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Curso EAD sobre

Saúde Planetária

Módulo 6
Saúde mental e relacional
Objetivos deste módulo:
• Explorar a intersecção entre saúde mental e relacional com a saúde planetária.

• - Olhar sob a perspectiva da abordagem sistêmica a relação humana com o planeta.

• - Definir de forma crítica conceitos como luto ecológico, refugiados climáticos e


ambientais, mundo VUCA, alegremia e Buen vivir.

Lembre-se de acessar o glossário para conferir o significado das palavras destacadas


no texto. Esta é uma ferramenta importante para você relembrar as definições.

Caso

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Greta Thunberg, nascida em Estocolmo, aos 16 anos foi eleita a personalidade do

ano pela revista TIME em 2019. Quando tinha 8 anos, 2011, ela conheceu o conceito

das mudanças climáticas e não conseguia entender como não havia mais ações para

enfrentar o problema. Três anos depois, ela caiu em profunda depressão, parou de comer

e ficou letárgica. A depressão estava associada com a consciência da fragilidade da vida

no planeta Terra. Foi diagnosticada com a Síndrome de Asperger, Transtorno Obsessivo-

Compulsivo, Transtorno de Déficit de Atenção e mutismo seletivo. Os diagnósticos foram

divulgados por sua mãe em 2015 para “ajudar outras famílias que sofriam com filhos com

problemas semelhantes”. Saiu do quadro com a ajuda da família, a qual convenceu a mudar

de hábitos de vida para devolver-lhe a esperança: a mãe, cantora lírica, abriu mão de sua

carreira internacional para não viajar de avião, diminuindo sua “pegada de carbono”, e o

pai e sua família, famosos atores na Suécia, tornaram-se vegetarianos. Pode ser que ela

tenha razão quando diz que sua “capacidade de hiperfocar é um superpoder”: ela levou

aproximadamente 2 anos para convencer a família a fazer a mudança.

Sua greve escolar começou em 20 de agosto de 2018, quando iniciou um protesto

frente ao Parlamento sueco contra a inação do governo para enfrentar as mudanças

climáticas que causavam incêndios e ondas de calor no país. Terminou a greve em 9 de

setembro, quando ocorreram as eleições gerais na Suécia. Era uma greve solitária, mas

as fotos correram o mundo. Depois disso, começou a sentar-se em frente ao Parlamento

com seu cartaz de protesto apenas nas sextas feiras.

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Figura 1.

Greta Thunberg em frente ao


Parlamento sueco

Fonte da imagem: Campanella apud Fortune (c2020).1

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Sextas feiras vêm se tornando mundialmente o dia dos protestos conhecidos como

Extinction Rebellion (Rebelião contra a extinção). Greta conseguiu mobilizar o mundo

com seu ativismo e sua luta por um planeta mais saudável.

Você conhece a Extinction Rebellion (em português Rebelião Contra a Extinção)?

Inúmeros protestos - especialmente de jovens - vêm se popularizando pelo mundo:

Greta não está mais sozinha. Muitos jovens chamam a atenção do mundo nas sextas-
feiras sobre a emergência climática global. O protesto mais ativo e divulgado na mídia

foi frente à Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP) em 4

de dezembro de 2018, quando Greta declarou veementemente com seu estilo direto e

claro: “Como se atrevem a nos legar este mundo, a deixar esse fardo para seus filhos?”.

Você pode assistir ao vídeo do discurso de Greta Thunberg na conferência de mudanças climáticas

na ONU, onde ela reflete sobre a necessidade de ação global para as mudanças climáticas.

O que a experiência de Greta nos faz pensar sobre saúde e doença mental?

Quais as ligações entre saúde mental e saúde planetária?

Descubra ao longo do texto a resposta para essas perguntas.

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Por que ir à escola se o futuro não está
garantido?
Até agora, durante o curso, você deve ter sentido em algum momento medo, sensação
de desesperança, até mesmo fatalismo pela situação e desafios que a sociedade enfrenta
devido às mudanças climáticas e o impacto que isso tem na saúde e qualidade de vida: isso
é esperado. Quando nos conscientizamos da nossa situação, somos tomados por um tipo de
ansiedade - a qual pode ser passageira ou mesmo tornar-se persistente.

Qual o objetivo de ter filhos, estudar e me dedicar a um propósito se eu não consigo ver
um futuro para mim? Qual o sentido de seguir se as emissões vêm aumentando apesar do

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Acordo de Paris? É angustiante saber que vivemos em um ambiente não seguro.

Devemos ser honestos uns com os outros, saber das consequências do nosso estilo
de vida, e ter a esperança e a força motriz para mudar o nosso destino. Os efeitos das
mudanças climáticas na saúde mental são cada vez mais reconhecidos. A exposição ao calor,
às inundações e outros eventos extremos, por exemplo, aumentam o risco de depressão e
ansiedade, que podem afetar desproporcionalmente as pessoas com problemas de saúde
mental pré-existentes.2

O que é saúde mental e relacional?


O conceito clássico de saúde elaborado pela OMS diz que saúde é um estado de completo
bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doenças. É evidente que esse é
um conceito idealizado, mas orienta o campo da saúde a se preocupar com a prevenção de
doenças e não só com a sua identificação e tratamento.

A saúde mental se manifesta nos indivíduos por pensamentos, percepções, emoções e


comportamentos positivos que geram interações harmoniosas com a família e a comunidade,
resultando em um ambiente que promove o bem-estar. A OMS define saúde mental como

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“um estado de bem-estar no qual um indivíduo percebe suas próprias habilidades, lida
com estresses cotidianos, pode trabalhar produtivamente e é capaz de contribuir para sua
comunidade”.3,4

Essa definição é abstrata, porque não existe pessoa, família e comunidade que não tenha
problemas a resolver todos os dias - a saúde relacional refere-se à forma como as pessoas
se relacionam entre si e em comunidade. Trata-se, isso sim, de reforçar que, frente aos
problemas diários, a pessoa busque enfrentá-los de forma colaborativa, harmoniosa e o mais
consensual possível, levando em conta as necessidades de todos os envolvidos. Esse princípio
- maior harmonia possível nas relações -, parece ser o diferencial em todos os níveis de
relações com mais saúde e menos doença mental. Como o nível de saúde possível varia com
as condições desenvolvimentais pessoais e as ambientais, as respostas serão diferentes em

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função da situação e momento do enfrentamento, gerando indivíduos, famílias e comunidades
diferenciadas.

Esse princípio, da maior harmonia possível nas relações, parece ser o diferencial em todos
os níveis de relações com mais saúde e menos doença mental. Como o nível de saúde possível
varia com as condições desenvolvimentais pessoais e as ambientais, as respostas serão
diferentes em função da situação e momento do enfrentamento, gerando indivíduos, famílias
e comunidades diferenciadas.

Qual a relação da saúde mental com a


saúde planetária?
Nossa visão de mundo, que inclui nossos paradigmas, nossos valores, nossa ontologia e
nossa mentalidade, precisa expandir-se e transformar-se para que tenhamos maior lucidez
e discernimento nas escolhas e ações necessárias nos contextos desafiadores do século XXI.
Para um nova visão de mundo, é necessário repensar nossas noções de saúde e bem-estar
mental no contexto da saúde planetária. Isso você provavelmente começou a fazer, mesmo

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que inconscientemente, ao longo dos módulos.

