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UNIDADE 1 – Moradia

Capítulo A modernização do
2 espaço urbano brasileiro
auGusTo malTa — arQuIVo Geral da cIdade do rIo de JaneIro
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

s Obras na rua da Carioca, na região central da cidade do Rio de Janeiro, em 1906.

TEMAS O início do século XX foi um período marcado por refor-


mas urbanas nas principais cidades brasileiras da época,
◗ O desafio do acesso à entre elas São Paulo, Salvador, Recife e, principalmente, o
moradia no Brasil
Rio de Janeiro.
◗ Século XIX: os fatores
que contribuíram para Essas transformações urbanísticas, contudo, foram re-
as transformações sultado de uma série de eventos ao longo do século XIX,
urbanísticas
◗ As reformas urbanas
como a abolição da escravidão e a chegada de imigrantes.
◗ As políticas públicas de Em sua opinião, como esses eventos podem ter cola-
habitação borado para a modernização dos centros urbanos? Será
que as reformas urbanas asseguraram melhores condições
de moradias à população em geral?

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1 As cidades brasileiras e seus desafios
Pense na cidade onde você vive ou estuda: os bairros e as ruas são organiza-
dos e dispostos da mesma maneira? As residências têm padrões de construção
ou valor comercial equivalente? As pessoas de diferente poder aquisitivo distri-
buem-se em áreas específicas?
Nas cidades, existem diversos tipos de moradias e construções que evidenciam
as condições financeiras de seus habitantes. Observe as fotografias a seguir, que
exemplificam duas situações de habitações bem distintas em Porto Alegre (RS).
1
Gerson Gerloff/Pulsar ImaGens

s
Moradia em condomínio
de luxo na zona sul de Porto
Alegre (RS). Foto de 2011.
2

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fernando Gomes/aGêncIa rBs/folhaPress
s Moradias precárias na
periferia de Porto Alegre (RS).
Foto de 2012.

O bairro mostrado na fotografia 1 localiza-se em uma área que concentra


parcelas pobres da população, privadas não só do direito a uma moradia digna
e segura, mas também de muitos outros direitos básicos. Sofrem com o precon-
ceito e muitas vezes são vítimas da violência.
Esse é um desafio enfrentado por muitas cidades do Brasil, principalmente pe-
las de grande e médio porte. Trata-se de um fator de estratificação social, segundo
o qual uma parcela de alta renda da população mora em regiões centrais ou mais
bem localizadas, em moradias de alto padrão, enquanto a população em geral ocu-
pa áreas pouco valorizadas, muitas vezes degradadas ou de risco e mais afastadas,
habitando, em muitos casos, moradias precárias, devido à baixa renda.

• Observe novamente as fotografias 1 e 2 desta página. Compare-as com bairros de


sua cidade ou da cidade mais próxima e identifique as diferenças e as semelhanças
entre as imagens e a sua cidade. Converse com seus colegas.

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UNIDADE 1 – Moradia

2 O século XIX e o início da modernização urbana


A partir do século XIX, o Brasil passou por um intenso processo de moderni-
zação que foi determinante para a modificação do espaço urbano, especialmente
nas principais cidades da época, como São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador.
Entre os principais fatores que contribuíram para esse processo estão: a vinda
da família real portuguesa para o Brasil; a instalação de ferrovias; a abolição da
escravidão; a chegada de imigrantes; e a industrialização.

A chegada da família real portuguesa


No início do século XIX, Portugal estava prestes a ser invadido pelas tropas de
Napoleão Bonaparte – imperador francês que pretendia dominar toda a Europa –,
fato que forçou a família real portuguesa a transferir-se para o Brasil, chegando
em março de 1808 ao Rio de Janeiro, que se tornou, provisoriamente, a sede ad-
ministrativa da Coroa.
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Com a família real vieram centenas de altos funcionários, criados e membros


da nobreza. Para acomodar todas essas pessoas, diversos moradores do Rio
de Janeiro foram despejados de suas casas, o que deixou a população muito
insatisfeita.
Além disso, a cidade foi submetida a uma série de adequações, pois agora
seria a sede do Império Português: as ruas foram limpas, as fachadas dos pré-
dios, pintadas, e os animais soltos foram recolhidos. As medidas adotadas para
atender às necessidades da Corte alteraram não só a paisagem urbana do Rio de
Janeiro, mas também aspectos políticos, econômicos e sociais do Brasil.

