Você está na página 1de 14

Aula 2 - História da Psicologia - A CONSTRUÇÃO

DO EU NA MODERNIDADE - Cap 1, 2 e 3

Há natureza humana
Na era do Renascimento, a natureza humana é caracterizada por uma valorização
da liberdade e da capacidade de autotransformação. Os indivíduos são vistos como
livres para explorar suas potencialidades e moldar seus destinos por meio de
escolhas conscientes. Embora a fé em Deus permaneça, a relação do homem com
o divino muda, com Deus sendo visto como o criador que deu ao homem a
liberdade de dominar o mundo. Essa liberdade traz consigo uma busca incessante
pelo conhecimento e autodescoberta, embora também gere um sentimento de
incerteza e solidão diante da responsabilidade de criar seu próprio caminho na vida.

Subjetividade privada
Subjetividade privada ao longo da história, especialmente durante a transição da
Idade Média para o Renascimento. Na Idade Média, a concepção de individualidade
era quase inexistente, com as pessoas submersas em uma estrutura social e
religiosa rígida. No Renascimento, o humanismo valorizava o ser humano como
centro do universo, surgindo a ideia de subjetividade privada, onde o indivíduo era
reconhecido como autônomo e capaz de formar sua própria identidade. Isso
influenciou a relação do homem com o mundo, permitindo uma maior expressão
pessoal, mas também gerando desafios, como a responsabilidade moral e a
incerteza.

História da mentalidade
No primeiro capítulo, é destacado como na Idade Média predominava uma
concepção de mundo centrada na autoridade divina, onde o indivíduo era parte de
uma ordem superior, não possuindo liberdade ou privacidade. A ênfase estava na
submissão aos preceitos religiosos e sociais, com Deus como centro do universo e
regulador da vida humana.
No segundo capítulo, durante o Renascimento, ocorre uma mudança significativa na
concepção do homem e do mundo. O humanismo renascentista surge com a
valorização do ser humano como centro do universo, o reconhecimento da liberdade
individual e a busca pela formação e desenvolvimento pessoal. A ideia de "cuidado
de si" ganha destaque, indicando uma preocupação crescente com o
desenvolvimento pessoal e a educação para a liberdade.
No terceiro capítulo, vemos como a visão humanista influencia a relação do homem
com o mundo. Deus é percebido como um criador distante, deixando o mundo
operar por suas próprias leis naturais. Isso dá ao homem uma sensação de
liberdade, mas também o coloca diante da responsabilidade de definir seu próprio
destino e moralidade. A ideia de que o homem está no centro do mundo o leva a
considerar todas as coisas como objetos para seu uso e contemplação, o que pode
resultar em uma atitude de exclusão em relação ao mundo e aos outros seres.

Santo Agostinho
Santo Agostinho influenciou essa transição ao introduzir a ideia de interioridade da
alma e a busca por Deus dentro de nós mesmos. Agostinho desvalorizou o corpo e
destacou a importância da alma como algo interno, iniciando uma experiência
subjetiva altamente individualizada e dependente de nós. Essa visão contrasta com
a compreensão medieval, onde o homem estava intimamente ligado à ordem divina
externa. O humanismo renascentista posterior desenvolveu ainda mais essa ideia,
destacando a liberdade e a responsabilidade do indivíduo na formação de sua
identidade e na gestão de sua própria existência.

o canto gregoriano
o canto gregoriano como uma expressão musical exemplar do espírito medieval,
caracterizado por sua uniformidade melódica e a repetição de textos sagrados
conhecidos. Ele é associado à contemplação espiritual e à ausência de novidades,
levando os ouvintes a se perderem em um mar sonoro. Comparado à música grega,
atribuída a Dionísio e vista como excitante e diabólica, o canto gregoriano, atribuído
ao Papa Gregório, é mais contemplativo e espiritual, com foco na pura emissão
vocal e na ausência de elementos rítmicos. O canto gregoriano refletia a
mentalidade medieval, marcada pela uniformidade e pela contemplação espiritual.
O corpo social
Ele compara diferentes partes do corpo humano com diferentes grupos sociais,
como religiosos, governantes, comerciantes, camponeses, entre outros. Essa
analogia é usada para ilustrar a interdependência e a hierarquia na sociedade
medieval. Cada grupo desempenha um papel específico, como membros do corpo
humano, contribuindo para o funcionamento e o bem-estar do todo. Essa concepção
reflete uma compreensão orgânica e estática da sociedade, na qual as pessoas têm
papéis atribuídos e interconectados, sem espaço para a mobilidade social ou a
liberdade individual.