Durante décadas, a ciência manteve o debate sobre se a genética ou o ambiente teriam


maior importância no desenvolvimento humano em geral e também na causalidade dos
transtornos mentais e comportamentais. “Natureza ou criação sociocultural” - tradução
livre da expressão em inglês “Nature or Nurture” - também apresenta esse dilema sobre as
influências que recebemos da genética, do ambiente natural e do ambiente sociocultural
criado pela humanidade. Evidências científicas atuais indicam que a saúde mental e as doenças
mentais são resultados da interação da genética com o ambiente.5

Pesquisas no campo da genética evidenciam que o conceito epigenética está se tornando


um novo paradigma.6 Através dela podemos entender como alterações no ambiente (físico

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e psicossociocultural) podem afetar a genética, gerando manifestações fenotípicas de saúde
ou doença. A mensagem principal é que existe uma integração sistêmica entre genes, família,
sociedade e ambiente na promoção de saúde física e mental.

O lançamento do novo campo científico da saúde planetária ampliou a noção de ambiente e


tornou as mudanças do ambiente global um novo contexto para pensarmos os determinantes
da saúde.7 Essa definição de saúde planetária e a relação com o Antropoceno necessitam
de uma abordagem sistêmica para compreender e lidar com as complexas interações entre
as mudanças ambientais globais produzidas pela humanidade e a saúde humana.8 Assim, é
fundamental para a saúde mental no século XXI cultivarmos o pensamento sistêmico.

Nesse sentido, o foco da saúde planetária está na caracterização dos impactos na saúde
humana decorrentes dos distúrbios causados pelo próprio estilo de vida da humanidade
sobre os ecossistemas naturais da Terra. É muito importante a percepção e consciência desta
circularidade entre o estilo de vida humano como causa dos distúrbios/disrupções sobre o
ambiente natural e sociocultural e o retorno das consequências sobre a própria saúde física e
mental da humanidade (Figura 2).

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Figura 2.
Modo de vida humano, a saúde e seus processos.

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Fonte: Elaborado pelos autores.

De acordo com a abordagem sistêmica, no contexto da saúde planetária, a saúde humana


passa a ser entendida como uma propriedade emergente da complexidade socioecológica
em que vivemos. Assim, podemos entender que a saúde mental está sendo afetada em escala
global e planetária por processos de determinação socioculturais e ecossistêmicos. Dessa
forma, mudanças individuais são necessárias, mas também é necessário mudar o modelo de
produção, consumo e econômico. Diversas organizações de profissionais de saúde têm se
posicionado em relação à emergência climática global e à saúde planetária.9,10,11

Você está percebendo a circularidade das relações entre o funcionamento da

sociedade, o meio ambiente e saúde mental? Isto é pensar saúde planetária!

Reflita mais sobre essa relação no vídeo “Saúde mental relacional”.

Na figura 3, observa-se uma esquematização da visão sistêmica da saúde planetária.12


Apesar da apresentação linear do esquema, podemos supor várias conexões sistêmicas não
lineares entre os elementos.12

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Figura 3.
Ilustração dos impactos das mudanças antropogênicas
sobre a saúde humana.

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Os propulsores sobrejacentes (1) do Antropoceno são o nosso modelo econômico e produtivo, os propulsores
subjacentes (2) são o crescimento populacional, o padrão de consumo/produção, os processos socioeconômicos e
o uso de tecnologias. Estes atuam sobre os propulsores ecológicos (3) que interagindo entre si resultam em fatores
socioambientais alterados que funcionam como causas proximais (4) - qualidade do ar, nível de acesso à água, riscos
naturais, exposição às doenças infecciosas, migrações climáticas, urbanização acelerada, alterações no uso da terra, e
outros. As sociedades humanas criam fatores mediadores (5) através de governanças mais ou menos comprometidas
com políticas públicas, padrões de distribuição de riqueza, grau de compromisso com filantropia, diversidade cultural
e comportamentos adaptativos, nível de acesso a tecnologias de mitigação, entre outros, que podem proteger
ou agravar os riscos socioambientais de subpopulações específicas. Finalmente, essas causas naturais proximais
mediadas por fatores socioculturais políticos e econômicos resultam em efeitos na saúde humana (6): desnutrição,
doenças infecciosas, doenças crônicas não transmissíveis, deslocamentos de subpopulações, conflitos e os impactos
na saúde mental.
Fonte: Myers (2017).12

A saúde mental está, recentemente, entrando no foco dos estudos da saúde planetária.12
Podemos citar como exemplos desta relação:

1. Efeitos diretos dos desastres socioambientais associados à mudança das condições


ambientais (ex.: elevação do nível do mar, tempestades mais extremas, incêndios,
enchentes, ondas de calor e seca) geram estresse, ansiedade e transtorno de estresse

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pós-traumático.12

2. Migrações por conflitos de terra/água e alterações climáticas, deslocamentos


arriscados, acampamentos de refugiados são acompanhados de grandes cargas de
sofrimento mental.12

3. Ansiedade, depressão, conflito interpessoal e desespero associado à perda de


ecossistemas estimados e construtores de identidade pessoal, por eventos climáticos
ou humanos.12 O termo solastalgia criado pelo filósofo australiano Glenn Albrecht,
refere-se a esse tipo de sofrimento mental.13

4. Fardo mental de saber que filhos e netos não conhecerão animais extintos e ambientes

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que estão sendo degradados ou tornados inabitáveis pelas ações humanas.12

5. Custo em saúde mental de saber que nossos estilos de vidas e hábitos de consumo na
sociedade contribuem para colocar em perigo de vida outras pessoas e espécies em
maior vulnerabilidade.12

Também existem evidências que exploram outras dimensões da saúde mental relacionadas
com as mudanças ambientais globais e interação com a natureza.

1. Benefícios mentais/cognitivos da exposição à natureza “intacta”.14,15

2. Efeitos fisiológicos e psicológicos do banho de floresta.16

3. Impacto da degradação ambiental sobre a saúde mental e felicidade.17

4. Iniquidade no impacto sobre a saúde mental devido a questões de acesso aos ambientes
mais preservados.18

5. Serviços ecossistêmicos e saúde mental.19

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De forma geral, estas evidências acima nos demonstram que a experiência com a natureza,
em contraste com a experiência urbana, traz benefícios para a saúde mental: melhora de
bem estar, felicidade, emoções positivas, funções cognitivas, dentre outros; diminuição
de ansiedade, depressão, insônia, Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade,
cortisol, dentre outros. Com uma sociedade cada vez mais urbana, propor atividades como
plantar jardins ou plantas intradomiciliares, cultivar hortas coletivas, praticar compostagem
e conviver com animais, além de melhorar diversas dimensões de saúde mental restaurando
a calma e harmonia, restaurará o senso de conexão e unidade com a vida e a natureza para
estas e futuras gerações que se distanciaram dela. Governos, profissionais de saúde e a
sociedade devem tomar decisões para oportunizar o contato com áreas verdes e azuis, como
valorizando parques e “esverdeando” superfícies (com tetos e paredes verdes e plantando

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árvores nas ruas). Estes aspectos são ainda mais importantes em comunidades pobres, pois
estas têm ainda menos acesso a ambientes saudáveis.19,20,21,22,23

A saúde mental também resulta da interação direta da poluição. Distúrbios depressivos e


ansiosos são sinais e sintomas que não são estanques e vivem num continuum de apresentação
clínica24 e, infelizmente, subdiagnosticado.2525 Sabe-se que há um aumento na concentração
ambiental de MP2.5 com aumento de sintomas depressivos na população em geral e que
isso tem um efeito acumulativo.26 Além disso, em populações mais vulneráveis, como idosos
ou populações socialmente predispostas são mais suscetíveis.27 Isso quando focamos
em um tipo de poluente, mas quando começamos a mudar o cenário (poluição por metais
pesados,28 poluição sonora,29 poluição luminosa30) ou mudar a população (idosos,31 crianças,32
mulheres,33 puérperas34) criamos outras redes e vemos que a saúde mental está relacionada
diretamente com a saúde do ambiente e que há um universo que não foi explorado ainda e
que não conhecemos a real dimensão.

