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2 ISSN 1677-7042 1 Nº 51, terça-feira, 17 de março de 2015

§ 3o Após elaboração de lista própria, respeitar-se-á a ordem Art. 18. Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome II - a igualdade de tratamento entre nacionais e estrangeiros,
cronológica das conclusões entre as preferências legais. próprio, salvo quando autorizado pelo ordenamento jurídico. residentes ou não no Brasil, em relação ao acesso à justiça e à
tramitação dos processos, assegurando-se assistência judiciária aos
§ 4o Após a inclusão do processo na lista de que trata o § 1o, Parágrafo único. Havendo substituição processual, o subs- necessitados;
o requerimento formulado pela parte não altera a ordem cronológica tituído poderá intervir como assistente litisconsorcial.
para a decisão, exceto quando implicar a reabertura da instrução ou a III - a publicidade processual, exceto nas hipóteses de sigilo
conversão do julgamento em diligência. Art. 19. O interesse do autor pode limitar-se à declaração: previstas na legislação brasileira ou na do Estado requerente;
§ 5o Decidido o requerimento previsto no § 4o, o processo re- I - da existência, da inexistência ou do modo de ser de uma IV - a existência de autoridade central para recepção e trans-
tornará à mesma posição em que anteriormente se encontrava na lista. relação jurídica; missão dos pedidos de cooperação;
§ 6o Ocupará o primeiro lugar na lista prevista no § 1o ou, II - da autenticidade ou da falsidade de documento. V - a espontaneidade na transmissão de informações a au-
conforme o caso, no § 3o, o processo que: toridades estrangeiras.
Art. 20. É admissível a ação meramente declaratória, ainda
I - tiver sua sentença ou acórdão anulado, salvo quando que tenha ocorrido a violação do direito. § 1o Na ausência de tratado, a cooperação jurídica inter-
houver necessidade de realização de diligência ou de complementação nacional poderá realizar-se com base em reciprocidade, manifestada
da instrução; TÍTULO II por via diplomática.
DOS LIMITES DA JURISDIÇÃO NACIONAL
II - se enquadrar na hipótese do art. 1.040, inciso II. E DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL § 2o Não se exigirá a reciprocidade referida no § 1o para
homologação de sentença estrangeira.
CAPÍTULO II CAPÍTULO I
DA APLICAÇÃO DAS NORMAS PROCESSUAIS DOS LIMITES DA JURISDIÇÃO NACIONAL § 3o Na cooperação jurídica internacional não será admitida
Art. 13. A jurisdição civil será regida pelas normas pro- a prática de atos que contrariem ou que produzam resultados in-
Art. 21. Compete à autoridade judiciária brasileira processar compatíveis com as normas fundamentais que regem o Estado bra-
cessuais brasileiras, ressalvadas as disposições específicas previstas e julgar as ações em que:
em tratados, convenções ou acordos internacionais de que o Brasil sileiro.
seja parte. I - o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver § 4o O Ministério da Justiça exercerá as funções de au-
domiciliado no Brasil; toridade central na ausência de designação específica.
Art. 14. A norma processual não retroagirá e será aplicável
imediatamente aos processos em curso, respeitados os atos proces- II - no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação;
suais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência Art. 27. A cooperação jurídica internacional terá por objeto:
da norma revogada. III - o fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado no Brasil. I - citação, intimação e notificação judicial e extrajudicial;
Art. 15. Na ausência de normas que regulem processos elei- Parágrafo único. Para o fim do disposto no inciso I, con-
torais, trabalhistas ou administrativos, as disposições deste Código II - colheita de provas e obtenção de informações;
sidera-se domiciliada no Brasil a pessoa jurídica estrangeira que nele
lhes serão aplicadas supletiva e subsidiariamente. tiver agência, filial ou sucursal. III - homologação e cumprimento de decisão;
LIVRO II Art. 22. Compete, ainda, à autoridade judiciária brasileira
DA FUNÇÃO JURISDICIONAL IV - concessão de medida judicial de urgência;
processar e julgar as ações:
TÍTULO I V - assistência jurídica internacional;
DA JURISDIÇÃO E DA AÇÃO I - de alimentos, quando:
VI - qualquer outra medida judicial ou extrajudicial não
Art. 16. A jurisdição civil é exercida pelos juízes e pelos a) o credor tiver domicílio ou residência no Brasil; proibida pela lei brasileira.
tribunais em todo o território nacional, conforme as disposições deste
Código. b) o réu mantiver vínculos no Brasil, tais como posse ou Seção II
propriedade de bens, recebimento de renda ou obtenção de benefícios Do Auxílio Direto
Art. 17. Para postular em juízo é necessário ter interesse e econômicos;
legitimidade. Art. 28. Cabe auxílio direto quando a medida não decorrer
II - decorrentes de relações de consumo, quando o con- diretamente de decisão de autoridade jurisdicional estrangeira a ser
sumidor tiver domicílio ou residência no Brasil; submetida a juízo de delibação no Brasil.
III - em que as partes, expressa ou tacitamente, se sub- Art. 29. A solicitação de auxílio direto será encaminhada
meterem à jurisdição nacional.
pelo órgão estrangeiro interessado à autoridade central, cabendo ao
Art. 23. Compete à autoridade judiciária brasileira, com ex- Estado requerente assegurar a autenticidade e a clareza do pedido.
clusão de qualquer outra:
Art. 30. Além dos casos previstos em tratados de que o
I - conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil; Brasil faz parte, o auxílio direto terá os seguintes objetos:

