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CENTRO UNIVERSITÁRIO CIDADE VERDE (UNICV)

ARTES VISUAIS

ADRIANA MÁRCIA IGREJA BASTOS

A RELEVÂNCIA DAS ARTES VISUAIS NO ÂMBITO ESCOLAR

TAUBATÉ/SP
2024
ADRIANA MÁRCIA IGREJA BASTOS

A RELEVÂNCIA DAS ARTES VISUAIS NO ÂMBITO ESCOLAR

Trabalho de conclusão de curso apresentado


como requisito parcial à obtenção do título
bacharel em Artes Visuais.

TAUBATÉ/SP
2024
RESUMO

O presente trabalho trata sobre a relevância das Artes Visuais no Âmbito Escolar.
Destaca como a Arte contribui para a formação dos discentes. Seu objetivo geral
analisar e destacar a importância das Artes Visuais no contexto escolar, visando
compreender seu papel fundamental no desenvolvimento educacional. Nos objetivos
específicos, investigar como as Artes Visuais contribuem para o enriquecimento da
experiência educativa, avaliar o impacto das Artes Visuais no desenvolvimento
cognitivo, emocional e social dos alunos, destacando sua influência na formação de
uma visão crítica e apreciativa da arte e da cultura, examinar as práticas pedagógicas
relacionadas às Artes Visuais, identificando estratégias eficazes de integração dessa
disciplina no currículo escolar e explorando formas de incentivar a participação ativa
dos alunos. Caracteriza-se como uma pesquisa bibliográfica, do tipo exploratório,
através da abordagem qualitativa.

Palavras-chave: Artes Visuais, Arte Contemporânea, Educador.


ABSTRACT

This work deals with the relevance of Visual Arts in the School Context. Highlights how
Art contributes to the training of students. Its general objective is to analyze and
highlight the importance of Visual Arts in the school context, aiming to understand its
fundamentais role in educational development. In specific objectives, investigate how
Visual Arts contribute to the enrichment of the educational experience, evaluate the
impact of Visual Arts on the cognitive, emotional and social development of students,
highlighting their influence on the formation of a critical and appreciative view of art
and culture, examine pedagogical practices related to Visual Arts, identifying effective
strategies for integrating this subject into the school curriculum and exploring ways to
encourage active student participation. It is characterized as bibliographical research,
of an exploratory type, using a qualitative approach.

Keywords: Visual Arts, Contemporary Art, Educator.


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 6
2 ENSINO DAS ARTES VISUAIS ............................................................................... 8
2.1 Mudanças nas Artes Visuais ao Longo do Tempo .............................................. 9
3 O ENSINO DA ARTE NA CONTEMPORANEIDADE ............................................ 11
3.1 Arte Contemporânea ........................................................................................ 12
4 A ARTE E A CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO ........................................... 13
4.1 A função do educador de Artes no contexto escolar ........................................ 14
5 METODOLOGIA .................................................................................................... 17
6 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 18
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 19
6

1 INTRODUÇÃO

Diante dos avanços e mudanças na instituição educacional, as artes visuais


assumiram uma nova orientação no cenário escolar, deixando de ser uma aula de
descanso para se transformar em uma disciplina que estimula conhecimento para
impulsionar uma instrução eficiente.
Para ressaltar a importância das artes visuais, Fusari e Ferraz (2001) ressaltam
que, entre os desafios apresentados no ensino artístico após a promulgação da Lei
5692/71, encontram-se aqueles relacionados aos saberes essenciais de arte e
métodos para assimilá-los durante as aulas, especialmente nas instituições de ensino
público. Observa-se uma prática dispersa, na qual técnicas e conteúdo de orientação
tradicional e inovadora se mesclam, sem grandes preocupações sobre o que seria
mais adequado para o ensino de Arte.
Em 1996, a Lei nº. 9.394 (BRASIL, 1996, Art. 26, § 2º) estabelece que o ensino
das Expressões seja um "componente curricular obrigatório, nos diversos níveis da
educação básica, com o propósito de promover o desenvolvimento cultural dos
alunos". Apesar do avanço, o sistema educacional atual e a instituição educativa
enfrentam diversos desafios que ultrapassam a estrutura curricular e a metodologia
de ensino. A educação no mundo contemporâneo precisa direcionar seu foco para
questões sociais que se manifestam nas escolas públicas, como violência,
desemprego e marginalidade.
O ensino das artes visuais representa um instrumento relevante para o
processo de aprendizado, proporcionando à criança contato com sua herança cultural,
desenvolvendo sensibilidade e habilidade para lidar com formas, cores, imagens e
outras expressões.
É importante ressaltar que o ensino da arte não deve ser visto como um
conteúdo programático isolado, mas como um facilitador para que a criança
compreenda a si mesma e o mundo ao seu redor.
Iavelberg (2012) afirma que a arte contribui para o desenvolvimento de
habilidades, competências e conhecimentos essenciais para diversas áreas do
conhecimento. No entanto, não é apenas por isso que a arte deve ser inserida no
currículo escolar. Ela também tem valor intrínseco como construção humana, como
patrimônio comum que deve ser compartilhado com todos.
7