A autora canadense Naomi Klein escreveu: “A Terra não é nossa prisioneira, nosso paciente,
nossa máquina ou, na verdade, nosso monstro. É o nosso mundo inteiro. E a solução para o
aquecimento global não é consertar o mundo, é consertar a nós mesmos.”35

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Como nossas ações físicas sobre o mundo
natural afetam nosso bem-estar mental?
Nós, humanos, somos seres somáticos (físicos) que interagimos com o ambiente natural
(físico) e criamos ambientes construídos (físicos), mas também somos seres mentais e
socioemocionais (não-físicos) que, ao nos relacionarmos, criamos e interagimos com
ambientes socioculturais (não-físicos). Então, como nossas criações mentais e socioculturais
podem afetar o bem-estar físico de nossa espécie? E ainda, como podemos afetar todo o
bem-estar planetário quando criamos o efeito cumulativo de 7,7 bilhões de seres humanos
atuando sobre os ecossistemas naturais? Essas são questões fundamentais para entendermos
a proposta de estudo da saúde mental no contexto da saúde planetária.

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A teoria do comportamento individual ambientalmente significativo permite entender
como as sociedades humanas podem afetar as estruturas e dinâmicas dos ecossistemas e
da biosfera.36 Existem impactos ecossistêmicos das ações humanas em escala planetária
e por isso estamos entrando nessa nova época geológica chamada Antropoceno. No
entanto, pouca atenção está sendo dada ao fato de que o Antropoceno é relacionado ao
pensamento antropocêntrico que conduz nossas políticas, bem como os modos de produção
e econômicos.37

Os seres humanos podem ser causas de mudanças globais ou planetárias devido aos cinco
propulsores38 listados no Quadro 1.

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Quadro 1.

Propulsores das mudanças globais causados


pelos seres humanos.
Cada indivíduo gera uma demanda ambiental para atender às
necessidades essenciais de sua vida (necessidades humanas básicas
Crescimento populacional - alimentação, água, vestuário, teto, etc.). Quanto maior o número
de seres humanos no planeta, maior a pressão sobre o ambiente
natural.
Neste último século a atividade humana é tão extensiva que produz
mudanças ambientais em nível planetário. O crescimento econômico
Crescimento econômico está diretamente relacionado ao padrão de produção de bens/
serviços, consumo, geração de lixo e poluição, o que em conjunto se

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torna um estresse para o ambiente em maior ou menor grau.
As tecnologias podem influenciar mudanças ambientais de acordo
com as diferentes formas de explorar recursos naturais, variação da
quantidade de recursos naturais consumidos e quantidade de lixo
Mudanças tecnológicas
produzido. Tecnologias podem aumentar ou diminuir o impacto da
atividade humana sobre o ambiente e seu uso depende de outras
forças propulsoras, como as diretrizes político-econômicas.
O ambiente global (planetário) responde às ações do mercado, de
governos e à política econômica internacional. O tipo de combustível
Instituições político-
e matriz energética utilizada nos países, por exemplo, depende
econômicas de deliberações em contextos político-econômicos, geralmente
realizadas com visão de lucros e benefícios a curto prazo.
Crenças, atitudes e valores relacionados à posse material e à
relação entre humanidade e natureza são frequentemente vistos
como causa raiz da degradação ambiental. O modelo mental sobre
Atitudes e Crenças
a natureza resultante dessas crenças, atitudes e valores influi
na maneira como a humanidade explora ou preserva os recursos
naturais.

Fonte: Stern, Young, Druckman (1992).38

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O quinto propulsor referente às atitudes, crenças e valores está intimamente relacionado
com esta nova abordagem de saúde e bem-estar mental proposta neste curso. O modelo
do iceberg do pensamento sistêmico (Figura 4), também reforça essa noção de que os
problemas visíveis que ninguém quer (doenças e indicadores de saúde ) são resultado
de comportamentos, estruturas e funcionamentos criados a partir de modelos mentais
compartilhados pelos indivíduos da sociedade.

Os modelos mentais são fundamentados nas crenças e valores e definem a visão de mundo
que afeta a vida pessoal, os relacionamentos e o planeta. Portanto, o papel da saúde mental
vai muito além do impacto sobre o próprio indivíduo, porque através do efeito sistêmico da
sinergia dos modelos mentais e paradigmas de pensamento influencia tanto a saúde de uma
cultura quanto a saúde do planeta.

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Figura 4.
Modelo do Iceberg que ilustra a lógica do
pensamento sistêmico.

Fonte: Elaborado pelos autores.

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Por que o modelo convencional de saúde
mental muitas vezes não vai ao encontro
da Saúde Planetária?

De acordo com o modelo convencional de saúde mental, vê-se a saúde mental como um
campo de cuidado e proteção do indivíduo com transtorno mental. Nessa abordagem, existem
“os normais” com saúde mental e os “doentes mentais” ou “anormais”, ficando os problemas e
desafios da saúde mental geralmente restritos às próprias pessoas com doença mental e os
que as cercam.

Atravessar essa racionalidade reducionista e biomédica é um desafio que envolve incorporar


a ciência de sistemas39 na saúde mental, ou seja, pensar em uma saúde e cuidado em rede,40
bem como transdisciplinar. A diferença entre a abordagem reducionista e a sistêmica está

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na visão de mundo (Figura 5). Reducionistas olham somente para as partes contextualizadas
no tempo e espaço, enquanto os pensadores sistêmicos já olham para as interconexões e
dinâmicas.

Figura 5.
Diferença da visão de mundo reducionista e visão
de mundo sistêmica.

Fonte: Adaptado de Ahn, Tewari, Poon, Phillips (2006).39

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Uma estratégia para lidarmos melhor com saúde mental é a noção de continuum da saúde
mental que representa desde o extremo da doença mental até o outro extremo de bem-
estar mental41 (Figura 6). Essa noção permite ou entende que os processos socioambientais
e socioculturais produzem e reproduzem formas e estilos de vida que podem mais ou menos
promover a saúde. No modelo também fica evidente que a educação e promoção de saúde
mental têm grande relevância como coadjuvantes à terapêutica para ir além na promoção do
bem-estar mental.

Figura 6.
Modelo do continuum da saúde mental.

