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FISIOLOGIA VETERINÁRIA I

Medicina Veterinária
Aula 7

Prof. Dr. Fabricio Gonçalves Correa


e-mail: fagcorrea@bol.com.br
FISIOLOGIA do SISTEMA NERVOSO
- ATIVIDADE SUPERIOR
- Ciclo Sono-vigília: os estados comportamentais
sono e vigília são considerados estados de consciência.

- O Animal pode apresentar diferentes estados


de consciência:
- sono; vigília; excitação externa;
- diferentes níveis de humor
(satisfação, depressão, medo, etc).

- Estes estados são decorrentes de diferentes


forças ativadoras e inibidoras, gerada
no encéfalo.

- Os animais possuem ritmos biológicos:


- ciclo circadiano, ciclo anual, que são influenciados
pela glândula pineal.
FISIOLOGIA do SISTEMA NERVOSO
- ATIVIDADE SUPERIOR
- Cronobiologia: disciplina que estuda os ritmos biológicos.
- Ritmos Biológicos:
a) Circadianos: são ciclos que se repetem a cada dia.
ex: vigília-sono, temperatura corporal (24 hs)
b) Infradianos: são ciclos que se repetem com uma frequencia menor
que um dia.
ex: ciclo menstrual; hibernação
c) Ultradianos: são ciclos que se repetem com uma frequencia maior
que um dia. Ex: EEG (0,1 seg); Ritmo cardíaco (1 seg); Ritmo
respiratório (6 seg); Secreções hormonais (60 min).
- Marcapassos: são os osciladores primários, que exibem ritmicidade
geneticamente determinada, auto-sustentada, endógena, mesmo na
ausência de pistas temporais externas (= relógio biológico).
- Ex: pessoas mantidas em cavernas por períodos de várias semanas ou meses continuam
dormindo e acordando com uma periodicidade de ~ 24hs.
Natureza rítmica dos processos biológicos
FISIOLOGIA do SISTEMA NERVOSO
- ATIVIDADE SUPERIOR
- Função ritmos biológicos: produzir adaptações que permitam ao
organismo ajustar antecipadamente alguma de suas funções de acordo
com determinadas variações regulares do meio externo.

- ex:
- horário da alimentação
- ordenha
- ciclo estral

- Os ritmos biológicos podem


sofrer alteração, segundo o
tempo de exposição à luz
ou fotoperíodo.
FISIOLOGIA do SISTEMA NERVOSO
- Ritmos Biológicos:
Sincronizador

Vias aferentes Vias eferentes Ritmos Biológicos

Temporizador externo Temporizador interno


Claro-escuro Relógio biológico
Duração do fotoperíodo SNC

Órgão Trato retino- Núcleo- Outras áreas do SNC Ritmos


fotossensível hipotalâmico supraquiasmático Órgãos efetuadores circadianos
(HIPOTÁLAMO)

Relógio Biológico

Glândula Ritmos
Pineal infradianos
Mecanismos neurais da ritmicidade

- Núcleo Supraquiasmatico (NSQ): Relógio biológico


- AFERÊNTE
- Retina (Trato retino-hipotalamico)

- EFERÊNTE
- Outros núcleos do hipotálamo
- Tálamo

- NSQ cicla mesmo quando as conexões


neurais são eliminadas ou quando os núcleos
são mantidos em cultura e possui um ritmo
próprio.

- Porem pode se sincronizar aos ritmos


ambientais externos como as oscilações
fotoperiodicas.
FISIOLOGIA do SISTEMA NERVOSO
- Glândula pineal: sintetiza e libera a melatonina. GÂNGLIO CERVICAL SUPERIOR
(neurônio pós-ganglionar)

RETINA HIPOTÁLAMO
Trato NSQ  N. paraventricular
retinohipotalâmico MEDULA TORÁCICA
Coluna intermédio lateral
(neurônio pré-ganglionar)

- Durante o dia, a retina estimula o NSQ cujos neurônios são inibitórios. Como
conseqüência, os neurônios do núcleo paraventricular deixam de estimular os
neurônios pré-ganglionares simpáticos da medula e a produção de melatonina é
baixa durante o dia (ou quando o fotoperíodo é longo).
FISIOLOGIA do SISTEMA NERVOSO

- Glândula pineal: sintetiza e libera a melatonina.

- A noite, acontece o contrário e a concentração de melatonina


aumenta. O seu aumento induz o sono.

RETINA HIPOTÁLAMO SNA simpático HIPOTÁLAMO


N. paraventricular pré-ganglionar pós-ganglionar Gl. pineal
NSQ - + + +
+

Diminuição da luz Diminuição do efeito Liberação do SNA simpático


inibitório do NSQ

Indução do sono Melatonina


FISIOLOGIA do SISTEMA NERVOSO
- ATIVIDADE SUPERIOR
- FORMAÇÃO RETICULAR E CICLO SONO-VIGÍLIA:

- Quando a Formação Reticular (F.R.) está ativada, o animal fica em estado


de vigília e quando a F.R. diminui a sua atividade produz o sono.

- Drogas (barbitúricos) atividade da F.R. Sono.

- A lesão da F.R. (sem atividade),


leva ao quadro de coma, ou seja,
o animal fica sem atividade neural
na Córtex Cerebral.
FISIOLOGIA do SISTEMA NERVOSO
- ATIVIDADE SUPERIOR
- VIGÍLIA (alerta):

- Ocorre a ativação de todo o sistema nervoso pela F.R. e transmite seus


impulsos pelo Sistema Ativante Reticular Ascendente (SARA), que
percorre todo o sistema do tálamo de projeção difusa.