Esta pesquisa tem como objetivo geral, analisar e destacar a importância das
Artes Visuais no contexto escolar, visando compreender seu papel fundamental no
desenvolvimento educacional. Como objetivos específicos, investigar como as Artes
Visuais contribuem para o enriquecimento da experiência educativa, avaliar o impacto
das Artes Visuais no desenvolvimento cognitivo, emocional e social dos alunos,
destacando sua influência na formação de uma visão crítica e apreciativa da arte e da
cultura, examinar as práticas pedagógicas relacionadas às Artes Visuais, identificando
estratégias eficazes de integração dessa disciplina no currículo escolar e explorando
formas de incentivar a participação ativa dos alunos.
A abordagem das Artes Visuais no contexto escolar é essencial para promover
um desenvolvimento integral dos alunos, estimulando a criatividade, expressão
individual e apreciação estética. Ao compreender a relevância dessa disciplina, busca-
se aprimorar as práticas pedagógicas, fortalecendo habilidades cognitivas,
emocionais e sociais. A valorização das Artes Visuais contribui para formar alunos
mais sensíveis, críticos e culturalmente conscientes, preparando-os para enfrentar os
desafios de uma sociedade diversificada e em constante transformação.
8

2 ENSINO DAS ARTES VISUAIS

É indubitável que o desenho, o recorte, a montagem, a pintura e a reprodução


são ações de artes plásticas significativas para o aprimoramento físico e mental de
cada indivíduo.
De acordo com Barbosa (2006) a arte não é apenas elementar, mas essencial
na instrução de uma nação que progride. A expressão não é adorno. A arte é
discernimento, é ocupação, é uma maneira distinta da expressão para compreender
o universo, a existência, o fictício, e é substância. Como substância, a expressão
ilustra a superior realização do ser humano.
Os padrões curriculares pátrios indicam que a instrução da arte no Ensino
Básico deve criar um ambiente de encontro com a sugestão curricular que apoia o
desenvolvimento completo do discente. Ora, nesse contexto e ponderando que a
expressão está presente no cotidiano do educador, reconsiderar a função do ensino
da arte é essencial. Algumas questões precisam ser abordadas para que o labor seja
efetivo. Educadores com sensibilidades e entendidos da relevância da expressão no
ensino Básico, de modo a criar um ambiente de aprendizagem eficaz.
O educador é o instrumento muito importante para realizar essa alteração de
postura. A asseguração da instrução da expressão é crucial tendo em vista que
reconhece a expressão como impulsionadora da formação do discente, mas por si só
não é suficiente.
Assim sendo, considerando que através da expressão artística o discente se
comunica, revela seus anseios, tormentos, se relaciona com o universo, torna-se
imperativo sua implementação de maneira mais precisa, menos instintiva. E nesse
contexto, Buoru (1998, p.33) afirma:

Ao comunicar-se através da Arte, o estudante exterioriza seus


desejos, demonstra seus sentimentos exibe enfim sua personalidade.
Desimpedido de avaliações, seu subconsciente encontra espaço para
se conhecer, conectar, evoluir dentro de um cenário que precede e
orienta sua conduta.