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Fonte: Adaptado de Keyes (2007).41

A partir desse modelo de continuum da saúde mental podemos entender melhor e


contextualizar os diferentes modelos adotados não só pelos profissionais de saúde em
geral, mas também pelos profissionais de saúde mental. As relações da saúde mental com
saúde planetária estão vinculadas diretamente - mas não restritas - à integração das duas
abordagens psicossocial e ecossocial.

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Modelos ou perspectivas utilizados para lidar
com a saúde mental:
Modelo biomédico – no qual o processo saúde/doença mental está localizado dentro
do cérebro dos indivíduos (pessoas), seres humanos. Grande parte das pessoas pensam que
seus problemas são apenas desequilíbrios bioquímicos que podem ser corrigidos ou tratados
com medicamentos. Segue a visão reducionista acima descrita. O ideal é uma pílula mágica
que faz o conserto rápido dos problemas. Esse pensamento alimenta os excessos da indústria
farmacêutica.

Modelo psicossocial – no qual o processo saúde/doença mental está localizado

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dentro dos cérebros, mas refletem o resultado endógeno (intracerebral) das interações
(relacionamentos) humanas. As pessoas pensam que seus problemas mentais foram causados
por traumas psíquicos ocorridos nos relacionamentos com outras pessoas significativas,
geralmente na família. Valoriza-se os relacionamentos e conexões saudáveis. Os tratamentos
são psicoterapias, existem várias linhas e abordagens. Torna-se cada vez mais importante
o desenvolvimento de habilidades socioemocionais e habilidades para a vida. Grandes
resultados também são alcançados em termo de bem-estar mental com as propostas da
psicologia positiva.

Modelo ecossocial – no qual o processo saúde/doença mental resulta da interação


ecossistêmica do substrato biológico (cérebro, genes) com fatores determinantes relacionais
e socioambientais. As pessoas começam a ter uma visão ainda mais ampla da realidade que as
afeta, considerando também os ambientes familiares, físicos e sociais. Fala-se em ambientes
tóxicos, narrativas tóxicas de certas organizações, efeitos da urbanização sobre a mente
humana. Reconhece a conexão com a natureza como fundamento para a salutogênese mental.

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A saúde mental resulta da qualidade de nossas relações e conexões saudáveis interpessoais
no ambiente sociocultural e da qualidade de nossa conexão/reconexão com ambientes naturais.
Por isso, a definição de saúde humana através de uma abordagem sistêmica integrativa
enquanto bem-estar bio-psico-socio-eco-espiritual é importante para esta estratégia de
saúde mental no contexto de saúde planetária. Essa proposta de uma abordagem integrativa
da saúde representa estados mentais ativos individuais e coletivos que sustentam e garantem
a integridade estrutural e funcional da vida das pessoas e do ecossistema planetário.42

O contexto ecológico ou ecossistêmico da saúde favorece a compreensão da importância


do ambiente natural com seus serviços ecossistêmicos nas interações sobre os seres
humanos. Por isso uma abordagem ecossistêmica da saúde mental precisa dialogar bem com
novos modelos de sustentabilidade e novos modelos de economia como o proposto no Buen
Vivir (bem viver).

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No seu trabalho ou vivência na saúde como você percebe esse cuidado?

É possível ficar em luto por causa das


mudanças no planeta? Como percebemos
essas perdas?
Vivemos em um mundo em mudança e adaptações no contexto da saúde planetária e isto
impacta a nossa saúde mental e como lidamos com as perdas relacionadas à essas mudanças.43
Quando se discute sobre as mudanças climáticas muitas vezes as pessoas percebem que este
é um “problema muito distante”, assumindo uma posição defensiva de divisão e projeção, que
a protege da necessidade de enfrentar e lamentar verdadeiramente as perdas associadas
a essa realidade. Seu efeito é produzir imagens monstruosas e aterradoras do futuro,
acompanhadas de propostas sem graça e ineficazes para a mudança agora.44

O primeiro passo deve ser começar a se falar sobre a perda. Precisamos retirar as
projeções de perda do futuro e tornar a perda real e presente; parar de catastrofizar o futuro

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e de embrulhar o presente em algodão.44 Ao fazer isso, diminuiremos os dois extremos e
tornaremos as perdas gerenciáveis, para o momento atual, e próximas gerações.44 O segundo
deve ser o de incentivar o realismo sobre a natureza das transições que enfrentamos e o
que elas significam para diferentes pessoas.44 Precisamos oferecer cenários realistas com os
quais as pessoas possam se relacionar, com escalas de tempo, escolhas e opções realistas
- mas sempre sem generalizações, pois certamente “um tamanho não serve para todos”.
Construir localmente com as comunidades as noções de perda pode ser benéfico para se
criar mecanismos de resiliência.44

O luto é uma resposta natural à perda que todos nós experimentaremos ao longo de nossas
vidas. Ele é a resposta fisiológica e emocional interna e acompanha o período de transição
cognitiva, emocional e interpessoal à medida que as pessoas aprendem a viver no novo

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contexto da perda.45,46 Pode ser expresso de diversas formas dependendo dos contextos
culturais e individuais. Por mais que esses processos sejam compreendidos na psicologia em
resposta à perda de uma pessoa amada, pouco se sabe sobre a sua extensão nas perdas do
meio ambiente natural.47 Conheça alguns dos processos de luto e veja um breve resumo:

1 Luto Ecológico

Um termo frequente na literatura é o “luto ecológico” (ecological grief), onde se observa


sentimentos intensos de tristeza, desesperança frente às perdas relacionadas ao clima
para espécies, ecossistemas e ambientes onde o homem se insere e que fazem parte de
sua identidade. O luto ecológico é uma resposta natural às perdas e se vê frequentemente
em pessoas que mantém relações de vida, trabalho e cultura dependente de um ambiente
natural.48,49.Por exemplo, os recifes de corais australianos estão intimamente e positivamente
associados a significados de lugares nas populações residentes e turísticas e as perdas
relacionadas aos corais estão relacionadas ao luto vivenciado por elas.50

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1.1 O Luto relacionado à perda física

Esse padrão de luto ecológico se associa com o desaparecimento ou alteração física,


degradação, morte de espécies, ecossistemas e paisagens e é causada pelas mudanças
climáticas e ambientais de várias maneiras.43 O Luto relacionado a perda física pode ser ou
não relacionado com causas pontuais ou específicas; ou associado com diagnósticos clínicos
de estresse pós-traumático, depressão, ansiedade ou transtornos adaptativos assim como
adoecimento social. Tradicionalmente, esse tipo de sofrimento veio à tona após desastres
socioambientais agudos relacionados ao clima.

