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EDUCAÇÃO E POLÍTICAS DA DIFERENÇA


 Aula 1 - Educação e violências

 Aula 2 - Educação e aspectos legais da diversidade

 Aula 3 - Educação e movimento negro

 Aula 4 - Educação e povos indígenas

 Aula 5 - Encerramento da unidade

 Referências

Aula 1

EDUCAÇÃO E VIOLÊNCIAS

PONTO DE PARTIDA

Olá, estudante!

Você vai estudar nesta aula as relações entre educação, as políticas da diferença e as formas de violência
cotidianamente reproduzidas em nossa sociedade, pautada pelo modo de produção capitalista. Você

conhecerá, de forma introdutória, a perspectiva crítica do sociólogo Pierre Bourdieu, sobretudo em suas

análises sobre a reprodução da violência simbólica. Em seguida, você vai estudar o fenômeno do

epistemicídio, que se dá em meio ao contexto de disputa de narrativas de conhecimento e das relações de

poder. Com isso espera-se que você possa compreender o papel da ideologia burguesa e como ela opera na

escola e em nossa sociedade nos dias atuais. Por fim, você vai estudar a intolerância na educação: produto e

produtor da sociedade, e as formas com que ocorre esse tipo de violência.

Para começar, vamos propor alguns questionamentos que nos ajudarão a conduzir a problematização
proposta para esta aula: quem é Pierre Bourdieu e qual a sua importância para os estudos em educação e

diversidade? Segundo Bourdieu, qual o significado da teoria da reprodução da violência simbólica? O que é

epistemicídio? De que forma é possível perceber o fenômeno do epistemicídio, ou seja, a morte da construção

de conhecimento? O que significa a intolerância na educação? Quem produz e como se manifesta?

Abrindo os estudos da unidade sobre educação e políticas da diferença, convidamos você a estudar e refletir

conosco acerca das problematizações, perspectivas, avanços e retrocessos em relação à educação e suas

correlações com as formas de violência na escola e na sociedade. Bons estudos!

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VAMOS COMEÇAR

A partir de agora, você vai estudar as características das desigualdades oriundas das relações presentes nas

sociedades capitalistas modernas ocidentais, a partir da segunda metade do século XX. Conhecerá um pouco

mais da sociologia de Pierre Bourdieu e sua teoria da reprodução simbólica. Você vai estudar as disputas de

narrativas no campo da episteme e do conhecimento científico e o significado do conceito de epistemicídio.

Por fim, você vai retomar essas discussões relacionando-as ao campo da educação e o fenômeno da

intolerância.

Pierre Bourdieu e a teoria da reprodução da violência simbólica


A educação envolve muitos elementos para pensar a vida de uma sociedade. Quando se fala em educação nos

dias atuais, é fundamental acrescentar nesses estudos a perspectiva do sociólogo Pierre Bourdieu,

fundamental para refletir sobre educação e diversidade. Pierre Bourdieu nasceu em 1930, em Béarn, região

rural de uma província periférica da França, filho de operários, pequenos comerciantes e camponeses. Ou

seja, pode-se perceber a origem humilde e simples do sociólogo francês.

As contribuições de Pierre Bourdieu para a sociologia são muitas, e inovadoras, especialmente nas áreas do

pensamento científico, no qual o sociólogo articula aspectos objetivos e subjetivos no campo metodológico da
pesquisa social. É uma contribuição também do ponto de vista político, pois Bourdieu desenvolve uma

sociologia engajada, ou seja, ele toma a questão das desigualdades presentes na sociedade capitalista como o

elemento central de suas análises.

A sociologia engajada de Pierre Bourdieu influenciou diversos estudos posteriormente, bem como a ação de

diversos cidadãos envolvidos nos movimentos sociais. Como você estudou na unidade anterior, os novos

movimentos sociais, que surgiram no final dos anos de 1960 e década de 1970, lutavam por pautas

ambientais, raciais, ambientais, de gênero, entre outras, que emergiram naquele contexto cultural e político.

A teoria da reprodução da violência simbólica está presente na educação e seus sistemas de ensino

transmitidos pelas escolas e pelos centros educacionais, ou seja, está embrenhada na estrutura da sociedade

capitalista. Os tipos de conhecimentos, o sistema de avaliação, a estrutura de ensino, entre outros, presentes

no sistema educacional de uma escola, refletem a estrutura de dominação na sociedade capitalista

hegemônica.

Figura 1 | Homem e conhecimento - Homem Vitruviano, Leonardo Da Vinci

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Fonte: Wikimedia Commons.

É justamente nesse sentido que se percebe a importância do pensamento de Pierre Bourdieu para pensar nas

características das escolas e seus sistemas, modelos e métodos de ensino, afinal, eles reproduzem as

desigualdades sociais e educacionais. Esses métodos de ensino são tradicionais, segundo o sociólogo, do ponto

de vista da manutenção do status quo vigente, e sua estrutura de reprodução, que preserva os interesses da

classe dominante.

As premissas teórico-metodológicas trazidas na sociologia de Bourdieu mostram que o cientista social (e o

educador) deve descobrir as motivações pelas quais ocorre esse fenômeno social. No entanto, deve-se

descobrir: i) as causas objetivas, ou seja, a estrutura social e o cotidiano vivenciado pelas pessoas; e ii) as

razões subjetivas, isto é, as orientações/motivações individuais, que estavam “em alta”, diga-se de passagem,

sobretudo naquele contexto de maior protagonismo por estudos em identidade e dos (novos) movimentos

sociais. Para Bourdieu o papel da ciência é compreender a articulação entre agência, ou seja, a ação do

indivíduo, com a estrutura, a realidade objetiva propriamente dita, que condiciona as ações dos indivíduos.

Pierre Bourdieu desenvolve conceitos e problematizações importantes da estrutura social e sua reprodução

em seu livro A economia das trocas simbólicas. O conceito de capital em Bourdieu corresponde à unidade de

medida que determina a posição social de cada indivíduo no interior de uma sociedade, a partir das relações

e trocas simbólicas que ocorrem em diversos “campos” da vida social. Capital, segundo Bourdieu,

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corresponde à quantidade e à qualidade de capital de um agente, e define a sua posição social, seu prestígio e

seu poder. Capital político, capital econômico, capital social, capital cultural, portanto, são exemplos de tipos

de capital que os seres humanos possuem como riqueza, fatores diferenciadores na estrutura social.

O campo social, para Bourdieu, corresponde à socialização dos indivíduos em meio à estrutura social. Cada

um dos campos se constitui por relações de força entre agentes e instituições, que lutam entre si pelo domínio

e hegemonia. O mundo social, segundo Bourdieu, se explica sendo formado por campos, que nada mais são

do que espaços, microcosmos, em que possuem uma lógica própria de dinamicidade e organização.

Para Pierre Bourdieu, o habitus (hábito), ou seja, a maneira como estamos habituados a ser e viver no

convívio social, é a produção e reprodução das condutas individuais na vida em sociedade. Esse conceito tem

a ver com os sistemas simbólicos subjetivos, internalizados nos indivíduos, tendo as instituições sociais papel

importante nesse processo.

A reprodução das desigualdades significa a distribuição desigual de recursos, oportunidades e poder, gerando
a pobreza e suas diversas expressões. A reprodução das desigualdades se realiza, nesse sentido, de forma

sistemática e historicamente constituída e engendrada em nossa sociedade. A distribuição desigual de

recursos e a estrutura social estabelecida contribui para determinar a posição social que cada indivíduo

ocupa.

Enfim, você pode perceber a importância das contribuições trazidas pela sociologia de Bourdieu que enfatiza

a articulação dos aspectos objetivo e subjetivo na análise científica do fenômeno da reprodução da violência

simbólica. No livro A reprodução: elementos para uma teoria do sistema de ensino, Pierre Bourdieu e Jean-

Claude Passeron analisam a educação, os sistemas de ensino e a violência simbólica como fenômeno que se

reproduz nessa estrutura social.

A violência simbólica corresponde à existência de um conflito, uma luta pelo poder, entre os agentes no

interior de um mesmo campo, e com outros agentes e demais campos. A violência simbólica, segundo

Bourdieu, é considerada legítima no interior de cada campo porque é vista pelos agentes como própria do

sistema. E esse tipo de violência se reproduz a partir da convivência de suas vítimas.

Epistemicídio
A educação, os sistemas de ensino e a reprodução da violência simbólica são conceitos entrelaçados com o

conceito de epistemicídio: episteme, que significa conhecimento; cídio, do latim cide, é um elemento que

exprime a ação que provoca a morte ou o extermínio de algo. Epistemicídio, termo cunhado pelo sociólogo

Boaventura Sousa Santos, que, aliás, você conheceu na unidade anterior, corresponde à morte da construção

do conhecimento.

A escola, em conjunto com universidades, centros técnicos e/ou outras áreas de conhecimento formativo

estabelecidos na sociedade, são instituições ligadas ao conhecimento humano. Nessas instituições, ensina-se o

saber científico construído ao longo da história sob influência do pensamento ocidental. Como você já deve

ter visto, existem diversos tipos de conhecimento: científico, filosófico, religioso e popular (ou vulgar), que é o

senso comum. Nesse sentido, o conceito de cultura nos ajuda a refletir sobre os diferentes tipos de

conhecimento que são produzidos e sua relevância, a partir de uma perspectiva multicultural.

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No entanto, à luz da compreensão da educação e dos sistemas de ensino tradicionais, como os que se

verificam nos dias atuais, é preciso trazer à tona a teoria da reprodução da violência simbólica, de Pierre

Bourdieu, internalizada nas escolas e seus sistemas de ensino. Na instituição de ensino transmite-se o

conhecimento científico, portanto, saberes interligados aos conhecimentos, cultura e visão de mundo das

classes dominantes. É a classe dominante quem determina os tipos de conhecimentos a serem apreendidos na

escola, bem como a moldagem de seus currículos a serviço da reprodução das desigualdades sociais.

A reprodução da violência simbólica nas escolas acaba sendo, nesse sentido, uma forma de violência

constituída nas relações sociais e de poder que, por sua vez, relaciona-se ao epistemicídio. Os estudos em

educação e diversidade nos ajudam a pensar como a escola lida (e tem lidado) com a questão das diferenças

culturais nos sistemas de ensino, currículos e matrizes curriculares. Quando pensamos na história da

educação brasileira e as relações entre a diversidade e as políticas da diferença, é preciso reconhecer os

avanços, as rupturas e os retrocessos ao longo do tempo.

As políticas públicas de educação inclusiva e as ações afirmativas são exemplos de aspectos positivos para a

construção de um modelo de educação mais inclusivo e democrático, que valorize a diversidade cultural nas

últimas décadas. No entanto, é preciso avançar ainda mais e reunir esforços para a construção de uma escola

mais inclusiva, que não reproduza as desigualdades sociais, mediante o constante pensar dos papéis dos

educadores e de todos os atores da escola, bem como o combate ao epistemicídio e em defesa da construção

de conhecimentos mais plurais e multiculturais.

