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LOBITO
2023
1
2
LOBITO
2023
3
Banca examinadora
______________________________________
Presidente
______________________________________
Orientadora
______________________________________
Membro da banca
______________________________________
LOBITO
2023
5
DEDICATÓRIAS
A todos que directa ou indirectamente contribuíram sem medir esforços para que eu
pudesse desenvolver este árduo trabalho académico para a obtenção do grau de Licenciado em
Pedagogia para Escola.
6
AGRADECIMENTOS
À minha querida mãe, Engrácia Nahele, que sempre esteve comigo nos bons e maus
momentos;
Aos meus amigos e colegas que se tornaram a minha segunda família, principalmente,
ao Professor Miguel Graça e Sérgio Brita Kassindingui;
A todos aqueles que directa ou indirectamente, contribuíram para que este trabalho de
investigação se concretizasse;
Não podia deixar de agradecer aos professores e directores que aceitaram fazer parte
da amostra deste estudo.
EPÍGRAFE
ÍNDICE DE TABELAS
Sumário
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 13
SUGESTÕES ........................................................................................................................... 69
APÊNDICES ............................................................................................................................ 73
SIGLA OU ABREVIATURAS
ed………………edição
p...……………………….página
pp.………………………entre as páginas
UnB………………………Universidade de Brasília
ix
11
RESUMO
Abstract
This work addresses the theme “importance of using previous organizers in the construction of
meaningful learning for 2nd grade students at the Escadinha da Vida Private School Complex –
Lobito”. Based on the following research problem: what is the importance of using previous
organizers in the construction of meaningful learning for 2nd grade students at the Escadinha da Vida
Private School Complex – Lobito? The general objective was to: analyze the importance of using
previous organizers in the construction of meaningful learning, in the teaching and learning process of
2nd grade students at the Escadinha da Vida Private School Complex – Lobito. The study falls under
the type of descriptive research, using a qualitative and quantitative approach. To operationalize the
investigation, we opted for theoretical-level methods, bibliographical research, analytical-synthetic,
inductive-deductive and empirical-level methods such as questionnaire survey, interview survey and
observation; for data quantification, mathematical-statistical procedures were used. The results
demonstrate that the importance of using previous organizers in the construction of meaningful
learning for students in the 2nd class of the Escadinha da Vida Private School Complex – Lobito is to
create a cognitive bridge between what the student already knows and what they need to know; help
students to anchor ideas, becoming like cognitive bridges, which allow the connection between new
learning material and existing ideas in the student's cognitive structure; interact with new knowledge
by modifying and enriching the previous cognitive structure, which allows the attribution of meanings
to knowledge; develop cognitive capacity. However, we were outraged to see that few teachers use
this instrument.
INTRODUÇÃO
Para que uma aprendizagem seja potencialmente significativa três condições são
necessárias, a primeira, o material de apoio do professor deve ser potencialmente
significativo, a segunda, o aprendiz deve apresentar uma predisposição para aprender, a
terceira, devem existir conceitos subsunçores, em sua estrutura cognitiva (AUSUBEL et al.,
1980). Assim, o material elaborado pelo professor tem de ser potencialmente significativo
para o aluno, e o mesmo, deve estar motivado para aprender e tem de ter ideias para se apoiar,
pois sem elas será difícil aprendizagem significativa.
A escolha tema em questão deriva do quadro prático, que justifica-se pelo facto de ser
professor do referido Complexo e ter me apercebido, por meio de conversas e partilha de
conhecimentos em seminários, que os professores da 2ª classe, raramente, utilizam
organizadores prévios na construção da aprendizagem significativa dos alunos, visto que,
15
constituí o organizador prévio um dos elementos cruciais para que aconteça a aprendizagem
de modo significativa na vida do aluno, porque o que ele aprende de modo significativo não
esquece e torna-se um conhecimento para vida.
Do ponto de vista de Bello (2005, p. 22), “objectivo é sinónimo de meta, fim”. Para
Libâneo (1994, p. 120) “objectivos são categorias que antecipam os resultados”. Ainda de
acordo com Fachin (2023, p. 42), o objectivo geral “revela o que se quer conhecer, medir ou
provar e indicam a contribuição do trabalho de forma geral”. E segundo Richardson (1989,
p. 23), os objectivos específicos “definem aspectos determinados que se pretende estudar e
que contribuem para alcançar o objectivo geral”. Tendo em conta a situação problemática
que levantamos, traçamos os seguintes objectivos:
Objectivo geral:
Objectivo específico:
O valor prático do trabalho consiste nos resultados e sugestões caso sejam levados a
prática no processo de ensino e aprendizagem. O trabalho servirá também de apoio
sustentável, no caso de consultas para o desenvolvimento de pesquisas voltada a temática.