A ocupação com a arte no Ensino Básico deve considerar que o menino já


detém uma farta perspectiva do universo e deve expressar isso por meio das
atividades conduzidas em sala de aula, sendo uma opulenta fonte para entender o
estudante, o que anseia, o que pondera, o que enxerga.
9

A infância, desde tenra idade, é encorajada por objetos com matizes,


configurações e sons. A experiência da juventude por meio das diversões, televisão,
teatro, entre outras, é crucial para fomentar a inventividade e a fantasia, sendo de
considerável relevância e essencial para seu crescimento a presença da expressão.
Os PCN da arte (2008) a percepção da arte revela oportunidades para que o
estudante adquira uma interpretação do universo na qual a medida lírica esteja visível:
a expressão instrui que é viável modificar constantemente a vida, que é necessário
alterar orientações a cada instante, ser adaptável. Isto significa que gerar e entender
são inseparáveis e a adaptação é condição primordial para assimilar da criatividade
em todos os anos iniciais.
Conforme FISCHER (2003) A arte é o meio insubstituível para essa ligação do
indivíduo com o conjunto; espelha a ilimitada aptidão humana para a união, para a
circulação de vivências e concepções. Por meio dela, o entendimento se amplia,
promovendo um engajamento com sua herança cultural por meio da expressão.
No que diz respeito à arte na instituição de ensino, Barbosa (1991) assevera
que: A arte não é apenas elementar, mas essencial na instrução de um país que se
desenvolve. A arte não é adorno. A arte é discernimento, é ocupação, é uma maneira
distinta da expressão para interpretar o universo, a existência, o fictício, e é
substância. Como substância, a expressão ilustra a superior realização do ser
humano.

2.1 Mudanças nas Artes Visuais ao Longo do Tempo

As artes visuais passaram por mudanças significativas ao longo do tempo.


Essas mudanças refletiram uma nova visão da arte como expressão cultural e
histórica, bem como sua importância para o desenvolvimento pessoal e profissional.
De acordo com Barbosa (2010), a educação artística deve enfatizar a conexão
entre a prática artística, a interpretação de obras de arte e a contextualização histórica,
social, antropológica e estética. Essa abordagem é fundamental para que os
estudantes desenvolvam um conhecimento consciente e informado da arte, o que lhes
permitirá exercer influência positiva no crescimento cultural e pessoal.
A arte é um instrumento importante para a identificação cultural e o avanço
pessoal. Ela pode fomentar a inventividade, a percepção, a imaginação, o senso
crítico e a compreensão da realidade. A análise e interpretação de obras de arte
10

também são importantes para ampliar a inventividade. Além disso, a alfabetização


visual, que vai além da análise da obra, é essencial para compreender o contexto em
que ela está inserida. A educação artística pós-moderna destaca o compromisso com
a diversidade cultural. Ela reconhece que a compreensão da imagem é de extrema
importância para o desenvolvimento da subjetividade e do progresso profissional.
Barbosa (2010) desenvolveu a abordagem triangular, que propõe que o
educador utilize três pilares em sala de aula: a prática artística, a narrativa da arte e a
interpretação de obras. Esses três pilares são reconhecidos como a base dos eixos
de instrução predominantes no ensino contemporâneo: criação, avaliação artística e
pensamento. A abordagem triangular contribui para desfazer alguns equívocos que
ainda cercam as salas de arte nas instituições de ensino brasileiras, como a ideia de
que é preciso ter muitos recursos e infraestrutura para obter respostas "de qualidade"
dos alunos.
Na abordagem triangular, a prática artística que consiste na produção permite
que o aluno explore e experimente diferentes formas de expressão. A análise das
criações (avaliação) ajuda o aluno a estabelecer conexões com seus conhecimentos
prévios. E a reflexão sobre a história da arte (pensamento) permite ao aluno
compreender os períodos e modelos produtivos.
A arte desenvolve a criatividade e outras habilidades, quando assimilada
adequadamente. Essa é a tendência contemporânea para o ensino da disciplina. A
instrução é fundamentada em três eixos interligados: criação (que consiste na prática
e no desenvolvimento do processo criativo), avaliação (interpretação de obras
artísticas) e reflexão sobre a arte (contextualização e investigação). Embora haja essa
divisão, os elementos não devem ser seguidos linearmente ao longo do ano letivo.
O professor deve ser o agente que estimula e incentiva o aluno a construir seu
próprio entendimento, proporcionando situações de interação social autênticas. É
nesse contexto que a aprendizagem ocorre, e as expressões visuais no ensino
fundamental servem como um instrumento essencial do processo educacional.
O professor deve conhecer as práticas da expressão artística, tomando cuidado
para que ela não se torne uma prática sem sentido, um complemento para ensinar
outras temáticas ou um meio de desenvolver habilidades motoras. Se isso acontecer,
o professor não estará ensinando expressão artística, mas apenas usando uma
técnica para ensinar qualquer tema. É importante que o professor entenda os
conceitos contemporâneos do ensino da arte, evitando repetir conceitos ultrapassados
11