museu da InconfIdêncIa, ouro PreTo


D. Maria I (1734-1816)
Com a chegada da corte portuguesa ao Brasil, veio
também a primeira mulher a ocupar o trono de Portugal:
D. Maria I, mãe de D. João VI. Por apresentar graves pro-
blemas mentais, D. Maria I ficou conhecida como “a louca”.
Antes de vir para a colônia, a rainha deixara em Por-
tugal um importante legado de ações que promoveram
mudanças sociais, econômicas e políticas.
Muito religiosa, D. Maria I compadecia-se com os
desprotegidos, por isso era conhecida também como “a
piedosa”. Durante seu reinado, mandou libertar mais de
800 presos políticos e reabriu as audiências populares;
inaugurou a iluminação pública de Lisboa em 1780 e im-
s Anônimo, Retrato de
plantou a Academia das Ciências, a Real Academia da
D. Maria I de Portugal (século
Marinha, a Real Biblioteca Pública de Lisboa, entre outras XVIII). Óleo sobre tela. Museu da
importantes ações. Inconfidência, Ouro Preto (MG).

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A instalação das ferrovias
Em meados do século XIX, teve início a instalação das primeiras ferrovias no
Brasil. A construção e a implantação do transporte ferroviário facilitaram a ligação
entre as cidades, a mobilidade dos moradores e o escoamento de produtos, prin-
cipalmente do café (voltado para exportação e em ascensão naquele momento).
Leia o texto a seguir sobre a construção da primeira ferrovia do Brasil.
“A construção da primeira ferrovia do Brasil foi concedida em 1852 a Irineu Evan-
gelista de Souza (o Barão de Mauá). O trecho saía da Baía de Guanabara, na cidade do
Rio de Janeiro, e seguia em direção à cidade de Petrópolis (RJ), tinha 14,5 quilômetros
de extensão e foi inaugurada no dia 30 de abril de 1854 por dom Pedro 2 o.
Ela foi a primeira operação intermodal do Brasil, pois permitia a integração
do transporte hidroviário e ferroviário.”
PAREJO, Luiz Carlos. Ferrovias no Brasil: história dos trens no país. UOL Educação,
1o out. 2007. Disponível em: <http://educacao.uol.com.br/disciplinas/geografia/
ferrovias-no-brasil-historia-dos-trens-no-pais.htm>. Acesso em: 14 nov. 2012.

Até o início do século XX já existiam diversas ferrovias, ligando diferentes

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pontos do Brasil. Em torno delas surgiram muitas cidades, que acompanhavam
o desenvolvimento do café.
Observe no quadro a seguir algumas ferrovias construídas no Brasil entre os
anos 1850 e 1900.

Construção de ferrovias no Brasil (1850-1900)


Ferrovias Data da inauguração
rio de Janeiro a Petrópolis (rJ) 30/4/1854
recife a são francisco (Pe) 8/2/1858
d. Pedro II a central do Brasil (rJ) 29/3/1858
Bahia a são francisco (Ba) 28/6/1860
santos a Jundiaí (sP) 16/2/1867
companhia Paulista (sP) 11/8/1872
companhia mogiana (sP) 3/5/1875
Paranaguá a curitiba (Pr) 18/12/1883
Porto alegre a novo hamburgo (rs) 14/4/1884
dona Tereza cristina (sc) 4/9/1884
corcovado (rJ) 9/10/1884
Fonte: PAREJO, Luiz Carlos. Ferrovias no Brasil: história dos trens no país. UOL Educação, 1o. out. 2007.
Disponível em: <http://educacao.uol.com.br/disciplinas/geografia/ferrovias-no-brasil-historia-dos-
trens-no-pais.htm>. Acesso em: 14 nov. 2012.