A cultura escolar, segundo Bourdieu, é dominada pela cultura burguesa. O sistema educacional e a estrutura

social do modo de produção capitalista reproduzem as desigualdades sociais. É a continuidade da reprodução

de uma estrutura de dominação que preserva e mantém privilégios historicamente constituídos em

detrimento da exclusão de parcela significativa da sociedade, oriundos das classes populares (classe

trabalhadora).

Bourdieu e Passeron (1975) chamam a atenção para essa atitude da escola, isto é, o ato de ignorar as

diferenças culturais perante a educação, uma “violência simbólica”. Isso quer dizer que a ação pedagógica

envolve tanto a reprodução cultural quanto social. Assim, ela tem uma atitude “arbitrária”, isto é, coercitiva,

pois, apresenta a cultura dominante (das classes mais abastadas) como uma cultura geral, concebida como

uma “violência simbólica” (Previtelli; Vieira, 2017).

[...] o sistema escolar cumpre uma função de legitimação cada vez mais necessária à

perpetuação da “ordem social” uma vez que a evolução das relações de força entre as

classes tende a excluir de modo mais completo a imposição de uma hierarquia

fundada na afirmação bruta e brutal das relações de força.


— (Bourdieu, 2001, p. 311)

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Pode-se perceber que o sistema escolar reproduz a ordem social vigente e o status quo dominante, portanto, a

violência simbólica, aquela produzida pela cultura dominante como uma cultura geral, que todos devem

seguir. E isso se demonstra com relação à construção do conhecimento, no qual se priorizam os saberes das

elites e culturas dominantes. A violência simbólica praticada nas escolas e nos sistemas educacionais, nesse
sentido, relaciona-se ao epistemicídio.

A morte da construção do conhecimento, ou seja, quando não se prioriza a diversidade e variedade de formas

de pensamento e de conhecimentos, ainda que de modo imperceptível, do ponto de vista da criticidade dos

atores sociais, sinaliza para o fenômeno do epistemicídio. As epistemologias (formas de conhecimento)

transmitidas pelas instituições de ensino e a educação reproduzem as formas de ver e de conhecer das

culturas dominantes, e está presente nos currículos e matrizes das escolas.

O Sul é, neste caso, um conceito epistêmico não geográfico, uma metáfora dos

conhecimentos nascidos na luta. A diversidade de lutas é uma fonte de abundante de

saberes, de conhecimentos produzidos pelas classes e grupos sociais em sua

resistência contra as injustiças estruturais e as múltiplas opressões causadas pela

dominação moderna
— (Santos, 2022, p. 16).

As epistemologias do sul, portanto, são as epistemologias (saberes e formas de conhecimento) nascidos da

luta (Santos, 2022), advindas das classes sociais oprimidas no âmbito das relações sociais. A teoria social da

burguesia é a teoria dos vencedores, e é o conhecimento geral que se produz e que é ministrado na maioria

das universidades modernas e nas escolas. Nesse sentido, os atores sociais reproduzem as relações de

dominação e a violência simbólica.

Intolerância na educação: produto e produtor na sociedade


Compreende-se a intolerância na educação como uma das formas de violência física e simbólica que se

realiza nas relações de poder entre os atores (agentes) sociais de uma escola ou de uma sociedade. Como se

pode perceber, a intolerância está relacionada às práticas de violência, como as de gênero, étnico-raciais,

entre outras, como as que acontecem no cotidiano de uma escola. No entanto, as formas de violência, como a

intolerância na educação, está subliminarmente presente na escola desde as escolhas (currículos) com que os

conhecimentos são selecionados, contribuindo para a reprodução da violência simbólica e o epistemicídio.

O produto da intolerância em nossa sociedade, portanto, aquilo que é produzido por essa prática, ou seja, os

seus resultados, correspondem em formas diversas de violência simbólica e material que se manifesta nas
práticas de preconceito, discriminação e intolerância. O produto é, portanto, a perpetuação da estrutura de

desigualdades sociais, econômicas, educacionais, culturais e de gênero, historicamente estabelecidas em

nosso meio social.

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Os produtores na sociedade são a estrutura social em que a escola está inserida, a classe dominante que

mantém o status quo vigente, e as escolas, bem como a reprodução da violência (os agentes), de acordo com o

que você estudou em Bourdieu. Produto e produtores são, nesse sentido, elementos entrelaçados, um não

existe sem o outro. Eles são reproduzidos no dia a dia, conforme as relações e as estruturas de dominação são

preservadas, especialmente na educação. Cabe-nos, portanto, pensar em um modelo de educação que

contribua para a superação do modelo de exclusão com que vivemos em nossa sociedade.

O epistemicídio é abordado por Boaventura de Sousa Santos em seus estudos sobre as epistemologias do Sul,

ou seja, as narrativas e formas de apreensão da realidade que nascem das massas, classes subalternas no

processo histórico de dominação. Santos destaca que os conhecimentos não hegemônicos são

sistematicamente desconsiderados ou excluídos pela ciência dominante e os sistemas de poder globais.

Frantz Fanon, um dos importantes filósofos e psiquiatras (pós) coloniais, discute o fenômeno do colonialismo

e seus efeitos psicológicos e sociais. Os estudos de Franz Fanon, assim como o de Léopold Senghor, que tem

maior representatividade depois da consolidação das independências das colônias africanas e asiáticas em

relação às grandes potências mundiais, são percebidos como bases importantes do pensamento das ciências

humanas e sociais contemporâneas (Durão, 2022).

Segundo Fanon, para além da opressão física e calcada no âmbito das questões políticas e econômicas nas

relações de poder, as relações de colonização também atuaram (e atuam) para destruir modos de vida,

culturas e sistemas de conhecimento de povos e comunidades colonizadas, portanto, pertencentes às

epistemologias do sul. Isso indica a forma com que ocorre o epistemicídio e a reprodução de práticas de

intolerância na educação.

É preciso, dessa forma, analisar de que modo a intolerância na educação é um prisma que deve ser

compreendido como fruto da sociedade, isto é, como consequência das relações socioeconômicas

previamente estruturadas para uma distribuição desigual das relações de poder e de oportunidades. Desse

modo, a estrutura social (sociedade capitalista) e as relações de poder influenciam a sociedade, a educação e a

cultura. Contudo, é preciso reconhecer os esforços e os avanços que ocorreram (e ocorrem) na educação,

sobretudo a partir das políticas públicas de educação, inclusão e as ações afirmativas.

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VAMOS EXERCITAR

Você se lembra das problematizações propostas no começo desta aula. Para os estudos das relações entre

educação e as políticas da diferença, você conheceu Pierre Bourdieu e sua importância nos estudos sobre

educação e diversidade. O sociólogo de origem humilde e simples nasceu em 1930 na região rural de Béarn,

uma província periférica da França. Segundo Bourdieu, qual o significado da teoria da reprodução da

violência simbólica? A teoria da reprodução da violência simbólica está presente na educação e seus sistemas

de ensino transmitidos pelas escolas e pelos centros educacionais, ou seja, esse conceito está embrenhado na

estrutura da sociedade capitalista. A reprodução da violência simbólica nos ajuda a pensar nas características

das escolas e seus sistemas, modelos e métodos de ensino, afinal, segundo Bourdieu, eles reproduzem as

desigualdades sociais e educacionais. Esses métodos de ensino são tradicionais do ponto de vista da

manutenção do status quo vigente, e contribuem para manter a estrutura de reprodução, que preserva os

interesses da classe dominante.

Retomemos outros questionamentos do início desta aula: O que é epistemicídio? De que forma é possível

perceber o fenômeno do epistemicídio, ou seja, a morte da construção de conhecimento? Como você estudou,

epistemicídio é um termo cunhado pelo sociólogo Boaventura Sousa Santos que corresponde à morte da

construção do conhecimento. Para pensar no conceito de epistemicídio e as relações com a educação e os

sistemas de ensino tradicionais, a teoria da reprodução da violência simbólica de Pierre Bourdieu nos ajuda

nesses estudos. A reprodução da violência simbólica se verifica internalizada nas escolas e seus sistemas de

ensino. Nessa instituição de ensino se transmite o conhecimento científico, e, portanto, saberes interligados

aos conhecimentos, cultura e visão de mundo das classes dominantes. Nesse sentido, se verifica uma forma de

violência praticada pela (e na) escola, que é constituída a partir das relações sociais e de poder, o que por sua

vez se relaciona ao epistemicídio.

Por fim, questionamos o significado da intolerância na educação. Quem a produz e como se manifesta? Você

viu que o produto da intolerância corresponde a formas diversas de violência simbólica e material

reproduzida pela sociedade e que se manifesta nas práticas de preconceito, discriminação e intolerância. O

produto é, portanto, a perpetuação da estrutura de desigualdades sociais, econômicas, educacionais, culturais

e de gênero, historicamente estabelecidas em nosso meio social. Nesse sentido, o(s) produtor(es) na sociedade

são a estrutura social em que a escola está inserida, a classe dominante que mantém o status quo vigente e as

escolas; e esses também fazem a reprodução da violência (os agentes), segundo Bourdieu. Enfim, produto e

produtores são elementos entrelaçados em que um não existe sem o outro. Eles são reproduzidos no dia a dia

em que as relações e as estruturas de dominação são preservadas, especialmente na educação. Cabe-nos

pensar um modelo de educação que contribua para a superação da exclusão que vivemos em nossa
sociedade.

 Saiba mais

Pierre Bourdieu e a teoria da reprodução da violência simbólica

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Para saber mais sobre a teoria da reprodução da violência simbólica em Pierre Bourdieu, leia o livro

Escritos da educação, do próprio autor. Você encontra este material em nossa Biblioteca Virtual, além de
outros títulos de Bourdieu e de outros autores que comentam os conceitos desenvolvidos pelo sociólogo.

Epistemicídio
Para aprofundar seus estudos sobre o tema do epistemicídio, indicamos a leitura do Capítulo 1 – Pós-

colonialismo, descolonialidade e epistemologias do Sul, do livro Descolonizar: abrindo a história do


presente, do sociólogo Boaventura de Sousa Santos. Você encontra esse material acessando a nossa
Biblioteca Virtual.

Intolerância na educação: produto e produtor na sociedade


Visando o aprofundamento dos estudos sobre o tema da intolerância na educação, indicamos a leitura

da introdução do livro Léopold Senghor e Frantz Fanon: Intelectuais (pós) coloniais entre o político e o

cultural, de Gustavo de Andrade Durão. A ideia é que você possa se inteirar nos debates sobre a questão
do colonial e pós-colonial, fundamental para o pensamento das ciências humanas e sociais

contemporâneas.