ou incorretos. Isso afeta diretamente as aulas, que geralmente se baseiam em


conceitos teóricos ou reflexões sobre a prática artística.
Iavelberg (2012) destaca que essencial que o professor seja um apaixonado
pela expressão artística, pois só assim poderá transmitir aos alunos a vontade de
aprender. Um educador que se dedica ao aprendizado constante, tanto na vida
pessoal quanto profissional, saberá transmitir essa postura aos estudantes.

3 O ENSINO DA ARTE NA CONTEMPORANEIDADE

A arte é uma forma de manifestar os sentimentos, explorar culturas e ampliar a


visão crítica do indivíduo, ela abre portas para o percurso da imaginação, percurso
esse onde o impossível não tem existência. Explorar a expressão em sala de aula
possibilita improvisar, modificar, conceber, criar e recriar.
De acordo com Conforme Ferraz e Fusari (2001) a Instrução por Meio da Arte
é, na verdade, um movimento educacional e cultural, que busca a formação de um ser
humano completo, integral, dentro dos parâmetros do pensamento idealista e
democrático. Valorizando no indivíduo os aspectos intelectuais, morais e estéticos,
procura despertar sua consciência individual, sintonizada ao grupo social ao qual
pertence.
Nessa visão, a arte, como tema de estudo, aborda a elaboração do saber e
contribui na constituição do indivíduo, tornando-o um ser crítico. Uma vez que a
expressão são manifestações criativas dos indivíduos em interação com o meio em
que vivem, recordando que temos diversas linguagens, como: os visuais, onde
encontram-se as pinturas, esculturas, desenhos, fotografias, entre outras. A música, a
dança e o teatro, sendo que todas permitem inúmeras interpretações em razão das
relações que seus elementos sugerem.
Os autores Ferraz e Fusari (2003) destacam que os seres da natureza, assim
como os objetos produzidos culturalmente, despertam em cada um de nós várias
sensações e sentimentos agradáveis ou não aos nossos sentidos e à nossa
compreensão. Logo ao nascer, começamos a viver em um universo que já possui uma
história social de criações culturais que contribuem para a formação do nosso senso
artístico. Desde a infância, tanto as crianças quanto nós, educadores, interagimos com
as expressões culturais do nosso entorno e vamos aprendendo a expressar nosso
contentamento e preferência por imagens, objetos, músicas, falas, movimentos,
12

histórias, jogos e informações com os quais nos comunicamos no cotidiano (através


de diálogos, livros ilustrados, feiras, exposições, rádio, televisão, disco, vídeos,
revistas, cartazes, vitrines, ruas etc. Gradualmente, vamos dando forma às nossas
maneiras de apreciar, de gostar, de ajudar, de desfrutar – e também de realizar – as
várias expressões culturais do nosso grupo social e, entre elas, as obras de arte.
Assim, é crucial que o professor de arte apresente na sala de aula conteúdos
que estejam associados à realidade social e cultural dos estudantes, como ponto de
partida para a edificação de novos conhecimentos, permitindo diferentes experiências
entre o conhecer e praticar com arte. Ressaltando que um ensino de excelência é
aquele em que os propósitos do educador coincidem com os objetivos de aprendizado
do aluno em um movimento de construção e ampliação do saber.
Os autores ainda reforçam que agir por meio de uma metodologia mais
pragmática e mais avançada, que aproxime os discentes da herança cultural e
artística da humanidade, possibilitando, desta forma, que adquiram entendimento dos
aspectos mais relevantes de nossa cultura, em suas várias expressões. E para que
isso se efetive verdadeiramente, é necessário aprofundar estudos e progredir no
conhecimento estético e artístico.
Ainda é válido destacar que o docente de arte não necessita dominar todas as
práticas que englobam as formas de comunicação, mas necessita entender e
especialmente experimentar aquilo que apresentará na sala de aula, considerando
que ninguém oferta o que não tem, ou seja, o educador, especialmente de expressão,
terá pouca eficácia ao ensinar se não tiver vivenciado/experimentado a forma de
comunicação que está abordando com os alunos. No entanto, existem também os
educadores artistas, aqueles que possuem produções em alguma forma de
comunicação da expressão, esses conseguirão com mais facilidade orientar seus
alunos na prática artística, pois a partir de suas produções e momento de criação,
desenvolvem os métodos pedagógicos para a sua aula de expressão.