Estudos mostram as consequências de curto e longo prazo em populações submetidas a


eventos climáticos catastróficos e que muitas vezes não vêm do luto propriamente dito, mas

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estão relacionados à ele.51,52,53 Estados de Estresse pós-traumático e transtornos de adaptação
já foram identificados, sendo que mulheres, moradores de áreas rurais, não-alfabetizados,
extremos de idades e os mais pobres são os expostos mais intensamente afetados.33,34,35 Na
população do Vale do Itajaí, Santa Catarina, em 2008, por exemplo, diversos trabalhos foram
desenvolvidos mostrando aumento da incidência de suicídio e o papel da equipe de Atenção
Primária à Saúde no manejo destas famílias após destruições causadas por chuvas.54,55

Entretanto, não é necessário um ponto marcante para o desenvolvimento deste tipo de luto.
Vale ressaltar que este tipo de sofrimento pode surgir em resposta a mudanças ecológicas
lentas, graduais e contínuas, como mudanças a longo prazo que chegam a ser transgeracionais.
Esse tipo de violência lenta geralmente não é considerada e fica muitas vezes invisível devido
à dispersão temporal e à falta de qualquer identificador específico.56 Por outro lado, às vezes
até existe um causador específico que muitas vezes não é considerado. Solíz, Maldonado e
Valladares57 revelaram uma diferença importante na presença de desequilíbrios emocionais e
atraso no desenvolvimento das crianças das comunidades próximas ao projeto de mineração
“Fruta del Norte”, no Equador, quando comparada com comunidades culturalmente parecidas
não exposta a nova organização, além de aumento dos conflitos comunitários, ruptura do
tecido social e outros determinantes dos impactos na saúde.

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Após ler essas colocações, você pode pensar que estes termos já estão abordados nos
compêndios de psiquiatria ou psicologia e já categorizados como transtornos de ansiedade e
depressão. Isso está certo e errado; certo ao categorizar sintomas, mas não devemos nos ater
apenas a isto, pois estaremos partindo do pressuposto do modelo biomédico. Aqui a ideia é
ampliar o olhar das situações que as pessoas vivenciam.

E as queimadas florestais e mortes de rios?

Temos observado mundialmente queimadas, como na Austrália, e desastres no mar, como


o derramamento de óleo em diversas costas. No Brasil, temos muitos exemplos: queimadas no

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Pantanal, na Amazônia, no cerrado, e rompimento de barragens de rejeitos com destruição da
vida em água doce. Podemos imaginar quantas comunidades sofrem luto ecológico com esses
acontecimentos perversos. Além das populações locais, muitos de nós também sofremos luto
ecológico e solastalgia com a perda de ecossistemas e biodiversidade de plantas e animais.
Isto pode gerar profundas reflexões, as quais estamos trazendo neste capítulo.

1.2 Os refugiados ambientais ou climáticos e o Luto relacionado à perda cultural.

Refugiados ambientais ou climáticos são pessoas que são forçadas a deixar sua região natal
devido a mudanças repentinas ou de longo prazo em seu ambiente local.58 Essas mudanças -
secas, desertificação, aumento no nível do mar ou até mesmo alteração de padrões sazonais
(tipo monções) - comprometem seu bem-estar ou meios de subsistência seguros.59 Ao longo
das décadas, houve várias tentativas de enumerar migrantes e refugiados ambientais. Jodi
Jacobson60 é citada como a primeira pesquisadora a enumerar a questão, afirmando que já
havia até 10 milhões de refugiados ambientais no mundo até aquele momento. Baseando-se
nos “piores cenários” sobre a elevação do nível do mar, ela argumentou que todas as formas

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de “Refugiados Ambientais” seriam seis vezes mais numerosas que os refugiados políticos.60
Hoje, assume-se a hipótese de que até 2050, possa chegar a 250 milhões de refugiados
ambientais no mundo.60

O Brasil teve durante sua história estiagens principalmente no nordeste brasileiro que
deixou marcas em gerações de famílias.61 Apesar de que nestes tipos de migração, as questões
econômicas tenham sido as causas principais devido a estiagem, o clima foi um catalisador
deste processo.62 O que se percebe nestes processos é a marginalização social, o choque
cultural e o linguístico.63 Com isso, o processo de adaptação e até aculturação potencializa
ainda mais o sofrimento psíquico dessas populações.64

Os refugiados climáticos não se encaixam realmente em nenhuma das definições legais


de refugiado, nem migram necessariamente de seu país de origem: às vezes são apenas
deslocados dentro de seu próprio país.65 Além disso, os refugiados não estão deixando suas
casas por medo de serem perseguidos ou por causa de “violência generalizada ou eventos

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que perturbem seriamente a ordem pública”.60 Por mais que a definição de refugiado tenha
sido ampliada desde a sua primeira internacionalização, os refugiados climáticos ainda não
recebem a mesma proteção legal que os outros tipos de refugiados.67 Fenômenos extremos
vem aumentando e as mudanças climáticas têm cada vez mais interferindo nas populações
causando pressões populacionais.43

Você conhece a Psicologia Ambiental?

A Psicologia Ambiental estuda a pessoa em seu contexto, tendo como tema central as
inter-relações entre a pessoa e o meio ambiente físico e social e não somente as relações
interpessoais.68 Ou seja, estuda as conexões entre ambientes (naturais e construídos) e
o indivíduo (por consequência, famílias e comunidades).68 Essa relação é dinâmica, porque
os indivíduos agem sobre o ambiente (construção, modificação ou degradação), mas esse
ambiente também modifica e influencia as condutas humanas.68 Logo, cada elemento tem
o mesmo peso. Por exemplo, as migrações para cidades maiores (por emprego, educação,
ou falta de condições no ambiente prévio) vão ter uma influência sobre o comportamento, o
qual vai ser influenciado por estresse (físico, social, econômico) tanto no indivíduo como nas
relações da família e comunitárias.68 São relações que o cidadão tem com sua residência, sua
vizinhança, seu bairro e sua cidade, que vão ser analisadas em diferentes etapas, segundo
múltiplas abordagens.68

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O que é o Mundo VUCA? Como se dá a Saúde
Mental neste contexto?
Os desafios de pensar a saúde mental no contexto da saúde planetária remete aos
problemas controversos do atual Mundo VUCA (Figura 7). O mundo VUCA é considerado
o novo normal. O acrônimo VUCA significa que vivemos num mundo com Volatilidade
(Volatility), Incerteza (Uncertainty), Complexidade (Complexity) e Ambiguidade (Ambiguity).
Mundo VUCA é uma expressão que vem sendo usada para fazer face aos cenários de
mudança, complexos e dinâmicos. Este termo surgiu no ambiente militar na década de 90
para explicar os fenômenos que estavam acontecendo no mundo multilateral após o fim da
guerra fria, caracterizado por ambientes instáveis, agressivos e desafiadores. No contexto da
saúde planetária, este tipo de ambiente pode estar refletindo os aspectos socioculturais do

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processo chamado “a grande aceleração”, ocorrido após 1950.69 A trajetória do Antropoceno
foi chamada de grande aceleração e reflete crescimento semelhante a curvas exponenciais
tanto nas tendências socioeconômicas quanto nas tendências de exploração dos sistemas
naturais da Terra.69

Figura 7.
Mundo VUCA.

Fonte: Elaborado pelos autores (2020).

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A relação deste mundo VUCA com os problemas crescentes de saúde mental pode refletir
a hipótese da incompatibilidade (mismatch hypothesis).70 Nesta perspectiva, os processos
psicológicos da mente e a estrutura biológica do cérebro com milênios de evolução tornam-
se incompatíveis frente às mudanças socioculturais e tecnológicas dos ambientes físicos e
sociais modificados pela grande aceleração do Antropoceno. Aumento de estresse, ansiedade
e depressão, decorrente de maior desconexão consigo, com os outros e com o planeta, que
resultam numa perda da capacidade de agência, podem por hipótese ser a resultado de
vivermos neste ambiente VUCA.71

Vivemos em uma normose?

