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BASES NEUROBIOLÓGICAS DO

SONO
• Profa. Patrícia Xavier
Obje3vos da aula

• Compreender como se processa a arquitetura do


sono.

• Explicar os transtornos do sono.


"Quais são os
transtornos do sono?
Como se processa a
arquitetura do sono?”
Ritmos Biológicos
• Cronobiologia à estudo dos ritmos biológicos

• Ritmos Circadianos: eventos que acontecem a cada dia


(periodicidade em torno de 24hs)
• Ritmos Infradianos: eventos que ocorrem com um ciclo maior
que uma vez por dia (> 24hs) – demoram mais que um dia para
se repe=rem
• Ritmos Ultradianos: eventos que ocorrem com um ciclo maior
que uma vez por dia (< 24hs) – repetem várias vezes no dia

• Presença de sistemas orgânicos – marcapassos, osciladores


primários, que exibem ritmicidade gene0camente determinada, auto-
sustentada, endógena, mesmo na ausência de pistas temporais externas
(= relógio biológico)
Ciclo Sono-Vigília
Por que dormimos?
- Não sabemos muito, mas a sua privação causa inúmeros
transtornos.

O que é sono?
- Perda reversível do estado de consciência
- Estado de limiar reduzido aos es=mulos ambientais,
postura estereo>pada (deitado e de olhos fechados) e
período de a>vidade motora reduzida
- Experiências oníricas = sonho

Caracterização do ciclo vigília-sono


1) Comportamentais: a>vidade muscular, movimentos
oculares
2) A>vidade cerebral (Eletroencefalograma – EEG)
3) Autonômicos: a>vidades viscerais (FC, Pa, FR)

Não dormir ou dormir mal à dificuldades para realizar a?vidades cogni?vas


Estados do Sono
A. Sono não-REM ou sono de
ondas lentas:
- Estágio 1: Transição entre vigília
e sono; A0vidade teta (5 min)
- Estágio 2: Início do sono, A0v.
teta, fusos do sono e complexos K
(10 a 20 min)
- Estágio 3 e 4: Sono profundo ou
de ondas lentas; A0vidade delta
(somam 20 a 40 min)
O sono Não-REM apresenta 4 estágios, durante os quais as
ondas se tornam cada vez mais lentas e aumentam a
amplitude. O eletroencefalograma (EEG) se torna
B. Sono REM (ou paradoxal):
sincronizado e a profundidade do sono aumenta.
- A0vidade elétrica
O sono REM é um >po de sono onde EEG fica dessicronizado
dessincronizada (teta e beta) (20 a
e ocorre movimentos rápidos dos olhos (Rapid Eyes
30 min) Movements).
• Além das alterações cíclicas do
EEG ocorrem oscilações viscerais e
somá6cas, par6cularmente
durante os episódios de sono
REM.

ü Aumento dos movimentos


oculares
ü Atonia muscular
ü Aumento da frequência
cardíaca
ü Aumento na frequência
respiratória
ü Ereção peniana
Arquitetura do Sono
Numa noite de sono (8horas), passamos por ciclos de sono que se repetem umas 5 a 7
vezes. Entre a fase IV e a I ocorre o sono REM. A medida que o sono chega ao fim, a
profundidade diminui e a duração do sono REM aumenta.

Total de Sono – N-REM Total de Sono – REM


Estagio I: 4 a 5% Estagio II: 45 a 55% REM: 20-25%
Estagio III: 4 a 6 % Estagio IV: 12 a 15%
Caracterís3cas dos Tipos de Sono

SONO NÃO-REM (NREM) SONO REM

ü A0vidade mental intensa


ü Movimentação rápida dos
olhos
ü A0vidade metabólica ü Frequência cardíaca alterada
reduzida ü Respiração irregular
ü Função: descanso do cérebro ü Função: possibilitar a
ü Sono de ondas lentas aprendizagem do indivíduo
ü Composto por 4 estágios através da consolidação de
memórias durante a vigília
ü Bebês apresentam maior
quan0dade
ü Sono paradoxal
Quando dormimos somos “desligados” de uma vez? E quando acordamos
também? Haverá um sistema geral atenuador/a=vador do córtex?
SISTEMA ATIVADOR RETICULAR ASCENDENTE

SARA Sistema A?vador Re?cular Ascendente


(SARA)
Fibras ascendentes da FR à núcleos talâmicos à
todo o córtex cerebral

Neurônios talâmicos (neurônios-relés)


1. VIGÍLIA
Cerebelo
Impulsos - altamente excitáveis
visuais - modo de transmissão conMnuo
FORMAÇÃO Tronco Impulsos audi@vos - Eletroencefalograma: ondas dessincronizadas
RETICULAR Encefálico
Medula 2. SONO (NREM)
Vias ascendentes Vias descendentes - modo em salvas de PA
- Eletroencefalograma: ondas sincronizadas