3.1 Arte Contemporânea

O período artístico conhecido como Expressão Atual teve início na metade do


século XX, todavia, se estabelece a partir de 1970, período em que ocorreram grandes
alterações no mundo devido a eventos que foram se acumulando, como: Segunda
Guerra Mundial; o agravamento da Guerra Fria; o Ataque Atômico no Japão; e outros
13

vários incidentes que desencadearam mudanças diversas na sociedade global, o que


também teve seu reflexo na Arte.
A Arte Atual é a expressão realizada até os dias atuais, e possui características
distintas, como por exemplo, a contestação do uso de materiais e práticas
convencionais como: a pintura, a escultura e o desenho feito com telas, papéis e tintas,
são priorizados os novos suportes como: alimentos, elementos naturais, som,
palavras, a luz, sucatas entre outros. Os artistas exploram novas formas de expressão,
e experimentam as novas possibilidades do praticar tanto na sua forma como nas suas
intenções.
Essa recente sugestão de expressão não se limita aos padrões acadêmicos,
pode representar questões individuais, culturais, sociais e políticas. Em certas
criações, o público é incentivado a interagir, pois, diversas criações não são apenas
visuais, são envolventes.

4 A ARTE E A CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO

De acordo com o PCN/ARTE (2005), destaca algo muito relevante para esta
edificação de entendimento, tanto a ciência quanto a expressão artística, atendem a
essa necessidade por meio da elaboração de objetos de compreensão que, junto com
as interações sociais políticas e econômicas, sistema filosófico e éticos, compõem o
conjunto de representações simbólicas de uma específica cultura.
Isso evidencia que a Arte colabora com a edificação do entendimento e se
conecta a outras configurações sociais, além de se tornar simbólica para uma cultura
determinada.
Conforme os PCN/Arte, "O universo da arte caracteriza um tipo peculiar de
compreensão que o ser humano desenvolve a partir das questões essenciais que
desde sempre se fez com relação ao seu lugar no mundo" (PCN. 2005. p.62). "Arte é
uma produção do pensamento, um pensamento emocional e específico que o ser
humano elabora, com relação ao seu lugar no mundo".
Ademais, Freitas esclarece (2015) a expressão artística pode ser observada
como conhecimento a ser edificado, enquanto a linguagem a ser experimentada e
expressão a ser exteriorizada e refletida. Reflexão sobre si e o mundo. Arte como área
de compreensão. Com características singulares e indispensáveis ao
desenvolvimento do ser humano, um indivíduo completo dotado de emoções e razões,
14

de afetividade de cognição e racionalidade e de uma subjetividade que não pode ser