O Complexo Escolar é composto por 24 salas de aulas (na sede), nas classes da
iniciação à 12ª classe, nos períodos da manhã e tarde. Controlando um total de 3380 alunos
matriculados, sendo 388 da 2ª classe, um corpo docente composto por 104 professores e um
corpo directivo e administrativo de 28 trabalhadores, dos quais 3 (três) directores distribuídos
na seguinte ordem 1 (um) Director geral, 1 (um) Directores Pedagógicos, 1 (um) Director
Administrativo, 9 (nove) auxiliares administrativos, 10 auxiliares de Limpeza e 6 (seis)
vigilantes de crianças.
Constituída por 388 alunos, sendo 195 do sexo feminino, 193 do sexo masculino; 10
professores que leccionam a mesma classe, 6 (seis) do sexo feminino, 4 (dois) do sexo
masculino e 3 (três) membros de Direcção.
sexo feminino, 4 (quatro) do sexo masculino e 2 (dois) membros de Direcção, ambos do sexo
masculino, totalizando 12 indivíduos.
Pesquisa bibliográfica: de acordo com Marconi; Lakatos (2023, p. 36), este método,
Analítico - Sintético: para Andrade (2003, p. 55),“utiliza-se este método para tratar
de conhecer a essência de cada uma das partes que compõem o processo de aprendizagem”.
Estes métodos foram de grande utilidade porque proporcionaram processos lógicos de
pensamento que permitiram argumentar de forma objectiva sobre os aspectos estruturantes da
monografia bem como a conduzir as conclusões parciais e finais durante a investigação.
Neste capítulo fizemos referência aos fundamentos teóricos que sustentam o presente
trabalho de pesquisa. Para que haja maior compreensão achamos necessário, em primeiro
lugar, definir os termos e conceitos fundamentais neste trabalho, a fim de distrinsarmos as
barreiras que podem ser manifestadas durante a leitura, compreensão e interpretação do
trabalho.
Aluno: Segundo Baptista (2002, p. 56) “é aquele que aprende, isto é, aquele que tem
a capacidade de construir conhecimentos através do processamento da informação que
adquire a partir da interacção que estabelece quer com as pessoas, o professor quer com o
meio envolvente”.
Segundo Libâneo (1994, p. 12) “o aluno é aquele que é capaz de exercer a cidadania,
compreender e aplicar os direitos de cada indivíduo, ser crítico e participar dos processos de
transformação da sociedade, opinando, interferindo positivamente”.
Para Cunha (2004, p. 22) “é a criança que frequenta a escola, ou recebe explicação”.
Para nós, aluno é a pessoa que frequenta uma instituição escolar, que está em
constante aprendizagem e que busca aplicar o que aprende na vida real.
Aprendizagem significativa: de acordo com Moreira; Masini (2008, p. 9),
Para Silva; Silva (2015, p. 10) “é aquela que leva em conta o conhecimento prévio do
aluno interagindo com o que será ensinado”.
Importância: “é aquilo que faz que uma coisa seja considerável em si mesmo valiosa,
ou pelas suas eventuais consequências, influências, créditos, validades, alta opinião”1.
Entendemos que, importante, é toda a coisa interessante, relevante, que tem influência,
crédito e valor.
Para nós, organizador prévio é uma estratégia que facilita a conexão entre o que o
aluno sabe e o que ele precisa saber, para que possa aprender o novo material de maneira
significativa.
Segundo Moreira; Masini (2008, p. 103) “os organizadores prévios são materiais
introdutórios apresentados antes do material de aprendizagem em si”. Ainda, considera
Moreira (2005) que, contrariamente, a sumários que são, de um modo geral, apresentados ao
1
DICIONÁRIO DE PORTUGUÊS PRÁTICO ILUSTRADO. Lisboa: Escolar Editora, 2011, p. 626.
2
Conceito de importância. Disponível em: www.significados.com.br/importancia/, Acesso em: 10 Fev. 2023.
23
Em termos gerais, um organizador prévio pode ser, “um enunciado, uma pergunta,
uma situação-problema, uma demonstração, um filme, uma leitura introdutória, uma
simulação, ou seja, um método que aproxime o indivíduo do conceito subsunçor adequado
para ancorar um novo conceito” (MOREIRA, 2005, p. 11). Assim, podemos considerar, que
qualquer material pode servir como organizador prévio, desde que, ajude o aluno a ter uma
ideia do assunto a tratar.