• De acordo com o texto “Ferrovias no Brasil: história dos trens no país”, a primeira
estrada de ferro do país foi inaugurada em 1854. Em sua opinião, a instalação
das estradas de ferro foi importante para a economia do país na época? Por quê?
Converse com seus colegas.

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UNIDADE 1 – Moradia

A abolição da escravidão
O trabalho de negros escravizados foi praticado no Brasil por mais de
300 anos, chegando ao fim, em 1888, com a assinatura da Lei Aurea, que
extinguiu a escravidão no país.
A abolição da escravidão, contudo, não significou uma vida melhor para
os negros que eram cativos. Embora livres, eles foram abandonados à própria
sorte. O governo imperial não criou políticas públicas que os integrassem à
sociedade. Assim, muitos negros decidiram permanecer nas fazendas onde já
viviam, na condição de trabalhadores assalariados.
Mas nem todos tiveram essa sorte. A grande maioria foi substituída pela
mão de obra europeia imigrante, sobretudo nas lavouras de café.
Muitos passaram a viver nas cidades, ocupando tanto as áreas centrais co-
mo as periferias. Vários se tornaram mendigos, e outros realizavam trabalhos co-
mo limpar latrinas e varrer as ruas, ou, então, trabalhavam em casas de famílias.
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A população negra das grandes cidades passou a ocupar, principalmente,


velhos casarões abandonados, formando moradias coletivas chamadas cortiços.
Os cortiços eram formados por
habitações precárias e com péssi-
mas condições de higiene. Essas
moradias também abrigavam a po-
pulação branca pobre. Os cortiços

auGusTo malTa – arQuIVo Geral da cIdade do rIo de JaneIro


não eram bem-vistos pelas autorida-
des e pela população mais abastada
das cidades, que os consideravam
uma ofensa à moral e uma ameaça
à saúde pública.

Cortiço no centro
s

da cidade do Rio de
Janeiro (RJ), em 1906.

O cortiço retratado na literatura


Em 1890, o escritor Aluísio Azevedo publicou o romance O cortiço. Nele retratou o am-
biente dos cortiços, seus moradores e a condição de vida dessas pessoas.
A obra evidencia a grande desigualdade social existente no Brasil no fim do século XIX.
Mostra, ainda, o quanto os moradores dessas moradias coletivas eram marginalizados,
tanto pela sociedade quanto pelo poder público – uma vez que as políticas públicas não
os beneficiavam.

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Imigração e industrialização
A ascensão do café e os altos lucros obtidos com esse produto a partir da
década de 1940 geraram a necessidade de maior quantidade de trabalhadores
nas lavouras de café, especialmente no interior do estado de São Paulo – onde
se concentrava grande parte da produção cafeeira no Brasil. Por isso, o governo
passou a importar mão de obra da Europa. Porém, apenas a partir da década de
1870 a imigração tornaria-se mais intensa.
A maioria dos imigrantes que entraram no Brasil a partir da década de 1940
foi trabalhar nas lavouras de café. Contudo, uma parcela permaneceu nos cen-
tros urbanos onde instalaram pequenas manufaturas que mais tarde, em alguns
casos, se tornariam grandes indústrias.
reProduÇÃo - coleÇÃo ParTIcular

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Vista panorâmica do
s
bairro do Brás, na
década de 1940, um
dos primeiros bairros
operários da cidade
de São Paulo.

No início do século XX, houve o desenvolvimento da indústria no Brasil in-


centivado pelo governo – o que causou o aumento da oferta de trabalho nos
centros urbanos. Por isso, muitos trabalhadores do campo migraram para as
cidades em busca de melhores oportunidades de trabalho nas fábricas.
Formou-se, então, nas cidades uma classe operária – o conjunto dos tra-
balhadores das indústrias.
Para obter maior produtividade, os patrões tomaram a iniciativa de construir
conjuntos de moradias próximas às fábricas, chamadas vilas ou bairros operários
– assim os trabalhadores evitavam atrasos e custos com transporte. Como as vilas
operárias pertenciam aos industriais, eles exerciam um certo controle sobre os mo-
radores. Em geral, tratava-se de moradias simples e sem conforto. Nas vilas, exis-
tiam ainda pequenos comércios para atender às necessidades dos trabalhadores.
Além das vilas, surgiram ainda os bairros populares nas regiões mais afas-
tadas das cidades. Eles eram ocupados por trabalhadores das ferrovias, pela
população negra e também por operários das fábricas.

