar o que
Localizado na A informação pode ficar em Informações com letras
estará escrito e utilizará o “Módulo 5 3 3 45
tampa da garrafa um tamanho muito pequeno muito pequenas
Giratório” de forma errônea
Informações da “Forma de
uso” impresso na garrafa

A informação estará localizada Entrar em um acordo


Localizado na parte A empresa produtora do O preço do produto
junto a marca do líquido 8 8 3 192 com a empresa
frontal da garrafa líquido pode não aceitar pode aumentar
contido na garrafa produtora do líquido
Localizado na parte O cliente pode não encontrar O cliente utilizará o “Módulo O preço do produto
6 3 3 54
traseira da garrafa a informação do uso Giratório” de forma errônea pode aumentar
“Módulo Giratório”
A quebra do “Módulo Giratório” 9 3 3 81 resistente, e informações
O encaixe do “Módulo de uso bastante precisas
Produto novo que gera
Fácil de usar Giratório” pode gerar dúvidas
dúvidas quanto ao uso “Módulo Giratório”
nos clientes inicialmente
Machucar os dedos 9 2 2 36 resistente, e informações
de uso bastante precisas
Adaptação das empresas
A garrafa PET será do Utilizar um material de
Ser igual às garrafas produtoras do líquido contido
Formato e dimensões

mesmo tamanho, mas com O peso da garrafa aumenta 2 10 3 60 boa funcionalidade


já existentes na garrafa PET quanto à
peso levemente maior e baixo peso
quantidade em “ml”.
da garrafa

Ser maior que as A garrafa PET ocupará O armazenamento em postos O peso e o tamanho da garrafa
8 10 6 480
garrafas já existentes mais espaço de venda será prejudicado aumentam consideravelmente
A garrafa muito pequena
Ser menor que as Despadronização das medidas
Menos líquido na garrafa PET perda as características 8 10 3 240
garrafas já existentes da garrafa PET original
essenciais do novo produto

Figura 3: Relatório FMEA do novo produto


Fonte: O autor.

38 Exacta, São Paulo, v. 9, n. 1, p. 29-40, 2011.


CERQUEIRA, U. A. S. Artigos

Severidade Ocorrência Detecção Risco


Pequena –---------------------------- 1 Remota –----------------------- 1 Praticamente certo –---------- 1 Baixa –------------------1 a 135
Baixa –------------------------------- 2 e 3 Baixa –------------------------- 2 e 3 Alta –--------------------------- 2 e 3 Moderada –-------------136 a 500
Moderada –-------------------------- 4, 5, 6 Moderada –-------------------- 4, 5, 6 Moderada –-------------------- 4, 5, 6 Alta –--------------------501 a 1000
Alta –--------------------------------- 7 e 8 Alta –--------------------------- 7 e 8 Muito baixa –------------------ 7 e 8
Muito alta –-------------------------- 9 Muito alta –-------------------- 9 e 10
Catastrófica –------------------------10

Continuação Figura 3: Relatório FMEA do novo produto


Fonte: O autor.

clientes, ou seja, o que julgaram ser mais ou menos FERNANDES, J. M. R.; REBELATO, M. G. Proposta
de um método para integração entre QFD e FMEA.
importantes em relação ao produto. O FMEA per-
Revista Gestão e Produção, v. 13, n. 2, p. 245-259,
mitiu identificar os itens falhos que prejudicarão o 2006.
novo artefato caso sejam implantados. HELMAN, H.; ANDERY, P. Análise de falhas
Os métodos QFD e FMEA foram utiliza- (aplicação dos métodos de FMEA – FTA). Belo
Horizonte, MG: Fundação Cristiano Ottoni, 1995.
dos para o desenvolvimento do conceito de um
MIGUEL, P.; SEGISMUNDO, A. O papel do FMEA no
novo produto. Enquanto o QFD focou o desem-
processo de tomada de decisão em desenvolvimento de
penho do produto e a satisfação do cliente, o novos produtos: estudo em uma empresa automotiva.
FMEA enfocou a análise dos riscos potenciais Revista Produto & Produção, São Paulo, v. 9, n. 2,
fevereiro de 2008, p. 106-119.
de falha nas partes e funções como um todo do
PUENTE, J. et al. A decision support system for applying
produto, buscando atingir o nível esperado pelo failure mode and effects analysis. The International
consumidor. Por meio dos resultados obtidos Journal of Quality & Reliability Management, v. 19,
p.137-150, 2002.
com os dois métodos, foram então analisados
e hierarquizados os dados como prioritários do REBELATO, M. G.; FERNANDES, J. M. R.;
RODRIGUES, A. M. Proposta de integração entre
produto, sendo possível a captação dos itens im- métodos para planejamento e controle da qualidade.
portantes para avaliação da qualidade a ser re- Revista Gestão Industrial, Paraná, v. 4, n. 2, p. 162-185,
2008.
almente aplicada ao produto.
ROZENFELD, H.; FORCELLINI, F. A.; AMARAL,
D. C. Gestão de desenvolvimento de produtos: uma
referência para a melhoria do processo. São Paulo:
Referências Saraiva, 2006.

