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Psicofisiologia

2023-2024

Ritmos biológicos: Sono


Gonçalo Oliveira

goncalo.oliveira@universidadeeuropeia.pt
Aula anterior: Controlo dos ritmos biológicos pelo SCN

Saudável

Lesão SCN
Ritmo circadiano e insónia
Normal
Dormir quando a temperatura está a baixar
Acordar quando a temperatura está a subir

Insónia
Alterações no ritmo

Atrasado: dificuldade em adormecer


(sinal do SCN: ainda não é tarde o suficiente para
dormir) – Insónia inicial

Adiantado: dificuldade em manter o sono


(Morris et al., 1990) – Insónia terminal
Estrutura de uma noite de sono
Estrutura do sono, duração e idade

Encontramos o mesmo padrão em outros mamíferos


Funções do sono
• Conservação e manutenção de energia
• Termorregulação
• Crescimento, reparação, recuperação somática
• Recuperação de nutrientes gastos durante o período ativo
• Equilíbrio imunitário / metabólico
• Desenvolvimento cerebral
• Plasticidade cerebral, memória, aprendizagem, etc
• Evitar predadores
• dormir durante a parte do dia em que os ataques por predadores são mais prováveis - noite; procurar
um “abrigo” para dormir)
Medidas

Electroencefalografia (EEG): registo da actividade eléctrica do cérebro

Electro-oculografia (EOG): registo do movimento dos olhos

Electromiografia (EMG): registo da actividade muscular


Revisão: Amplitude e frequência das ondas
Amplitude
Fases do sono
Vigilia
 Ondas beta: alta frequência e baixa
amplitude (15-20Hz)
 EEG desincronizado
 Movimento voluntário
 REM frequente

Sono NREM; 75% do sono


 Progressiva dimininuição de frequência e
aumento de amplitude (ondas alfa, teta,
delta)
 Estadio 4: Sono de ondas lentas (delta)
 Baixa actividade e padrão regular
 Movimentos ocasionais, involuntários
 REM raros

Sono REM; 25% do sono


 Alta actividade do EEG, com ondas de alta
frequência e baixa amplitude
 Atonia muscular
 REM frequente e irregular
Regra geral
alta frequência e baixa amplitude  alerta, vigilia, sonho
(neurónios desincronizados devido a estarem envolvidos em diferentes
tarefas cognitivas)

baixa frequência e alta amplitude  sono lento, coma


(cortex pouco activo e sincronizado – input talâmico)
EEG – Normal, individuo acordado, artefactos dos blinks
EEG – Anormal, AVC no hemisfério direito, ondas lentas vs. ritmo alfa no hemisfério esquerdo
EEG – Anormal, individuo com narcolepsia
NREM 2 NREM 3
Sono REM com apneia do sono – Falcone et al. 2013

Psicofisiologia - GO - 2023/2024 17
Mecanismos do sono: papel dos sistemas modulatórios difusos

Noradrenalina
Serotonina

Acetilcolina
Sono REM
REM

Vermelho: Acetilcolina (ponte) induz REM

Azul: Noradrenalina (Locus coeruleus)


e Serotonina (núcleos de Raphe
terminam REM
Default Mode Network
 Conectividade entre PCC, MPFC, IPL
 Critica para a consciência
 Coma = conectividade reduzida

PCC: Posterior cingulate cortex


IPL: Inferior parietal cortices
MPFC: Medial pre-frontal cortex

Sono de ondas lentas


(slow wave sleep)

REM: restabelecimento da
conectividade com o MPFC
Acordado:
Conectividade com regiões fora da
default mode network

Sono REM é um estado de


consciência diferenciado
Normal: Sono REM

Atonia
Sono REM: Perturbação do sono REM

Actividade
Muscular
Perturbação do sono REM

Sono REM normal:


• Atonia – Ausência de movimento muscular

Perturbação do sono REM


• Actividade motora
• Movimentos complexos e dirigidos
• Comportamentos violentos (geralmente o motivo da consulta)
• Diferenças de sexo: homens > mulheres
• Pode estar associado ao conteúdo do sonho
Possível mecanismo: insuficiente inibição motora

Wt: Wild type – rato


saudável
Tg: Rato com deficiência
nos receptores GABAa
Brooks & Peever, 2011
82% of pacientes com perturbação do sono REM desenvolvem
uma forma de doença neurodegenerativa
Ritmos circadianos em doenças neurodegenerativas

Os modelos animais das doenças


degenerativas apresentam
alterações dos ritmos circadianos

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