De acordo com Ausubel (1980) “uma das condições para que aconteça a
aprendizagem significativa é a existência de subsunçores na estrutura cognitiva do aluno”
(p.10). O subsunçor é a condição importante para que aconteça a aprendizagem significativa,
ele deve estar estabelecido na estrutura cognitiva do aluno.
Ainda, realça Moreira (2005), que não é conveniente coisificá-lo, materializá-lo como
um conceito, por exemplo, pois ele pode ser também uma concepção, um construto, uma
proposição, uma representação, um modelo, em fim um conhecimento prévio especificamente
relevante para a aprendizagem significativa de determinados novos conhecimentos. Nesta
ordem de ideia, podemos entender que, não devemos considerá-lo como uma coisa ou um
conceito, mas como uma ideia ou como um conhecimento prévio relevante para aprendizagem
significativa.
Ao longo de seus estudos sobre organizadores, Ausubel (1980 apud Silva, 2010, p.
36), apresenta dois tipos deles:
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Organizadores prévios do tipo expositivo: “são os que surgem quando o aluno não
possui em sua estrutura cognitiva os subsunçores adequados para aprender as novas ideias e
conceitos” (SILVA, 2010, p. 36). Em outras palavras, quando ele não possui familiaridade
com o assunto, então deve-se recorrer a este organizador, que para o autor, “funciona, como
ponte cognitiva entre aquilo que o aluno já sabe e aquilo que se deseja que ele aprenda”
(SILVA, 2010, p. 37). Ou seja, faz a ligação entre o que o aluno sabe e o que aprenderá.
Ausubel (1980 apud Silva, 2010), propõe o uso de um organizador do tipo expositivo
quando se trata de um tema desconhecido para o aluno. Esses organizadores teriam uma
relação de superordenação com novo conhecimento a ser aprendido. Consideramos que, é
recomendável a utilização deste tipo de organizador prévio, no caso, em que o aluno
desconhece o assunto que será ministrado e aprendido.
Para Moreira (2012, p. 3), destaca-se no entanto, que organizadores prévios não são
simples comparações introdutórias, pois, devem,
Em suma, são dois os tipos de organizadores prévio que o autor destaca: do tipo
comparativo e expositivo. A primeira ajuda nos casos em que o aluno já tem familiaridade
com o assunto a tratar e o segundo quando o aluno não dispõe em sua estrutura cognitiva
ideias ancoras para relacionar com o novo conteúdo. Essas duas classes de organizadores
contemplariam os dois principais aspectos relacionados a aprendizagem escolar: a
aprendizagem que decorre da relação tradicional professor-aluno, mediada pela linguagem, e
aquela que privilegia um importante aspecto da aprendizagem humana, a aprendizagem
através de comparações.
Novak et al. (1980) apresenta outro tipo de organizador prévio, como: mapas
conceituais, alegando que são bons para o preparo de organizadores prévios. Não são fáceis
como parecem. Enfatiza a estrutura conceitual de um assunto e o papel dos sistemas
conceituais no seu desenvolvimento. Mostram que os conceitos de um certo assunto diferem
quanto ao grau de inclusividade e generalidade, mostrando uma ordem hierárquica.
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Estes tipos de organizadores não buscam classificar os conceitos, mas sim relacioná-
los e hierarquizá-los.
Para além destes organizadores prévios apresentados por, Ausubel; Novak (1980), são
descritos aqui outros fundamentados por, Lopes; Silva (2010), destacando-se os seguintes:
Entendemos que este tipo de organizador prévio ajuda os alunos a buscar a essência
da história e a relacionarem o conteúdo que vão aprender com conhecimento anteriores e a
concentrarem-se na informação que é importante.
Entendemos que este tipo de organizador prévio ajuda os alunos a criarem afinidades
ou interesses em sequências de actividades representativas como gráfico, mapas, horários,
organigramas.
De acordo com Ausubel (2003), para elaboração dos organizadores prévios é preciso
considerar as representações pelo aluno a respeito do tema que será estudado, ou seja,
procurar identificar, explicitando o conteúdo já existente na estrutura cognitiva que pode
subsidiar a aprendizagem do novo conteúdo.
