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Engenharia do Produto e

Qualidade
Prof. Engº Richard Teijeiro
richard.teijeiro@univille.br
9 9937 4645
Planejamento para a Qualidade

O que fazer com todas as informações ?


Planejamento para a Qualidade

Organizando as Respostas dos Clientes

Método KJ ou diagrama de afinidades

O objetivo do Diagrama de afinidades é melhorar


o entendimento de um tema por meio da
organização das informações relativas ao mesmo,
em função da similaridade e da afinidade existente
entre elas;
Organizando as Respostas dos Clientes

Método KJ ou diagrama de afinidades

O Diagrama de Afinidades permite que a estrutura


de um tema complexo fique mais clara, por meio da
organização das informações sobre o tema em
grupos cujos elementos possuem afinidade entre si.
Organizando as Respostas dos Clientes

Os Grupos
representam a
afinidade das
informações

A ideia é organizar as
informações da pesquisa
ou até mesmo de um
Brainstorming.
Organizando as Respostas dos Clientes
Organizando as Respostas dos Clientes

Necessidades dos Clientes - Exemplo


Característica de um Bom Café
Organizando as Respostas dos Clientes

Necessidades dos Clientes - Exemplo


Característica de um Bom Café
Organizando as Respostas dos Clientes
Organizando as Respostas dos Clientes

Tabela de Desdobramento das Necessidades

É a organização de uma tabela com o resultado do diagrama de


afinidades de forma a necessidades primárias, secundárias e
terciárias.
Organizando as Respostas dos Clientes
Conteúdo:

2. Planejamento da Qualidade:
. Detalhamento das Fases
• Introdução da ferramenta do QFD;
• Uso do QFD no planejamento da Qualidade.
Planejamento da Qualidade Fases
Desenvolvimento de Produtos

Planejamento da Qualidade – Ouvir a Voz do Cliente


Planejando a Qualidade com QFD

QFD - Quality Function Deployment

Desdobramento da Função Qualidade


Definição

QFD é ...

“um método que tem por fim estabelecer a qualidade do


projeto, capaz de obter a satisfação do cliente, e efetuar o
desdobramento das metas do referido projeto e dos pontos
prioritários, em termos de garantia da qualidade, até o estágio de
produção.”
(AKAO, 1990)

“um caminho sistemático de garantir que o desenvolvimento das


características e especificações do produto, bem como o
desenvolvimento de metodologias, processo e controles, sejam
orientados pela necessidade do consumidor”.
(EUREKA e RYAN, 1992)
Definição

QFD é ...
“um método de planejamento e desenvolvimento estruturado de
produtos, que possibilita a um grupo de desenvolvimento definir
claramente os desejos e necessidades dos clientes, e então avaliar
sistematicamente cada produto ou serviço proposto e seu impacto
frente a essas necessidades”.
(COHEN, 1995)

“um processo visual e conectivo que ajuda a equipe a se


focalizar nas necessidades dos clientes por todo o desenvolvimento”.
(CLAUSING, 1994)
Desenvolvimento de Produtos
Histórico do QFD

1966 (Japão) - Yoji Akao sugere a utilização de matrizes


para expressar que os pontos críticos da garantia da
qualidade, do ponto de vista do cliente, deveriam ser
transferidos através das etapas de projeto e manufatura;

1972 - Primeiro trabalho publicado sobre QFD:


“Desenvolvimento e Garantia da Qualidade de Novos
Produtos: Um Sistema de Desdobramento da Qualidade”;
- Primeira aplicação do método e uma empresa: Estaleiro
da Mitsubishi em Kobe;
Histórico do QFD