AKAO, Y. Introdução ao desdobramento da qualidade. SANTOS, D. B. Estudo do uso de garrafas PET em


Belo Horizonte: Fundação Christiano Ottoni, 1996. geotecnia. 2005. 236 f. Dissertação (Mestrado em
Engenharia Civil) – Universidade Federal de Ouro Preto,
______. Quality function deployment: integrating Ouro Preto, 2005.
customer requirements into product design. Cambridge:
Productivity Press, 1990. SLACK, N. et al. Administração da Produção. São
Paulo: Atlas, 1999.
BAXTER, M. Projeto de produto: guia prático para o
desenvolvimento de novos produtos. São Paulo: Edgard SLACK, N. et al. Administração da Produção. São
Blücher, 1998. Paulo: Atlas, 2002.

CHENG, L. C.; MELO FILHO, L. D. R. QFD: TAKAHASHI, S.; TAKAHASHI, V.P. Gestão de
desdobramento da função qualidade na gestão de inovação de produtos: estratégia, processo, organização
desenvolvimento de produtos. São Paulo: Blücher, 2007. e conhecimento. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.

CHRYSLER CORPORATION; FORD MOTOR VALT, R. B. G. Análise do ciclo de vida de embalagens


COMPANY; GENERAL MOTORS CORPORATION. PET, de alumínio e de vidro para refrigerantes no Brasil
Análise de modo e efeito de falha potencial, FMEA, variando a taxa de reciclagem dos materiais. 2004. 208
manual de referência. São Paulo: IQA – Instituto da f. Dissertação (Mestrado em Engenharia)– Universidade
Qualidade Automotiva, 2000, 44 p. Federal do Paraná, Curitiba. 2004.

Exacta, São Paulo, v. 9, n. 1, p. 29-40, 2011. 39


Métodos QFD e FMEA para o desenvolvimento de novo produto – conceituação e estudo de caso

1 – Qual a sua idade? Selecione um número como resposta, nos itens listados
( ) 8 – 10 anos. ( ) 10 – 20 anos. abaixo, que provavelmente seriam critérios que influen-
( ) 20 – 30 anos. ( ) 30 – 40anos. ciariam na sua escolha em relação ao produto em
( ) Acima de 40 anos. desenvolvimento.
2 – Qual o seu sexo? Critérios para o preenchimento do questionário.
( ) Masculino. ( ) Feminino.
1. Não influi absolutamente em nada. 2. Não influi. 3.
3 – Você conhece algum tipo de garrafa PET? Tanto faz. 4. Influi. 5. Influi bastante.
( ) Sim. ( ) Não. ( ) Não sei.
1 – Quanto à possível mistura dos líquidos distintos.
4 – Quantas vezes por semana você usufrui de qualquer ( ) Misturas com o “Módulo Giratório” parado.
garrafa PET? ( ) Misturas ao rotacionar o “Módulo Giratório”.
( ) 1 vez. ( ) 2 vezes. ( ) 3 vezes. ( ) Misturas no interior da garrafa.
( ) 4 vezes. ( ) 5 vezes. ( ) 6 vezes.
( ) 7 vezes. ( ) Não sei. 2 – Quanto à existência de escapamento de gás do
líquido, caso haja gás, do lado que não tenha sido
5 – Há problemas em sua casa quando se escolhe qual ingerido.
bebida comprar, ou seja, gostos diferentes para bebida?
( ) Escapamento de gás do líquido.
( ) Sim. ( ) Não. ( ) Não sei.
( ) Prazo de validade igual ao das garrafas já existentes.
6 – O que você costuma ingerir em garrafas PET? ( ) Prazo de validade levemente maior do que o das
( ) Refrigerante. ( ) Água. ( ) Suco. garrafas já existentes.
( ) Energético. ( ) Não sei.
3 – Quanto às informações da “Forma de uso” impressos
7 – Há pessoas em sua casa que têm diabetes? na garrafa.
( ) Sim. ( ) Não. ( ) Não sei. ( ) Localizado na tampa da garrafa.
( ) Localizado na parte frontal da garrafa.
8 – O que você acha de ter uma garrafa que possa conter
( ) Localizado na parte traseira da garrafa.
dois tipos de bebidas diferentes?
( ) Bom. ( ) Ruim. ( ) Não sei.
4 – Quanto à reciclagem da garrafa.
Apênice A: Questionário de pesquisa de ( ) Reciclagem semelhante a das garrafas já existentes.
mercado relacionado à aceitabilidade do ( ) Reciclagem igual a das garrafas já existentes.
produto
5 – Quanto à segurança ao usar a garrafa.

( ) Fácil de usar.
( ) Não machucar os dedos.

Apênice B: Questionário de pesquisa de


mercado relacionado ao grau de importância
do produto

Recebido em 4 out. 2010 / aprovado em 14 abr. 2011

Para referenciar este texto


CERQUEIRA, U. A. S. Métodos QFD e FMEA para o
desenvolvimento de novo produto – conceituação e estudo
de caso. Exacta, São Paulo, v. 9, n. 1, p. 29-40, 2011.

40 Exacta, São Paulo, v. 9, n. 1, p. 29-40, 2011.

Você também pode gostar