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Material de preparatório

2022/2023

Material de
preparatório
2022/2023
Língua
Portuguesa

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Material de preparatório
2022/2023

Elaborado por Vadilson Marcos Muachicuateno

1. RELAÇÃO GRÁFICA E FONÉTICA ENTRE AS PALAVRAS


a) Palavras homónimas – são palavras que se escrevem e pronunciam-se da
mesma forma, mas têm origem e significados diferentes.
Ex. Rio – forma do verbal / Rio – curso de água.
b) Palavras homófonas – são as palavras que se pronunciam da mesma maneira,
mas se escrevem e possuem significados diferentes.
Ex. Cozer – verbo cozinhar no infinitivo / Coser – forma do verbo costurar.
Acento – acentuação (substantivo) / Assento – forma do verbo assentar
(substantivo).
c) Palavras homógrafas – são as que têm idêntica escrita, mas pronúncia e
significado diferentes.
Ex. Colher – substantivo (utensílio) / Colher – verbo no infinitivo.
Rupia – moeda da Índia / Rúpia – inflamação na pele.
d) Palavras parónimas – são as palavras que têm escrita e pronúncia muito
parecidas, mas significados diferentes.
Ex. Comprimento – extensão ou medida / Cumprimento – obediência,
execução e saudação.
Elegível – que pode ser eleito / Ilegível – que não se consegue ler.
Eminente – elevado ou alto / Iminente – que está prestes a acontecer.

2. RELAÇÕES SEMÂNTICAS ENTRE AS PALAVRAS


a) Palavras sinónimas – são as palavras que têm significados semelhantes.
Ex. Casa – habitação / bonito – lindo;
Estrada – via / devagar – lentamente.
b) Palavras antónimas – são as palavras que têm significados contrários (opostos).
Ex. Ganhar – perder / bonito – feio;
Aquecer – arrefecer / devagar – depressa.
c) Palavras hiperónimas – são palavras de sentido mais geral, relativamente a
outras de sentidos mais específicos.
Ex. Mamífero (1), peixe (2), flor (3), virtude (5), etc.
d) Palavras hopónimas – são as palavras de sentido mais específico, relativamente
a outras de sentido mais geral.
Ex.1) Gato, cão, leão, homem, etc.
2) Atum, sardinha, carapau, etc.
3) Rosa, violeta, orquídea, etc.
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4) Coragem, lealdade, bondade, etc.

3. FUNÇÃO DE LINGUAGEM

A linguagem é utilizada com distintas finalidades no processo da comunicação.


Em face de uma comunicação, a intensão comunicativa é preponderante, mas os
objectivos podem ser diferentes, ora se quer informar ou manifestar os sentimentos,
ora se quer convencer, embelezar ou desmistificar determinado código de linguagem
(funções da linguagem)

a) Função referencial ou informativa – é aquela cuja mensagem se destina,


particularmente, a informar sobre acontecimentos, pessoas e/ou objectos
referentes à comunicação (contexto).
Ex. Jornais, livros didácticos e científicos, etc.
b) Função emotiva ou expressiva – é aquela que é centrada no emissor da
mensagem. Nesta função, a atitude do emissor imbuída de expressão de
sentimentos e de emoções são elementos constitutivos tal com o vocabulário
utilizado (as expressões, as exclamações e a entoação caracterizam esta função).
Ex. Poesias, textos memorialistas e autobiografias.
c) Função poética – é aquela que põe em destaque a própria mensagem dando-lhe
múltiplos significados. O emissor aproveita a mensagem, os sons e as palavras
para ampliar as expressões (embelezar a mensagem). Esta função não é
exclusiva da poesia.
d) Função apelativa – é aquela que tem como objectivo influenciar o receptor da
mensagem e levá-lo a agir de acordo os desejos do emissor. Utiliza-se
argumentos convincentes de modo a esperar um comportamento, acção ou
atitude que se deseja do receptor.
Ex. A receita médica e de culinária, o manual de instrução, a publicidade
comercial e propaganda política.
e) Função fáctica – é aquela que visa manter o vínculo entre o emissor e o
receptor, e verificar de o canal de comunicação está em boas condições.
Ex. As mensagens de cortesia com que se estabelece a primeira aproximação do
interlocutor: “como vai? Estás bem? Com licença! Alô!
f) Função metalinguística – é aquela que visa descodificar o próprio código.
Utiliza a língua para explicar a própria língua.
Ex. O dicionário, as gramáticas e os prontuários.

4. PROCESSO MORFOLÓGICO DE FORMAÇÃO DE PALAVRAS


As palavras formam-se por meio de dois processos morfológicos:
a) Derivação – consiste no acréscimo de um ou dois afixos a uma palavra. A
derivação pode ser:
 Derivação por prefixação – quando o afixo é colocado antes da
palavra primitiva.

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Ex. Descontente / desmantelar
Desleal / antepassado
 Derivação por sufixação – quando o afixo é colocado depois da
palavra primitiva.
Ex. Felizmente / realizar
Grandeza / beleza
 Derivação parassíntese – quando o prefixo e o sufixo se juntam ao
mesmo tempo à palavra primitiva, sem poder indicar uma palavra
existente se os separar.
Ex. Amanhecer / repatriar

b) Composição – consiste em formar uma nova palavra pela união de duas ou


mais palavras, sendo feita de duas formas:
 Por justa posição – quando os elementos se juntam por meio de um
hífen (-). Cada elemento conserva a sua integridade silábica e o seu
acento tónico.
Ex. Couve-flor; porta-voz; guarda-redes; amor-perfeito; água-de-
colónia; estrela-do-mar; peixe-espada.
 Por aglutinação – quandos os elementos se juntam numa união
íntima e ficam subordinados a um único acento tónico.
Ex. Aguardente (água+ardente); fidalgo (filho+algo); girassol
(gira+sol); abrolho (abre+olho); planalto (plano+alto).