II - em matéria de sucessão hereditária, proceder à con- I - obtenção e prestação de informações sobre o ordenamento
firmação de testamento particular e ao inventário e à partilha de bens jurídico e sobre processos administrativos ou jurisdicionais findos ou
situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja de nacionalidade em curso;
estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional;
II - colheita de provas, salvo se a medida for adotada em
III - em divórcio, separação judicial ou dissolução de união processo, em curso no estrangeiro, de competência exclusiva de au-
estável, proceder à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o toridade judiciária brasileira;
titular seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do
território nacional. III - qualquer outra medida judicial ou extrajudicial não
proibida pela lei brasileira.
Art. 24. A ação proposta perante tribunal estrangeiro não
induz litispendência e não obsta a que a autoridade judiciária bra- Art. 31. A autoridade central brasileira comunicar-se-á di-
sileira conheça da mesma causa e das que lhe são conexas, res- retamente com suas congêneres e, se necessário, com outros órgãos
salvadas as disposições em contrário de tratados internacionais e estrangeiros responsáveis pela tramitação e pela execução de pedidos
acordos bilaterais em vigor no Brasil. de cooperação enviados e recebidos pelo Estado brasileiro, respei-
tadas disposições específicas constantes de tratado.
Parágrafo único. A pendência de causa perante a jurisdição
brasileira não impede a homologação de sentença judicial estrangeira Art. 32. No caso de auxílio direto para a prática de atos que,
quando exigida para produzir efeitos no Brasil. segundo a lei brasileira, não necessitem de prestação jurisdicional, a
autoridade central adotará as providências necessárias para seu cum-
Art. 25. Não compete à autoridade judiciária brasileira o primento.
processamento e o julgamento da ação quando houver cláusula de
eleição de foro exclusivo estrangeiro em contrato internacional, ar- Art. 33. Recebido o pedido de auxílio direto passivo, a au-
guida pelo réu na contestação. toridade central o encaminhará à Advocacia-Geral da União, que
requererá em juízo a medida solicitada.
§ 1o Não se aplica o disposto no caput às hipóteses de
competência internacional exclusiva previstas neste Capítulo. Parágrafo único. O Ministério Público requererá em juízo a
medida solicitada quando for autoridade central.
§ 2o Aplica-se à hipótese do caput o art. 63, §§ 1o a 4o.
Art. 34. Compete ao juízo federal do lugar em que deva ser
CAPÍTULO II executada a medida apreciar pedido de auxílio direto passivo que
DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL demande prestação de atividade jurisdicional.

Seção I Seção III


Disposições Gerais Da Carta Rogatória

Art. 26. A cooperação jurídica internacional será regida por Art. 35. (VETADO).
tratado de que o Brasil faz parte e observará:
Art. 36. O procedimento da carta rogatória perante o Su-
I - o respeito às garantias do devido processo legal no Estado perior Tribunal de Justiça é de jurisdição contenciosa e deve as-
requerente; segurar às partes as garantias do devido processo legal.

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