Aula 2

EDUCAÇÃO E ASPECTOS LEGAIS DA DIVERSIDADE

PONTO DE PARTIDA

Nesta aula, veremos os avanços obtidos na educação e na sociedade de modo geral no que se refere à

diversidade, políticas da diferença e políticas públicas educacionais de inclusão, fundamentais para os

mecanismos de justiça social, educação e diversidade.

Para a problematização vamos refletir sobre os questionamentos: do que trata a Lei 10.639/03? Qual a sua

importância para a educação e diversidade? E a Lei 11.645/08 , do que trata? Qual a sua importância para a

educação e diversidade? Por que as Leis 10.639/03 e 11.645/08 são essenciais para o estabelecimento de uma

educação democrática, inclusiva e diversa? Qual o objetivo e a importância da Lei de Cotas nas

Universidades? Em que medida a legislação brasileira avançou em relação à inclusão e quais são os desafios?

Perceba que são muitas as problematizações possíveis para esses estudos, e que já temos questionamentos

suficientes para o começo de uma boa conversa sobre o tema. Então, estudante, fica a dica para que você

possa aprofundar suas leituras e conhecimentos sobre essa temática. Bons estudos.

VAMOS COMEÇAR

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Agora, você vai estudar algumas leis que contribuem para a inclusão, a democracia e a pluralidade na

educação e para a redução das desigualdades sociais e raciais: serão objetos de nossos estudos a Lei 10.639/03,

que trata do ensino da história e cultura afro-brasileira e africana, a Lei 11.645/08, sobre o ensino da história

e cultura dos povos indígenas, a Lei 12.711/12, sobre as cotas nas Universidades e a Lei Brasileira de Inclusão,

Lei 13.146/15, conhecida como o Estatuto da Pessoa com Deficiência.

Lei 10.639/03: ensino da história e cultura afro-brasileira e africana


Em diversidade, educação e políticas da diferença, é preciso destacar os avanços sociais trazidos com o

advento das políticas educacionais de ações afirmativas no Brasil. Essas políticas que emergem especialmente

no contexto da década de 2000, foram resultado de pressões e lutas históricas de movimentos sociais e grupos

engajados por melhores condições e oportunidades mais justas e equitativas para as minorias sociais.

A Lei 10.639/03, que completou duas décadas no ano de 2023, aborda a questão da história e cultura afro-

brasileira e africana, tornando esses conteúdos obrigatórios em todos os componentes curriculares das

matrizes dos sistemas educacionais de ensino no país. Isso quer dizer que não é somente em História, Arte ou

Língua Portuguesa que essas questões devem ser abordadas, mas em todas as disciplinas e por toda a escola.

Art. 1o A Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar acrescida dos

seguintes arts. 26-A, 79-A e 79-B:

Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e

particulares, torna-se obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira.

§ 1o O conteúdo programático a que se refere o caput deste artigo incluirá o estudo da

História da África e dos Africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra

brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do

povo negro nas áreas social, econômica e política pertinentes à História do Brasil.

§ 2o Os conteúdos referentes à História e Cultura Afro-Brasileira serão ministrados no

âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de Educação Artística e de

Literatura e História Brasileiras


— (Brasil, 2003, [s. p.]).

A Lei 10.639/03 torna o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana obrigatório nos

estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares de todo o país. Como se pode

perceber, de acordo com a Lei, incluem-se nos conteúdos e currículos, e de forma obrigatória, os estudos da

História da África e dos africanos, a luta dos negros, a cultura negra e as contribuições da população negra de

modo geral na formação da sociedade brasileira, ou seja, seus saberes e conhecimentos.

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É importante contextualizar que a Lei 10.639/03 foi aprovada em meio a um conjunto de mudanças

importantes no currículo da educação básica e de avanços de pautas progressistas na política brasileira. Essa

Lei foi implementada no mesmo contexto em que se aprovou a obrigatoriedade da oferta do espanhol como

língua estrangeira, em 2005, a obrigatoriedade dos conteúdos relativos à história e à cultura indígena, em

2008, e a introdução das disciplinas de sociologia e filosofia no currículo da educação básica, em 2008.

Figura 1 | Arte indígena - Curumim, Guardador de Memórias, Rafaela Campos Alves (2020)

Fonte : Wikimedia Commons.

No entanto, como você estudou na aula anterior, há uma hegemonia do que se ensina na escola, e nessa

correlação de forças os conhecimentos pertencentes às classes dominantes acabam prevalecendo, de acordo

com o conceito de violência simbólica de Bourdieu. Temos um paradoxo, pois as políticas públicas

educacionais de ação afirmativa e de inclusão vão na contramão dessa perspectiva. Este é o exercício

reflexivo que você deve fazer, ou seja, reconhecer os avanços e os retrocessos da educação e da sociedade

brasileira.

Entendemos que a educação e a conscientização caminham juntas, por isso a importância das políticas

educacionais de ação afirmativa e de inclusão em nosso país. Entretanto, sabemos que a conscientização das

classes populares não é de interesse das classes dominantes, uma vez que o interesse é que o pobre pense que

é pobre por falta de oportunidades, de esforço individual ou, ainda, que não atingiu melhores condições de

vida porque não tem mérito para isso (Previtelli; Vieira, 2017, p. 27). Por isso a necessidade de a escola

repensar constantemente seus sistemas educacionais, de modo a proporcionar um ensino mais acessível a

todas as classes sociais.

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Do ponto de vista das elites, a questão se apresenta de modo claro: trata-se de

acomodar as classes populares emergentes, domesticá-las em algum esquema de

poder ao gosto das classes dominantes. Se já não é possível a mesma docilidade

tradicional, se já não é possível contar com sua ausência, torna-se indispensável

manipulá-las de modo a que sirvam aos interesses dominantes e não passem dos

limites
— (Freire, 2006, p. 25).

Há, portanto, retrocessos que ainda perduram nas atitudes pedagógicas tradicionais na educação formal.

Afinal, Paulo Freire, patrono da educação brasileira, apontava para a necessidade de uma educação popular,

de modo que a classe trabalhadora possa se emancipar cultural e socialmente. Como contraponto positivo a

essa realidade, temos a proposta da multiculturalidade presente nos currículos por meio das Leis 10.639/03 e

11.645/08, que veremos mais adiante. Trata-se da adoção de práticas de diversidade e pluralidade para a

educação das relações étnico-raciais, bem como a superação de formas de discriminação e de violência.

As diferenças culturais entre as classes burguesas e as classes trabalhadoras existem na realidade

educacional e social em que estamos inseridos. Como podemos perceber, as produções culturais das classes

trabalhadoras são desvalorizadas por serem consideradas inferiores às das classes dominantes. Nessas

reflexões, devemos nos lembrar de Marx e suas explicações sobre as contradições da sociedade capitalista e o

fenômeno de pauperização da classe trabalhadora, a classe dominada.

Enfim, sabemos do nosso papel de educadores, no sentido de buscar superar qualquer forma de desigualdade

e de injustiça social que ainda persiste em nossa sociedade. Por isso reconhecemos a importância da Lei

10.639/03, que busca o reconhecimento e a valorização da diversidade cultural, como o ensino das

contribuições diversas da formação da população brasileira: cultura e saberes dos povos indígenas, da

população negra e dos europeus, assim como de outras etnias que contribuíram com o desenvolvimento do

país ao longo da formação multicultural de nossa sociedade.

Com isso, espera-se que as instituições de ensino contribuam significativamente para desconstruir

estereótipos e preconceitos, historicamente constituídos em nosso meio social, e promova o respeito e a

valorização da multiculturalidade, para que se possa pensar uma educação mais inclusiva e democrática,
refletindo as características múltiplas da população brasileira.

Essas políticas educacionais contribuem com o fortalecimento da identidade e o desenvolvimento da

autoestima da população negra, além de proporcionar meios de inclusão e de ajuda no combate ao racismo

estrutural, culminando com a educação para a igualdade racial. Assim, é possível estabelecer mecanismos

educacionais para a cidadania e o respeito à diversidade cultural e social.

Lei 11.645/08: ensino da história e cultura dos povos indígenas

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A Lei 11.645/08 vai na esteira das políticas educacionais voltadas à inclusão e a valorização da diversidade

sociocultural. Sabemos da importância da contribuição dos povos indígenas, seus modos de vida e

cosmovisão, saberes e conhecimentos, cultura, arte, economia, entre outros elementos, fundamentais para a

formação social e cultural do Brasil. A Lei 11.645/08 trata da questão da diversidade cultural dos povos

indígenas e a forma de apreensão da realidade.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu

sanciono a seguinte Lei:

Art. 1o O art. 26-A da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar com a

seguinte redação:

Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino médio, públicos e

privados, torna-se obrigatório o estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena


— (Brasil, 2008, [s. p.]).

A Lei 11.645/08 , como se percebe, inclui a abordagem sobre a cultura indígena, tornando-a obrigatória na

educação básica em todas as modalidades de ensino, bem como em todos os componentes curriculares. Você

pode perceber que a obrigatoriedade do ensino das culturas indígenas e negras contribui significativamente

para retratar todos os aspectos da população brasileira, afinal estamos falando de duas populações que

correspondem à base de nosso povo, que tiveram seus saberes ignorados durante séculos.

Ao pensarmos a formação do povo brasileiro, na qual aparecem o negro, o indígena e o europeu, não se pode

esquecer da exploração do negro e do indígena pelo sistema de trabalho compulsório durante séculos. Essas

duas populações foram vítimas, e existe um trabalho árduo para a educação no sentido de descolonizar

conteúdos e matrizes curriculares, sendo necessário reforçar essas contradições históricas junto aos agentes

sociais envolvidos no processo educacional. Nesse sentido, da mesma forma que os negros encontram

dificuldades para serem incluídos dignamente na sociedade, também os indígenas vivem uma situação

problemática desde o período da colonização do Brasil, e isso reverbera na forma de preconceitos e

discriminações (Previtelli; Vieira, 2017, p. 106).

Em conjunto com a Lei 10.639/03, a Lei 11.645/08 contribui significativamente para promover mudanças que

ampliam a perspectiva de uma escola inclusiva do ponto de vista social, plural e democrática, sobretudo

porque promove o reconhecimento da diversidade cultural. A população brasileira tem como característica a

miscigenação, a mistura de povos que contribuíram para formar a nossa identidade.

Apesar de ter havido muito extermínio de grupos indígenas, eles ainda resistem no Brasil. Segundo o Instituto

Socioambiental

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Os povos indígenas contemporâneos estão espalhados por todo território brasileiro.