5. FRASES E TIPOS
Frase é um enunciado com sentido completo, constituído por uma palavra ou
conjunto de palavras e com determinada ordenação.
A frase pode ser:
a) Simples – quando é constituída por uma única oração, isto é, uma só
oração com um único verbo conjugado.
Ex. Eles contemplar o mar.
b) Complexa – quando é constituída por duas ou mais orações, isto é, cada
uma delas com um verbo conjugado.
Ex. Eles contemplaram o mar, quando foram à praia.
c) Verbais – são aquelas que têm um ou vários verbos conjugados.
Ex. Eles beberam o sumo concomitantemente comeram o pão.
d) Nominais – quando os elementos da frase estão organizadas à volta de
um nome.
Ex. Elegante, aquela apresentadora.
Terror nas ruas de Luanda.

6. TIPOS DE FRASE

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1- Frase declarativa – é aquela em que o emissor apresenta um acontecimento,
declara o seu sentimento ou exprime uma ideia.
Ex. Os alunos foram visitar a biblioteca.
2- Frase imperativa – é aquela que tem como objectivo ordenar, aconselhar,
instruir ou fazer um pedido.
Ex. Feche a porta!
3- Frase interrogativa –é aquela é aquela em o emissor apresenta uma pergunta ou
pedido de informação.
Ex. Quem ganhou este prémio?
4- Frase exclamativa – é aquela em que o emissor exprime sentimentos: surpresa,
alegria, entusiasmo, indignação, etc.
Ex. Que excelente música.

7. CLASSIFICAÇÃO DA ORAÇÃO

Como já supracitado, as frases complexas são constituídas por duas ou mais


orações, porém, estas orações estão classificadas em orações: orações coordenativas e
orações subordinativas.

7.1 ORAÇÕES COORDENADAS

A coordenação consiste na ligação de orações da mesma natureza ou palavras, que


dentro da frase, desempenham as mesmas funções. São as conjunções coordenativas que
ligam as orações coordenadas.

a) Orações coordenadas copulativas – são as que expressam uma ideia de adição


ou acréscimo, apresentando acontecimentos ou pensamentos dispostos ou
colocados em sequência. As partículas de ligação são: e; nem; não só; mas
também e outras locuções semelhantes.
Ex. A Jorge levantou-se e foi embora / Não me falou nem olhou para mim.
b) Orações coordenadas adversativas – são as que exprimem factos ou conceitos
que se opõem ao que se declara na oração coordenada anterior, são introduzidas
pelas conjunções adversativas: mas, porém, todavia, contudo, etc.
Ex. A situação é difícil, mas ele não desanima.
c) Orações coordenadas disjuntivas ou alternativas – são aquelas que
estabelecem um sentido de escolha ou alternativa entre duas orações.
Ex. Ficas em casa ou vais connosco à casa.
d) Orações coordenadas explicativas – são aquelas que conferem à oração
precedida pela conjunção o valor de causa relativamente ao apresentado na
oração anterior. São introduzidas pelas conjunções explicativas.
Ex. Não vou sair pois está um sol desagradável.

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e) Orações coordenadas conclusivas – são aquelas que se coordenam através de
uma conjunção conclusivas que confere à oração precedida pela conjunção o
valor de efeito ou consequência relativamente ao apresentado na oração anterior.
Ex. O professor faltou, logo não houve aula.

7.2 ORAÇÕES SUBORDINADAS


A subordinação consiste em ligar orações que estão dependentes de outra,
chamada de subordinante.
Orações subordinantes são aquelas de que depende a oração subordinada.
Ex. Está calor, embora não seja verão.

Orações subordinadas – são aquelas que visam construir ou completar a


oração subordinante.
Ex. Está calor, embora não seja verão.

Elas dividem-se em:


a) Orações complectivas – aquelas que geralmente são introduzidas por uma
conjunção integrante que, e às vezes se. Elas desempenham várias funções,
como por exemplo:
 Sujeito
Ex. É possível que o atleta desista do jogo
 Predicativo do sujeito
Ex. O certo é que não estou de acordo contigo.
 Complemento directo
Ex. A Joana disse que ia embora.
 Complemento indirecto
Ex. Entregou os jornais a quem lhos tinha pedido.
b) Orações subordinadas relativas – são geralmente introduzidas por um
pronome relativo e podem equivaler a um adjectivo.
Ex. O homem que pensa terá sucesso.
Elas podem ser:
 Restritivas – são aquelas que limitam o sentido da outra frase a que
se referem, por esse facto, são indispensáveis, porque se fossem
suprimidas, o sentido da outra frase seria alterado. Não são separadas
por vírgulas.
Ex. O filme que me emprestaste é muito bom.
 Explicativas – são aquelas que não são indispensáveis ao sentido da
frase e separam-se por vírgulas.
Ex. O Mário, que é muito alto, não teve dificuldade em ganhar o
salto em altura.
c) Orações subordinadas adverbiais – são aquelas que desempenham de certo
modo a função de complemento circunstancial em relação à oração de que
dependem e por isso são também chamadas de orações circunstanciais.
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Ex. Iremos ao cinema se estudares durante a semana.
 Causais – são aquelas que exprimem uma ideia de causa e são
introduzidas pelas conjunções: porque, visto que pois que, uma vez
que, etc.
Ex. Não fui à escola porque choveu.
 Temporais – são aquelas que exprimem uma ideia de tempo e são
introduzidas pelas conjunções temporais: quando, enquanto, depois
de, logo que, etc.
Ex. Quando chegaste, eu estava a ver televisão.
 Condicionais – são aquelas que exprimem uma condição e são
introduzidas pelas conjunções condicionais: se, a não ser que, desde
que, etc.
Ex. Teríamos boa nota se nos aplicássemos.
 Finais – são aquelas que exprimem uma idade de fim e são
introduzidas pelas conjunções finais: para que, a fim de quem,
para, etc.
Ex. O Quintiliano tomou xarope para curar a gripe.
 Comparativas – são aquelas que apresentam uma comparação e são
introduzidas pelas conjunções comparativas: como, conforme, assim
como, mais… do que…, etc.
Ex. A RDC possui mais habitantes do que Angola.
 Concessivas – são aquelas que exprimem uma concessão, isto é, a
acção enunciada na frase subordinante se realizará, embora haja uma
oposição e são introduzidas pelas conjunções concessivas: embora,
conquanto, ainda que, mesmo que, apesar de, etc.
Ex. O Miguel perdeu, apesar de se ter esforçado muito.
 Consecutivas – são aquelas que indicam uma consequência e são
introduzidas pelas conjunções consecutivas: que, de maneira que,
de modo que, etc.
Ex. A polícia foi tão rápida, que surpreendeu os ladrões.

