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UNIVERSIDADE DE BRASILÍA

Departamento de História (HIS)


Disciplina: História da África
Professor: Estevam Thompson
Nome/Matrícula: Lucas Maciel de Sousa – 211054097
Turma: 03

PANTOJA, Selma. “Parentesco, comércio e gênero de confluência de dois universos culturais”,


Identidades, Memórias e Histórias em terras africanas (Brasília: LGE, 2006), 81-97.

FICHAMENTO

O texto é dividido em:

Introdução
- Como funcionava a dinâmica de parentesco
- Análise das fontes sobre as questões de identidade, parentesco e mestiçagem
- Análise de casos ligados a fontes
- Conclusão

As Conexões

O texto pretende vislumbrar os laços estabelecidos pelos litorais americano e o africano no Atlantico
e a conexão estabelecida com Portugal. Ou seja, a histórico do comercio triangular.

“Os litorais angolanos e brasileiros mantiveram entre si profundas conexões que foram bem além
das relações econômicas.” (81)

A Rede de Parentesco

O capítulo “A Rede de Parentesco como Centro do Dilema” irá tratar da assimilação e nas relações
identitárias das famílias luandenses nos séculos XVII e XVIII. (82)

A integração do europeu na constituição familiar africana paulatinamente levava a uma mistura de


princípios entre os mundos africano e europeu que acaba por refletir na organização familiar. De
maneira direta exemplos dessas transformações promovidas através desta conjunção foram:

- “As proles descendentes de europeus e africanos (livres, escravos ou alforriados)


adquiriram, com o tempo, riqueza e prestígio, tornando-se a aristocracia local.” (83)
- Na segunda geração as mulheres recebiam a denominação de Donas devido a sua integração
às práticas representativas de uma senhora branca. (83)
- Na segunda geração os filhos eram reconhecidos no ato do batismo, tendo militares de baixa
patente como padrinhos. (83)

Os pedidos de reconhecimento de herança entre descendentes de casamentos mestiços têm um


ponto em comum: alegações de que a riqueza foi transmitida através das mulheres, originando-se
da família materna. Mulheres africanas eram mais longevas em comparação com seus maridos,
permitindo traçar árvores genealógicas com suas datas de nascimento e óbito. Durante os séculos
XVII e XVIII, essas viúvas desempenham um papel significativo na transmissão e gestão das heranças.
(83)

Mestiçagem
Entender o conceito de mestiçagem nos ajuda a compreender a construção de identidades culturais
e sociais. A complexa situação política e econômica de angola, especialmente na parte central do
litoral, levara ao desenvolvimento de elementos e consequentemente de novas identidades. (85)

“Mestiçagem pode ser descrita como a interação entre duas ou mais culturas. Mais do que
constituírem entidades culturais fixas, os diferentes elementos que interagiram naquela região
foram os contatos culturais que acarretaram mudanças.” (85)

“Mestiçagem cultural, embora seja um termo criticado por ser amplo demais, sem precisão e
eficácia analítica, tem aqui o significado de processo onde uma ou mais dinâmicas de interações cria
um novo conjunto de elementos culturais distintos dos seus antepassados.” (85)

Tal mestiçagem pode ser vista através das fontes escritas que através das designações de sua época
trazem um sentido identificador claro. Podemos constatar isso seja no conceito de Dona dentro
daquele contexto ou nas mudanças de costume quanto ao apadrinhamento dos mestiços. (90)

Apesar de pôr muito tempo a historiografia hegemônica ter considerado fato que os filhos dos
recém-chegados com as africanas não eram assumidos, os três casos mostrados no texto revelam
que não era sempre assim. Seja através do batismo ou da lei régia vários filhos mestiços foram
assumidos. O batismo em si significava o reconhecimento público e o filho reconhecido era criado na
casa do pai. (90)

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