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Nosso objeto de estudo é o conhecer causal, o que podemos ou não podemos conhecer
acerca da causalidade, a partir de quais mecanismos e faculdades o conhecemos e o que
isso nos revela sobre o nosso conhecer. É um estudo epistemológico a partir da filosofia
de David Hume, que nos é disponibilizado na sua investigação daquilo que ele irá
chamar de crença causal, presentes na sua obra Investigações Sobre o Entendimento
Humano (1711-1776).
Nesta obra (1748) Hume, nos traz uma análise crítica sobretudo ao empirismo, os
processos e capacidades humanas que serão usados como motor na confecção desse
saber empírico, assim se apropriando dos saberes quanto a confecção da crença e
acrescendo crítica de como estes movimentos de confecção poderiam nos levar a
equívocos, que ele chamará de desvios do pensamento.
Objetivos geral:
Justificativa:
Muito se discuti durante toda história até os dias atuais quais ações ou acontecimentos
foram causas ou consequências de outros, foi a crise econômica que deu a origem ao
bolsonarismo ou foram os algoritmos das redes sociais? O que deu poder as grandes big
techs de interferir intencionalmente nas políticas de estado, foi falta de regulamentação
das novas tecnologias ou foi um modelo econômico que prioriza o lucro acima de tudo?
O que causou o 8 de setembro; a invasão dos três poderes no Brasil? Mesmo que não
pretenda adentrar e nem responder nenhuma dessas perguntas acredito que essa
monografia pode ser importante nas investigações de causa ou as de efeito, pois
compreender a engenhosidade humana por traz das inferências de causais, nos permitirá
ter ferramentas para criticar a forma de elaborações de inferências causais de toda sorte,
criticando sua forma. E nos colocando sobre constante vigilância para que impeça que
ou por descuido ou ignorância, venhamos a cometer os mesmos erros dos que
antecederam a investigações de Hume, Assim com esse trabalho pretendemos oferecer a
essas investigações que debruçam sobre inferências causais, essa pesquisa, apontando as
lacunas do empirismo anterior a Hume.
Aqui Fica evidente como o Hume para além todas as suas outras inúmeras
contribuições que seriam difíceis de citar, mas que para além de suas próprias
contribuições também foi importante para a formação de pensamento para a teoria do
conhecimento de seus contemporâneos e dos filósofos que depois o seguiram como foi
o caso de Kant:
“Desempenhou papel relevante dentro da história do pensamento ao
levar às últimas consequências a tradição intelectual originada e desenvolvida
principalmente na Inglaterra, desde os nominalistas da escola de Oxford, no
século XIII, passando por Francis Bacon (1561-1626), até sua formulação
mais completa com John Locke.
Aqui vemos como a influência das produções de Hume fluem em diversas áreas
e possibilitou o desenvolvimento de inúmeras investigações, porque Hume não deu a
filosofia só narrativa e descrição, mas também nos deu ferramentas para pensar e
investigar nossos próprios problemas. E não parece ser só professor João Paulo
Monteiro o único a ter notado, o professor André Campos Mesquita na versão da
Lafonte do livro de Hume investigações sobre o entendimento humano, também:
“Sua obra exerceu grande influência nos iluministas franceses e
alemães. Basta recordar a dívida que Kant diz ter contraído com ceticismo de
Hume, identificou seu famoso “acordar do sonho dogmático. [...] Exerceu
bastante influxo em estados unidos. A verdadeira aceitação histórica de
Hume, no entanto, começou no final do século XIX, com a revalorização do
tratado, cujas teses influíram diretamente no neopositivismo.” (ISEH, p.175)
Metodologia:
Pretendo nessa pesquisa seguir uma premissa simples e antiga, que é precisão acima de
amplitude, buscar o conhecimento de um objeto relativamente pequeno comparado a
tudo o que podemos conhecer e o que se dar pra conhecer dentro dele, e somente ele,
para que usássemos como combustível nesse maquinário curioso que apelidamos de
mente ou espirito esse método como guia, assim como o fez Descartes.
Descartes aqui alerta que o método deve visar acima de tudo a sua direção; precisão,
não tão diferente como Frege, como demonstra em sua analogia analogia de Gottlob
Frege (1849-1925) com o olho, onde diz que com o olho a linguagem natural paga o
preço da imprecisão; como o microscópio, a linguagem artificial da lógica compensa
suas limitações por sua acuidade. É justamente isso que buscamos como método, o
microscópio, não dar conta de todo o Hume, nem de todo os espaços de conhecimento,
nem mesmo de todos os aspectos da relação causal, seria impossível e ineficaz mesmo
se tentássemos. O tipo de fazer que nos orientará nessa monografia é se utilizar da
mesma humildade e sobriedade que guiou esses filósofos e o próprio Hume, uma busca
bem delimitada, focada em um único ponto para que possamos ir mais longe indo reto
em sua direção do que correndo solto ao tatear a amplitude de tudo o que nos estar
disposto a cerca do estudo.
faremos uma pesquisa bibliográfica (utilizando nela a leitura, encontros para discussão
dos textos, fichamento dos livros e artigos pertinentes a pesquisa, como principal deles
sendo a investigação do entendimento humano).
O processo que buscamos utilizar é bem simples, ler o livro investigações sobre o
entendimento humano de Hume, demarcar na obra o somente o que for imprescindível
para desenvolver o a investigação, posteriormente a isso buscar o que David Hume
entende por conhecer, então depois disso catalogar os sistema, ferramentas,
capacidades, e condições a respeito da conexão de causa-efeito, e por último a partir do
conceito de conhecer e tendo conhecimento de como conhecemos vamos delimitar o
que seria possível ou não conhecer na relação causal. Um método cartesiano,
conceituação do objeto que estudaremos, separação das faculdades e mecanismos que
nos dão acesso a esse objeto e só a partir daí desenvolver como elas interagem entre si e
o que essa interação nos revela a partir dos estudiosos de Hume e dele próprio.
passo X: Fichamento;
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