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No século XXI, vivemos em uma condição de “normose”, ou seja, a patologia da normalidade.
O que é considerado “normal” na realidade representa a conformidade passiva da maioria
dos seres humanos aos padrões vigentes e estruturas convencionais. Estes podem ser
considerados auto alienados em estados de falta de atenção (mindlessness) que geram uma
espécie de vida cíclica no “piloto automático”,72 ausência ou fraca força presencial num tipo
de robotização existencial,73 vida dormente, anestesiada (life numbness)74 e ainda limitada
capacidade de agência/ ação.70

A saúde mental no contexto de saúde planetária necessita uma mudança da visão da


normose. Apesar da citação ter autoria indefinida aplica-se muito bem no contexto da saúde
mental planetária: “Uma definição de insanidade é fazer a mesma coisa repetidamente e
esperar resultados diferentes.”

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Abordagem Ecossistêmica da Saúde Mental
Antropoceno, mudanças climáticas, Mundo VUCA, problemas perversos, representam
alguns dos desafios do Século XXI para a Saúde Humana e Planetária. Por isso necessitam
de uma nova visão de mundo e de um novo paradigma mais integrativo e sistêmico e que
possibilite uma nova abordagem de saúde e bem-estar mental - a qual chamaremos de
abordagem ecossistêmica da saúde mental. A percepção de saúde mental do indivíduo, bem
como de saúde de forma geral, desenrola-se de forma muito pessoal, pois está relacionada
às diferenças socioculturais. Entendamos a saúde mental como um problema complexo
relacionado aos processos de saúde e modos de vida, os quais podem resultar em círculos
adoecedores (Figura 8).

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Figura 8.
Exemplo de círculo vicioso entre pobreza
e sofrimento mental.

Fonte: adaptado de Sayers (2001).75


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Curiosidade: Você sabia que ecologia e economia possuem a mesma raiz etimológica? Em
grego o termo [oikos] significa casa. A ecologia estuda a “casa da natureza” que é a interrelação
entre os elementos vivos (incluindo seres humanos) e não vivos; A economia trata da gestão e
da administração da “casa dos humanos”. Fundamental neste século XXI é que reconheçamos
que o planeta Terra é nossa casa comum.

Temos outro caminho a seguir para cuidar

No presente, estamos vivendo as consequências de um modelo de desenvolvimento


insustentável do ponto de vista ambiental e social. Um modelo que resulta na deterioração

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gradativa e acelerada do meio ambiente, no esgotamento dos bens naturais, na perda da
biodiversidade, gerando desequilíbrios ecológicos e expropriação dos espaços onde vivem
muitas comunidades. Na perspectiva da saúde humana, surgem novas doenças e riscos
em consequência do uso indiscriminado de agrotóxicos e da crescente contaminação do
ar, da água e da terra. Um modelo que adoece a sociedade e que pode levar ao colapso da
civilização, pelo aumento das desigualdades sociais, pela exclusão, pelo enfraquecimento dos
vínculos entre as pessoas, pelas relações interpessoais marcadas pelo individualismo e pela
competição, pela perda da conexão entre os seres humanos e os outros seres da natureza. Em
última instância, um modelo que rompe com a noção de pertencimento do ser humano como
parte da natureza e do planeta.76 É o modelo chamado antropocêntrico, onde tudo circula
em torno das “necessidades” do ser humano, independentemente das consequências para o
planeta.

Na visão antropocêntrica, a natureza é vista como uma fonte de recursos para beneficiar os
seres humanos. As necessidades aqui citadas não são aquelas necessidades básicas (habitação,
alimento, abrigo, afeto), mas sim as necessidades criadas pelo próprio modelo antropocêntrico
de hiperconsumo (bens materiais, luxo, etc). O paradigma do antropocentrismo se baseia na

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cultura patriarcal, onde predominam a hierarquia, o poder, a dominação e o controle. A cultura
antropocêntrica pode ser caracterizada pelos três “EX”: exploração, exclusão e extinção. É a
cultura hegemônica nos nossos tempos.77

Em contrapartida, temos o biocentrismo, onde o ser humano não é mais importante que
os outros elementos da natureza, todos são importantes para o bem-estar e a harmonia da
comunidade. Assim, a partir da visão sistêmica que sempre esteve presente na cosmovisão
dos povos originários da América Latina, podemos entender o Buen Vivir como um projeto
político de vida que propõe a vida em harmonia entre todos os seres e elementos da
natureza.78 Parte da concepção de que todos somos natureza, compreendendo que somos
interdependentes, e que tudo está interconectado. A ética indígena do Buen Vivir propõe
uma forma diferente de relação entre a sociedade e a Terra, considerando alguns princípios,

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que exemplificam a sua natureza harmoniosa e solidária (Quadro 2). Dessa forma, o Buen
Vivir representa uma visão alternativa, em que os avanços tecnológicos não são ignorados,
mas são concebidos e projetados como parte da própria dinâmica da natureza, para permitir
a sua existência no futuro.79

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Quadro 2.

Princípios do Buen Vivir.

Baseado na prática do diálogo, permite estabelecer acordos que se


Princípio dos acordos
renovam constantemente.

Reivindica a cosmoconvivência, que é a relação de equilíbrio,


Princípio da convivência harmonia e respeito mútuo entre os seres visíveis e invisíveis da
natureza e do cosmos.

Considera que somos seres coletivos, capazes de articular


as diferentes identidades, reconhecendo e respeitando as
Princípio da coletividade
individualidades e as diferenças, potencialidades, habilidades,

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pontos de vista, pensamentos e sentimentos.

Considera que os seres estabelecem acordos que se renovam a


cada ciclo para procurar um balanço; requer reciprocidade, respeito,
Princípio do equilíbrio
equidade em distintos âmbitos, assim como reconhecimento das
diferenças como dinâmicas para as transformações coletivas.

É saber dar e receber, a cooperação, o intercâmbio e a


corresponsabilidade no cuidado com a vida. É a reciprocidade
Princípio da reciprocidade
entre mulheres e homens no cuidado da vida, desde a infância até a
velhice, nas suas múltiplas tarefas e dimensões materiais e afetivas.

Trata-se de compartilhar os ensinamentos e sabedorias da natureza,


Princípio da aprendizagem bem como as experiências das pessoas, como parte de um sistema
permanente de aprendizagem, decisão e ação, de aprender fazendo.

É aplicar todos os princípios em todo momento de nossas vidas. É a


Princípio da ação coerência entre o discurso e a prática, a vinculação do pessoal com o
político, do íntimo com o transcendente.

Princípio da harmonia Prática inerente e integral de todos os outros princípios.