1977 – A Toyota aplicou a metodologia e reduziu 20% dos


custos no lançamento de uma nova van.
1978 – Shigeru Mizuno e Yoji Akao publicaram o primeiro
livro (Título: Desdobramento da Função Qualidade:
Enfoque para Controle da Qualidade Total);
1983 – Don Clausing apresenta aos Estados Unidos o
Histórico do QFD trabalho realizado na Fuji-Xerox, no
Japão;
1984 – A Ford inicia a utilização da metodologia sob a
orientação do Don Clausing;
Na década de 1990, o QFD chega ao Brasil.
QFD: A abordagem

Como era o desenvolvimento de um novo


sapato nos anos 20?
QFD: A abordagem

• Encomendas sob medida;


• Contato direto com o fabricante/ operador;
• QFD na hora em seu pé;
• Negociação de prazo de entrega;
• Processo artesanal;
• Limite de produção;
• Preços e Custos elevados;
• Uma pessoa apenas o realizava;
• Clientes satisfeitos.
QFD: E Hoje? O quê mudou?
QFD: E Hoje? O quê mudou?

• Diversidade de modelos e tamanhos;


• Pesquisas de Marketing (Tendências e costumes);
• Lojas especializadas em Sapatos;
• Call Centers e Atendimento ao Consumidor;
• A fábrica como produtor do produto (fluxo contínuo);
• Sem limites de produção;
• Preço de acordo com o produto;
• Clientes Satisfeitos;
• Lucros...
QFD: As necessidades são Mutáveis!
QFD: As necessidades são Mutáveis!
QFD: As necessidades são Mutáveis!

Vibram USA
QFD: As necessidades são Mutáveis!
QFD: As necessidades são Mutáveis!

Hoje o consumidor
consegue saber qual
o tênis ideal para sua
pisada, afim de evitar
problemas físico estruturais
durante a prática esportiva.
Desenvolvimento de Produtos

Definições:

REQUISITO DO CLIENTE/USUÁRIO – tradução das necessidades


dos clientes para linguagem técnica (adequação a linguagem do
fornecedor).

REQUISITOS DO PRODUTO – são características técnicas


(atributos), mensuráveis, que o produto deve ter de forma a satisfazer
aos requisitos do usuário.

ESPECIFICAÇÕES DE PRODUTO – definem, formalmente, os


critérios técnicos, operacionais, de suporte logístico e de outros
segmentos do sistema a partir do conjunto de diretrizes
especificadas, todas as alternativas de solução, que possam cumprir
os requisitos que efetivamente alcançaram a satisfação das
necessidades.

ATRIBUTOS - são propriedades que dão características de


fabricabilidade, mantenabilidade, montabilidade, armazenabilidade e
Desenvolvimento de Produtos
Definição
QFD : Vantagens

• REDUÇÃO DO TEMPO DE DESENVOLVIMENTO DO PRODUTO;

• CONCENTRAÇÃO DE ESFORÇO NOS ESTÁGIOS DE


PLANEJAMENTO E PROJETO DE PRODUTO
QFD : Vantagens

• Problemas de início de produção da Toyota


QFD : Benefícios do Uso
Depoimento de uma empresa

No Âmbito Técnico

• Facilitou o estabelecimento da qualidade do projeto;


• Tornou mais objetiva a comparação dos produtos com
concorrentes;
• Ajudou na obtenção do Padrão Técnico de Processo com
valores de características da qualidade desdobradas da exigência do
consumidor.
No Âmbito Mercadológico

• Induziu a equipe a refletir sobre diferentes tipos de consumidores e


formas de utilização do produto;
• Levou à utilização de técnicas estatísticas mais avançadas para
análise dos dados mercadológicos.
QFD : Benefícios do Uso
Depoimento de uma empresa

Com relação ao Protótipo


• Permitiu maior objetividade para a criação de protótipo;
• Tornou mais objetiva a avaliação prévia do protótipo à
• pesquisa de mercado;
• Permitiu maior esclarecimento dos aspectos a serem
• avaliados frente ao consumidor.

Com relação à Equipe de Trabalho


• Permitiu a conscientização, motivação e o entrosamento das
áreas envolvidas, ampliando o conhecimento de cada participante.