Vários desses povos também habitam países vizinhos. No Brasil, a grande maioria das

comunidades indígenas vive em terras coletivas, declaradas pelo governo federal para

seu usufruto exclusivo. As chamadas Terras Indígenas (TIs) somam, hoje, 703. (ISA,

2016, p. 1)

Muitas dessas populações passaram a exigir seus direitos a partir dos anos 1970,

considerando que deveriam não somente contar com os cuidados do Estado, mas

reivindicarem seus direitos por si sós. Uma das conquistas foi a Lei 11.645,

promulgada em 2008, que institui a obrigatoriedade do ensino de história e culturas

indígenas na educação básica. Essa lei tem a intenção de perpetrar o conhecimento da

história e da diversidade étnica indígena e reconhecer a importância do índio na

constituição do povo e da cultura brasileira.


— (Previtelli; Vieira, 2017, p. 90)

A Lei 11.645/08 , que trata do ensino da cultura dos povos indígenas, contribui com a desconstrução de

estereótipos e preconceitos do senso comum e em muitos outros segmentos de nossa sociedade. É preciso

destacar a concepção ecológica e a economia de subsistência com que os povos indígenas estabelecem nas

mediações entre homem e natureza. Com isso, o conjunto dessas legislações contribui para promover o

respeito e a valorização, bem como uma educação para a cidadania e respeito à diversidade.

Lei de Cotas nas Universidades e Lei Brasileira de Inclusão


A Lei de Cotas e a Lei Brasileira de Inclusão são expressões da ampliação da diversidade nas escolas e

instituições de ensino, de modo a garantir as vagas e as condições para todos os estudantes. Elas estabelecem

conexões com a abordagem das Leis 10.639/03 e 11.645/08, que trazem a obrigatoriedade do ensino da

história e cultura afro-brasileira e indígena e são essenciais para o estabelecimento de uma educação

democrática, inclusiva e diversa.

Para que se possa entender a Lei de Cotas nas Universidades, devemos nos lembrar que a palavra cota

significa parte. As cotas descrevem um dos aspectos mais importantes das políticas de ações afirmativas, pois

correspondem a uma reserva de vagas na universidade ou em qualquer outro espaço social no qual o acesso

de algum grupo étnico, religioso, de gênero ou qualquer outro não tenha acesso garantido com uma base de

oportunidades realmente equivalentes. A igualdade de oportunidades deve estar baseada em uma igualdade

real e concreta de condições sociais, econômicas e educativas.

Quando a igualdade de oportunidades não acontece por motivos diversos, são construídas as ações

afirmativas que forem necessárias para a reparação desse problema social. Ações afirmativas, portanto,

correspondem a um conjunto de ações temporárias construídas pela sociedade para resolver algum problema

que afeta de forma negativa um grupo social. São afirmativas, pois afirmam a necessidade de encontrar

soluções para problemas sociais.

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A Lei 12.711/12, conhecida como a Lei de Cotas nas Universidades, foi sancionada em agosto de 2012 e garante

a reserva de 50% das matrículas por curso e turno nas 59 universidades federais e 38 institutos federais de

educação, ciência e tecnologia a alunos oriundos integralmente do ensino médio público, em cursos regulares

ou da educação de jovens e adultos (Previtelli; Vieira, 2017, p. 105). Os demais 50% das vagas permanecem

para ampla concorrência.

As vagas reservadas às cotas (50% do total de vagas da instituição) serão subdivididas

− metade para estudantes de escolas públicas com renda familiar bruta igual ou

inferior a um salário mínimo e meio, per capita, e metade para estudantes de escolas

públicas com renda familiar superior a um salário mínimo e meio. Em ambos os

casos, também será levado em conta percentual mínimo correspondente ao da soma

de pretos, pardos e indígenas no estado, de acordo com o último censo demográfico

do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)


— (Previtelli; Vieira, 2017, p. 105).

A Lei de Cotas, por meio da reserva de vagas, das cotas raciais e dos critérios socioeconômicos têm como

objetivo promover a democratização do acesso ao ensino superior, buscando estimular a inclusão nas

universidades federais brasileiras e, assim, diminuir as desigualdades sociais e raciais no país, promovendo a

inclusão no ensino superior. Essa Lei é importantíssima, pois contribui para a diminuição das desigualdades

sociais e educacionais verificadas historicamente no Brasil.

A Lei 13.146/15, ou seja, a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, tem como objetivo garantir e

promover os direitos e a inclusão das pessoas com deficiência em diferentes aspectos da vida social, cultural,

econômica e política (Brasil, 2015). Isso representou um avanço significativo na garantia dos direitos das

pessoas com deficiência, pois se baseia nos princípios da dignidade, igualdade, autonomia e inclusão e
participação na sociedade.

São garantias proporcionadas com essa legislação: o acesso à educação mediante a oferta de recursos e

estratégias que busquem promover a educação escolar em todas as modalidades de ensino, a acessibilidade e

mobilidade urbana, cujo objetivo consiste na facilitação de locomoção e acesso das pessoas com deficiência,

trabalho e emprego, para a inclusão no mercado de trabalho, o atendimento à saúde e a assistência social,

sendo assegurado o atendimento e a garantia de condições dignas de vida (Brasil, 2015). Os direitos civis e

políticos são também contemplados às pessoas com deficiência com a garantia de participação política e de

proteção contra qualquer forma de discriminação.

VAMOS EXERCITAR

Vamos retomar as problematizações propostas no início desta aula: do que trata a Lei 10.639/03? Qual a sua

importância para a educação e diversidade? E a Lei 11.645/08, do que trata? Qual a sua importância para a

educação e diversidade? Por que as Leis 10.639/03 e 11.645/08 são essenciais para o estabelecimento de uma

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educação democrática, inclusiva e diversa? Qual o objetivo e importância da Lei de Cotas nas Universidades?

Em que medida a legislação brasileira avançou em relação à inclusão e quais são os desafios?

Você estudou que a Lei 10.639/03 torna o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana obrigatório

nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares de todo o país. Com essa Lei,

incluem-se os estudos da História da África e dos africanos, a luta dos negros, a cultura negra e as

contribuições da população negra, de modo geral, na formação da sociedade brasileira, ou seja, seus saberes e

conhecimentos, de forma obrigatória nos conteúdos e currículos. A Lei 11.645/08 inclui a abordagem sobre a

cultura indígena, tornando-a igualmente obrigatória na educação básica em todas as modalidades de ensino e

em todos os componentes curriculares (disciplinas). Essa Lei contribui com a desconstrução de estereótipos e

preconceitos que existem no senso comum e em muitos outros segmentos de nossa sociedade.

Você compreendeu que o ensino das culturas indígenas e negras contribuem significativamente para retratar

todos os aspectos da população brasileira, afinal estamos falando de duas populações que correspondem à

base de nosso povo, que tiveram seus saberes ignorados durante séculos. Em conjunto, as Leis 10.639/03 e

11.645/08 contribuem significativamente para promover mudanças que ampliam a perspectiva de uma escola

inclusiva do ponto de vista social, plural e democrática, sobretudo porque promove o reconhecimento da

diversidade cultural. Você pode perceber a importância do papel de educador, no sentido de buscar superar

qualquer forma de desigualdades e injustiças sociais que ainda persistem em nossa sociedade.

Também de acordo com o que aprendemos, a Lei 12.711/12, conhecida como a Lei de Cotas nas Universidades

garante a reserva de 50% das matrículas por curso e turno nas 59 universidades federais e 38 institutos

federais de educação, ciência e tecnologia a alunos oriundos integralmente do ensino médio público, em

cursos regulares ou da educação de jovens e adultos. Essa Lei tem como objetivo reservar vagas, a partir de

cotas raciais e critérios socioeconômicos e promover a democratização do acesso ao ensino superior,

buscando estimular a inclusão nas universidades federais brasileiras e diminuir as desigualdades sociais e

raciais no país, promovendo a inclusão no ensino superior.

Por fim, você viu a importância da Lei 13.146/15, a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência. Como

discutimos, essa política pública tem como objetivo garantir e promover os direitos e a inclusão das pessoas

com deficiência em diferentes aspectos da vida social, cultural, econômica e política. Isso representou um

avanço significativo na garantia dos direitos das pessoas com deficiência, pois se baseia nos princípios da

dignidade, igualdade, autonomia e inclusão e participação na sociedade.

 Saiba mais

Lei 10.639/03: ensino da história e cultura afro-brasileira e africana


Para aprofundar os estudos sobre o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana, sugerimos a

leitura do livro Cotas para negros em universidades: função social do estado contemporâneo e o

princípio da proporcionalidade, de Everaldo Medeiros Dias. Você encontra esse material em nossa
Biblioteca Virtual.

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Lei 11.645/08: ensino da história e cultura dos povos indígenas


Para aprofundar os seus conhecimentos sobre a história e cultura dos povos indígenas, sugerimos que

você conheça a página do Instituto Socioambiental. Ali você encontra muitos materiais interessantes

para trabalhar nas escolas a cultura dos povos indígenas,

Lei de Cotas nas Universidades e Lei Brasileira de Inclusão


Para o aprofundamento dos estudos sobre a questão da inclusão, recomendamos a leitura do Capítulo 2 –

A inclusão e as mudanças por ela requeridas, do livro Inclusão de pessoas com deficiência e/ou
necessidades específicas: avanços e desafios, de Margareth Diniz. Nesse capítulo, a autora discute a
inclusão como um processo de mudança e de reestruturação das escolas como um todo, com o objetivo

de assegurar que todos os estudantes tenham acesso a todas as oportunidades educacionais e sociais

oferecidas pela escola.

Aula 3

EDUCAÇÃO E MOVIMENTO NEGRO

PONTO DE PARTIDA

Nesta aula, você vai estudar a importância do movimento negro e as relações com a educação, sobretudo a
partir de suas contribuições que culminam com o advento das políticas públicas de ações afirmativas, de

inclusão e de redução das desigualdades sociais, e sua relação com o desenvolvimento da diversidade na

educação. A questão das discriminações raciais, especialmente no contexto pós-abolicionista, será retomada

nos estudos desta aula. O acesso igualitário, a permanência na educação e o combate ao racismo estrutural

serão aprofundados de forma dialógica em perspectiva crítica.

Alguns questionamentos se fazem necessários para iniciarmos nossas reflexões: de que modo as formas

diversas de discriminações raciais estão presentes no contexto pós-abolicionista? No atual contexto, é possível

garantir a permanência e o acesso igualitário para todas as pessoas na educação, independentemente de sua

identidade sociocultural? De que forma isso é possível? O que é racismo estrutural? Quais as ações mais

eficazes para combater o racismo estrutural em nosso país? Qual o papel da educação nesse processo?

Veja que esses são questionamentos interessantes para uma abordagem inicial, nos permitindo traçar um

percurso de estudos sobre educação e movimento negro. Desejamos que você tenha uma excelente leitura.

Bons estudos.