Com a construção do eu e o surgimento da subjetividade privada, o corpo social


passa por transformações, questionando a hierarquia e a rigidez das estruturas
sociais. Surge uma ênfase na liberdade individual e na autonomia em relação às
normas sociais, o que pode levar a uma diversidade de identidades e perspectivas.
No entanto, isso também pode enfraquecer os laços comunitários e gerar conflitos
entre grupos e indivíduos.

Os artistas começaram a assinar suas obras


os artistas começaram a assinar suas obras, o que era uma prática incomum em
períodos anteriores. Antes, os artistas eram vistos mais como instrumentos da
criação divina do que como indivíduos criativos. No entanto, durante o
Renascimento, houve uma mudança significativa nessa percepção. Os artistas
passaram a ser vistos como gênios criativos, capazes de deixar sua marca pessoal
em suas obras. Isso reflete uma mudança na mentalidade da época, na qual os
artistas eram reconhecidos por suas contribuições individuais e pela originalidade de
sua expressão artística.

qual a diferença entre a meditação solitária de um monge e


experiência de um homem do século XX (pergunta do livro)
A prática da meditação varia entre um monge e um homem do século XX devido ao
contexto cultural, às práticas espirituais e às condições de vida. Enquanto o monge
segue uma tradição espiritual específica, em um ambiente monástico e com
disciplina rigorosa, o homem do século XX pode adotar práticas mais variadas,
muitas vezes buscando alívio do estresse. Enquanto o monge vive em isolamento, o
homem moderno enfrenta um mundo cheio de distrações. Em suma, o monge
pratica a meditação dentro de uma tradição estabelecida, enquanto o homem
moderno a utiliza como uma ferramenta para lidar com os desafios da vida
contemporânea.

Procure identificar alguma forma atual de entender o mundo


que seria impensável na Idade Média. (Pergunta do livro)
Na Idade Média, a compreensão do mundo era profundamente influenciada pela
autoridade da Igreja e pela interpretação religiosa dos fenômenos naturais. No
entanto, na sociedade contemporânea, a visão científica secularizada desempenha
um papel central na compreensão do mundo, com base em evidências empíricas e
teorias fundamentadas. A secularização também se reflete na separação entre
religião e esferas pública e privada da vida, algo impensável na Idade Média, onde a
religião permeava todas as áreas da existência humana.

Hoje ainda existe a ideia de "corpo social"? (pergunta do livro)


Sim, hoje ainda existe a ideia de "corpo social", que se refere à metáfora de uma sociedade
como um organismo vivo, onde cada pessoa desempenha um papel específico. Embora
abordado de maneira diferente em comparação com a Idade Média, ainda é discutido em
contextos sociológicos e políticos, considerando questões como estratificação social,
coesão e justiça social.

Como foi possível conciliar a crença em um Deus onipotente e


a crença na liberdade do homem? (pergunta do livro)
A conciliação entre a crença em Deus onipotente e a liberdade humana se deu pela
ideia de que Deus criou o mundo e estabeleceu suas leis naturais, mas concedeu
aos humanos o livre-arbítrio para fazerem escolhas dentro dessas leis. Isso implica
que, embora Deus seja onipotente e tenha criado um plano perfeito, Ele permitiu
que os indivíduos tenham liberdade para agir conforme sua vontade, sem
intervenção divina constante. Assim, os seres humanos são responsáveis por suas
ações, mas Deus permanece como o juiz final de seus destinos. Essa conciliação foi
essencial para a compreensão da moralidade e responsabilidade individual na
teologia cristã e em outras tradições religiosas.

Como a valorização do homem contribuiu para o aumento do


conhecimento sobre a natureza? (pergunta do livro)
A valorização do homem durante o Renascimento impulsionou o aumento do
conhecimento sobre a natureza. Isso ocorreu através da promoção da observação
direta, da curiosidade intelectual, da exploração geográfica e do desenvolvimento de
novas disciplinas científicas, como anatomia e botânica. Essa valorização contribuiu
para a Revolução Científica posterior, que transformou radicalmente nossa
compreensão do universo e da natureza.