Com relação à Empresa


• Contribuiu para a elaboração do padrão gerencial de
desenvolvimento de produtos;
• Permitiu a percepção do nível de conhecimento da empresa.
QFD : Dificuldade do Método

• Falta de Experiência no uso do método;

• Falta de comprometimento da equipe;

• Falta de observação do local de uso;

• Dificuldades em trabalhar com grandes matrizes.


QFD :Distribuição das áreas Funcionais da
Empresa
QFD : Abordagens

Modelo Makabe ou Quatro Fases (ASI – American Supplier


Institute)
Desdobramento da Qualidade (Quality Deployment – QD). Nota: Se
tomar como base o desdobramento do Professor Akao.

Matrizes de Desdobramento:

- Planejamento do produto;
- Desdobramento dos componentes;
- Planejamento do processo;
- Planejamento da produção.
QFD :Desdobramento da Função Qualidade

Cheng, et al (1995) determina que o QFD é o ponto de partida para o trabalho


proposto de desenvolvimento de um produto, o qual lida
particularmente com a informação e o trabalho humano do processo de
desenvolvimento do produto.
QFD :Desdobramento da Função Qualidade
QFD :Desdobramento da Função Qualidade
QFD - Matrizes

Matriz #1: Planejamento do Produto ou Casa da Qualidade

Indica as características principais do produto e os desdobramentos


que devem ser feitos para obtê-lo.

“As necessidades dos clientes são traduzidas em Especificações


Técnicas”.

Matriz #2: Desdobramento do Produto em Componentes Críticos

Indica as características dos componentes críticos.

“ As especificações são detalhadas para cada uma das partes do


produto”.
QFD - Matrizes

Matriz #3: Planejamento dos Processos

Relaciona os processos com as características principais do produto e


de seus componentes.

“Os processos para produzir cada uma das partes são estabelecidos”.

Matriz #4: Planejamento da Fabricação (Produção + Qualidade)

Estabelece características de produtos e parâmetros de etapas de


processos, bem como, métodos e frequência de controle, de modo a
garantir a obtenção das características estabelecidas através do
planejamento do produto.

“ As necessidades de produção para cada uma das


partes são determinadas”.
QFD - A Casa da Qualidade
QFD - Etapas de Construção do QFD
Etapa I: Identificar as Necessidades dos Clientes
Etapa II: Determinar as Importâncias Relativas
Etapa III: Gerar Atributos de Produto
Etapa III: Gerar Atributos de Produto
Etapa IV: Relacionar os Atributos de produto
com as necessidades do cliente.
Etapa IV: Relacionar os Atributos de produto
com as necessidades do cliente.

Para a obtenção dos valores de somatória da matriz quando da


identificação da correlação entre as necessidades e características
deve ser realizada da seguinte forma:
Relação dos Atributos do QFD

Usando da estrutura verificada até o momento para a montagem do


QFD, desenvolva os exercícios a seguir:

Utilizaremos este exercício para alinhar o conceito da ferramenta em


aula, desta forma é importante que você use este momento para
tirar suas dúvidas.
Exercício 1

Você é dono de uma churrascaria e está prevendo colocar no rodízio uma


saborosa costela assada, porém como um bom planejador, primeiramente foi
realizada uma pesquisa com os clientes da churrascaria e depois você
organizou as informações em um QFD, delimitando as características que
devem ser apresentados no novo produto. Baseado nas informações abaixo
complete a primeira matriz da qualidade e pontue as correlações utilizando
para os pesos:

Fraco = 1, Moderado = 3 e Forte = 5.

- Quantidade de voltas do papel isolante na costela;


- Macia para cortar;
- Tipo de sal para tempero;
- Quantidade de tempero;
- Tempo de cozimento;
- Saborosa;
- Temperatura de cozimento;
- Tipo de papel isolante;
- Servida ao ponto (sem estar mal passada);
- Altura em que a costela deve ser assada
Exercício 2

Baseado nas informações abaixo para o projeto de produto de uma sala de


aula, complete a primeira matriz da qualidade e pontue as correlações
utilizando para os pesos:

Fraco = 1, Moderado = 3 e Forte = 5.