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Partindo das ideias manifestadas pelo nosso autor, mais acima, podemos constatar, que
quatro elementos deve-se ter em conta ao estruturarmos ou elaborarmos um organizador
prévio:
conta o nível de maturidade cognitiva dos mesmos, uma vez que o vocabulário, a
formatação e a extensão devem ser adequada a faixa etária de aplicação;
As matérias de instrução devem ser muito mais diferenciadas do que o próprio
organizador prévio. (AUSUBEL, 2003)
Em um estudo inicial, Ausubel et al. (1980 apud Moreira, 2012), trabalhou com
alunos de um curso de Psicologia Educacional da Universidade de Illinois e o material de
aprendizagem usado consistia de um texto que tratava das propriedades metalúrgicas do aço-
carbono. Como este material era não familiar para os alunos envolvidos, utilizou-se um
organizador, do tipo expositivo, que foi apresentado em um nível mais alto de abstracção,
generalidade e inclusividade do que o próprio material de aprendizagem posterior, onde foram
enfatizadas as principais diferenças e similaridades entre metais e ligas metálicas, suas
respectivas vantagens e limitações e as razões de fabricação e uso de ligas metálicas. Este
material tinha a finalidade de fornecer ancoragem para o texto subsequente e relacioná-lo à
estrutura cognitiva dos alunos.
aluno ao assimilar os sistemas das disciplinas e, a medida que o aluno vai retendo novos
significados ele estará a reorganizar e enriquecer (com novos conceitos e princípios) a sua
própria estrutura cognitiva.
A diferenciação progressiva;
A reconciliação integradora;
A organização sequencial e a consolidação (AUSUBEL et al., 1980, p. 190).
disciplina na mente de um sujeito é uma sistema hierárquico onde, no topo, estão as ideias
mais gerais que, progressivamente, são incorporadas proposições, conceitos e factos menos
inclusivos e mais diferenciados, permitindo deste modo o enriquecimento desta estrutura.
Entendemos que, este princípio auxilia o professor ao elaborar uma aula expositiva,
porque estabelece as ligações entre ideias semelhantes assim como as suas diferenças, dando
ao aluno uma visão global do assunto estudado, sem que este fique dividido em tópicos sem
aparente relação entre eles. Além disso, pode estabelecer relações entre o conteúdo que
acabou de ser exposto e ideias apresentadas anteriormente e, também, com ideias que ainda
serão apresentadas.
Por outro lado, Novak et al. (1980), argumenta que, para atingir a reconciliação
integrativa de forma mais eficaz, deve-se organizar o ensino descendo e subindo, nas
estruturas conceituais hierárquicas, a medida que nova informação é apresentada. Em outras
palavras, isto é, começa-se com os conceitos mais gerais, mas é preciso ilustrar logo de que
modo os conceitos dependentes estão a eles relacionados e então voltar, através de exemplos,
a novos significados para os conceitos de ordem mais alta na hierarquia.
Contudo, podemos dizer, que a programação do conteúdo deve, não só, proporcionar a
diferenciação progressiva, mas também, explorar, explicitamente, relações entre proposições e
conceitos. O professor deve chamar, constantemente, a atenção dos alunos às diferenças e
similaridades e reconciliar inconsistências reais ou aparentes. É ainda de referir que tanto as
matérias de ensino como os exercícios envolventes neles devem obedecer uma ordem
sequencial para melhor organização da estrutura cognitiva do aluno.
Segundo Moreira; Masini (2001), os conceitos formados, geralmente até os seis anos,
constituem a estrutura cognitiva do aluno, que por meio da aprendizagem está em constante
movimento, às novas informações vão interagir ou não com o conteúdo da estrutura cognitiva
do aluno, esta interacção pode resultar, por exemplo, na assimilação ou formação de novos
conceitos, a forma como ocorre esta interacção é que vai determinar o tipo de aprendizagem.
Silva (2010), argumenta que, o ponto de partida da teoria de ensino proposta por
Ausubel é o conjunto de conhecimentos que o aluno traz consigo. Este conjunto de
conhecimentos, Ausubel (1980), dá o nome de estrutura cognitiva e, segundo ele, é a variável
mais importante que o professor deve levar em consideração no acto de ensino.
A palavra aprendizagem pode ser utilizada em diversas dimensões, pois não existe
apenas um tipo de aprendizagem, mas vários, os quais derivam, inevitavelmente, das
diferentes concepções de aprendizagem inerentes às teorias de aprendizagem que foram
surgindo ao longo dos tempos. A aprendizagem significativa consideramos que seja simples e
fácil de ser aplicada, todavia, exige uma preparação da hierarquia de conceitos a serem
passados pelo professor e o conhecimento do ciclo da aprendizagem para facilitar o uso de
ferramentas auxiliares adequadamente.
Aprendizagem representacional;
Aprendizagem de conceitos;
Aprendizagem proposicional.
Para Moreira; Masini (1982, p. 91), “é a que ocorre quando símbolos arbitrários
passam a representar, em significado, determinados objectos ou eventos em uma relação
unívoca, quer dizer, o símbolo significa apenas o referente que representa”.