Entre o mundo medieval e o mundo renascentista, qual parece


gerar mais angústia no homem? Por quê? (pergunta do livro)
A transição do mundo medieval para o renascentista gerou mais angústia no
homem devido à mudança de um contexto de certezas e estabilidade para um
ambiente de incerteza e autodeterminação. O Renascimento exigiu que o homem
buscasse suas próprias respostas, sem as referências absolutas da Idade Média, o
que trouxe responsabilidade e solidão. A liberdade recém-descoberta veio
acompanhada da necessidade de moldar sua própria existência, gerando uma
sensação de angústia e incerteza.
Aula 3 - História da Psicologia - A CONSTRUÇÃO
DO EU NA MODERNIDADE - Cap 4, 5 e 6

O renascimento e abertura das multiplicidade e as feiras como


símbolos de um mundo em transformação
O Renascimento foi um período na história europeia que marcou uma transição
significativa do medievalismo para a modernidade. Este movimento cultural, que
teve seu auge entre os séculos XIV e XVI, foi caracterizado por uma renovada
valorização das artes, ciências e humanidades, além de uma ênfase na busca pelo
conhecimento e pela excelência.

Durante o Renascimento, houve um ressurgimento do interesse pelas ideias da


Antiguidade Clássica greco-romana, que trouxeram consigo uma nova abordagem
para diversos aspectos da vida humana, incluindo arte, filosofia, política e economia.
A valorização do indivíduo e da criatividade pessoal, assim como o desenvolvimento
do pensamento crítico e científico, foram características marcantes desse período.

Uma das características mais marcantes do Renascimento foi a abertura para novas
ideias e perspectivas. Com o aumento do comércio e das viagens, houve um maior
contato entre diferentes culturas e civilizações, o que levou a uma multiplicidade de
ideias e influências. As feiras e mercados desempenharam um papel fundamental
nesse processo, servindo como locais de encontro e intercâmbio cultural.

Nessas feiras, produtos e ideias de diferentes partes do mundo eram trocados e


comercializados, criando um ambiente propício para a disseminação do
conhecimento e da inovação. Além disso, as feiras também serviam como espaços
de entretenimento e socialização, onde pessoas de diferentes origens e classes
sociais podiam se encontrar e compartilhar experiências.

As feiras, com sua diversidade de produtos e culturas, tornaram-se um símbolo


poderoso do mundo em transformação durante o Renascimento. Elas
representavam não apenas a crescente interconexão entre os povos e civilizações,
mas também a busca por novas formas de conhecimento e experiência. Ao mesmo
tempo, as feiras refletiam os valores renascentistas de individualidade, criatividade e
inovação, proporcionando um espaço para a expressão e o intercâmbio de ideias.

A violência da colonização e um mundo cada vez maior


No início da colonização, exploradores e colonizadores buscavam expandir
territórios, extrair recursos e impor sua cultura sobre os povos nativos. A
violência era uma ferramenta comum para alcançar esses objetivos.
Conquistadores frequentemente recorriam à força militar, subjugando e até
mesmo exterminando populações indígenas em busca de riquezas e poder. A
mentalidade imperialista subjacente à colonização via os povos indígenas
como "inferiores" e, portanto, justificava sua exploração e opressão.

À medida que a colonização avançava, a violência tornava-se sistêmica e


generalizada. Os povos indígenas eram frequentemente deslocados de suas terras
ancestrais, submetidos a trabalhos forçados e sujeitos a doenças trazidas pelos
colonizadores, que muitas vezes resultavam em devastadoras epidemias. Além
disso, a imposição de sistemas legais e políticos estrangeiros muitas vezes
contribuía para a marginalização e opressão contínuas dos povos colonizados. A
violência física e estrutural moldava profundamente as relações entre colonizadores
e colonizados, criando ciclos de injustiça e conflito que persistem até os dias atuais.