VAMOS COMEÇAR

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Nesta aula, que aborda um dos eixos da unidade sobre educação e políticas da diferença, como já anunciado,

você vai estudar o movimento negro e sua importância para a educação. Primeiramente, você compreenderá

a reatualização das discriminações raciais no contexto pós-abolicionista e o seu necessário combate. Em

seguida, você vai compreender a importância de lutar e preservar o acesso igualitário e a permanência na

educação por todos os povos que constituem a identidade brasileira. Por fim, você vai acompanhar os estudos

sobre o racismo estrutural e o papel da educação nesse processo.

A reatualização das discriminações raciais pós-abolição


Inicialmente, precisamos lembrar que discriminação, preconceito e racismo estão relacionados a formas de

violência simbólica que infelizmente acompanham a história da humanidade. E, no Brasil, não é diferente.

Como já estudamos, preconceito corresponde a um pré-julgamento, ou seja, conceito ou opinião formado por

alguém antecipadamente, sem algum filtro ponderativo. É um julgamento ou opinião formada sem levar em

conta os fatos que o contestem. Eles ocorrem na sociedade, mas não necessariamente segregam ou

discriminam as diferenças.

A discriminação, por sua vez, promove a separação, a distinção, a segregação e o estabelecimento de

diferenças de grupos ou pessoas, consideradas racialmente diferentes, partindo da perspectiva de que

existem raças superiores e inferiores. No entanto, como vimos, “raça” é um termo equivocado, pois a raça que

estamos adotando em nossa perspectiva é a de “raça humana”. O que existem são diferenças na aparência

dos indivíduos, não relacionadas a inteligência ou capacidade. Essas diferenças e a diversidade devem ser

valorizadas e, inclusive, ressaltadas.

O racismo, termo que se relaciona ao conceito de discriminação, nesse sentido, produz ódio e morte entre

grupos e indivíduos, ou seja, parte da perspectiva de que existe superioridade de “raças”, que propõe a

segregação racial ou, até mesmo, a extinção de determinadas minorias. Sabemos que o racismo deve ser

combatido, como o que se conquistou com o advento das políticas públicas de ação afirmativa, influenciado

pelo movimento negro, e a escola tem um papel preponderante nesse processo. A partir desse breve resgate

conceitual, você compreenderá a correlação entre discriminação e racismo na sociedade brasileira.

A abolição da escravatura no Brasil ocorreu em 1888 e determinou o fim da escravização dos negros no país.

No entanto, o período que sucede a abolição da escravatura não representou o fim das desigualdades e das

discriminações raciais, mas foi uma espécie de reatualização de práticas discriminatórias em formas mais

sutis e estruturais, como as políticas de branqueamento e de eugenia desenvolvidas no país no final do século

XIX e começo do século XX. No contexto pós-abolição da escravatura, o negro foi largado à própria sorte e não

houve no Brasil medidas efetivas de reparação social ou inclusão da população negra. O que se observou ao

longo do tempo foram mecanismos de discriminações raciais, que impediram a inclusão e integração da

população negra no desenvolvimento da sociedade brasileira.

Figura 1 | Retrato de Negro, Artur Timóteo da Costa (1906)

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Fonte : Wikimedia Commons.

A falta de medidas de reparação, de políticas públicas voltadas à integração do negro na sociedade brasileira

e/ou de formas de inclusão que pudessem amenizar as dificuldades encontradas pela população negra

naquelas condições provocou o fenômeno de marginalização social e exclusão desses povos. É o que explica,

por exemplo, o processo de favelização no Brasil, pois as faltas de condições econômicas e oportunidades

levaram os negros a buscar regiões mais afastadas das cidades, muitas vezes desamparadas pelo Estado,

como com o que se deu com o processo de formação e desenvolvimento dos grandes centros no Brasil.

Parte das explicações que contribuíram para o processo de desigualdades étnico-raciais no Brasil, desde o

contexto pós-abolicionista, se sustentam no conceito de democracia racial desenvolvida por Gilberto Freyre

(Previtelli; Vieira, 2017). O mito da democracia é uma concepção que explica a inexistência de conflitos raciais

no Brasil, partindo da perspectiva de que existe uma harmonia étnico-racial, ou seja, a ideia de que diferentes

povos convivem pacificamente. Com isso, mesmo que não se possa afirmar, essa perspectiva indica que nessa

situação deixaria de existir preconceitos, formas de intolerância e discriminações de natureza étnico-racial.

Essa concepção se baseou no conceito de miscigenação da população brasileira, segundo Gilberto Freyre, no

seu livro Casa Grande e Senzala, desde a formação histórica. Freyre construiu a visão de que, no Brasil, se

vivia uma democracia racial, caracterizado pela miscigenação, da mistura étnica que se faz presente na

cultura brasileira. Essa concepção parte da ideia de que a mistura étnico-racial em nosso país contribuiu para

superar as diferenças e estabelecer uma convivência harmônica, proporcionando uma democracia

homogênea e inclusiva. Por isso, quando analisamos e comparamos as relações étnico-raciais com os Estados

Unidos, por exemplo, percebe-se que, naquele país, os conflitos são mais segregados e explícitos.

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Para isso, temos que partir de uma diferença fundamental que é o “mito da

democracia racial” que considerava que no Brasil não havia discriminação racial ou

racismo. A expressão “democracia racial” parte da interpretação dos livros do

antropólogo pernambucano Gilberto Freyre, “Casa Grande & Senzala” e “Sobrados e

Mocambos”, em que o autor argumenta sobre a originalidade da miscigenação do

povo brasileiro em que todos os antagonismos haviam sido dissolvidos na

miscigenação cultural
— (Previtelli; Vieira, 2017, p. 101).

O sociólogo Florestan Fernandes critica a perspectiva do mito da democracia racial. Diferentemente dos

Estados Unidos, por exemplo, o racismo e a violência étnico-racial presente no Brasil ocorrem de forma

velada, escamoteada, embrenhada nas relações sociais que historicamente apresentam uma estrutura

desigual, em que a população negra foi considerada inferior. A perspectiva de que as diferentes culturas

étnico-raciais convivem pacificamente, serviria para encobrir as contradições e conflitos que a segregação

racial na sociedade brasileira provocou historicamente.

Florestan Fernandes, em seu livro A integração do negro na sociedade de classes, destaca as dificuldades

encontradas pela população negra para se inserir em um mundo cuja lógica é a da dominação capitalista e de

uma reprodução desigual de dominação, que não oferece condições para o desenvolvimento e o acesso às

riquezas produzidas socialmente. No Brasil, isso se verifica a partir das influências das históricas

desigualdades sociais e econômicas, que provocaram formas de discriminação e uma estrutura racial de

exclusão.

Acesso igualitário e permanência na educação


Como você está percebendo, a igualdade de condições de uma sociedade e o que ela representa do ponto de

vista do desenvolvimento social em que se deve contemplar a utilização de várias ideias, saberes e

conhecimentos advindos da diversidade dos diversos povos que compõem a sociedade brasileira, são

primordiais para os estudos em educação e diversidade. A educação é muito importante, pois através dela

pode-se garantir os conhecimentos diversos da humanidade.

O movimento negro unificado, fundado em 1978, foi o grande responsável pelas mudanças mais recentes e

que significam conquistas de direitos para negros e negras (Oliveira, 2016, p. 332). Nesse sentido, a política de

cotas é um exemplo de política de ações afirmativas, uma das medidas importantes que contribuem para a

superação do racismo no Brasil, proporcionando a inclusão e a permanência dessa população nas instituições

de ensino.

Para que possamos pensar nas possibilidades e garantias para a permanência e o acesso igualitário na

educação, precisamos nos lembrar de algumas das políticas públicas, voltadas à educação, desde o advento da

Constituição de 1988. A própria Constituição Cidadã já apontava para os avanços sociais na área da educação,

consolidando a transição de um regime autoritário vivenciado na ditadura militar para o regime

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democrático. A Lei de Diretrizes e Bases de 1996 foi importante na década de 1990, pois ofereceu as bases

para a implementação de ações e políticas educacionais para a valorização da diversidade étnico-racial e o

combate às formas de discriminação.

Na esteira dessas políticas públicas, a obrigatoriedade do ensino da história e cultura afro-brasileira no

ensino fundamental e médio veio com a Lei 10.639/03, sendo uma importante conquista do movimento negro.

Trabalhar nas escolas a luta da população negra no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação

da sociedade nacional, nos currículos, de forma sistemática contribui para o desenvolvimento de uma

educação não racista (Previtelli; Vieira, 2017, p. 105-106).

Nessa perspectiva do acesso igualitário e a permanência na educação, você percebeu que a Lei 11.645/08, que

trata da obrigatoriedade do ensino da cultura dos povos indígenas, população autóctone que habitava o

Brasil, a Lei de Cotas nas universidades brasileiras, e a Lei brasileira da inclusão, também conhecida como o

Estatuto Nacional da pessoa com deficiência, são políticas públicas, oriundas das lutas e reivindicações de

movimentos sociais e da sociedade civil organizada de extrema importância para a democratização e

inclusão nas instituições de ensino, além da valorização da diversidade cultural.

Outra política pública igualmente importante para a inclusão e a democratização da educação foi a Lei

12.288/10, conhecida como o Estatuto da Igualdade Racial, que se destina a garantir “à população negra a

efetivação da igualdade de oportunidades, a defesa dos direitos étnicos individuais, coletivos e difusos e o

combate à discriminação e às demais formas de intolerância étnica” (Brasil, 2010).

Essas políticas públicas, em conjunto, contribuem com o acesso igualitário à educação. Mas isso não basta. É

preciso que a educação contribua significativamente com a eliminação de narrativas antidemocráticas e

racistas, mas, para isso, é preciso que haja cada vez mais pessoas com entendimento dessas políticas, para

que se estenda para a sociedade de modo geral. Que os estudantes e atores da escola (professores,

funcionários, comunidade escolar) possam obter os conhecimentos sobre a importância dessas políticas

públicas, para tornar a nossa sociedade mais justa e igualitária.

Como você pode perceber, o mito da democracia racial oculta as desigualdades étnico-raciais históricas.

Podemos perceber a existência do racismo estrutural, que se reverbera até os dias de hoje com a segregação

racial, que se contrasta com a realidade de discriminação e de desigualdade racial vivenciada por muitos

grupos excluídos social e economicamente.

A abolição da escravatura e a Proclamação da República não trouxeram ganhos para o negro no Brasil. Sem

um programa que o introduzisse social e economicamente em nossa sociedade, o negro ficou marginalizado,

foram negligenciados seus direitos de várias maneiras, seja pela questão da cidadania, pois não tinham

direito a voto, seja por problemas com a moradia, saúde e trabalho, uma vez que competiam com a migração

europeia. Além disso, havia o desprestígio relacionado às teorias eugênicas, em voga na época, que

consideravam o negro uma raça inferior (Previtelli; Vieira, 2017, p. 102).