De acordo com Biasotto et al. (2020, p. 7), “é aquela na qual são utilizados grupos de
palavras para dar significado a determinada circunstância, que dependem de aprendizagens
anteriores”.Entendemos que estaremos diante da aprendizagem proposicional, quando grupos
de palavras são utilizados para dar significado a determinada circunstância.
Nesta perspectiva, para que uma aprendizagem seja potencialmente significativa, Silva
(2010, p. 20), pressupõe que,
Deste modo, Ausubel (1980 apud Silva, 2010, p. 20), descreve três condições
necessárias para que aconteça a aprendizagem significativa,
Sobre a primeira condição descrita acima, Moreira (2012, p. 29), comenta que,
Moreira (2012), ainda acrescenta que, em muitos casos o que se observa é que o aluno
memoriza o conteúdo em relação a compreensão significativa do material a ser aprendido,
gostando ou não da matéria, porque no acto de ensino e aprendizagem, em muitos casos, não
há diferenciação, integração e comparação do novo material com conhecimentos existentes na
sua estrutura cognitiva.
Somos de opinião que, neste caso, teremos uma aprendizagem mecânica e não
significativa. Entretanto, Para que haja então a aprendizagem pura e significativa é
necessáriolevar em consideração as condições ditas pelo autor para que o material de
aprendizagem seja realmente aprendido.
Segundo Moreira (2012, p. 29), quanto a segunda e terceira condição, afirma que, a
essas condições implicam os outros dois importantes requisitos,
material disponível ao aluno precisa ajudá-lo a fazer este resgate. Assim, o novo conceito
interage com o subsunçor de modo a ser assimilado por ele. Em outras palavras, o professor
tem a responsabilidade de induzir o aluno no resgate de conceitos subsunçores existente na
sua mente e o material de apoio tem a mesma função, deste modo, o novo conceito terá
relação com subsunçor, neste momento, há mais possibilidade de a assimilação.
Em suma, são três as condições para que a aprendizagem significativa possa ocorrer. A
primeira é que o estudante esteja disposto a aprender. Neste caso, o professor terá a função de
tornar o conteúdo atractivo, fazendo com que o estudante esteja predisposto a aprender. A
segunda condição é que o material utilizado deve ser potencialmente significativo, ou seja,
deve possibilitar o resgate de conhecimentos prévios, bem como deve motivar o estudante
pela aprendizagem. A terceira condição é que devem existir conceitos subsunçores em sua
estrutura cognitiva, que sejam adequados para possibilitarem que ocorra a aprendizagem
significativa.
essenciais de uma proposição (no caso), porque estes tipos de perguntas produzem respostas
mecanizadas por parte do aluno.
Ausubel et al. (1980), argumenta que, uma longa experiência em fazer exames fez
com que os estudantes, esses habituaram a memorizar não só proposições e fórmulas, mas
também causas, exemplos, explicações e maneiras de resolver problemas típicos. Dada a
situação, o autor, propõe, então, “que ao procurar evidências de compreensão significativa, a
melhor maneira de evitar a simulação da aprendizagem significativa é formular questões e
problemas de uma maneira nova e não familiar, que requeira máxima transformação do
conhecimento adquirido” (AUSUBEL et al. 1980, p. 98-99).
Ainda para o autor, “os testes de compreensão, por exemplo, devem, no mínimo, ser
fraseados de maneira diferente e apresentados em um contexto de alguma forma diferente
daquele originalmente encontrado no material instrucional” (AUSUBEL et al. 1980, p. 99).
Retemos, da ideia do autor que, trabalhando com organizadores prévios o aluno pode
se aproveitar de uma visão geral do conteúdo antes que possa dissecá-lo em seus elementos
constitutivos. Assim, eles constituem importantes instrumentos de contextualização, uma vez
que, criam referências para o conteúdo, inserindo o aluno em um campo ideacional,
aumentando a discriminabilidade entre os materiais, criando pontes cognitivas, facilitando a
incorporabilidade e longevidade do material de aprendizagem.
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Entretanto, podemos dizer que a importância do uso dos organizadores prévios está na
função que este desempenha na construção da aprendizagem significativa como refere,
Ausubel et al. (1980, p. 144) “A principal função do organizador está em preencher o hiato
entre aquilo que o aprendiz já conhece e o que precisa conhecer antes de aprender
significativamente a tarefa com que se defronta”. Assim, retemos da ideia do nosso autor que,
os organizadores como recurso didáctico que ajudam na construção da ponte cognitiva entre o
45
que o aluno conhece e o que ele precisa saber, permitem o diálogo entre o conhecido e o
desconhecido e entre o conhecido e o familiar.