• Em sua opinião, quais são os pontos favoráveis e os não favoráveis de os


trabalhadores das fábricas viverem nas vilas operárias do início do século XX?
Converse com seus colegas.

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UNIDADE 1 – Moradia

3 As reformas urbanas
Todas as mudanças ocorridas no país ao longo do século XIX colabora-
ram para o aumento populacional das cidades brasileiras. Sem infraestrutura
para atender à demanda cada vez maior de habitantes, as cidades do início
do século XX passaram a enfrentar problemas de diversas naturezas, como
habitação, saúde, transporte etc.
Esses problemas, na visão de muitos políticos e das elites — formada, em es-
pecial, pelos grandes industriais e pelos ricos fazendeiros — afetavam a imagem
do Brasil no exterior, passando a ideia de um país atrasado. Por isso, a partir do
início do século XX, várias cidades brasileiras passaram por reformas urbanas,
tendo como modelo as cidades europeias e norte-americanas.
As transformações urbanísticas ocorreram, em menor ou maior escala, nas
principais cidades brasileiras como São Paulo, Recife, Salvador, Rio de Janeiro
etc. As reformas previam a abertura de ruas e avenidas, a implantação de redes
subterrâneas de esgotos e água tratada, a demolição de prédios antigos nas
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áreas centrais e a construção de edifícios modernos.


Uma das maiores reformas ocorreu durante o governo do presidente Rodri-
gues Alves, na cidade do Rio de Janeiro, então capital do Brasil. Os cortiços que
existiam no centro da cidade foram demolidos para dar lugar a largas avenidas.
Essa ação ficou conhecida como bota abaixo.
A população expulsa do centro da cidade, em sua maioria pertencente à
classe trabalhadora urbana, passou a ocupar os morros e as áreas periféricas.
Assim, originaram-se as primeiras favelas e cresceu muito o número de mora-
dores dos subúrbios.
A área central passou a ser ocupada sobretudo pela elite, em belas e am-
plas construções, enquanto a população pobre se abrigava em moradias pre-
cárias nos morros e na periferia da cidade, sem as mínimas condições sanitá-
rias e de segurança.
acerVo IconoGraPhIa

Morro da Favela,
s

primeira favela
carioca – atual
Morro da
Providência, Rio
de Janeiro (RJ), na
década de 1920.

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4 O acesso à moradia
Ao longo do século XX, o processo de modernização dos centros urbanos
tornou-se mais intenso. O Brasil – que até a década de 1940 contava com ape-
nas 31% de habitantes nas áreas urbanas – chegou ao final do século como um
país urbano, com mais de 60% da população vivendo em cidades.
Esse crescimento foi motivado principalmente pelo impulso que a indústria
ganhou a partir de meados do século XX, o que motivou a abertura de muitos
postos de trabalho. A oferta de emprego causou a migração de populações das
áreas rurais para as áreas urbanas do país.
Por isso, desde a década de 1930, o governo brasileiro começou a investir em
programas sociais que visavam enfrentar o déficit habitacional. Contudo, muitos
dos programas implantados atendiam apenas às necessidades da classe média,
marginalizando a população de baixa renda. Esse foi o caso, por exemplo, das po-
líticas habitacionais durante o Regime Militar, nas quais a situação dos moradores

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de favelas foi tratada como caso de polícia.
Os programas e as políticas habitacionais eram prejudicados, ainda, pela
burocracia e pela falta de investimentos, o que muitas vezes impediu o avanço
dos projetos e sua concretização. Por isso, até o final do século XX, diversos
programas foram implantados, apesar de ineficientes e pouco duradouros.
Assim, as iniciativas oficiais, embora válidas, não foram suficientes. As
construções em áreas de risco, os moradores de rua e a ocupação de pré-
dios abandonados são situações ainda comuns e frequentes nas grandes e
médias cidades brasileiras.