Os ex-escravizados brasileiros foram privados de condições materiais de existência e sobrevivência, tendo

que se adaptar às condições precárias, resultando em altos índices de pobreza e marginalização. O racismo

estrutural está presente na formação histórica brasileira, a partir de uma hierarquização rígida da estrutura

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social brasileira reverberando em condições precárias da população negra no Brasil, que se verifica no acesso

a serviços públicos, na representação política e/ou no mercado de trabalho.

A estigmatização e o preconceito levaram a formas de discriminação, preconceitos e intolerância, que

agravam as desigualdades sociais e econômicas. Durante muito tempo, não houve no país políticas públicas

de inclusão que buscassem a reparação histórica que o racismo estrutural aqui provocou. Isso tem começado

a mudar nas últimas décadas, mas há muito trabalho a ser feito do ponto de vista da educação e da

conscientização.

O combate ao racismo estrutural e o papel da educação


Infelizmente, ainda ocorrem muitos casos de racismo em nossa sociedade. Diversos tipos de violência

vitimizam a população negra em nosso cotidiano.

O racismo estrutural é outra característica de como se verificam as discriminações étnico-raciais no contexto

pós-abolicionista do Brasil, reflexo de nossa formação histórica e que ecoa até os dias atuais. O conceito

explica o fenômeno da hierarquização da cor da pele desde o período da colonização, fazendo com que se

estabeleça um sistema em que pessoas negras ocupem a base da estratificação social, com menor acesso a

condições e oportunidades.

Pode-se perceber que a educação tem papel fundamental no combate ao racismo estrutural e as formas de

violência associadas às questões étnico-raciais. A educação e suas ações, para além dos muros da escola, são

fundamentais no combate do preconceito, discriminação e intolerância. Das muitas funções sociais, as

políticas públicas servem para proporcionar maior conscientização e sensibilização dos estudantes e da

sociedade brasileira.

A conscientização e a desconstrução de estereótipos, portanto, contribuem para a valorização de conteúdos e

competências da história e da cultura negra, africana, afro-brasileira e indígena, que devem estar presentes

nos currículos de todos níveis da educação básica, de modo a contemplar e valorizar a diversidade étnico-

racial. Com isso, espera-se promover o respeito e a compreensão das diferentes culturas, sendo todas elas

importantes para o desenvolvimento do país.

A promoção da igualdade e da equidade social por meio da educação e da cultura, bem como de outras áreas

importantes e estratégicas na sociedade brasileira, contribui para que seja possível alcançar a igualdade de

oportunidades e a equidade para toda a população brasileira, independentemente da identidade sociocultural

e da origem étnico-racial. Afinal, somos um país multicultural e as diversas culturas aqui existentes devem

ser respeitadas e valorizadas.

A formação de professores, funcionários e comunidade escolar, além da adoção de práticas pedagógicas

inclusivas, contribui para o combate ao racismo estrutural. A formação e a capacitação adequada, com

mecanismos que valorizem a diversidade sociocultural, são, nesse sentido, amplamente importantes para o

que estamos tratando nesta aula. As oficinas temáticas e culturais para professores da educação básica, a

ação das equipes multidisciplinares para a educação das relações étnico-raciais e o desenvolvimento de um

plano de ação conjunto na escola corroboram amplamente para o estímulo e reflexão crítica acerca da

inclusão da história e cultura afro-brasileira e indígena nos currículos e no cotidiano da escola.

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VAMOS EXERCITAR

Vamos rever as questões levantadas no início desta aula: de que modo as formas diversas de discriminações

raciais estão presentes no contexto pós-abolicionista? A abolição da escravatura no Brasil se deu em 1888 e

determinou o fim da escravização dos negros no Brasil. O período que sucede a abolição da escravatura

reatualizou práticas discriminatórias de formas mais sutis e estruturais, como as políticas de branqueamento

e de eugenia. Isso esteve longe de indicar o fim das desigualdades e das discriminações raciais.

No atual contexto, é possível garantir a permanência e o acesso igualitário para todas as pessoas na educação,

independentemente de sua identidade sociocultural? De que forma isso é possível? Você compreendeu a

importância do movimento negro unificado, movimento social responsável pelas mudanças mais recentes e

que significam conquistas de direitos para negros e negras. A política de cotas é um exemplo de política de

ação afirmativa, uma medida que contribui com a garantia de acesso igualitário para todas as pessoas. É

também importante, pois contribui para a superação do racismo no Brasil, proporcionando a inclusão e a

permanência da população negra nas instituições de ensino.

O que é racismo estrutural? Quais as ações mais eficazes para combater o racismo estrutural em nosso país?

Qual o papel da educação nesse processo? Você estudou o conceito do mito da democracia racial e percebeu

que essa perspectiva oculta as desigualdades étnico-raciais existentes historicamente em nosso país. A

existência do racismo estrutural, que se reverbera até os dias de hoje com a segregação racial, escancara as

formas de discriminação e as desigualdades raciais aqui vivenciadas por muitos grupos excluídos social e

economicamente. Segundo o que aprendemos, o racismo estrutural está presente na formação histórica

brasileira, desde o advento de uma hierarquização rígida da estrutura social brasileira, trazida com os

portugueses, que resultou em condições precárias da população negra no Brasil. Isso se verifica no acesso a

serviços públicos, na representação política e/ou no mercado de trabalho. Nesse sentido, a educação tem um

papel preponderante no combate ao racismo estrutural e às formas de violência associadas às questões

étnico-raciais. A educação precisa estender suas ações para além dos muros da escola, fundamentais no

combate ao preconceito, à discriminação e à intolerância. Como discutimos, das muitas funções sociais, as

políticas públicas servem para proporcionar maior conscientização e sensibilização dos estudantes e da

sociedade brasileira.

 Saiba mais

A reatualização das discriminações raciais pós-abolição


Para aprofundar seus estudos sobre as discriminações raciais no Brasil no contexto pós-abolicionista,

recomendamos a leitura do livro Sobrevivendo ao racismo: memórias, cartas e o cotidiano da

discriminação no Brasil de Luana Tolentino. Você encontra esse material disponibilizado em nossa
Biblioteca Virtual.

Acesso igualitário e permanência na educação

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Para pensar a questão do acesso e permanência na educação, sugerimos que você assista ao filme Que

horas ela volta?. O filme revela e explicita as múltiplas contradições da sociedade de classes no Brasil e

nos leva a refletir sobre a importância das políticas públicas de ações afirmativas e de inclusão.

O combate ao racismo estrutural e o papel da educação


Para o aprofundamento dos estudos sobre o combate ao racismo estrutural e o papel da educação

recomendamos a leitura do livro Educação: um pensamento negro contemporâneo, de Sales Augusto dos

Santos. O livro demonstra mais de cem anos de luta de movimentos contra o racismo e por educação no

Brasil. O livro está disponível em nossa Biblioteca Virtual.

Aula 4

EDUCAÇÃO E POVOS INDÍGENAS

PONTO DE PARTIDA

Nesta aula, você vai estudar sobre educação e políticas da diferença, a partir da perspectiva dos povos

indígenas. Estamos completando o percurso desta unidade, que se objetivou em aprofundar os

conhecimentos oriundos das populações originárias que compuseram a formação da sociedade brasileira.

Buscamos destacar as políticas públicas de valorização e de reconhecimento das identidades socioculturais

das populações negra e indígena e a diversidade brasileira.

Para esta aula sobre educação e povos indígenas, alguns questionamentos se fazem necessários para
iniciarmos as nossas reflexões: Qual a importância da preservação cultural dos povos indígenas? Quais as

principais reivindicações do movimento indígena brasileiro? No atual contexto em que estamos inseridos, de

que modo é possível estabelecer justiça social para os povos indígenas? Qual a importância da educação

intercultural e bilíngue nas escolas de educação indígena? Por que se devem valorizar nas escolas e na

sociedade, de modo geral, os conhecimentos tradicionais?

Você pode perceber que esses são alguns questionamentos que nos levam a refletir sobre as relações entre

educação e os povos indígenas. Sabemos que precisamos contextualizar essa discussão com as questões que

envolvem a formação histórica da sociedade, marcada pela desigualdade e por formas diversas de

discriminação e de violência. Você é o nosso convidado especial. Aprofunde, sempre que possível, os seus

conhecimentos sobre o tema. Bons estudos!

VAMOS COMEÇAR

A partir de agora, você vai estudar os embaraços e desembaraços envolvendo os povos indígenas, a questão

da preservação cultural e a justiça social. Em seguida, você vai estudar a educação intercultural e bilíngue nas

escolas. Por fim, vai analisar a importância de valorizar os conhecimentos dos povos tradicionais,

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transmitidos de geração em geração ao longo do tempo.

Povos indígenas, preservação cultural e justiça social


Sabemos da importância dos povos indígenas e suas contribuições para a cultura brasileira, aliás, os povos

indígenas são as bases da identidade sociocultural de nosso povo. A preservação cultural dos povos indígenas,

bem como o direito à terra, diante de todo o contexto que envolve a nossa formação histórica, se faz mais do

que necessário e se justifica por si só, de modo que possa haver justiça social. Somente assim seria possível

corrigir minimamente as distorções, violências e atrocidades cometidas pelo homem branco.

Tratar sobre educação e diversidade cultural dos povos indígenas consiste em reconhecer a importância das

políticas da diferença presentes na educação e sociedade brasileira. Preservar a cultura dos povos originários

do Brasil, que é dever de todos os brasileiros, não beneficia apenas os povos indígenas, mas a sociedade

brasileira de modo geral e a diversidade cultural com que nos constituímos ao longo da história.

O resgate cultural dos povos indígenas está presente em nossas memórias quando nos lembramos das

maneiras tradicionais estabelecidas no manuseio das relações com a natureza, que contribuem amplamente

para a preservação do meio ambiente, pauta essencial no contexto da contemporaneidade.

A defesa por esses direitos, a autodeterminação, a terra e a cultura dos povos indígenas são bandeiras

próprias do movimento indígena brasileiro, órgão que se constituiu visando à preservação cultural dos povos

originários do Brasil e à conquista de direitos. Não à toa, é fundamental que seja promovida a justiça social

para os povos indígenas e para a população negra, historicamente explorados pelo trabalho compulsório

realizado no Brasil. Ou seja, da mesma forma que os negros encontram dificuldades para serem incluídos, os

povos indígenas também sofrem por causa da formação desigual e excludente da sociedade brasileira.

Durante o século XX, pensou-se na construção de algumas instituições que buscassem promover a justiça

social para os indígenas. A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (FUNAI) nasce do Serviço de Proteção ao

Índio (SPI), órgão criado no contexto da ditadura militar. A SPI, por sua vez, nasceu do projeto do Marechal

Cândido Rondon, que tinha como objetivo a assimilação do indígena junto à sociedade brasileira de forma

inclusiva, sem violência. No contexto da ditadura, esses projetos buscavam a integração dos povos indígenas

na sociedade brasileira, no sentido de que os indígenas fossem “adaptados” à cultura brasileira, deixando de

lado suas percepções e cosmovisões de mundo, no contexto de nacionalismo exacerbado proposto pelos

militares (Previtelli; Vieira, 2017, p. 105-106).

