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AULA 10- MÉTODO DO CÍRCULO DE ATRITO OU DE

TAYLOR, E MÉTODO DAS LAMELAS


AULA 10
Gráfico de Taylor- Gráfico de Taylor para solos com ângulo de atrito . (Figura 1)

Exemplo 01: Determine o fator de segurança para um aterro de


30 pés de altura. A inclinação do talude é 30º. O aterro é
construído com solo com as seguintes propriedades:

Peso unitário total, γ = 120 lb/ft3;


Coesão efetiva, c′ = 500 lb/ft2;
Ângulo de atrito efetivo, ϕ′ = 20º

Inclinação do Talude
Fonte: Samtani, 2006
AULA 10
Gráfico de Taylor- Gráfico de Taylor para para φ '= 0 condições para ângulos de
inclinação (β) inferiores a 54 ° (Figura 2)

Solução:
Primeiro, assuma um fator comum de segurança de 1,6 para o ângulo de coesão e
atrito, de modo que Fc = Fϕ = 1,6. Como Fϕ = 1,6, o ângulo de atrito desenvolvido
(ϕd) pode ser calculado da seguinte forma:

𝑡𝑎𝑛𝜙′ 𝑡𝑎𝑛20°
𝜙𝑑 = 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑎𝑛 = 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑎𝑛 = 12,8°
𝐹𝜙 1,6

Fator de Profundidade (D)


Fonte: Samtani, 2006
AULA 10
MÉTODOS

Para ϕd = 12,8º e β = 30º, o valor do Número de Estabilidade,


Ne, na Figura 12 é de aproximadamente 0,065. Assim, da
Equação 6
500 𝑙𝑏/𝑓𝑡 2
0,065 =
(1,6)(120 𝑙𝑏/𝑓𝑡 3 )(𝐻)
Ou
500 𝑙𝑏/𝑓𝑡 2
𝐻= = 40,1 𝑓𝑡
(1,6)(120 𝑙𝑏/𝑓𝑡 3 )(0,065)

Como a altura H = 40,1 ft calculada é maior que a altura real de


30 ft, o valor do Fator de Segurança comum deve ser maior que
1,6. Suponha Fc = Fϕ = 1,9 e recalcule da seguinte maneira:
Se Fϕ = 1,9, então ϕd = 10,8º e Ne pelo gráfico será
aproximadamente 0,073, com base no qual o novo valor de H
será:
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MÉTODOS

Logo, conclui-se que:

500 𝑙𝑏/𝑓𝑡 2
𝐻= = 30,04 𝑓𝑡
(1,9)(120 𝑙𝑏/𝑓𝑡 3 )(0,073)
A altura de 30,04 ft é praticamente idêntica à altura correta de 30
pés. Portanto, o fator mínimo de segurança em relação à
resistência ao cisalhamento é de aproximadamente 1,9.
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MÉTODOS

Método das
Lamelas
AULA 10

ANÁLISE DE ESTABILIDADE DE TALUDES

NBR 11682 (ABNT, 2009): 𝐹𝑆adm

TABELA 01

Fonte: NBR 11682, adaptado próprio autor, 2020


AULA 10

Estabilidade de taludes

Métodos de Equilíbrio Limite

▪ A análise da estabilidade de taludes é feita avaliando-se as condições de equilíbrio da massa de


solo num estado de ruptura iminente.
Hipóteses básicas:
❑ a superfície potencial de ruptura é pré-definida e de geometria qualquer;
❑ equações de equilíbrio estático válidas até a iminência de ruptura;
❑ validade do critério de ruptura ao longo de toda a superfície de ruptura considerada;
❑ FS é constante ao longo de toda a superfície de ruptura considerada;
❑ a superfície potencial de ruptura, associada ao FS mínimo, é determinada por um processo de
procura (processo iterativo).
AULA 10

Estabilidade de taludes

Método de Equilíbrio Limite

Método das Fatias:

• o talude é subdividido em fatias, assumindo-se a base da fatia como linear. Não podem existir
dois materiais na base da lamela e o topo da fatia não deve apresentar descontinuidades;

• realiza-se o equilíbrio de forças em cada fatia, assumindo-se que as tensões normais na base
da fatia sejam geradas pelo peso de solo contido na fatia;

• calcula-se o equilíbrio do conjunto por meio da equação de equilíbrio de momentos em relação


ao centro do círculo, considerando os pesos e as forças tangenciais na base das fatias.
AULA 10

Estabilidade de taludes

Método de Fellenius

Exercício de Aplicação:
Verificar a estabilidade do talude esquematizado utilizando o Método de Fellenius.

Dados:
C’= 30KN/𝑚2
Φ=20º
γ = 18,5KN/𝑚3
AULA 10

Aplicação do Método

Seção Tranversal do Talude

COTA
Fonte: http://www.ebanataw.com.br/talude/oquee.htm
AULA 10
Estabilidade de taludes

Figura 3- Fórmula Método Fellenius α = inclinação da base da fatia;

ϕ = ângulo de atrito interno efetivo;

c’ = coesão efetiva do solo;

u = poropressão no centro da base


da fatia;

l = comprimento da base;

Δx = largura da lamela (fatia);

W = peso da lamela;
FS = coeficiente de segurança
estimado.

T= força tangencial na base

N= força normal na base

Fonte: adaptado autor, 2021


AULA 10
Estabilidade de taludes

Figura 4- Método Fellenius- fatias

Divisão do talude me várias lamelas;


Com base no círculo com centro O

Fonte: adaptado autor, 2021


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Estabilidade de taludes

Passo 1- Dividimos as fatias

4 5

1
AULA 10
Estabilidade de taludes
Passo 2 – Cálculo de áreas
PASSO 2- CÁLCULO DAS ÁREAS

Cálculo do Fator de Segurança

Calcula-se a área das lamelas:


𝐵∗𝐻 7,7∗8
𝐴1 = = =30,8𝑚2
2 2

(𝐵1+𝐵2)∗𝐻 8+13,5 ∗7,7


𝐴2 = = =8,77 𝑚2
2 2

(𝐵1+𝐵2)∗𝐻 13,5+16,5 ∗7,7


𝐴3 = = =115,5 𝑚2
2 2

(𝐵1+𝐵2)∗𝐻 16,5+11,8 ∗7,3


𝐴4 = = =103,29𝑚2
2 2

𝐵∗𝐻 11,8∗7,3
𝐴5 = = =43,07𝑚2
2 2
PASSO 3- CALCULANDO O FATOR DE SEGURANÇA

Efetua-se o cálculo do peso de cada lamela

Achamos o peso de cada lamela por metro de seção. Podemos fazer isso multiplicando a área pelo peso específico do solo.

W1= 30,8*18,5=569,8 KN/m


W2= 82,77*18,5=1531,24 KN/m
W3= 115,5*18,5=2136,75 KN/m
W4= 103,29*18,5=1910,86 KN/m

W5= 43,07*18,5=796,79 KN/m


PASSO 3- CALCULANDO O FATOR DE SEGURANÇA

Realizaremos o cálculo do Fator de Segurança pela Fórmula:

Para facilitar, iremos dividir a fórmula em partes:


PASSO 3- CALCULANDO O FATOR DE SEGURANÇA

Vamos calcular para a Lamela 1 as três fórmulas

O valor de W*sin θ é negativo devido ao fato deste ser a parce𝑙𝑎 ℎ𝑜𝑟𝑖𝑧𝑜𝑛𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑎 𝑓𝑜𝑟ç𝑎, 𝑒 𝑐𝑜𝑚𝑜 𝑒𝑠𝑡á 𝑎 𝑒𝑠𝑞𝑢𝑒𝑟𝑑𝑎 𝑑𝑜 𝑝𝑜𝑛𝑡𝑜 𝑂, 𝑒𝑙𝑒 𝑓𝑖𝑐𝑎 𝑛𝑒𝑔𝑎𝑡𝑖𝑣𝑜
PASSO 3- CALCULANDO O FATOR DE SEGURANÇA