À medida que a colonização se expandia, o mundo se tornava "cada vez maior" em


termos de exploração territorial e alcance cultural. No entanto, essa expansão não
era apenas geográfica, mas também envolvia a propagação de ideologias e
sistemas de poder coloniais. A violência da colonização deixou marcas profundas na
história e na identidade dos povos colonizados, perpetuando-se através de
estruturas socioeconômicas e políticas que ainda hoje reproduzem desigualdades e
injustiças. O mundo "cada vez maior" da colonização é um mundo marcado pela
violência e pela luta contínua por justiça e reconhecimento dos direitos dos povos
indígenas e colonizados.
Às pintura, bosch, Arcimboldo, rema band
Vou explicar brevemente as contribuições e o estilo artístico de cada um desses
quatro pintores importantes:

Hieronymus Bosch:

Bosch foi um pintor holandês do século XV conhecido por suas obras surrealistas e
muitas vezes perturbadoras.
Suas pinturas frequentemente retratavam paisagens fantásticas e cheias de
simbolismo, povoadas por figuras grotescas, criaturas híbridas e cenas de tormento.
Bosch explorava temas religiosos, morais e filosóficos, e suas obras muitas vezes
continham críticas à corrupção, à hipocrisia e ao pecado na sociedade de sua
época.
Sua obra mais famosa é "O Jardim das Delícias Terrenas", uma pintura tripla que
retrata a criação, o paraíso e o inferno em uma série de imagens intricadas e
enigmáticas.

Giuseppe Arcimboldo:

Arcimboldo foi um pintor italiano do século XVI conhecido por seus retratos feitos
com objetos e elementos naturais.
Ele criou retratos compostos por frutas, legumes, flores e outros objetos,
organizados de forma a criar uma imagem reconhecível quando vista de longe.
Arcimboldo era conhecido por sua habilidade em jogar com a percepção visual e
criar ilusões que desafiavam as expectativas do espectador.
Seus retratos muitas vezes tinham significados simbólicos, refletindo temas como a
natureza, a temporada do ano ou as características do indivíduo retratado.

Rembrandt van Rijn:

Rembrandt foi um pintor holandês do século XVII considerado um dos maiores


mestres da pintura barroca.
Ele é conhecido por sua habilidade excepcional em retratar a luz, a sombra e a
emoção humana em suas pinturas.
Rembrandt era um mestre do autorretrato, produzindo mais de 90 autorretratos ao
longo de sua carreira, que oferecem uma visão íntima de sua própria vida e
emoções.
Suas obras muitas vezes exploravam temas religiosos, mitológicos e históricos, e
ele era especialmente habilidoso em retratar a humanidade e a profundidade
psicológica de seus personagens.
Esses quatro pintores representam diferentes estilos, períodos e abordagens
artísticas, mas cada um deixou uma marca indelével na história da arte com suas
contribuições únicas e inovadoras.

Música polifonia
A polifonia é uma técnica musical que combina várias vozes independentes,
cada uma com sua própria melodia, ritmo e harmonia, para criar uma
composição complexa e harmoniosa. Diferente da monofonia, onde há
apenas uma linha melódica principal, a polifonia permite que múltiplas linhas
melódicas coexistam simultaneamente, interagindo de forma harmoniosa.
Esta técnica é comumente associada à música clássica ocidental,
especialmente nos períodos do Renascimento e Barroco, e oferece uma
riqueza de texturas musicais e profundidade emocional às composições.

Santo Inácio de Loyola


Santo Inácio de Loyola, fundador da Companhia de Jesus (Jesuítas), desenvolveu
os Exercícios Espirituais como um método de autodisciplina e crescimento
espiritual. Os Exercícios consistem em um programa de meditação, oração e
reflexão, geralmente realizado ao longo de um período de cerca de 30 dias.
No primeiro capítulo, seria explorada a vida e obra de Inácio de Loyola, destacando
sua conversão espiritual após ser ferido em batalha e sua subsequente dedicação à
vida religiosa. Sua disciplina pessoal e busca por excelência espiritual seriam
ressaltadas como influências-chave na criação dos Exercícios Espirituais.

No segundo capítulo, seria analisada a estrutura e metodologia dos Exercícios


Espirituais, que envolvem etapas como a contemplação dos mistérios da fé, a
reflexão sobre os próprios pecados e a busca pela vontade divina. A disciplina
exigida para completar esses exercícios seria destacada como uma forma de
fortalecer o autocontrole e a devoção espiritual.

No terceiro capítulo, seria explorada a relevância contínua dos Exercícios Espirituais


na prática espiritual contemporânea, tanto dentro quanto fora da tradição católica. A
disciplina dos Exercícios seria vista como uma ferramenta poderosa para promover
a introspecção, o autoconhecimento e o crescimento espiritual em um mundo cada
vez mais frenético e distraído.
o exercício poder político sobre o eu e “ O príncipe” de
maquiavel

Nos capítulos propostos, poderíamos explorar a relação entre o exercício do poder


político sobre o eu e os princípios delineados por Nicolau Maquiavel em sua obra "O
Príncipe".