Elementos fundamentais da oração


Os elementos fundamentais da oração são:
a) O sujeito
b) O predicado
Mas há também os elementos complementares dos elementos
principais que são os complementos.

8. SUJEITO
Sujeito indica o ser ou objecto sobre o qual se afirma ou nega alguma coisa.

Ex. A Maura roubou.

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Tipos de sujeitos

a) Sujeito simples – designa um só ser ou conjunto.


Ex. Ele foi passear.
As janelas não têm vidros.
b) Sujeito composto – designa mais de um ser ou conjunto.
Ex. O livro e a esferográfica estão sobre a mesa.
c) Sujeito subentendido – é aquele que não está expresso na frase, mas se
consegue identificar por meio da terminação verbal.
Ex. Estudámos muito ontem.
d) Sujeito indeterminado – é aquele que não se refere a nenhuma pessoa
determinada,
Ex. Fala-se muito do novo filme.
e) Sujeito inexistente ou expletivo – são aqueles que se verificam quando verbo é
impessoal.
Ex. Há pessoas muito ingratas.

9. PREDICADO
Predicado indica aquilo que se declara acerca do sujeito.
Ex. A Maura roubou.
Existem dois tipos de predicados:
a) Predicado nominal – é aquele que tem como núcleo um verbo copulativo
(de ligação), isto é, um verbo que estabelece uma ligação entre os elementos
da oração e leva aos predicativos (do sujeito e do complemento directo).
Ex. O João é bonito / A Shairlize ficou admirada.
São verbos copulativos (de ligação): ser, estar, permanecer, ficar,
continuar, ficar, etc.
b) Predicado verbal – é aquele que tem como núcleo um verbo significativo,
isto é, contém uma ideia ou a caracterização necessária.
Ex. O terramoto destruir os prédios / O João obedece aos pais.
Os verbos significados são:
 Verbos transitivos – são aqueles que transitam directa ou
indirectamente.
a) Transitivos directos – quando a acção expressa pelo verbo
transita directamente para um complemento directo.

b) Transitivos indirectos – quando a acção expressa pelo verbo


transita indirectamente para um complemento indirecto.
Ex. O palestrante falou à multidão.
c) Transitivos directos e indirectos (bitransitivos) – quando a
acção expressa pelo verbo transita directamente para um
complemento directo e indirectamente para um complemento
indirecto.

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Ex. A avó contou uma história à neta.
 Verbos intransitivos – são os que não têm complemento directo
nem indirecto, ou seja, a acção não transita. Porém, pode conter
complementos circunstanciais.
Ex. Os gatunos fugiram / os gatunos fugiram da prisão.

10. ELEMENTOS COMPLEMENTARES DA ORAÇÃO


a) Complemento directo – indica o ser ou objecto sobre o qual recai a acção
expressa pelo verbo. Obtém-se perguntando ao verbo: o quê? Ou quem?
Ex. A Maria vê um filme (vê o quê? Um filme)
b) Complemento indirecto – indica o destinatário da acção expressa pelo verbo.
Obtém perguntando ao verbo: a quê? Ou a quem?
Ex. O pai ofereceu uma rosa à mãe (ofereceu a quem? À mãe).
c) Predicativo do sujeito – é a palavra ou expressão que estabelece uma relação de
sentido com o sujeito. Esta ligação é feita por meio de um verbo copulativo.
Ex. O Paulo está doente / A Maria ficou triste.
d) Predicativo do complemento directo – é colocado, geralmente, a seguir ao
complemento directo, caracterizando-o e concordando com ele em género e
número.
Ex. A turma elegeu a Luísa delegada / Consideramos a Olira inteligente
e) Agente da passiva – é o complemento de um verbo conjugado na voz passiva e
designa o ser que pratica a acção sofrida pelo sujeito.
Ex. A rolha foi roída pelo rato.
f) Complementos circunstanciais – são aqueles que exprimem as circunstâncias
em que a acção é praticada.
Ex. Ontem, fui à escola com o Domingos.

 Complemento circunstancial de lugar – nasceu em Benguela.


 Complemento circunstancial de tempo – ontem, comeu um bolo
delicioso.
 Complemento circunstancial de causa – teve acidente devido à
velocidade.
 Complemento circunstancial de modo – comeu a maçã com
satisfação.
 Complemento circunstancial de fim – tomou o xarope para curar
a gripe.
 Complemento circunstancial de meio – viajou de comboio.
 Complemento circunstancial de companhia – a Carla saiu com o
seu namorado.
 Complemento circunstancial de dúvida – quiçá, ele vá ao Xyami.
 Complemento circunstancial de instrumento – o Tchiqueno feriu-
se com a faca.