A questão da demarcação de terras para os povos indígenas é uma maneira de se fazer a justiça social,

restaurativa, afinal eram eles que aqui estavam antes da chegada dos europeus colonizadores. Por isso, é

direito dos povos indígenas acessar as terras que foram retiradas de suas posses em favor de uma política de

colonização.

O Art. 231 da Constituição de 1988 assegura os direitos à cultura, direitos legais e direito à terra para os povos

indígenas, e o Estado terá a obrigação de zelar por esses direitos. É dever de todo o cidadão contribuir para

que esse direito seja preservado, ajudando a desconstruir qualquer estereótipo ou preconceito contra a

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população indígena. Somente em 2002 foi declarado no código civil a competência dos indígenas em gestar

suas vidas, pois, até então, eram considerados incapazes (Previtelli; Vieira, 2017, p. 107), o que nos faz

lembrar, por exemplo, de órgãos como o Serviço de Proteção ao Índio (SPI).

Conscientizados, os líderes indígenas centraram sua luta em função da terra, porém

com abordagens diversas. Algumas questões abordadas são: a regularização do

processo de demarcação das terras indígenas; inspeção das áreas demarcadas para

que não sejam descaracterizadas; ampliação das terras demarcadas, que muitas vezes

são insuficientes para o sistema de vida do grupo indígena ali estabilizado; combate

às empresas que possam se instalar próximos ou até invadir as terras indígenas e que

causam impacto ambiental prejudicando a vida nas aldeias etc.


— (Previtelli; Vieira, 2017, p. 108).

Ao encontro dessas políticas de valorização da cultura indígena, a Lei 11.645/08, como você estudou em aulas

anteriores, foi extremamente importante para a preservação cultural dos povos indígenas, assegurando a

obrigatoriedade dos seus conteúdos nas escolas. Você pode perceber a importância de preservar a cultura dos

povos indígenas, pois ela é fundamental para um mecanismo de inclusão na sociedade de modo geral. A

cultura indígena é bastante vasta, rica e diversa, além de amplamente valiosa, especialmente quando se

reflete sobre os problemas ambientais sofridos pela humanidade.

A biodiversidade, a conservação e a sustentabilidade ambiental propostas pelos povos indígenas,

considerados os guardiões das terras e dos recursos naturais, é algo extremamente importante para a

preservação do meio ambiente e de suas terras no contexto de crise socioambiental vivenciada no

capitalismo contemporâneo. Os conhecimentos tradicionais sobre medicina, agricultura, religião, arte, entre

outros, devem assim ser apreendidos e trabalhados nas escolas, para que todos os estudantes tenham a

oportunidade de conhecer aspectos da cultura dos povos originários.

Figura 1 | Instrumentos musicais indígenas - fotografia de Álvaro Eugénio Neves da Fontoura e António de Almeida

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Fonte : Wikimedia Commons.

Munidos de conhecimentos sobre os conflitos que envolvem a demarcação de terras em território nacional,

os povos indígenas têm lutado para preservar as poucas terras que possuem, algo em torno de 13% do

território nacional, em detrimento das severas ameaças e pressões sofridas por ruralistas e grandes

latifundiários (ISA, 2021). Recentemente, como retrocesso dessa perspectiva da diversidade e da educação, a

aprovação do Marco Temporal fez com que os povos indígenas tivessem direito de ocupar apenas as terras

que ocupavam em 1988, ano da promulgação da Constituição Cidadã.

Como se pode perceber, é preciso que haja justiça social e o reconhecimento de direitos, das terras indígenas,

de modo que essa população tenha autonomia e autodeterminação. Estabelecer meios de diálogo

intercultural e de valorização da diversidade nos espaços da escola contribui para uma maior

conscientização social e para o estreitamento da convivência entre diferentes culturas promovido pelos povos

indígenas, levando ao enriquecimento da cultura.

É preciso que os povos indígenas estejam juntos no processo de tomada de decisões de nossa sociedade. Isto é,

deve-se reconhecer a diversidade cultural, ambiental e a luta por justiça social e inclusão. A preservação

cultural dos povos indígenas, portanto, é fundamental para a construção de uma sociedade plural,

democrática e mais justa.

Educação intercultural e bilíngue

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A educação intercultural e bilíngue é primordial para que os povos indígenas possam ser incluídos na

sociedade de modo mais efetivo, pois assim se contribui para a promoção da igualdade e da valorização da

diversidade cultural. Como se pode perceber, somos uma sociedade multicultural e, por isso, não devemos

economizar esforços para a construção de sociedades mais inclusivas e respeitosas em relação às diferentes

culturas.

O foco dos estudos em educação e diversidade consiste na construção de uma identidade coletiva, mais plural

e democrática. Apesar de todo um processo histórico marcado pelo genocídio e tentativas do Estado brasileiro

de integração da população indígena e suas culturas, muitos povos indígenas resistem na luta pela sua

afirmação. No Brasil, existem catalogadas 274 línguas (IBGE, 2010), entre os 305 povos indígenas (Oliveira,

2016, p. 382).

Tronco linguístico corresponde às afinidades linguísticas que costumam ser organizadas em famílias de

línguas, de modo a identificar origens comuns ou semelhanças. As escolas de educação indígena, e não

apenas elas, devem proporcionar em seus currículos um modelo de educação intercultural e bilíngue que

contribua com a preservação das línguas e das culturas indígenas, uma vez que possibilita aos povos

indígenas o acesso à língua materna e que a trabalhem ao longo de sua formação. A língua, nesse sentido,

possibilita o reconhecimento e a valorização das tradições, cosmovisões e conhecimentos próprios dos povos

indígenas, estreita diálogos entre saberes tradicionais e acadêmicos, empodera e dá autonomia em uma

relação bilateral.

A valorização da diversidade cultural e o reconhecimento das diferentes culturas e a linguagem é muito

importante nesse processo, facilita as condições da população indígena em se desenvolver e melhorar a

capacidade comunicativa, a partir dos conhecimentos da língua materna e da língua portuguesa, entre outras

línguas que porventura aprenderem. Esses conhecimentos são fundamentais para que a população indígena

possa se comunicar com outros povos.

Em educação e diversidade, estima-se que esses diálogos sejam acompanhados do respeito entre as diferentes

culturas. A educação intercultural e bilíngue preserva e fortalece a identidade cultural de grupos étnicos

minoritários, permitindo que os estudantes se reconheçam e se identifiquem na própria cultura. A

aprendizagem multicultural e multilíngue, portanto, estimula a aprendizagem de diferentes línguas e

culturas.

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aprendizagem de diferentes línguas e culturas.

Os povos indígenas têm direito a uma educação escolar específica, diferenciada,

intercultural, bilíngue/multilíngue e comunitária, conforme define a legislação

nacional que fundamenta a Educação Escolar Indígena. Seguindo o regime de

colaboração, posto pela Constituição Federal de 1988 e pela Lei de Diretrizes e Bases

da Educação Nacional (LDB), a coordenação nacional das políticas de Educação

Escolar Indígena é de competência do Ministério da Educação (MEC), cabendo aos

Estados e Municípios a execução para a garantia deste direito dos povos indígenas
— (Educação..., 2013, [s. p.]).

Com isso, esses modelos educacionais buscam reduzir as desigualdades e os preconceitos, favorecendo a

inclusão e o acesso igualitário na educação escolar indígena, a partir do fortalecimento de mecanismos que

incentivem o desenvolvimento da língua e cultura indígenas. Essas medidas, ou seja, a educação intercultural

e bilíngue contribui para a promoção da justiça social e a equidade.

Valorização de conhecimentos tradicionais


Os povos indígenas produziram (e produzem) conhecimentos milenares, essenciais para a preservação

cultural. Infelizmente, em muitas situações, esses saberes são ignorados e/ou recusados pela cultura

dominante e hegemônica. Você deve se lembrar do conceito de epistemicídio que estudamos no começo desta

unidade, e perceber que esse fenômeno tem um propósito nas escolas e demais instituições de ensino.

No entanto, sabemos que as escolas são espaços necessários para a desconstrução de estereótipos,

discriminações e qualquer forma de violência e para a construção de espaços democráticos e inclusivos. A

ideia é a de que as escolas possam valorizar os diversos saberes e os conhecimentos tradicionais

proporcionados pelos povos originários.

Afinal, sabemos da riqueza dos saberes acumulados pelos povos indígenas, comunidades quilombolas, povos

tradicionais e/ou minoritários ao longo do tempo e por diferentes comunidades. Os saberes e conhecimentos

dos povos originários são transmitidos ao longo do tempo e abrangem agricultura, medicina tradicional,

técnicas de preservação ambiental (rotação de culturas), artes, mitologia, cosmologia, entre outros

conhecimentos.

Valorizar os conhecimentos tradicionais significa respeitar a diversidade de saberes e conhecimentos

existentes nas diferentes culturas que coabitam um mesmo meio social. Como se pode perceber até aqui, em

educação e diversidade, não existem conhecimentos melhores ou piores, eles são apenas formas de

conhecimento diferentes entre si.

Os conhecimentos tradicionais são elementos essenciais para a preservação da identidade cultural e para a

transmissão de valores e tradições de um grupo étnico. Por isso, é importante que as equipes

multidisciplinares para a educação das relações étnico raciais nas escolas trabalhem conteúdos e saberes das

populações tradicionais junto a seus estudantes.


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Os afro-brasileiros, embora pela diáspora, tenham tido uma história diversa quanto à

separação em grupos étnicos, também têm uma identidade que os identifica como tal.

De alguma forma foram preservadas suas culturas, seus modos de falar, de viver sua

religião, de presenciar a vida e a morte, de contar suas histórias. É por meio da

cosmovisão dessas populações, das histórias orais, que suas memórias podem ser

mantidas. Stuart Hall (2004, p. 29) escreve que: “Possuir uma identidade cultural [...] é

estar primordialmente em contato com um núcleo imutável e atemporal, ligando o

passado, o futuro e o presente numa linha ininterrupta. Esse cordão umbilical é o que

chamamos de ‘tradição’ [...]


— (Previtelli; Vieira, 2017, p. 109-110).

É preciso dar o devido empoderamento e autonomia para os saberes das comunidades indígenas,

especialmente quando esses saberes se tornam cada vez mais relevantes no enfrentamento dos desafios
vivenciados pela humanidade no contexto atual, marcado por problemas como o aquecimento global, a

poluição, o desmatamento, entre outros.