No primeiro capítulo, poderíamos contextualizar a vida e obra de Maquiavel,


destacando sua visão pragmática e desapaixonada da política. Sua obra "O
Príncipe" seria apresentada como um tratado seminal sobre como os líderes
políticos podem exercer e manter o poder de forma eficaz. Nesse contexto,
exploraríamos a influência do poder político sobre o indivíduo, como os governantes
moldam suas próprias identidades e a percepção de si mesmos em busca de
autoridade e controle.

No segundo capítulo, analisaríamos os princípios políticos delineados por Maquiavel


em "O Príncipe", como a necessidade de um governante de ser temido em vez de
amado, a importância da astúcia e da flexibilidade na tomada de decisões, e a
distinção entre a virtù e a fortuna como elementos-chave no exercício do poder.
Relacionaríamos esses princípios ao controle do eu pelo poder político, destacando
como os líderes podem aplicar estratégias maquiavélicas para influenciar não
apenas as massas, mas também suas próprias identidades e comportamentos.

No terceiro capítulo, exploraremos a relevância contínua das ideias de Maquiavel


sobre o poder político e o eu na política contemporânea. Poderíamos examinar
exemplos modernos de líderes políticos que adotam abordagens maquiavélicas em
seu exercício do poder, bem como as implicações éticas e psicológicas desse tipo
de liderança. Além disso, discutiremos críticas e interpretações alternativas das
ideias de Maquiavel, levando em consideração o equilíbrio necessário entre eficácia
política e considerações morais no exercício do poder sobre si mesmo e sobre os
outros.
O elogio da loucura "crítica à sociabilidade burguesa" erasmo
de rotterdam
Em "Elogio da Loucura", Erasmo de Rotterdam critica a sociabilidade burguesa ao
expor as inconsistências e hipocrisias da sociedade de sua época. Por meio de um
discurso satírico, ele personifica a Loucura como uma figura que revela as
contradições e absurdos da vida cotidiana, especialmente dentro das esferas
política e religiosa. Erasmo destaca como a busca incessante pelo poder, riqueza e
status social leva os indivíduos a agirem de maneira insensata e egoísta,
distanciando-se dos valores morais e da verdadeira sabedoria.

Ao elogiar a Loucura, Erasmo também critica as instituições estabelecidas, como a


Igreja e a nobreza, por sua corrupção e falta de piedade verdadeira. Ele aponta para
a necessidade de uma reforma moral e espiritual, enfatizando a importância da
simplicidade, humildade e virtude verdadeira sobre a busca por poder e glória
mundana. Em última análise, o "Elogio da Loucura" serve como uma crítica mordaz
à sociedade burguesa de sua época, expondo suas falhas e convidando à reflexão
sobre os verdadeiros valores que devem nortear a vida humana.

O controle sobre o corpo e as funções corporais a linguagem e


subjetividade
Os capítulos sobre o controle do corpo e as funções corporais, juntamente com a
linguagem e subjetividade, exploram a maneira como o poder político e social se
manifesta no nível individual, moldando não apenas as ações físicas, mas também
as percepções e identidades das pessoas.

No contexto do controle do corpo e das funções corporais, examina-se como


instituições e sistemas de poder regulam e disciplinam os corpos dos indivíduos,
tanto através de práticas visíveis, como punições físicas e normas sociais, quanto
por meio de mecanismos mais sutis, como a vigilância e a normalização dos
comportamentos. Michel Foucault, por exemplo, discute o surgimento das
instituições disciplinares, como prisões, escolas e hospitais, que buscam controlar e
regular não apenas os corpos, mas também as mentes dos sujeitos.
Por outro lado, a análise da linguagem e subjetividade destaca como o discurso e as
práticas discursivas são instrumentos poderosos na construção da subjetividade
individual e coletiva. Autores como Jacques Lacan exploram como a linguagem não
apenas comunica significados, mas também molda a forma como os sujeitos se
percebem e se relacionam com o mundo ao seu redor. A linguagem, assim, não é
apenas uma ferramenta de expressão, mas também um meio de controle e poder.

Em conjunto, esses capítulos destacam como o poder político e social atua não
apenas de maneira coercitiva e repressiva, mas também através de técnicas
disciplinares e discursivas que moldam os corpos, identidades e subjetividades dos
indivíduos, perpetuando assim relações de poder assimétricas na sociedade.