CAPÍTULO - II
26 à 30 anos 3 30%
Total 10 100%
1 à 5 anos 9 90%
Tempo de serviço
6 à 10 1 10%
Mais de 11 0 0%
Total 10 100%
A partir destes dados, podemos dizer que o corpo docente é bastante jovem. Com base
nisso, revelam-nos que, os professores deste Complexo ainda têm muito para contribuir e
melhorar o processo de ensino-aprendizagem, por meio de pesquisas, seminários, palestras
entre outras formas de aprendizagens.
Licenciado 1 10%
Mestre 0 0%
Doutorado 0 0%
Total 10 100%
introdutório apresentado antes do material a ser aprendido, porém em nível mais alto de
generalidade, inclusividade e abstracção do que o material em si e, 3 (três) que perfazem 30%,
consideram que é uma estratégia mais eficaz para facilitar a aprendizagem significativa.
Sim 9 90%
As vezes 1 10%
Não 0 0%
Total 10 100%
Fonte: Elaboração própria.
Em relação a esta questão, dos 10 professores inquiridos que perfazem 100%, 9 (nove)
que totalizam 90%, consideram que sim e, apenas 1 (um) que perfaz 10%,respondeu as vezes.
Num total de 10 que perfazem 100% inquiridos, 7 (sete) que perfazem 70%,
responderam é importante porque cria uma ponte cognitiva entre o que o aluno já sabe e
aquilo que ele precisa saber e, 3 (três) que perfazem 30%, responderam é importante porque,
ajudam os alunos a ancorarem ideias, tornando-se como pontes cognitivas, que permitem a
ligação entre o novo material de aprendizagem e as ideias existentes na estrutura cognitiva do
aluno.
Os resultados são produtivos, visto que, a maior parte considera que têm utilizado o
organizador prévio do tipo expositivo, enquanto as outras duas revelam que têm utilizado, um
do tipo comparativo e, o outro do tipo narrativo. Porém, um aspecto preocupante, que
verificamos nas aulas observadas, é que, das 20 aulas observadas, em apenas 5 (cinco) aulas
foi parcialmente observado o tipo de organizador prévio narrativo, enquanto em outras 15
aulas não foi observado. Algo que deixou-nos preocupados, porque uma das formas eficientes
de aquisição e assimilação do conhecimento é, começar ensinando a partir do que o aluno já
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sabe, isto desperta a atenção, o interesse e a motivação do aluno, pois o conhecimento que ele
tem fará interacção com o novo conhecimento e desta interacção resultará num conhecimento
mais estruturado e enriquecido na estrutura cognitiva do aluno e, o organizador prévio, neste
processo, servirá como ponte cognitiva fazendo a ligação e a relação do que o aluno sabe com
o que será ensinado.
Tabela 9: Qual é o tipo de aprendizagem significativa que se verifica na sua sala de aula
durante o processo de ensino e aprendizagem?
Os resultados são satisfatórios, visto que, a maior parte dos professores caracterizam
as suas práticas lectivas na utilização do organizador prévio como positiva, porque fornece
ideias-âncoras que ajudam na aprendizagem do novo material.
Tabela 11: Quando planifica a aula, tem levado em consideração as seguintes condições?
Total 10 100%
Fonte: Elaboração própria.
Dos 10 professores que perfazem 100% da amostra em estudo, 5 (cinco) professores
que perfazem 50%, responderam que o material de aprendizagem (livros, aulas, aplicativos,)
tenha significado lógico na mente do aluno e, 5 (cinco) professores que perfazem 50%,
responderam a natureza do material de aprendizagem, a idade do aprendiz e o seu grau de
familiaridade prévia com a passagem a ser aprendida.
Os dados da tabela são produtivos, pois alguns professores têm considerado durante o
momento de planificação das aulas, que o material de aprendizagem tenha significado lógico
na mente do aluno, enquanto outros têm levado em consideração a idade do aprendiz e seu
grau de familiaridade com a passagem a ser aprendida. Todavia, preocupante, visto que, todos
elementos verificados não se fizeram sentir nas aulas observadas, principalmente, a natureza
do material de aprendizagem e, o seu grau de familiaridade prévia com a passagem a ser
aprendida, pois estas condições são determinantes no momento de assimilação do conteúdo
por parte do aluno. Propõe-se que, no acto da planificação, o professor leve em consideração,
que o aprendiz tenha em sua estrutura cognitiva ideias-âncoras, porque “uma das condições
para que aconteça a aprendizagem significativa é a existência de subsunçores na estrutura
cognitiva do aluno” (AUSUBEL, 2003, p. 10).