- Grau de variação de voz;


- Tempo médio de resposta das perguntas;
- Instrutor transmite entusiasmo pelo assunto;
- Ambiente silencioso;
- Instrutor possui postura dinâmica;
- Tempo gasto com interação verbal;
- Luminosidade
- Temperatura;
- Ambiente físico agradável aos sentidos;
- Instrutor esclarece bem as dúvidas.
- Intensidade média da voz
- Número de decibéis
Etapa V: Definir direção ou meta de Melhoria
Etapa VI: Identificar as Relações entre os atributos
do produto
Etapa VII: Identificar e avaliar a Competição
Referências

1. AMERICAN SUPPLIER INSTITUTE. Quality Function Deployment:


Implementation Manual for Three Day Workshop. Impresso: ASI,1989;
2. Akao, Y., Quality Function Deployment, Productivity Editora Cambridge, 1990;
3. Cohen G, The Hellenistic settlements in Europe, the islands,and Asia Minor,
Berkeley, 1995;
4. CLAUSING,D. Total quality development: a step-by-step guide to Referências
world-class concurrent engineering. New York: ASME, 1994;
5. EUREKA,W; RYAN,N. QFD: Perspectivas Gerenciais do Desdobramento da
Função Qualidade. Rio de Janeiro, Qualitymark, 1992;
6. FALCONI, Vicente. TCQ: gerenciamento da rotina do trabalho do dia-a-dia.
Editora Campos, Belo Horizonte, MG: 1994;
7. FALCONI, Vicente. O verdadeiro poder. Indg Tecnologia, MG:2011;
8. FEIGENBAUM, Arnaldo V. Controle da qualidade total. Thirt, São Paulo: 1983;
9. Hauser, J. R. and D. Clausing. "The House of Quality," The Harvard Business
Review, No. 3, pp. 63-73. 1988; . Identificar os clientes;
. Determinar as necessidades dos clientes
Referências

10.HUTHWAITE, B. E. & SCHNEBERGER, D. Design for Competitiveness: The


Teamwork Approach To Product Development. USA, Institute For Competitive
Design, 1992;
11.INTERNATIONAL ORGANIZATION STANDARDIZATION – ISO 9001:2008.
Sistema de Gestão da Qualidade – Requisitos. ABNT, 2009;
12.INTERNATIONAL ORGANIZATION STANDARDIZATION – ISO 9000:2000.
Sistema de Gestão da Qualidade – Fundamentos e vocabulario.ABNT, 2002;
13.JURAN, J.M. Planejamento para a qualidade. São Paulo, 1990. Pioneira;
14.KANO, N. et al. Attractive quality and must-be quality, Hinshitsu, v.14, n.2, p.147-
56, 1984.
15.Queiroz, E. K. Qualidade segundo Garvin. São Paulo, 1995. ANNABLUME;
16.ROSENAU, Milton D. Successful Product Development: Speeding from
opportunity to profit. Editora Wiley, Canada, 2000;
17.Williams N. A. Tennant C. An object-oriented reference model of the fuzzy front
end of the new product introduction process. Springer- Verlag London, v34, n7-8,
2007; . Identificar os clientes;
. Determinar as necessidades dos clientes
Referências

19.Michael LeBoeuf, Como Conquistar Clientes e Mantê-los para


Sempre. SP: Harbra, 1996
20.PAHL, G.; BEITZ, W; Et al. Engineering Design: a systematic
approach. 2a ed. Springer-Verlag, Berlin, 1996;
21.ULRICH, Karl T e EPPINGER, Steven D. Product Design and
Development, 2a edição, McGraw-Hill Companies, USA: 2000;

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