desconsiderada.
Segundo o autor, arte é conhecimento, linguagem e expressão. Essas
características são exclusivas para o desenvolvimento do ser humano, considerando
que o ser humano é dotado de experiências e, de forma alguma, essas características
podem ser ignoradas.
Ainda segundo Freitas (2015) também aborda a importância do processo de
desenvolver um domínio de compreensão um processo que desenvolve um domínio
de compreensão é tão significativo quanto inatingíveis pela linguagem lógica e
científica, tão presentes nos currículos escolares, que ainda são embasados por uma
visão positivista, com ênfase no aspecto técnico.
Podemos notar que o domínio de compreensão tem uma importância muito
significativa, comparada à linguagem lógica e científica, e está muito presente nos
currículos escolares. Nessa perspectiva, a arte fica em segundo plano. Vale ressaltar
que a Arte contribui significativamente para o entendimento e aprendizado do aluno.
Isso depende da forma como é abordada na escola. Nascimento (2012) discute de
maneira abrangente este tema ao destacar que a mesma atua como um suporte para
as demais disciplinas:
A Arte tem sido tratada, na maioria das instituições educacionais brasileiras,
como suporte para as demais disciplinas que compõem o quadro curricular, fato que
acaba negando o seu caráter específico enquanto área do entendimento humano
(NASCIMENTO, 2012)
No Brasil, a Arte é utilizada para contribuir com o aluno a sentir a base de
algumas disciplinas, negando sua verdadeira natureza, que é permitir ao indivíduo
expressar-se. Desta forma, os alunos não compreenderão verdadeiramente o
significado da arte. Com isso, é essencial ressaltar qual é o papel do educador dentro
da sala de aula, o que será abordado no próximo tópico.

4.1 A função do educador de Artes no contexto escolar

O educador está associado à sociedade na qual está inserido por meio das
interações sociais e desempenha uma função crucial no ensino artístico. A atuação do
professor de artes está integrada, portanto, no todo da comunidade à qual se conecta
por meio das conexões sociais, que atravessam as inter-relações e relações
15

individuais, e que vão configurando e reconfigurando sua preparação como instrutor


e, também, transformando a cultura escolar. (MONTEIRO 2011).
Como evidenciado, o professor de Artes está ligado à sociedade, mantendo
uma ligação com o labor em sua formação como educador, construindo e modificando
uma cultura escolar. O papel de um educador deve ser proeminente, pois ele também
está sujeito a avaliações. Nesse contexto, surgem indagações pertinentes: Como o
educador deve se comportar no ambiente de aprendizado? Como ele deve ser
percebido? Esses são elementos cruciais para uma aprendizagem eficaz do aluno?
Hoje em dia, o educador que almeja transmitir o conhecimento deve estar
sintonizado com seus alunos. Para isso de acordo com Barreto e Almeida (2013)
o educador exerce uma considerável influência no processo de aprendizagem do
aluno, e, portanto, sua intermediação deve ser de qualidade, envolvendo o aluno e a
expressão artística. O educador carrega a significativa responsabilidade de edificar ou
desfazer na mente do aluno a representação de si mesmo como alguém capaz de
aprender.
O educador tem a responsabilidade de proporcionar ao aluno um desempenho
aprimorado, pois o aluno deve atingir sua média com excelência. O objetivo principal
é engajar o educando com a arte, para que alcance um desempenho notável. Para
que isso ocorra, o educador deve atuar como um mediador para que o aluno alcance
seus objetivos na sala de aula.
Os educadores devem adotar uma postura de responsabilidade no ambiente
de ensino e não se restringir a oferecer poucas opções ao grupo, evitando
simplesmente deixar de realizar as atividades. Ferraz e Fusari (2002), esclarecem
essa questão ao afirmarem que o educador deve abordar esses materiais de acordo
com a direção de sua aula, de modo a auxiliar na concretização dos conhecimentos
relacionados à arte.
O educador deve buscar auxiliar o desenvolvimento da observação do aluno e
suas percepções. "A principal incumbência do educador de Artes é auxiliar o
desenvolvimento dessas observações e percepções" (FERRAZ e FUSARI, 2003,
p.63). Portanto, o educador tem uma função principal também, reconhecendo a
importância de o aluno ter alguém em quem confiar e obter auxílio para seu
desenvolvimento.
O professor deve manter um compromisso mais elevado com seus alunos.
Conforme FERRAZ e FUSARI (2003, p.86), "O maior compromisso do educador é,
16

portanto, ajustar seu trabalho para o desenvolvimento das expressões e percepções".


