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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Faculdade de Educação-EDU
Disciplina: História da Educação Brasileira - TURMA 4
Profa.: Maria de Lourdes da Silva
Alunos: Henrique de Medeiros Machado
Kassia Machado
Thereza Karolina Coutinho Melo

Avaliação 1 – 2022.1

Respostas:

1) No referido texto denominado como “Conto de Escola - Machado de Assis (1884)” narrado em
primeira pessoa pelo protagonista do conto, Pilar, realmente nos demonstra que a área da
educação brasileira, tenha assumido um solavanco direto após a fixação da coroa no estado
brasileiro, e suas rotinas intelectuais se aprofundam muito mais com as adaptações daquela
supracitada época.
Durante a leitura desse pequeno conto, vamos entrando no universo da educação tradicionalista
que ficou por muitos anos nas instituições escolares brasileiras.
A educação daquele século tinha como finalidade de abranger toda a população, obtendo a
parcialidade de possíveis áreas de ensino em locais onde eram possíveis se obter tal adepto
intelectual.
As construções dos prédios escolares do século XIX, eram definidas pela falta de insalubridade, e
enorme desprovimento de didática educacional para ao ensino presente, com seus grandes prédios
e palacetes, ou como eram chamados de “palácios escolares”, onde tais sociedades leigas e
religiosas criaram debates a partir de inclusão de planos educacionais para tais instituições.
A leitura do conto Conto de escola, de Machado de Assis, provoca questionamentos acerca das
possibilidades das relações afetivas e de trabalho em um determinado espaço, inclusive também,
levam a um entendimento da dinâmica espacial do período histórico retratado pelos contos, pois
Machado de Assis emerge descrições espaciais de diferentes lugares e as percepções dos
personagens em relação a estes espaços.

2) No século XIX o método de ensino aplicado em muitos países (começando principalmente pela
Europa) era o método Lancaster, que também era conhecido como método mútuo/monitoral). O
método Lancaster consistia em dividir os alunos em grupos de acordo com o nível de conhecimento
de cada um, não cobrando uma faixa etária específica, poderiam ter alunos de diferentes idades
estudando o mesmo conteúdo, além dos alunos tinham os monitores, assistente/ instrutor, que
eram normalmente dois alunos mais adiantados, que auxiliavam o professor, controlavam a saída a
entrada etc. Outras características desse método é a distribuição do espaço nas salas de aula e
troca de lugares dentro de cada classe, que já se configurava como uma espécie de prêmio ou
castigo, o bilhete que era basicamente quando o monitor anotava as faltas dos alunos sem
comunicá-los, e alguns castigos que eram aplicados, como: a cadeia de paus, a cesta e a prisão
depois da aula, dentre outros.

Quanto ao método de ensino no Brasil, o artigo 4º dessa lei estabeleceu que as escolas seriam de
“ensino mútuo nas capitais das províncias” e “também nas cidades, vilas e lugares populosos delas,
em que for possível estabelecer-se” (BRASIL. Lei de 15 de outubro de 1827, p. 71). No Brasil esse
método não funcionou bem como o esperado, devido a falta de alunos nas escolas, e no sistema
lancasteriano era uma quantidade imensa de alunos por turma, a falta de pessoal docente
qualificado, carência de materiais didáticos apropriados, a falta de recursos, poucas escolas e
edifícios inadequados. Segundo o Castanha: “O método foi elaborado para atender a um grande
número de alunos na mesma escola, mas esta não era a realidade da maioria das escolas”, visto
que a “[...] média de alunos por escolas no século XIX girava entre 50 e 60, desta forma, os grupos
ficavam reduzidos, fazendo com que os professores pouco se utilizassem de monitores
trabalhando, em muitos casos, de maneira individualizada”. (2012, p. 13). O conto parece não
adotar esse sistema principalmente pelo castigo dado pelo mestre, aqui no Brasil os tipos de castigo
eram diferentes dos tradicionais do método Lancaster (exemplo a cadeia de paus), mas não
deixavam de existir, como mostrado no conto, nesse momento o pais ainda tinha escravidão e
essas torturas não eram bem vistas.

3) a) “Com franqueza, estava arrependido de ter vindo. Agora que ficava preso, ardia por andar lá
fora, e recapitulava o campo e o morro, pensava nos outros meninos vadios [...]. Para cúmulo de
desespero, vi através das vidraças da escola, no claro azul do céu [...]. E eu na escola, sentado,
pernas unidas, com um livro de leitura e a gramática nos joelhos” o trecho acima do conto efetiva o
cotidiano escolar na primeira metade do século XIX, onde o Ministério do Império era o órgão
responsável pela administração do ensino primário e secundário na Corte, determinando
Regulamentos, no qual um deles institui: “ O Regulamento estabeleceu a obrigatoriedade do ensino
primário de 1º grau ou 1ª classe para os indivíduos livres entre 07 e 14 anos, sob pena de multa de
20 a 100 réis aos pais ou responsáveis por criança que, nesta faixa de idade, não recebessem a
instrução primária.” (ALESSANDRA FROTA, 2010).

b) O conto de Machado de Assis revela que os alunos constantemente eram castigados caso não
correspondem aos objetivos propostos da escola e que não tinham entusiasmo com a escola:
“Compreende-se que o ponto da lição era difícil, e que Raimundo, não o tendo aprendido, recorria a
um meio que lhe pareceu útil para escapar do castigo [...]” esse tipo de um ensino baseado em
punições possuía o intuito de solucionar os problemas cidades “civilizando e educando” a
população, relacionado a instrução primária à instrução popular em sala de aula, além de possuir -
como foi reforçado no texto “Os métodos de ensino no Brasil século XIX” – rigidez e controle severo
em sala de aula, autoritarismo e a hierarquização das funções.

c) Nota-se que no “Conto de escola” o ensino ofertado era voltado nos conhecimentos científicos
para meninos, e conhecimentos limitados para as meninas, onde a autora Alessandra Frota
também afirma: “O currículo relativo às aulas de meninas estabelecia limites no ensino de álgebra,
geometria, gramática, história e geografia pátrias. Para as meninas, a doutrina cristã, a leitura, a
escrita e o cálculo elementar seriam ensinamentos suficientes, acrescidos das aulas de agulha,
bordados e costura. A formação da mulher visando a vida doméstica em detrimento da vida pública,
reservada aos homens, era o ideal da instrução primária feminina.”, Diante de tal afirmação
podemos chegar à conclusão que a escola buscava excluir, diferenciar não só meninas – que não
constituem prioridade do legislador -, mas também meninos pobres daqueles meninos pertencentes
à “boa sociedade”, o que tornava a escola apartada dos acontecimentos do mundo.

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