57
Tabela 12: Que estratégias metodológicas são adoptadas pelo professore na aplicação do
organizadores prévios na construção da aprendizagem significativa dos alunos da 2ª
classe?
que facilita a construção da aprendizagem significativa dos alunos, porém ficamos indignados
ao verificar que poucos professores recorrem a este instrumento.
Estes dados permite aferir que os membros da direcção do Complexo Escolar Privado
Escadinha da Vida, reconhecem, que o material de aprendizagem, que tem significado lógico
na mente do aluno, facilita a aprendizagem significativa dos mesmos. Porém, isto é
62
Plano de aula, relativamente a este aspecto das 20 aulas observadas, verificou-se que
os professores, traziam consigo os planos de aula, aspecto que consideramos favorável para
64
Portanto, verificamos que há pouca criatividade por parte dos professores, e existiram
inúmeras aulas onde deveriam ser criativos e utilizar o organizador prévio como facilitador da
aprendizagem significativa dos alunos, mas prenderam-se, simplesmente, ao manual, tornando
assim o ensino cada vez mais tradicional e mecânico.
assunto que seria estudado na aula, alguns foram se enquadrando durante a aula mas outros
ficaram perdidos e desinteressados com a mesma. O que não possibilitou o resgate de ideias
âncora. Neste caso, o professor, poderia partir de um questionamento, procurando saber dos
alunos quais são os alimentos que mais consomem? De onde provém estes alimentos? E com
auxílio de um cartaz ilustrar os tipos de alimentos comuns e, em seguida, num outro cartaz, a
sua classificação de acordo com a sua fonte, mas não foi isso que observamos.
Contudo, o fornecimento de ideias que ajudam o aluno a resgatar e relacionar os
conteúdos aprendidos com os que serão assimilados é um elemento crucial para que ocorrera
aprendizagem significativa. A importância do professor, nesse momento, é crucial, pois será
ele o responsável por induzir o aluno a resgatar os conceitos subsunçores existentes em sua
estrutura cognitiva. Do mesmo modo que, o material disponível ao aluno precisa ajudá-lo a
fazer este resgate. Assim, o novo conceito interage com o subsunçor de modo a ser retido por
ele.
Tipos de organizadores prévios utilizados, quanto a este aspecto, das 20 aulas
observadas, constatamos a sua utilização de modo parcial em 5 (cinco) aulas (três na sede e
duas nas salas anexas), em relação a estas aulas, o organizador prévio não foi utilizado na sua
íntegra e apesar de serem observados parcialmente, na prática, o organizador não constava
nos planos de aula dos professores. Assim, o único procedimento averiguado que se
encaixava a um organizador prévio foi o conto de histórias, que muitas vezes não teve um
enquadramento lógico sequencial, o que não permitia que o aluno fizesse relação entre ideias
fornecidas com as ideias contidas no conteúdo de aprendizagem. Destas aulas destacamos à
aula de Língua Portuguesa, observada no dia 8/05/2023, com o tema: o mundo dos animais;
subtema: leitura e compreensão oral do texto «férias na aldeia II, p.70», o professor narrou
uma história sobre a aldeia natal de seus pais, quando lá foi fazer uma visita. Na história, ele
descrevia o que viu durante a sua visita (animais, florestas e modo de vida das pessoas), os
alunos estavam expectantes e, um deles começou a falar da fazenda de seu avô, associando à
semelhança que esta (aldeia) tinha em relação a uma fazenda, mas o professor não terminou
de contar a história e, no entanto, só um aluno pode fazer o resgate de ideias âncoras. A outra
parte da turma ficou aquém do assunto. Portanto, a utilização na íntegra do organizador
prévio permite que o aluno seja favorecido por uma visão geral do assunto antes do
detalhamento dos seus elementos constitutivos.
contrário do que alguns professores dizem na tabela n.º 9), tipos de aprendizagem
significativa que contribuem, bastante, na assimilação do conhecimento de maneira
significativa na estrutura cognitiva do aluno. Consideramos este facto preocupante, porque é
nesta fase que os alunos começam a aprender os conceitos básicos e as proposições nelas
estabelecidas. Na aula de Matemática observada no dia 10/05/2023, com o tema: grandezas e
medidas; subtema: medidas de tempo: leitura das horas e dos minutos; A professora começou
dizendo aos alunos, meninos vamos aprender a ler as horas e os minutos no relógio, desenhou
um relógio no quadro e depois perguntou aos alunos, quem pode dizer qual é o desenho que
estava no quadro? Depois de os alunos terem respondido, foi dando sequência a aula.