Como mencionado anteriormente, o educador desempenha um papel de extrema
importância na sala de aula, servindo como alicerce para o aluno, e seu trabalho deve
ser adaptado ao ambiente de ensino. Portanto, ele deve permanecer constantemente
atento ao seu conteúdo para não transmitir algo além da compreensão do aluno em
sua disciplina.
17

5 METODOLOGIA

Este estudo foi desenvolvido através de pesquisa bibliográfica, do tipo


exploratório, através da abordagem qualitativa, pois buscará informações através de
revisão bibliográfica, sobre o tema, aplicando como meio de investigação a
fundamentação bibliográfica, utilizando-se, dessa forma, fontes secundarias de
informações.
Conforme Lakatos e Marconi (2003), a investigação bibliográfica abarca toda a
documentação previamente publicada acerca do assunto em estudo. Esse gênero de
pesquisa apresenta à comunidade todas as análises já expostas na literatura
científica, que inclui desde publicações isoladas, informativos, periódicos, periódicos,
obras, pesquisas, dissertações, gravações, transmissões de rádio, televisão, entre
outros. Seu objetivo principal é colocar o pesquisador em contato direto com tudo o
que foi escrito, falado ou gravado sobre um tema específico.
A perspectiva utilizada nesta pesquisa é a de natureza qualitativa. Conforme
Lakatos e Marconi (2003), a abordagem qualitativa refere-se a uma investigação que
tem como base analisar e interpretar facetas de maneira mais aprofundada,
detalhando a complexidade da conduta humana e ainda oferecendo análises mais
minuciosas acerca das pesquisas, posturas e inclinações de comportamento.
Este estudo foi realizado por meio de artigos científicos em português e
inglêspublicados nas bases de dados da SciELO, (Scientific Electronic Library Online)
e GOOGLE ACADÊMICO. A busca de referências foi desenvolvida buscando as
publicações referentes ao período dos últimos 10 anos através dos descritores: Artes
Visuais, Artes Como Construção do Conhecimento, O Ensino das Artes Visuais, A Arte
Na Contemporaneidade.
Foi utilizado como critérios de inclusão artigos publicados na íntegra e nos
últimos 10 anos, que continham discussões relevantes sobre o tema em questão.
Dentre os critérios de exclusão, estão os resumos de artigos e bancos de dados
publicados com mais de 10 anos.
18

6 CONCLUSÃO

A Expressão Artística Moderna, ao exibir uma ampla variedade de sugestões,


é desafiadora, gerando no observador um desconforto, o que promove a indagação.
Essa insatisfação pode servir como ponto inicial para praticar a reflexão crítica dos
aprendizes, levando a uma reavaliação da realidade, encorajando a observação em
relação ao seu entorno, o que propicia a descoberta de si mesmo como indivíduo
histórico.
O papel do professor é fundamental na proposta de artes visuais na escola,
pois ele deixa de ser apenas um transmissor de conhecimento para se tornar um
mediador. Para uma atuação eficaz, o docente deve conhecer bem seus alunos. As
artes visuais são um amplo instrumento nesse sentido, pois, por meio de atividades
como esboço, coloração e escultura, é possível compreender o estágio de
desenvolvimento do aluno e, assim, realizar uma intervenção positiva. É importante
ressaltar que a compreensão das etapas do desenho infantil contribui para a
construção do imaginário das crianças, sendo mais um recurso que o professor pode
utilizar para entendê-las melhor.
As artes visuais no ambiente escolar são relevantes para as crianças
vivenciarem suas vivências e ampliar o entendimento em diversas produções
artísticas. O contato com a expressão artística possibilita novos aprendizados. Por
meio das práticas de artes visuais, o aluno consegue interagir com o entorno,
manifestar seus sentimentos, revelar sua perspectiva de mundo, além de incentivar
sua inventividade, promovendo a independência.
Observa-se, assim, que a arte não serve apenas para ocupar o espaço vago e
de descontração. Ela contribui para o processo de ensino-aprendizagem, sendo uma
maneira de exteriorizar um sentimento interno, de onde o aluno retira força e realidade.
Engajar-se na criação artística e refletir sobre o trabalho artístico pode assegurar ao
aluno uma situação de aprendizado com valores e os métodos de produção nos meios
socioculturais. Educar em arte é o método mais eficaz para os educadores no âmbito
escolar.
O ensino da expressão serve para desenvolver sua aptidão de aprender
professor/aluno. É compreender as influências desses processos de fluir/provocar,
criar, contextualizar e ensinar.
Educar é sempre buscar o inovador. Educação e expressão artística
compartilham no processo de criação, impulsionando o fazer, o conhecer e o
expressar, envolvendo o indivíduo histórico, social e cultural.
19

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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20

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