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Nota: Para que se domine os complementos circunstanciais é imprescindível
conhecer os advérbios de lugar e as preposições que têm valor sintáctico de lugar, os
advérbios de tempo e as preposições que têm valor sintáctico de tempo, as conjunções
subordinativas causais, os advérbios de modo, a conjunções subordinativas finais, as
preposições que exprimem posse, as preposições que exprimem companhia, os
advérbios de dúvida e as preposições que indicam matéria ou instrumentos. Logo,
dominar-se-á todos os complementos circunstanciais.

g) Atributo – é todo adjectivo que se junta a um nome a fim de o caracterizar.


Ex. Repentinamente, viram-se atacados por um animal feroz.
h) Aposto – é um elemento que se acrescenta a um nome ou a um pronome para os
completar com alguma explicação adicional. O aposto aparece normalmente
entre vírgulas.
Ex. A Adelina, uma jovem inteligente, não se descuida nos estudos.
i) Complemento determinativo – é constituído por um nome ou um adjectivo o
qual se liga ao outro nome por meio da preposição de.
Ex. O vinho do porto.
Existem diferentes tipos de complementos determinativos:
 De causa: o Pedro caiu de cansaço.
 De tempo: disputámos uma corrida de meia hora.
 De posse ou pertença: a caneta do pai.
 De qualidade: era uma família de prestígio
 De fim: sentados a uma mesa de jogo.
 De lugar: vinho do porto.
 De matéria: Um anel de ouro.
j) Vocativo – é o nome, que no discurso directo, se usa para invocar ou chamar um
ser ou coisa personificada.
Ex. Sime, não faça isso! Ó Filomena, venha cá!

11. PRONOMINALIZAÇÃO

Pronominalização é a substituição de um complemento directo ou indirecto numa


oração pelo pronome pessoal correspondente.

Ex. O António furtou o telemóvel / o António furtou-o

Nota: não se entende pronominalização sem dominar ou conhecer os elementos da


oração (classificação sintáctica), mormente, o complemento directo e complemento
indirecto.

Para o complemento directo, geralmente, usa-se: o, a, os, as, dando origem a outras
formas como lo la los las, no, na, nos, nas, etc.

Para o complemento indirecto, geralmente, usa-se: lhe, lhes.

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a) Se o verbo terminar em som oral (a, e, i, o, u), acrescenta-se um hífen (-) e
substitui-se o pronome o complemento pelos pronomes: a, o, as, os.

Ex. O João bebeu o leite / João bebeu-o.


Preparei uma salada deliciosa / preparei-a.
b) Se o verbo terminar em R, S ou Z, estas terminações caem, acrescenta-se um
hífen (-) e substitui-se o complemento pelos pronomes: lo, la, los, las.

Ex. Vamos contactar a senhora / vamos contactá-la


Fiz os testes de tarde / fi-los de tarde.
c) Se o verbo terminar em m ou ditongo nasal, acrescenta-se um hífen (-) e
substitui o complemento pelos pronomes: no, na, nos, nas.

Ex. Contaram a história à Fernanda / contaram-na à Fernanda.


Beberam o leite / beberam-no.
Põe os pães sobre a mesa / põe-nos sobre a mesa.

d) Se o verbo terminar no futuro ou no condicional, substitui-se o complemento


pelos pronomes: lo, la, los, las, me, te, se, nos, vos, se; e o pronome coloca-se
no interior do verbo.

Ex. Contarei uma história / contá-la-ei.


Direi a verdade ao João / dir-lhe-ei a verdade.
Compraria o carro se tivesse dinheiro / comprá-lo-ia.

Nota: ao fazer a pronominalização, estando o verbo no futuro ou condicional, com


os pronomes lo la los las, o r deve ser eliminado.
Ex. Contarei a história / contá-la-ei; é errado dizer “contar-la-ei”.

POSIÇÃO DO PRONOME NA FRASE

Antes do verbo (posição proclítica). Ex. Não me interessa.


Depois do verbo (posição enclítica). Ex. Falei-te a verdade.
A meio do verbo (posição mesoclítica) Ex. Dir-te-ei a verdade.
1º O pronome aparece depois do verbo em frases declarativas e
exclamativas.
Ex. Chamo-me André / Pede-lhe o livro.
2º O pronome aparece antes do verbo:
a) Em frases negativas.
Ex. Não te conheço.
Nunca te vi.
b) Em frases interrogativas, iniciadas por pronomes ou advérbios
interrogativos.
Ex. Como te chamas? / O que te aconteceu?
c) Depois das conjunções ou locuções subordinativas.

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Ex. Se o vires, di-lo que o estou a chamar.
d) Depois dos advérbios já, ainda, só, também, sempre, talvez, etc.
Ex. Ainda o disse ontem / eu também te amo.
e) Depois das preposições para, de, por, sem, até, etc.
Ex. Isto é para te lembrares de mim.
f) Depois dos pronomes indefinidos todo, toda, tudo, alguém, ninguém, nada, etc.
Ex. Tudo se transforma, nada se perde.

3º Aparece a meio do verbo:


a) Quando o verbo se apresenta no futuro do indicativo.
Ex. Lavar-me-ei, antes de ir à universidade.
b) Quando verbo se apresenta no modo condicional.
Ex. Dir-te-íamos se soubéssemos.

Nota: Existindo dos complementos, podem os dois ser pronominalizados.