Moradias em áreas de risco


No dia 8 de abril de 2010, ocorreu
fáBIo moTTa/aGêncIa esTado
um deslizamento no Morro do Bum-
ba, em Niterói (RJ), que resultou em
48 mortes.
Foi uma consequência trágica da
ocupação de áreas inadequadas para
a habitação. Em situações como essa,
além de agredir o meio ambiente, co-
loca-se em risco a vida dos moradores
que habitam essas regiões.
A construção de moradias em mor-
ros ou próximos a margens de rios são
as principais causas de desastres que
vitimam um grande número de pessoas s Deslizamento de terra no Morro do Bumba
anualmente no Brasil. em Niterói (RJ). Foto de 10 de abril de 2010.

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UNIDADE 1 – Moradia

ATIVIDADES

1 Quais foram os principais fatores que contribuíram para o processo de modernização do espaço
urbano brasileiro a partir do século XIX?

2 Com relação à questão da moradia, quais impactos podem ser observados para a população do
Rio de Janeiro com a chegada da família real portuguesa em 1808?
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

3 Releia o texto da página 171 e responda às questões a seguir.


a) Após abolir a escravidão, os negros foram integrados à sociedade brasileira?

b) Relacione a entrada dos imigrantes no fim do século XIX com a dificuldade da população
negra em conseguir trabalho.

4 Pode-se afirmar que as transformações urbanísticas ocorridas no início do século XX


colaboraram para evidenciar as desigualdades sociais no Brasil? Como? Converse com
seus colegas.
5 Você conhece algum tipo de ação realizada pelos governantes, pela sociedade ou por entidades
privadas que busca proporcionar moradia digna para a população carente? Cite exemplos.

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6 Quais são os principais problemas enfrentados pela cidade em que você vive?

7 A superpopulação das cidades e a falta de infraestrutura são as causas de uma série


de problemas enfrentados pela população urbana, como o déficit habitacional, estudado
neste capítulo. A charge a seguir representa outro problema muito comum nos grandes
centros urbanos.
fernando BasTos

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Charge de

s
Fernando
Bastos
publicada
em 2008.

a) De qual problema se trata?

b) Em sua opinião, a quem compete a resolução desse problema? O que a população


em geral pode fazer para colaborar?

8 Releia o boxe da página 174 e responda. Em sua opinião, por que as pessoas ainda
insistem em construir suas moradias em áreas de risco como encostas e próximo a
margens de rios? Converse com seus colegas.

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TEXTO COMPLEMENTAR
As favelas do Brasil
Na atualidade, um grande número de brasileiros mora em favelas, principalmente, nas
grandes capitais do país.
As condições de vida a que essas pessoas estão sujeitas levam à discriminação e ao
preconceito social. A favela é vista muitas vezes como um lugar de criminalidade e aban-
dono, estereótipos que marcam seus moradores, como se fossem comuns a todas as pes-
soas que vivem em favelas.
Por isso, muitos artistas e estudiosos têm procurado demonstrar uma outra ideia de fave-
la, a fim de modificar o modo pejorativo com que seus moradores são vistos.
Leia este trecho da canção a seguir.

maurIcIo sImoneTTI/Pulsar ImaGens


[...]
Favela, ô
Favela que me viu nascer
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Só quem te conhece por dentro


Pode te entender!
O povo que sobe a ladeira
Ajuda a fazer mutirão
Divide a sobra da feira
E reparte o pão
Como é que essa gente tão boa
É vista como marginal
Eu acho que a sociedade
Tá enxergando mal
Minha Favela!
Entendo esse mundo complexo
Favela é minha raiz
Sem rumo, sem tiro, sem nexo
E ainda feliz
[...]
SAPUCAHY, Leandro. Favela.
Em: SAPUCAHY, Leandro. Warner, 2006.
Faixa 11. s Favela na cidade de Salvador (BA). Foto de 2011.

QUESTÕES

1 Você conhece, já visitou ou morou (mora) em uma favela? Quais são suas impressões?
2 A canção “Favela” denuncia o preconceito social em relação aos moradores de favelas. Em
sua opinião, por que existe esse preconceito? Você concorda com essa maneira de pensar?

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