Fonte: Traduzido e adaptado de Cochoy Alva, Yac Noj, Yaxón, Tzapinel Cush, Camey Huz e Lopez (2014).78

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Na visão dos povos originários da América Latina, o Buen Vivir ou Sumak Kawsay traz a ideia
de tornar a sociedade responsável pela maneira como produz e reproduz suas condições de
existência, a partir de uma lógica onde o bem-estar de uma pessoa não se constrói sobre os
demais, mas sim baseado no respeito aos outros, isto é, meu bem-estar pessoal depende
do bem-estar dos demais. É por meio de uma lógica de relacionamento social baseada no
respeito, incluindo o respeito à natureza, que a sociedade poderá recriar as condições da sua
história e recuperá-la.80 Para que isso aconteça, o fundamento principal é o pertencimento: o
ser humano sentir-se parte da natureza e interconectado com todos os seus elementos. Daí
vem o seu potencial de transformação.

Outro conceito que ajuda a entender a ideia de resgatar a história e recuperar a natureza
danificada é o de tempo circular, diferente do tempo linear, usado como referência nas

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sociedades ocidentais. No Buen Vivir, o tempo presente estende pontes com seu passado e
seu futuro. Os eventos de agora, que já foram construídos no passado, determinarão o futuro,
sem nunca perder a referência com os outros tempos.80 Não cortar a conexão com o passado
é importante para promover um olhar cíclico da história, enxergar o processo da vida em
espiral.80

A mudança no modelo civilizatório atual, marcado pelo antropocentrismo começa por


ações simples, mas profundas. Começa por reconhecer-nos, por encontrar e conversar com
outras pessoas cultivando os princípios da harmonia e da reciprocidade. Nesses encontros,
compartilhar nossos sentipensares, em exercício constante de expressar-nos sem desvincular
o pensamento do sentimento.81 Sentipensando, estamos em maior conexão com o ambiente
que nos cerca, cultivando nosso senso de pertencimento.

Baseados nos princípios do Buen Vivir, podemos propor, não uma alternativa de
desenvolvimento, mas uma alternativa ao (des)envolvimento. Isso porque o (des)
envolvimento, tal como o conhecemos, nos tira do envolvimento, nos desimplica. O modelo
de desenvolvimento que conhecemos prega o individualismo; o envolvimento precisa da
vida em comunidade, tendo a reciprocidade como reguladora das relações.82 Em se tratando

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de Atenção Primária à Saúde (APS), não devemos esquecer que os programas de saúde são
centradas nos indivíduos, suas famílias e também comunidades! A APS com o olhar da saúde
planetária se encontra com o Buen Vivir.

Quando falamos de outras culturas e modos de viver diferentes dos nossos, temos que
ter o cuidado de não nos apropriarmos indevidamente. Isso significa que temos que pensar a
partir da cosmovisão do Buen Vivir dentro do nosso contexto.

Como está a sua Alegremia?


Alegremia é a “alegria que circula em nossa corrente sanguínea”. Foi criada em 1996
por um grupo de mulheres camponesas no norte da Argentina, num exercício de perceber

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que a saúde não pode ser medida apenas por parâmetros como glicemia ou colesterolemia.
Segundo esse grupo de mulheres, a Alegremia é composta pelos vários “A”s que representam
as necessidades vitais indispensáveis do ser humano: Água, Ar, Abrigo, Alimento, Amor,
Arte e Aprendizagem.83 O Buen Vivir está vinculado à ideia de “saúde dos ecossistemas”,
considerando a interdependência e a interconectividade do ser humano com a natureza.
Nessa perspectiva, promove saúde em termos sistêmicos, elevando os índices de Alegremia.

Assim, alegrêmicos, podemos cultivar a transição de paradigma, do antropocentrismo para


o biocentrismo, da cultura do patriarcado para a matrística, centrada na cooperação não-
hierárquica entre mulheres e homens, na participação e no cuidado.84

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Discussão do caso: Quais as perspectivas da
saúde planetária e saúde mental?
À primeira vista, pode ser desesperador ter a consciência de que a humanidade está fadada
à ruína e muito devido ao estilo de vida ocidental contemporâneo. Muitos vão achar que a
solução é o ativismo (pacífico ou não), outros tantos se refugiarão na terapia, se conformarão
com o “destino” ou tentarão ferramentas para mudar ou “amenizar” seu estilo de vida (dieta
baseada em plantas, consumo minimalista e local, compostagem, usar menos o carro, entre
tantas alternativas) e até terão momentos de pessimismo ao ver que globalmente não se
muda o que se atua localmente.

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Entretanto, independentemente da forma que vamos responder a isso, todos nós somos
unidos pela real necessidade de perceber e de ressignificar. O fato de você ter-se inscrito
neste curso e seguido até os módulos finais como este significa que, de uma certa maneira,
você busca ferramentas para poder agir localmente - não só dentro da sua rotina, mas na
forma em que você se relaciona com os amigos, familiares, colegas de trabalho - inclusive com
os usuários da sua Unidade de Saúde. O profissional da saúde, principalmente na Atenção
Primária à Saúde tem um papel essencial em sistemas de atendimento, prevenção, promoção
e reabilitação nos contextos da saúde mental, e esperamos ampliar a ação e o olhar a partir da
saúde planetária.

Greta conseguiu formar um movimento. Representa a voz das gerações mais novas que
estão sedentas por transformações macroscópicas e talvez isso até assuste certas pessoas.
Entretanto, todos nós somos força motriz de mudança. Podemos mudar nossa casa, nossa
dinâmica familiar, nosso condomínio, o local de trabalho - bem como a força de mudar os
modos de consumo e produção. Cada um de nós dentro da nossa maneira de atuar somos
capazes de contribuir criando um movimento de saúde planetária.79 Certamente escrevemos
a nossa história como civilização de maneira torta, mas acreditamos que ainda temos tinta na
caneta para mudar o final.

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Sugestões para aprofundamento
Material Porque este material é indicado?

Leia: A queda do ceú, de Davi Kopenawa Este livro trás as palavras do xamã yanomami Davi
e Bruce Albert, da Editora Companhia das Kopenawa transcritas por um etnólogo. Além das visões
Letras. xamânicas, traz reflexões sobre como os não indígenas
habitam o planeta chamando-os de “povo da mercadoria”.
Imperdível.

Assista a palestra “Do que é feita uma Nesta palestra é possível verificar a importância à
vida boa? Lições do mais longo estudo abordagem psicossocial e o valor das conexões saudáveis
sobre felicidade”, por Robert Waldinger (saúde mental relacional). É possível ativar as legendas em
que é diretor do Centro de Estudos de português no site.
Desenvolvimento de Adultos em Harvard:
https://www.ted.com/talks/robert_waldinger_
what_makes_a_good_life_lessons_from_the_
longest_study_on_happiness?language=pt-br

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Leia: COVID 19 – how a pandemic Neste artigo (em inglês) são explorados os aspectos
reveals that everything is connected to ligados aos problemas perversos e a VUCA em relação a
everything else. Disponível em: pandemia da Covid-19.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/
PMC7362160/

Assista ao curta “Homem x Terra” (Man Neste vídeo legendado em português de cerca de 4
vs Earth), um vídeo do Artista da Palavra minutos é possível ver o impacto humano no planeta.
Prince Ea: Evidencia questão da falta de sabedoria que reforça a
https://youtu.be/5u2mf4-rTRQ proposta de uma nova abordagem de saúde.

Assista “A história está em nossas mãos”: Neste vídeo legendado em português de cerca de 3
https://youtu.be/ minutos se reflete com otimismo diante dos desafios
Pqcsa8O4yBI?list=PL4TaO5xO7X6VT- planetários e que aponta uma nova mentalidade baseada
hoyQrGJU-UJlBsihcZx nos 5 Ps (pessoas, planeta, paz, parcerias, prosperidade).