Ex. Diz-me o resultado agora / diz-mo agora (me+o= mo, ou seja, me+o
resultado=mo).
Entrego-te a carta / entrego-ta

VOZ ACTIVA E VOZ PASSIVA

Voz activa – indica que o sujeito pratica a acção expressa pelo verbo.

Ex. O Miguel comeu todos os bolos.

Voz passiva – indica que o sujeito sofre a acção expressa pelo verbo.

Ex. Todos os bolos foram comidos pelo Miguel.

FORMAÇÃO DA VOZ PASSIVA

Na transformação de uma frase de forma activa numa frase de forma passiva,


usa-se o verbo auxiliar “ser”, conjugado no mesmo tempo do verbo da frase
activa, seguido do particípio passado do verbo desta frase.

Além da alteração da conjugação do verbo (voz activa passa para voz passiva), a
formação da voz passiva inclui também as seguintes alterações:

a) O sujeito da frase activa torna-se agente da passiva da frase passiva, sendo


regido pela preposição por (ou de).

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b) O complemento directo da frase activa torna-se sujeito da frase passiva.

Ex. Sujeito voz activa complemento directo


O rato roeu a rolha
A rolha foi roída pelo rato
(Sujeito) (voz passiva) (agente da passiva).

DISCURSO DIRECTO E INDIRECTO

Discurso directo é a reprodução textual da fala de uma personagem.

Ex. Luísa, o que estás a fazer aqui? Perguntou o Áureo.

Discurso indirecto é acto de contar ou reproduzir textualmente o que a


personagem disse.

Ex. O Áureo perguntou à Luísa o que estava a fazer aí.

REGRAS FUNDAMENTAIS DE TRANSPOSIÇÃO OU TRANSFORMAÇÃO DO


DISCURSO DE DIRECTO E DO DISCURSO INDIRECTO.

Para a passagem do discurso directo para o discurso indirecto, deve-se, primeiro,


introduzir um verbo declarativo ou interrogativo no pretérito perfeito: disse, afirmou,
declarou, contou, ponderou, confessou, sugeriu, respondeu, ordenou, pediu, indagou,
etc.

Discurso directo » Discurso indirecto

Enunciado na 1ª e 2ª pessoa Enunciado na 3ª pessoa


Ex. Eu fui à escola Ex. Ele disse que já tinha ido à escola.
Ex. Tu te sentes bem? Ex. Perguntou-lhe se se sentia bem.
Verbos
Presente » Pretérito imperfeito
Ex. Eu como muito Ex. Ele disse que comia muito.

Futuro » Modo condicional


Ex. Daremos o nosso melhor Ex. Ele disse que dariam o seu melhor.

Pretérito perfeito » Pretérito mais-que-perfeito


Ex. Eu já fui ao Uíge Ex. Ele disse que já tinha ido ao Uíge.

Futuro do conjuntivo » Pretérito imperfeito do conjuntivo


Ex. Eu trarei quando for à casa Ex. Ele disse que traria quando fosse à casa.

Modo imperativo » Pretérito imperfeito do conjuntivo

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(ou para+infinitivo).
Ex. Vai à escola agora! Ex. Ele ordenou que fosse à escola naquele momento
(ou para ir naquele momento)

Preterito imperfeito do conjuntivo » Preterito imperfeito do conjuntivo

Ex. E se passasses pela minha casa? Sugeriu a Ana Ex. A Ana sugeriu que passasse
pela sua casa.

Nota: O pretérito imperfeito, pretérito mais-que-perfeito do indicativo e ao


modo condicional, ao passarem para o discurso indirecto, mantêm a sua conjugação.
Não sofrem qualquer alteração.

Advérbio » Advérbio
Aqui, cá Ali, lá
Ontem, hoje, amanhã No dia anterior, nesse dia,
no dia seguinte
Agora Naquele momento

Pronomes pessoais da1ª e 2ª pessoa » Pronomes pessoais da 3ª pessoa


Me, te, nos, vos o/a, os/as, lhe, lhes, se

Pronomes possessivos da 1ª e 2ª pessoa » Pronomes possessivos da 3ª pessoa


Meu/s, minha/s, teu/s, nosso/s, nossa/s vosso/s, vossa/s Seu/s, sua/s, dele/s, dela/s

Pronomes demonstrativos próximos » Pronomes demonstrativos distantes


Este/s, esta/s, esse/s, essa/s, isto, isso Aquele/s, aquela/s, aquilo.

Vocativo Complemento indirecto


Ex. Mãe, posso entrar? Ex. Perguntou à mãe se podia entrar.

VERBOS

Verbos são palavras invariáveis que enunciam um acontecimento, acção, facto,


sentimento e estado, apresentando-o no tempo.

Os verbos classificam-se em:

a) Verbos regulares – são aqueles que mantêm o radical em toda a sua


conjugação.
Ex. Cantar / radical: cant.
Escrever / radical: escrev.
b) Verbos irregulares – são aqueles que não mantêm o radical em toda a sua
conjugação.
Ex. Trazer / radical: traz.

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Fazer / radical: faz.
c) Verbos defectivos – são aqueles que só se usam em alguns tempos ou pessoas,
para evitar sons desagradáveis ao ouvido.
Ex. Verbo reaver, falir, banir, colorir, adequar, etc.
d) Verbos unipessoais – são aqueles que exprimem vozes de animais e que se
usam somente na 3ª pessoa do singular e do plural.

Ex. Verbos miar, ladrar, arrulhar, etc.

e) Verbos impessoais – são aqueles que só se usam na 3ª pessoa do singular e que


não têm sujeito. Estes verbos indicam fenómenos da natureza.
Ex. Verbos chover, nevar, trovejar, amanhecer, anoitecer e o verbo haver,
quando usado impessoalmente com sentido de “existir ou estar”.