Elias e o processo de civilização


Norbert Elias desenvolveu sua teoria sobre o processo de civilização em sua obra
principal "O Processo Civilizador". Este trabalho pode ser dividido em várias partes
para explicar seu pensamento.

Controle dos Instintos (Capítulo 1): Elias argumenta que a civilização é


caracterizada pelo controle crescente dos impulsos e instintos humanos. Ele analisa
como, ao longo do tempo, a sociedade ocidental desenvolveu normas sociais que
restringiam a expressão de comportamentos considerados primitivos ou
inaceitáveis.

Formação do Estado (Capítulo 2): Elias explora a relação entre o processo de


civilização e a formação do Estado moderno. Ele argumenta que o surgimento de
estruturas estatais mais centralizadas contribuiu para a imposição de normas sociais
e o controle sobre a violência e o conflito.

Mudanças na Sociabilidade (Capítulo 3): Neste capítulo, Elias examina como as


formas de sociabilidade evoluíram ao longo do tempo, passando de estruturas
sociais mais rígidas e hierárquicas para formas mais flexíveis e igualitárias. Ele
destaca como a crescente interdependência social levou a um aumento na
regulação social e no autocontrole.

Desenvolvimento do "Habitus" (Capítulo 4): Elias introduz o conceito de "habitus",


que se refere aos padrões de comportamento e percepção internalizados pelos
indivíduos ao longo de suas vidas. Ele argumenta que o processo de civilização
molda o habitus de uma sociedade, influenciando as maneiras pelas quais as
pessoas se comportam e percebem o mundo ao seu redor.

Continuidade do Processo Civilizador (Capítulo Final): Por fim, Elias enfatiza que o
processo de civilização é contínuo e dinâmico, e que as sociedades modernas ainda
estão em processo de transformação. Ele argumenta que as normas sociais e os
padrões de comportamento continuam a evoluir em resposta a mudanças sociais,
culturais e históricas.

Esses capítulos juntos fornecem uma compreensão abrangente do pensamento de


Elias sobre o processo de civilização, destacando como a sociedade ocidental
passou por uma série de mudanças profundas ao longo do tempo, resultando em
maior controle dos impulsos individuais e uma maior ênfase no autocontrole e na
moderação.

o monólogo de hamlet em shaktar uma experiência


melancólica do eu
A peça "Hamlet" de William Shakespeare oferece uma profunda exploração da
experiência melancólica do eu, especialmente através do protagonista, Hamlet. O
termo "menologo" não parece estar correto; talvez você queira se referir ao
"monólogo de Hamlet".

O Monólogo "Ser ou não ser" (Ato 3, Cena 1): Neste monólogo icônico, Hamlet
reflete sobre a natureza da existência e da morte. Ele pondera se é mais nobre
suportar os sofrimentos da vida ou se deve buscar a paz através da morte. Este
monólogo ilustra a melancolia de Hamlet, sua angústia existencial e sua luta para
encontrar significado em um mundo cheio de injustiça e traição.
A Ambivalência e a Indecisão de Hamlet: Ao longo da peça, Hamlet é atormentado
por dúvidas e incertezas, incapaz de agir decisivamente em relação à vingança pela
morte de seu pai. Sua indecisão é uma expressão da sua angústia interna e da sua
luta para reconciliar seus sentimentos de raiva e desejo de justiça com suas
preocupações morais e éticas.

O Isolamento de Hamlet: Hamlet se sente isolado e alienado dos outros


personagens da peça, mesmo de sua família e amigos mais próximos. Seu
isolamento é uma expressão de sua melancolia e desconfiança em relação aos
outros, bem como uma consequência de sua posição como príncipe atormentado
por segredos e traições.

A Complexidade Psicológica de Hamlet: Shakespeare retrata Hamlet como um


personagem complexo e multifacetado, cuja melancolia é apenas uma parte de sua
personalidade. Ele é inteligente, introspectivo e profundamente humano, e sua
experiência melancólica é uma expressão de sua sensibilidade e sua luta para
encontrar um lugar no mundo.

Em resumo, o monólogo de Hamlet e sua experiência melancólica do eu revelam as


profundezas da psicologia humana e oferecem uma reflexão poderosa sobre a
natureza da existência, da mortalidade e do sofrimento.

Você também pode gostar