Vamos calcular para a Lamela 2 as três fórmulas

O valor de W*sin θ é negativo devido ao fato deste ser a parce𝑙𝑎 ℎ𝑜𝑟𝑖𝑧𝑜𝑛𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑎 𝑓𝑜𝑟ç𝑎, 𝑒 𝑐𝑜𝑚𝑜 𝑒𝑠𝑡á 𝑎 𝑒𝑠𝑞𝑢𝑒𝑟𝑑𝑎 𝑑𝑜 𝑝𝑜𝑛𝑡𝑜 𝑂, 𝑒𝑙𝑒 𝑓𝑖𝑐𝑎 𝑛𝑒𝑔𝑎𝑡𝑖𝑣𝑜
PASSO 3- CALCULANDO DO FATOR DE SEGURANÇA

Após o cálculo das fórmulas, agora faremos as somatórias dos valores de todas as lamelas

247,43+231,56+238,07+258,24+381,81=1357,11

193,61+556,97+754,61+589,81+166,34=2261,37

-204,19-106,81+516,44+1012,60+652,69=1870,79

1357,11+2261,37
FS= = 1,93
1870,79

1,93>1,5; portanto o talude está


seguro contra o escorregamento!!!
Concluímos que:
O Método de Fellenius admite uma superfície circular e o fator de segurança do talude é
calculado unicamente por meio do equilíbrio de momentos, não considera as forças tangenciais e
normais as paredes.

É um método simples, entretanto muito conservador e erros apreciáveis podem ocorrer, em


especial, em casos de círculos profundos e poropressões elevadas.

Método de Bishop
Método de Bishop simplificado
É semelhante ao método de Fellenius apresentado anteriormente, porém será necessário considerar os
efeitos de outras lamelas.

Figura 4- Lamelas e o Método de Bishop

Fonte: adaptado autor, 2021


Método de Bishop simplificado

Para calcular o Fator de Segurança através do Método de Bishop Simplificado


toma-se como partida o Método de Fellenius, então sempre é necessário realizar
os cálculos do Método de Fellenius, e por conseguinte, continuar os cálculos
usando vários dos mesmos valores.

Fórmula θ = inclinação da base da


fatia;
ϕ = ângulo de atrito interno
efetivo;
c’ = coesão efetiva do solo
KN/m2;
u = poropressão no centro da
base da fatia;
l = comprimento da base;
Δx = largura da lamela
(fatia);W = peso da lamela;
FS = coeficiente de segurança
estimado.
Método de Bishop simplificado

▪ O Método de Bishop Simplificado é iterativo, então é necessário


realizarmos o cálculo repetidas vezes até obter um Fator de Segurança
constante;
▪ Geralmente se calcula 2 vezes o Fator de Segurança pelo Método de
Bishop: uma vez com um Fator de Segurança pré-determinado (FS),
normalmente é empregado o Fator de Segurança dado pelo Método de
Fellenius), e outra vez com o valor do Fator de Segurança previamente
determinado (𝑭𝑺𝑩𝟏 );
▪ Em síntese o tópico supracitado: com (FS) calculamos (𝑭𝑺𝑩𝟏 ) e com
(𝑭𝑺𝑩𝟏 ) calculamos (𝑭𝑺𝑩𝟐 ).
Fellenius x Bishop

Mesmo sendo um método simplificado e não considerar equilíbrio de forças


horizontais, este método, quando comparado ao método de Fellenius, gera
resultados mais próximos aos dos métodos rigorosos.

O método de Fellenius é muito conservador e pode apresentar erros de até 50%,


quando empregado em análises de taludes suaves, ou com poropressões
elevadas. Sem poropressões, erros de até 10%.
AULA 07
MÉTODOS

DESEJO BONS
ESTUDOS!!!!
Obrigado!

prof.jacksonsouza@unyleya.edu.br

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