FORMAS ESPECIAIS DE CONJUGAÇÃO


a) Conjugação pronominal simples – é aquela em que a acção do sujeito se
reflecte num outro. É feita com os pronomes pessoais: o, a, os, as.

Ex. A mãe ama-o com todo o afecto.

b) Conjugação pronominal reflexa – é aquela em a acção do sujeito recai sobre


ele próprio. É feita com os pronomes pessoais: me, te, se, nos, vos.

Ex. Feriu-se com a faca.

c) Conjugação pronominal recíproca – é aquela em que a acção de cada um dos


sujeitos recai mutuamente sobre ambos. É feita com os pronomes pessoais do
plural (nos, vos, se), exprimindo reciprocidade na acção praticada.

Ex. As duas amigas abraçaram-se calorosamente.

d) Conjugação perifrástica – é aquela que é constituída por um verbo principal,


no indicativo ou no gerúndio, e um verbo auxiliar, no tempo que se quer
conjugar.
Ex. Tenho de comprar um livro / o avião vai partir.

TEMPOS VERBAIS

Os tempos verbais são:

1. Presente – indica uma acção actual.


2. Pretérito (passado) – indica uma acção anterior ou passada.
a) Pretérito perfeito – indica um passado completamente realizado.

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b) Pretérito imperfeito – indica um passado contínuo ao momento a que se refere.
c) Pretérito mais-que-perfeito – indica um passado anterior a outro passado.
3. Futuro – indica uma acção posterior ao momento actual.

MODOS VERBAIS

Os modos verbais são:

a) Indicativo – apresenta o enunciado como real.

Ex. Eu canto hoje,

b) Conjuntivo – apresenta o enunciado como uma possibilidade, desejo,


eventualidade ou dúvida. Ex. Talvez, eu cante hoje.
c) Condicional – apresenta o enunciado como dependente de uma condição. Ex.
Eu cantaria, se pudesse.
d) Imperativo – apresenta o enunciado como ordem, conselho, convite e pedido.
Ex. Por favor, cante hoje!
e) Infinitivo – apresenta, de forma abstracta, a ideia geral do enunciado. Ex. É
indispensável cantarmos hoje.

Existem três tipos de conjugações:

Ar Er Ir
Amar Comer Vir
Cantar Beber Corrigir
Falar Morrer Falir
Começar Vender Abolir
Brincar Entender Partir
Matar Ter Surgir
Apaziguar Bater Existir
Acalmar, etc Crer, etc Emergir, etc

A CRASE

A crase acontece na contracção da preposição “a” que rege um verbo, um nome


ou um adjectivo com um artigo definido feminino a que se lhe segue “a”: à.

a + a = à
Preposição simples artigo definido crase
feminino no singular

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Material de preparatório
2022/2023
Ex. João telefonou à Sara / O João telefonou a+a (à) Sara.

Nota: Sempre que houver uma dúvida no que concerne à crase, substitua a
palavra feminina por uma masculina. Se na masculina resultar em ao, então, há crase
com a feminina. Porém, esta regra nem sempre funciona com os verbos de movimento e
há um outro truque.
Ex. A mãe disse ao João / a mãe disse à Sara.

Não há crase quando surgem as seguintes situações:


 a+um/a/s + nome. Ex. Dê este livro a um menino
 a+este/a/s + nome. Ex. Vai a esta clínica.
 a+nome no plural. Ex. Falou a crianças.
 a+pronome indefinido. Ex. Não digas a ninguém.
 a+ a quem. Ex. A jovem a quem falo.
 a+ entre duas palavras iguais. Ex. Lado a lado / grão a grão.

Nota: relativamente a inexistência de crase com nomes femininos no plural, só


não existirá crase quando omitirmos o artigo. Ex. Falou a (preposição simples a)
crianças. Mas haverá crase quando o artigo for expresso. Falou às (preposição a + artigo
defino feminino no plural as = às). A crase deverá concordar em número.

COESÃO E COERÊNCIA TEXTUAL

Tudo o que se fala e escreve-se deve ter sentido, ou seja, deve ter coesão e
coerência.

A coesão pressupõe a:

 Correcção gramatical;
 Ordem das palavras na frase;
 Concordância e a ligação das palavras na frase;
 Articulação das orações, frases e parágrafos com:

a) Conectores (conjunções e preposições);

b) Articuladores de discursos (seguidamente, logo, por conseguinte, assim, etc.).

c) Sinais de pontuação.

Coerência pressupõe à aceitabilidade e lógica.

Uma frase pode estar gramaticalmente correcta, mas não ser lógica.

Ex. O cão bebeu o leite / o leite bebeu o cão.

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Material de preparatório
2022/2023
As duas frases estão gramaticalmente correctas, isto é, são coesas. Mas apenas a
primeira tem lógica, isto é, é coerente. A segunda frase é incoerente porque a
informação do enunciado contradiz a realidade.

Nota: No mundo irreal da ficção literária, pode aparecer a referência a um mundo


real, isto é, as expressões metafóricas são aceites como coerentes.

TEXTO LITERÁRIO E NÃO LITERÁRIO

No texto literário contém:

a) Mensagem – é subjectiva, emocional e raras vezes aponta para uma finalidade


imediata.
b) Actualidade – actualiza-se com cada leitura, sendo, por isso, intemporal.
c) Linguagem – é polissémica e conotativa. Cada autor é autónomo na criação da
sua linguagem.
d) Função – tem, para além da mensagem, uma finalidade estética.
e) Norma – algumas vezes, afasta-se da norma padrão e busca recriação da língua.
f) Conteúdo – aborda um mundo fictício, embora quase sempre relacionado com o
real.
Ex. Os romances, novelas, poesias, etc.