Assista ao clipe da música “The Wall”, de Clipe musical mostrando uma cidade movimentada de
Alok & Sevenn: https://www.youtube.com/ ratos, em que se critica a venda da felicidade “embalada”, e
watch?v=Qs1IQAdp-60&feature=youtu.be traça reflexões sobre a nossa vida moderna.

Página 33
Material Porque este material é indicado?

Assista “Conversation: mental health Esta palestra (em inglês) toca o cerne da questão da saúde
impacts of climate and environmental mental e a saúde planetária.
change”, da conferência anual de Saúde
planetária sobre os impactos sobre saúde
mental causados por mudanças climáticas e
do ambiente:
https://youtu.be/78QIbEItaSk

Escute a música “Luar do Sertão”, de Toada brasileira de grande popularidade. Seus versos
Catulo da Paixão Cearense e João simples e ingênuos elogiam a vida no sertão num tom
Pernambuco: https://www.youtube.com/ melancólico de um refugiado ambiental.
watch?v=lAsJDTJydCQ

Escute a música “Asa Branca”, de Luiz Gon- Baião onde se vê o sertanejo brasileiro em Luto
zaga e Humberto Teixeira (1947): https:// Relacionado a Perda Física, pois a seca obriga o

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www.youtube.com/watch?v=nfX7uPUeRa4 sujeito a abrir mão de sua cultura, sua identidade para
sobrevivência em outro lugar

Acesse: http://www.altaalegremia.com.ar Neste site (em espanhol) é possível encontrar mais


informações sobre a alegremia e reflexões sobre outras
formas possíveis de ver e viver o mundo.

Leia o documento “Aproximaciones al Texto (em espanhol) do Movimiento Mundial por la Salud de
Buen Vivir”: http://idepsalud.org/wp-content/ los Pueblos. É um texto que pode ser trabalhado em grupo
uploads/2018/01/APROXIMACIONES-AL- ou comunidade. Objetiva em conhecer e aprofundar mais
BUEN-VIVIR.pdf sobre o Buen Vivir.

Leia a Revista IHU online: Edição especial A revista (em português) do instituto Humanitas Unisinos
sobre Buen Vivir. Link: http://www.ihuonline. fez uma edição inteira sobre o Buen Vivir em busca de
unisinos.br/media/pdf/IHUOnlineEdicao340. compreender melhor a contribuição específica que
pdf trazem os povos originários para a crise civilizacional que
vivemos.

Assista ao vídeo: “How climate change Palestra TedX em inglês (legendado em português) na qual
affects your mental health”: https://www. Britt Wray (pesquisadora da área de impactos na saúde
youtube.com/watch?v=-IlDkCEvsYw mental da crise climática) explica melhor sobre como a
mudança climática está ameaçando nosso bem-estar -
mental, social e espiritual - e oferece um ponto de partida
para o que podemos fazer a respeito.

Página 34
Material Porque este material é indicado?

Assista à animação “Growth is not enough”: Uma animação em inglês (com legendas em português
https://www.filmsforaction.org/watch/ nas configurações) que questiona a forma de crescimento
growth-is-not-enough/ desenfreado que a humanidade se encontra.

Leia a entrevista “Recicladores, una Entrevista com María Fernanda Solíz (pesquisadora
población que vive en ausencia de salud”: citada neste módulo) em espanhol sobre o panorama dos
https://www.edicionmedica.ec/secciones/ recicladores do Equador refletindo também sobre a saúde
profesionales/los-recicladores-una-poblaci- mental dos recicladores.
n-vulnerable-que-vive-en-ausencia-de-
salud-88217

Leia “Putting the patient back together: Um texto (em inglês) que reflete sobre o reducionismo na
social medicine, network medicine, and the saúde e como isso impede de vermos o todo.
limits of reductionism”: https://www.nejm.org/
doi/full/10.1056/NEJMms1706744

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Leia “Loss and climate change: the cost of Um texto (em inglês) que reflete sobre perdas e o custo
parallel narratives”: https://climateaccess. das narrativas paralelas
org/system/files/Randall_Loss%20and%20
Climate%20Change.pdf

Assista ao vídeo “Bem viver”, do canal Neste vídeo Sabrina Fernandse e Thiago d’Ávila
Tese Onze: https://www.youtube.com/ conversam sobre o conceito de Bem viver e outros valores
watch?v=fykaCKAHAds e formas de construir as relações.

Leia “Proclama por al salud de los pueblos Nesta proclamação realizada no 4° Congreso
y del Planeta”: https://www.sbmfc.org.br/ Iberoamericano de Medicina Familiar y Comunitaria, que
wp-content/uploads/media/proclama%20 aconteceu em Montevideo em 2015 que reflete sobre
salud%20pueblos%20y%20planeta%20(1).pdf “Por que a terra está doente?” e sobre a superexploração
de nossa cultura produtivista e consumista.

Leia “Por uma ecologia social”, Neste texto o autor da Ecologia social traça contornos
de Murray Bookchin: https://www. do que possa ser um desenvolvimento integral da
nodo50.org/insurgentes/textos/ humanidade homem e comunidade dentro de uma
ecosocial/02porumaecosocial.htm sociedade descentralizada.

Escute e assista ao clipe da música Nesta música de Bob Marley ele fala de libertar as mentes
“Redemption song”, de Bob Marley: https:// da “escravidão mental”, ele escreveu a letra por volta de
www.youtube.com/watch?v=yv5xonFSC4c 1979 e nesta animação feita pelos artistas franceses
Octave Marsal e Theo De Gueltzl caminhando pela
civilização humana e a natureza.

Página 35
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Equipe Responsável:
A Equipe de coordenação, suporte e acompanhamento do Curso é formada por
integrantes do Núcleo de Telessaúde do Rio Grande do Sul (TelessaúdeRS-UFRGS).

Coordenação Geral Conteudistas

Roberto Nunes Umpierre Módulo 6 - Saúde mental e relacional

Marcelo Rodrigues Gonçalves Camila Ament Giuliani dos Santos Franco

Carlos Augusto Vieira Ilgenfritz

Gerência Olga Garcia Falceto

Ana Célia da Silva Siqueira Roberto de Almeida

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Mayara Floss

Coordenação Executiva Rafaela Brugalli Zandavalli

Rodolfo Souza da Silva


Revisão Módulo 6

Paola Rava Dellepiane


Responsável Teleducação

Ana Paula Borngräber Corrêa


Projeto Gráfico

Iasmine Paim Nique da Silva


Gestão Educacional

Ylana Elias Rodrigues


Normalização

Geise Ribeiro da Silva


Coordenação do curso

Mayara Floss
Diagramação e Ilustração
Carlos Augusto Vieira Ilgenfritz
Davi Perin Adorna

Iasmine Paim Nique da Silva

Lorenzo Costa Kupstaitis

Página 44
Divulgação

Angélica Dias Pinheiro

Camila Hofstetter Camini

Carolina Zanette Dill

Laíse Andressa de Abreu Jergensen

Desenho instrucional

Ylana Elias Rodrigues

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