Posteriormente, uma menina perguntou, professara o que é o tempo? O outro perguntou, o
tempo serve para quê? A professora ficou toda enrolada, porque primeiro não trabalhou a
noção de tempo, horas e minutos com os alunos. Podia muito bem ter recorrido a um mapa
conceitual, como organizador prévio, para trabalhar as ideias iniciais com os alunos (o que
não se observou), isto permitiria a ancoragem e a relação de ideias contidas no material de
aprendizagem com as que os alunos já sabem, isto resultaria numa aprendizagem
significativa.
CONCLUSÕES
SUGESTÕES
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AUSUBEL, D. P.; NOVAK, J. D.; HANESIAN, H. Psicologia educacional, 2.ª ed.. Rio de
Janeiro: Interamericana, 1980.
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social, 6.ª ed. São Paulo: Atlas, 2008.
LOPES, J.; SILVA, H. S. O professor faz a diferença, 2.ª ed. Porto: Lidel – edições técnicas,
2010.
71
POZO, J. I. Aprendizes e mestres: a nova cultura da aprendizagem, 3.ª ed.. Porto Alegre:
Artmed, 2006.
APÊNDICES
74
INSTRUÇÕES GERAIS:
Responda, iniciando pela I parte, assinalando com um (X) no quadrado
correspondente. Se enganar-se, faça um círculo à volta do X e marque então outro X no
lugar que julgar correcto. Preste atenção à parte II, onde deverá responder assinalando cada
afirmação unicamente com um X, conforme o grau de concordância ou de discordância a
respeito de cada uma delas. Agradecemos a sua colaboração, que sem dúvida poderá
contribuir para a realização da nossa investigação.
Magistério Primário
Opções
Opções
Ajuda a preencher o hiato entre aquilo que o aprendiz já conhece e o que precisa conhecer
antes de poder aprender significativamente a tarefa com que se defronta.
Cria uma ponte cognitiva entre o que o aluno já sabe e aquilo que ele precisa saber.
Ajudam os alunos a ancorarem ideias, tornando-se como pontes cognitivas, que permitem
a ligação entre o novo material de aprendizagem e as ideias existentes na estrutura
cognitiva do aluno.
Indique outro:
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5. Que tipos de organizadores prévios são utilizados pelos professores no processo de ensino
e aprendizagem dos alunos da 2ª classe no Complexo Escolar Privado Escadinha da Vida?
Opções
Expositivo, são os que surgem quando o aluno não possui em sua estrutura cognitiva os
subsunçores adequados para aprender as novas ideias e conceitos
Comparativo, usam-se para situação em que já existam ideias às quais se podem ancorar
os novos conceitos e ideias, a serem trabalhadas na aula.
Mapa conceitual, é uma técnica de organização do conhecimento ou a representação
gráfica de uma estrutura de conhecimento demonstrada hierarquicamente, apresentando
formas e representações condizentes com a maneira como os conceitos são relacionados,
diferenciados e organizados.
Narrativo, assume a forma de uma história. O professor fornece as ideias essenciais da
lição ou unidade que pretende ensinar, contando uma história que incorpora algumas das
ideias-chave.
De tipo gráfico, são um tipo de representação não linguística, que pode também ser
eficazmente utilizados como organizadores prévios.
De tipo gráfico K-W- L, é um tipo de organizador prévio que pode ser usado em qualquer
idade e para qualquer assunto, este gráfico tem três etapas: “K: o que o aluno já sabe sobre
o assunto; W: o que o aluno quer saber sobre o assunto; L: o que o aluno aprendeu sobre o
assunto.
Raramente utiliza organizadores prévios no processo de ensino e aprendizagem dos
alunos.
Indique outro:
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Opções
Representacional, é a que ocorre quando símbolos arbitrários passam a representar, em
significado, determinados objectos ou eventos em uma relação unívoca, quer dizer, o
símbolo significa apenas o referente que representa.
Proposicional, é aquela na qual são utilizados grupos de palavras para dar significado a
determinada circunstância, que dependem de aprendizagens anteriores.
Indique outro:
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Opções
Positivo, porque fornece “ideias âncora” relevantes para a aprendizagem significativa do
novo material.
Negativo, porque em muitos casos o que se observa é que o aluno memoriza o conteúdo
em relação a compreensão significativa do material a ser aprendido.
Razoável, porque deve-se formular as questões em forma de problema ou seja de uma
maneira não familiar para os alunos.
Indique outro:_________________________________________________________
Opções
Que o material de aprendizagem (livros, aulas, aplicativos,) tenha significado
lógico na mente do aluno.
Indique outro:
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Objectivo: colher informações sobre a gestão das aulas ministradas a 2ª classe no Complexo
Escolar Privado Escadinha da Vida – Lobito.
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ANEXO
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