O texto não literário contém:


a) Mensagem – objectiva, tem finalidade imediata;
b) Actualidade – tem um carácter muito mais temporal e imediato;
c) Linguagem – é denotativa, informativa e mono-significativa;
d) Função – tem uma finalidade essencialmente comunicativa.
e) Norma – utiliza um discurso padrão, evitando a linguagem erudita.
f) Conteúdo – descreve e interpreta o mundo real, o concreto, não usa a ficção.
Ex. As notícias, as reportagens, os livros científicos, etc.

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Material de preparatório
2022/2023
REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL
Regência é, em gramática, sinónimo de dependência e subordinação. Assim, a
sintaxe de regência trata das relações de dependência que as palavras mantêm na frase.
Diz-se que um termo rege o outro que o complementa.
Numa frase, os termos regentes ou subordinantes (substantivos, adjectivos e
verbos) regem os termos regidos ou subordinados (substantivos, adjectivos e
preposições) que lhes completam o sentido.
Quando o termo regente é um verbo, os seus complementos podem ser regidos
ao mesmo por preposições (regência indirecta) ou não (regência directa). Alguns verbos
admitem várias mudanças de significado de acordo com a preposição seleccionada,
outros mantêm a mesma significação em todos os contextos, independentemente do tipo
de regência que se lhes aplique.

Ex. Aprecio compositores / agradava a compositores


Regência directa / regência indirecta

Regência de alguns nomes:


Admirado a, por
Aversão a, para, por
Atentado a, contra
Bacharel em
Capacidade de, para
Devoção a, para, por, com
Doutor em
Dúvida de, acerca de, em, sobre
Impaciência com
Medo a, de
Obediência a
Proeminência sobre
Respeito a, com, para com, por

Regência adjectival
Acessível a
Acostumado a, com
Afável com, para com
Agradável a
Alheio a, de
Análogo a
Ansioso de, para, por
Apto a, para
Ávido de
Benefício a
Capaz de, para

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Material de preparatório
2022/2023
Compatível com
Contemporâneo a, de
Grato a, por
Hábil em
Habituado a
Idêntico a
Impróprio para
Indeciso em
Insensível a
Liberal com
Natural de
Necessário a
Nocivo a
Paralelo a
Passível de

Nota: Os advérbios terminados em – mente, tendem a seguir a regência dos


adjectivos de que são derivados.

FIGURAS DE ESTILOS
O texto literário distingue-se do não literário pela recriação que faz do real: evoca
e sugere, através do recurso de desvios literários, utilizando outras maneiras de dizer
que não são propriamente as da norma da língua. Ente estes desvios encontram-se as
figuras de estilo.

a) Assíndeto – consiste na supressão dos elementos de ligação entre as palavras ou


frases sucessivas (a conjunção e é muitas vezes esse elemento suprimido.
Ex. O menino viu o cão, interrompeu o passo, fez-lhe uma festa, convidou-o
para a dança.
Estaria escrito desta forma: “… e convidou-o para a dança”.
b) Polissíndeto – consiste na repetição dos elementos de ligação entre palavras ou
frases coordenadas.
Ex. E não se conteve; foi à pequena que deu logo “a grande novidade”,
anunciando-lhe que ia ter duas vacas, e uma cabra, e flores, e árvores para se
balouçar…
c) Anáfora – consiste na repetição de uma mesma palavra, ou palavras, no início
da frase ou versos sucessivos.
Ex. São guerras que fazem os grandes homens. Olha para o duque de
Wellington, olha para Napoleão, olha para Afonso Henriques.
d) Epístrofe ou epífora – consiste na repetição da mesma palavra, ou palavras, no
fim de frase ou versos sucessivos.
Ex. Não sou nada.
Nunca serei nada.

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Material de preparatório
2022/2023
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.
e) Gradação – consiste na apresentação de vários elementos segundo uma
ordenação, que pode ser ascendente ou descendente, por exemplo desde menor
para o maior.
Ex. Parecia ter-se enganado de quarto, de hotel, de praia, de país, de
continente. Porventura mesmo de planeta.
f) Pleonasmo – consiste no emprego de uma palavra ou palavras que reforça(m)
uma ideia já expressa.
Ex. Eu vi tudo com estes olhos, aqui desta varanda.
g) Metáfora – é uma comparação subjectiva, feita sem o recurso a elementos
comparativos.
Ex. Esta mulher é uma fera
h) Apóstrofe ou invocação – é a expressão usada para chamar alguém ou algo.
Ex. Ó caricaturas das florestas, apareçam agora!
i) Hipérbole – consiste na utilização de uma linguagem que exagera a realidade
com o objectivo de dar destaque naquilo que se fala.
Ex. Ele é surdo como uma porta.
j) Ironia – é o uso de uma expressão com o sentido contrário ao que se quer dizer,
com o objectivo de criticar e satirizar.
Ex. Felicitações! Tiveste uma rica nota (0 valores).
k) Sarcasmo – é uma forma de ironia mordaz ou insultuosa.
Ex. Tu que destróis o templo de Deus e o reedificas em três dias, livra-te a ti
mesmo e desce da cruz.
l) Eufemismo – é o uso de uma expressão de sentido mais brando no lugar de uma
considerada chocante e grosseira.
Ex. O pai foi para os céus (faleceu), filha.
m) Disfemismo – consiste no uso de uma expressão que pretende exprimir uma
ideia de forma mais brutal e violenta.
Ex. E, de repente, arrombou a porta com uma patada.
n) Personificação – consiste na atribuição de características humanas a animais,
coisas ou ideias.
Ex. Uma lágrima espreitou-me um instante dos olhos, durante o meu discurso,
e recolheu-se arrependida.
o) Paradoxo – consiste na atribuição de termos contraditórios à mesma realidade.
Ex. Estas dores não magoam.
p) Oxímoro – consiste em expressões que têm algo contraditório e distingue-se do
paradoxo por abranger apenas uma expressão e não toda frase.
Ex. Um amargo prazer.
q) Metonímia – consiste em designar uma realidade por meio de um termo
referente a outra realidade que está relacionada com a primeira, existindo uma
associação por consanguinidade ou proximidade.
Ex. Bebeu um copo (copo = o conteúdo de um copo de vinho).