MECANISMOS QUE MANTÉM A VIGÍLIA:


1 – Ação aMvadora das vias ascendentes histaminérgicas
2 – Modulação do núcleo reMcular talâmico pelos sistemas moduladores:
monoaminérgicos e serotonérgicos
Sistemas Moduladores – Estado de Vigília

Modulação da excitabilidade cerebral Modulação da excitabilidade cerebral (vigília);


(vigília); mantém o estado de alerta (sem mantém o estado de alerta em
movimentação) movimentação
Sistemas Moduladores – Estado de Vigília
Sistema histaminérgico

ParMcipam da regulação dos comportamentos


de alerta, modulando a excitabilidade durante a Modulação da excitabilidade cerebral
vigília
SONO NREM Como adormecemos?
1 – Bloqueio das vias a/vadoras histaminérgicas
TÁLAMO

CÓRTEX
CEREBRAL
Núcleo - Núcleo geniculado
Gaba
re3cular lateral

2 – Diminuição da a/vação do sistema modulador colinérgico do tronco encefálico e


passagem dos neurônios tálamo-cor/cais ao modo de disparo em salvas

TÁLAMO
GABA
N. re>cular NGL CÓRTEX
ACh
- Salvas CEREBRAL
de PA
-
5-HT (núcleos da
rafe) e NE (lócus
Neurônios colinérgicas cerúleos) Tronco encefálico
do sistema de

?
(neurônios O que dispara o
modulação difuso
- GABAérgicos)
processo
SONO REM Como adormecemos?
1 – Bloqueio dos neurônios gabaérgicos
2 – A?vação dos sistemas moduladores colinérgicos
CÓRTEX
TÁLAMO GABA inibidos CEREBRAL

N. re>cular NGL
Salvas
ACh
de PA
+
5-HT (núcleos da
rafe) e NE (lócus
Neurônios colinérgicas cerúleos) Tronco encefálico
do sistema de
(neurônios
modulação difuso
GABAérgicos
+ inibidos)

Quando despertamos, há es/mulação das vias sensoriais aferentes com maior


intensidade, a/vando o SARA; há uma a/vidade aumentada do lócus ceruleus durante a
transição do sono REM e a vigília, neurônios do despertar que dessincronizam o EEG, no
tronco encefálico produzem movimentos oculares e na medula, movimentação corporal.
Distúrbios do Sono
• Insônia: causado pela dificuldade de adormecer e de manter o sono. Ex.:
estresse, medicamentos, es0lo de vida, apnéias
• Hipersonia idiopáIca: excesso de sono durante o dia, apesar do sono
adequado durante a noite
• Narcolepsia: vontade súbita e irresis[vel de dormir, seguida de perda
súbita do tônus muscular, alucinações
• Parassonias: consistem em fenômenos motores, autonômicos ou
experienciais indesejáveis, que ocorrem durante o sono. Presença de
sonhos intensamente vividos ou a0vidades `sicas.
• Sonambulismo: caracterís/co do SONO N-REM
• Terror noturno: inicia de forma abrupta, com choro, gritos, olhos abertos,
taquicardia, midríase, sudorese.
• Paralisia do sono: incapacidade temporária de se mover ou falar ao
adormecer ou ao acordar (SONO REM)
O que são os Sonhos?
• Experiência subje=va consciente durante o sono,
principalmente no estágio REM. A matéria-prima está
memorizada no SN
• Neurociências à pouco evidencias biológicas conhecidas na
experiência de sonhar
• Sonho do estágio REM: estranhos, surrealistas, ilógicos e
emocionais
• Sonho do estágio N-REM: curtos, menos vividos e emocionais,
lógicos

• Para os neurocien@stas é matéria de especulação!


ATIVIDADE AUTONOMA AURA

1. É $ a dificuldade de iniciar o sono, mantê-lo con6nuamente durante a


noite ou o despertar antes do horário desejado. Estes episódios de (X)
podem estar relacionados a vários fatores, e são bastante individuais:
expecta6vas (viagem, compromissos, reuniões, prova, etc.), problemas
clínicos, problemas emocionais passageiros, excitação associada a
determinados eventos. Mas pode tornar-se crônica e provocar muito
sofrimento ao longo dos anos. O transtorno do sono descrito no
enunciado se refere à:
a. Insônia
b. Apnéia Obstru6va do Sono
c. Síndrome das pernas inquietas
d. Narcolepsia
e. Terror noturno
ATIVIDADE AUTONOMA AURA

2. A sincronização-dessincronização das ondas do EEG do sono


NREM/REM e vigília é consequência da a=vidade neural nos
circuitos tálamo-cor=cais (núcleos re=culares do tálamo e córtex
cerebral), decorrentes da interação entre os núcleos
monoaminérgicos e colinérgicos do:
a. giro do cíngulo
b. hipotálamo
c. cerebelo
d. tronco encefálico
e. subtálamo
Obrigada!

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