- A F.R. é influenciada pela glândula pineal,


de acordo com os turnos claro e escuro.

- O tálamo possui:
1) Sistema de Projeção difusa: responsável
pelo alerta generalizado.

2) Sistema de Projeção Específica: responsável pelo alerta específico


(deixa o animal + sensível aos estímulos sensoriais)
ex: cão de caça.
FISIOLOGIA do SISTEMA NERVOSO
- Sistema Ativante Reticular Ascendente (SARA),

- A formação reticular é uma ampla rede de neurônios dentro do tronco


cerebral (em vermelho), recebe e integra todas as entradas sinápticas.

- O SARA, promove o estado


de alerta cortical e ajuda a
dirigir a atenção em direção a
eventos específicos, é composto
por fibras ascendentes (em azul)
que se originam na formação
reticular e transporta sinais de
cima para despertar e ativar
o córtex cerebral.
FISIOLOGIA do SISTEMA NERVOSO
- ATIVIDADE SUPERIOR
- REAÇÃO DE DESPERTAR:

- Qualquer estímulo sensorial é capaz de ativar a F.R.

- As sensibilidades dolorosas proprioceptivas são as mais potentes.

- Um potente mantenedor do estado de vigília é a atividade motora


(contração muscular esquelética).

- Todas as vias sensoriais enviam fibras


colaterais para a F.R. e está se conecta
com o Tálamo, Cortex e Medula Espinhal
de forma ascendente e descendente.
FISIOLOGIA do SISTEMA NERVOSO
- ATIVIDADE SUPERIOR
- SONO e SONHOS:

- É um estado de inconsciência reversível e relativo a imobilidade do


animal e é constituído por:

1) Menor capacidade de analisar as alterações do meio ambiente

2) Linear para a estimulação sensorial

3) Inatividade muscular relativa

- Sono:
- Perda reversível do estado de consciência
- Estado de limiar reduzido aos estímulos ambientais,
postura estenotipada (deitado e de olhos fechados) e
período de reduzida atividade motora
FISIOLOGIA do SISTEMA NERVOSO
CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE O SONO

DEMONSTRATIVO DE TEMPOS DE SONO E VIGÍLIA NAS DIVERSAS ESPÉCIES ANIMAIS

EM VIGILIA DORMINDO SONO NÃO ATIVADO SONO ATIVADO (REM)

RAPOSA 9h 18min 14h 42min 12h 18min 2h 24 min


GATO 10h 48min 13h 12min 10h 3h 12min
PORCO 11h 6min 12h 54min 11h 6min 1h 48min
RATO 11h 30min 12h 30min 10h 48min 1h 42min
VACA 12h 36min 11h 24min 10h 42min 42 min
OVINO 16h 8h 7h 30min 30 min
COELHO 17h 6 min 6h 54min 6h 12min 42 min
COBAIO 17h 12min 6h 48min 5h 54min 54 min
CAVALO 19h 12min 4h 48min 4h 48 min
HOMEM 16h 8h 6h 2h
FISIOLOGIA do SISTEMA NERVOSO
- ATIVIDADE SUPERIOR
- Manifestações Motoras e Vegetativas na fase do Sono:
SONO SINCRONIZADO SONO DESSINCRONIZADO

- redução dos movimentos com - A diminuição do tônus muscular é


diminuição do tõnus muscular + intensa, havendo apenas
através da inibição pós-sináptica dos movimentos limitados para
neurônios motores. acompanhar os componentes
motores do sono.
- Diminuição:
- P.A.; - Ocorre movimentos rápidos dos
- Freq. Card.; olhos .
- Freq. Resp.;
- Secreções digestivas com a - P.A.; Freq. Card. e Resp. estão
secreção gastrointestinal normal; irregulares.
- Quietude Ocular;
- Secreção de hormônios de - Pode ocorrer ereção peniana nos
crescimento. primatas.
ELETROENCEFALOGRAMA (EEG)
- O EEG revela a atividade elétrica
cerebral resultante de populações
de neurônios corticais em atividade
em função do tempo.

- Dois eletrodos pareados na


superfície do couro cabeludo
captam essa atividade elétrica.
FISIOLOGIA do SISTEMA NERVOSO
- ATIVIDADE SUPERIOR
- RITMOS ou PADRÃO do ELETROENCÉFALOGRAMA (EEG):

- Ondas ß: aparece com o animal acordado ou no sono dessincronizado,


tem origem no tálamo.

- Ondas α: aparece somente nos primatas, o indivíduo esta acordado com


os olhos fechados, relaxado, sendo um tipo de onda menos
dessincronizada que as Ondas ß.

- Ondas Δ: maior sincronização, aparece no sono profundo, tendo alta


amplitude e baixa frequência.

- Tem origem no Córtex, quando este não está ativado pela F.R.
Ritmos das ondas do EEG
EEG rápido: as células
corticais estão em
Eletrodo
superficial ritmo dessincronizado

Córtex EEG lento: as células


cerebral
corticais estão em
ritmo sincronizado;

- FREQUENCIA
- número de ondas na unidade de tempo (ritmo)

- AMPLITUDE
- tamanho da onda
Eletroencefalograma

- A frequência e a amplitude das ondas,


variam com as alterações nos níveis de
alerta.

frequência
Alerta
amplitude

frequência
Relaxado
amplitude

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