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Material de preparatório
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Ele gosta de ler Pepetela (as obradas de Pepetela).

EXERCÍCIOS

1. Faça a transposição do discurso directo e indirecto das frases:


a) Ó pai, empresta-me dois livros;
b) Esta semana, tenho de ir à casa da Adriela;
c) Esse filme é muito interessante;
d) Espero que este ano prove no exame de acesso ao Instituto Superior de
Relações Internacionais;
e) Estarei em Luanda durante 30 dias;
f) Quando lavava, a energia foi;
g) O Danilson disse que tinha estado com a Shairlize no dia anterior;
h) Amanhã, irei à casa do Sálvio;
i) Ó minha querida esposa, compra-me uma gramática;
j) Far-te-ei um grande favor;
k) Meninos, não façam barulho;
l) Hoje, vamos almoçar no Restaurante Chic;
m) Empresta-me esta caneta;
n) Tomás, não ponha este caderno aqui;
o) Tire todos os livros daí;
p) Amanhã é feriado;
q) Esqueci-me de dar um abraço;
r) Assumirei todos esses compromissos;
s) Fechem a sala quando vocês saírem.

2. Pronominalize as seguintes frases:


a) O professor convocou os alunos para um passeio;
b) A Kailane apagou as luzes;
c) A Antónia saúda a directora respeitosamente;
d) Vou imprimir a acta da reunião;
e) Faz perguntas ao professor;
f) Estou a ler a matéria;
g) O aluno põe a pasta na sala;
h) As crianças beberam chá gelado;
i) As tuas primas convenceram os pais;
j) Enviaste o relatório ao João?
k) Pede as revistas ao teu irmão?
l) Faz uma surpresa aos teus filhos;
m) Mandaste um correio electrónico ao Virgílio?
n) Empresta-me o teu caderno de Língua Portuguesa;
o) Diga-me a verdade;
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Material de preparatório
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p) Dar-te-ei um abraço quando vieres;
q) Comprarei todos os livros;
r) Trarei muitas surpresas;
s) Deram-nos uma oportunidade;
t) Dei-vos uma oportunidade;
u) Emprestei-lhe vinte mil kwanzas.

3. Corrija quanto à posição do pronome na frase:


a) Eu me sento nesta cadeira;
b) Eles não viram o presidente, mas nós lhe vimos;
c) O João grelhou o bife e o comeu;
d) O Zaplone não leva-te à casa?
e) O Ruben a tem ajudado muito;
f) Eu nunca vejo-o no cinema;
g) O que apetece-te fazer logo à noite?
h) Se eles encontrassem-nos lá, seria melhor;
i) Todos levantaram-se muito cedo naquela casa;
j) Talvez sinta-me melhor aqui;
k) Já deram-lhe a novidade?
l) Já comprei-o ontem;
m) Também emprestei-lhe o caderno;
n) Digo isto para manter-te informado;
o) Eu me chamo Carla;
p) Não chamo-me Vizany, eu me chamo Maria;
q) Como esqueceste-te dos documentos?
r) Quanto custou-te a casa?
s) Cansei-me de avisar-te;
t) Na natureza, tudo transforma-se, nada perde-se;
u) Direi-lhe a verdade;
v) Comprarei-te uma casa, se comportares-te bem;
w) Levaria-te ao altar, se comportasses-te bem;
x) Quem dera-me ser onda;
y) Eu também amo-te muito;
z) Te adoro de mais.

4. Identifique a função de linguagem contida nas frases:


a) Amor é fogo que arde sem se se ver
É ferida que dói, e não se sente
É um contentamento descontente
É dor que desatina sem doer.
b) Explicar o código usado.___________________________________
c) Estabelecer, manter ou cortar a comunicação._________________________
d) Aconselhar, convencer o receptor a mudar de comportamento.____________

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e) Explicar sentimentos despertados pela Andreia._______________________
f) Angola realizou as primeiras eleições em 1992._______________________

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Material de preparatório
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5. Identifique o valor sintáctico das expressões sublinhadas:
a) Praga é uma cidade linda;
b) A minha cidade predilecta é Paris;
c) Querer é poder e amar é sofrer;
d) A Sara ofereceu um caderno a uma amiga;
e) A Suzeth contou uma história;
f) Comi um bolo delicioso;
g) Que pretendes?
h) Desejo que ele regresse cedo;
i) Tive um acidente devido à velocidade;
j) Hoje, o Sansão festeja solenemente o seu aniversário na ilha de Luanda;

6. Identifique o valor morfológico das palavras que se seguem:


a) A, há, haver, à, o, eu, ela, te, me e se;
b) Meu, nosso, tua, pouco, certo e ninguém;
c) Este, aquele, hoje, amanhã, ali, aqui e cujo;
d) Amável, feliz, orgulhoso, esperto e mentiroso;
e) Contra, entre, para, sobre, sob e em;
f) Mas, contudo, todavia, se, quando, embora, não obstante, por conseguinte,
oh! E oxalá.
g) Ser, amado, trouxe, disse, orientava, tinha estudado, faça e brincava.

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