Nesse sentido, como se pode perceber, os povos indígenas contribuem a partir dos saberes tradicionais para o

conhecimento global. A sustentabilidade ambiental, na qual muitos saberes/conhecimentos estão diretamente


ligados à preservação e manejo sustentável dos recursos naturais, é igualmente importante nesse processo e

deve ser disseminada nas escolas.

VAMOS EXERCITAR

Você estudou nesta aula sobre educação e povos indígenas, tomando como percurso um breve roteiro de

questionamentos que referenciaram a problematização. Vamos a eles: qual a importância da preservação


cultural dos povos indígenas? Você estudou sobre a preservação cultural dos povos indígenas, bem como o

direito à terra, diante de todo o contexto que envolve a nossa formação histórica, algo que se faz mais do que
necessário e se justifica por si só, de modo que possa haver o mínimo de justiça social. Os ensinamentos e as

relações estabelecidas nessa mediação com a natureza contribuem amplamente para a preservação do meio
ambiente, pauta essencial no contexto da contemporaneidade.

Quais as principais reivindicações do movimento indígena brasileiro? É um órgão que se constituiu visando à
preservação cultural dos povos originários do Brasil e à conquista de direitos. Assim, tem como objetivo a

defesa de direitos como a autodeterminação, a terra e a cultura dos povos indígenas.

No atual contexto em que estamos inseridos, de que modo é possível estabelecer justiça social para os povos

indígenas? A justiça social é fundamental para os povos indígenas e para a população negra, historicamente
explorados pelo trabalho compulsório realizado no Brasil. Como você estudou, da mesma forma que os

negros encontram dificuldades para serem incluídos, os povos indígenas também sofrem por causa da
formação desigual e excludente da sociedade brasileira. A questão da demarcação de terras para os povos

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indígenas é uma maneira de se fazer a justiça social, restaurativa, afinal eram eles que aqui estavam antes da

chegada dos europeus colonizadores. Você percebeu a necessidade da justiça social e o reconhecimento de
direitos das terras indígenas, de modo que essa população tenha autonomia e autodeterminação.

Outro questionamento proposto foi: qual a importância da educação intercultural e bilíngue nas escolas de
educação indígena? Como você estudou, a educação intercultural e bilíngue é primordial para que os povos

indígenas possam ser incluídos na sociedade de modo mais efetivo, pois assim se contribui para a promoção
da igualdade e da valorização da diversidade cultural. As escolas de educação indígena, e não apenas elas,

devem proporcionar em seus currículos um modelo de educação intercultural e bilíngue, pois contribui para
preservar e fortalecer a identidade cultural de grupos étnicos minoritários, permitindo que os estudantes se

reconheçam e se identifiquem na própria cultura.

Enfim, por que se devem valorizar nas escolas e na sociedade de modo geral os conhecimentos tradicionais?

Como você estudou, as escolas são espaços necessários para a desconstrução de estereótipos, discriminações e
qualquer forma de violência e para a construção de espaços democráticos e inclusivos. Nessas instituições, é

possível valorizar os diversos saberes e os conhecimentos tradicionais proporcionados pelos povos


originários. Você estudou que valorizar os conhecimentos tradicionais significa respeitar a diversidade de

saberes e conhecimentos das diferentes culturas que coabitam um mesmo meio social, sendo elementos
essenciais para a preservação da identidade cultural e para a transmissão de valores e tradições de um grupo

étnico.

 Saiba mais

Povos indígenas, preservação cultural e justiça social


Para aprofundar os seus conhecimentos sobre os povos indígenas, recomendamos a leitura do
livro Povos indígenas e direitos territoriais, de Leandro Ferreira Bernardo. Você encontra esse material

em nossa Biblioteca Virtual.

Educação intercultural e bilíngue


Para o aprofundamento dos estudos sobre os saberes e conhecimentos dos povos indígenas,
recomendamos que você assista à animação Ga vī : a voz do barro. A animação foi criada através das

memórias narradas por Gilda Wankyly Kuita e Iracema Gãh Té Nascimento, com imagens e sons
captados na Terra Indígena Kaingang Apucaraninha (PR) durante o encontro de mulheres Ga vī : a voz do

barro, conversando com a terra. Você pode encontrar essa animação, pesquisando na internet.

Valorização de conhecimentos tradicionais


Para que você possa conhecer mais e valorizar os conhecimentos tradicionais, sugerimos que explore a

página Cartas Indígenas ao Brasil. Conheça as perspectivas apresentadas pelos povos indígenas no Brasil.

Aula 5

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ENCERRAMENTO DA UNIDADE

PONTO DE CHEGADA

Educação e violências
Nos estudos sobre as relações entre educação e as políticas da diferença, você conheceu Pierre Bourdieu e sua

importância nos estudos sobre educação e diversidade. O sociólogo desenvolveu a teoria da reprodução da
violência simbólica que está presente na educação e seus sistemas de ensino transmitidos pelas escolas e

pelos centros educacionais. Esse conceito nos ajuda a pensar nas características das escolas e seus sistemas,
modelos e métodos de ensino, afinal, segundo Bourdieu, eles reproduzem as desigualdades sociais e

educacionais. Relacionado a essas discussões, o conceito de epistemicídio ilustra a maneira com que as
formas de violência simbólica ocorrem nas escolas. O epistemicídio é um termo cunhado pelo sociólogo

Boaventura Sousa Santos que explica a morte da construção do conhecimento. Na instituição de ensino, na
qual se transmite o conhecimento científico, portanto, saberes interligados aos conhecimentos, cultura e visão

de mundo das classes dominantes, verifica-se uma forma de violência praticada pela (e na) escola, que é
constituída a partir das relações sociais e de poder, o que, por sua vez, se relaciona ao epistemicídio. O

produto da intolerância corresponde a formas diversas de violência simbólica e material reproduzida pela
sociedade e que se manifesta nas práticas de preconceito, discriminação e intolerância. O produto é, portanto,

a perpetuação da estrutura de desigualdades sociais, econômicas, educacionais, culturais e de gênero,


historicamente estabelecidas em nosso meio social. E o(s) produtor(es) da violência na sociedade são a

estrutura social em que a escola está inserida, a classe dominante que mantém o status quo vigente e as
escolas, bem como a reprodução da violência (os agentes), segundo Bourdieu.

Educação e aspectos legais da diversidade


Nas últimas décadas, foram promulgadas políticas públicas educacionais que reconhecem a importância da
diversidade social e cultural do Brasil. Cabe-nos destacar essas políticas como avanços para a sociedade

brasileira como resultado das reivindicações dos movimentos sociais e da sociedade civil organizada.

A Lei 10.639/03 torna o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana obrigatório nos

estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares de todo o país. A Lei 11.645/08 inclui
a abordagem sobre a cultura indígena, tornando-a igualmente obrigatória na educação básica em todas as

modalidades de ensino e em todos os componentes curriculares (disciplinas). Ambas as legislações


contribuem significativamente para promover mudanças que ampliam a perspectiva de uma escola inclusiva

do ponto de vista social, plural e democrática, sobretudo porque promove o reconhecimento da diversidade
cultural. A Lei nº 12.711/12, conhecida como a Lei de Cotas nas Universidades garante a reserva de 50% das

matrículas por curso e turno nas 59 universidades federais e 38 institutos federais de educação, ciência e
tecnologia a alunos oriundos integralmente do ensino médio público, em cursos regulares ou da educação de

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jovens e adultos. E a Lei 13.146/15, a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência tem como objetivo

garantir e promover os direitos e a inclusão das pessoas com deficiência em diferentes aspectos da vida
social, cultural, econômica e política. Isso representou um avanço significativo na garantia dos direitos das

pessoas com deficiência, pois se baseia nos princípios da dignidade, igualdade, autonomia e inclusão e
participação na sociedade.

Educação e movimento negro


As questões relacionadas à educação e ao movimento negro são importantes para a conquista de direitos da
população negra, relegada historicamente a condições desiguais para a reprodução da vida. Mesmo com a

abolição da escravatura no Brasil, em 1888, que determinou o fim da escravização dos negros no Brasil, isso
não representou condições igualitárias de acesso a oportunidades e direitos para essa população, como o que

se verificou com as políticas de branqueamento e de eugenia. É preciso compreender a importância do


Movimento negro unificado na conquista de direitos pela população negra. A política de cotas é um exemplo

de políticas de ações afirmativas, uma medida que contribui para garantir o acesso igualitário para todas as
pessoas. Outro conceito importante que estudamos nesta aula foi o mito da democracia racial, que oculta as

desigualdades étnico-raciais existentes historicamente em nosso país. A existência do racismo estrutural, que
se reverbera até os dias de hoje com a segregação racial, escancara as formas de discriminação e as

desigualdades raciais aqui vivenciadas por muitos grupos excluídos social e economicamente. Enfim, a
educação tem um papel importante no combate ao racismo estrutural e às formas de violência associadas às

questões étnico-raciais. Deve-se promover suas ações para além dos muros da escola, no combate ao
preconceito, à discriminação e à intolerância.

Educação e povos indígenas


Nos estudos sobre educação e povos indígenas, devemos nos lembrar da importância da preservação cultural

dos povos indígenas, o direito à terra, diante de todo o contexto que envolve a nossa formação histórica. A
educação é uma instituição que promove justiça social nesse contexto.

O movimento indígena brasileiro defende a preservação cultural dos povos originários do Brasil e a conquista
de direitos, tendo como objetivo a defesa desses direitos, a autodeterminação, a terra e a cultura dos povos

indígenas. A educação intercultural e bilíngue é primordial para que os povos indígenas possam ser incluídos
na sociedade de modo mais efetivo, contribuindo para a promoção da igualdade e da valorização da

diversidade cultural. Nesse sentido, as escolas são espaços necessários para a desconstrução de estereótipos,
discriminações e qualquer forma de violência e para a construção de espaços democráticos e inclusivos, onde

seja possível valorizar os diversos saberes e os conhecimentos tradicionais proporcionados pelos povos
originários. Isso significa respeitar à diversidade de saberes e conhecimentos existentes nas diferentes

culturas, elementos essenciais para a preservação da identidade cultural brasileira

 Reflita
1. Quais os aspectos legais da diversidade na educação?

2. Quais são as estratégias para trabalhar a história e cultura negra e indígena nas escolas?
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3. De que forma a violência simbólica está presente na escola e nas instituições de ensino em nossa

sociedade?

É HORA DE PRATICAR

Para o estudo de caso desta unidade, imagine-se como um educador que integra a Equipe Multidisciplinar
para a Educação das Relações Étnico-Raciais de uma escola brasileira. Para o encaminhamento deste estudo

de caso, você deve se lembrar que a escola é reflexo da sociedade brasileira, ou seja, um país multicultural e
caracterizado pela diversidade com que se constitui a população brasileira. Além disso, você também deve

levar em consideração as reformas educacionais da educação básica no atual contexto proposto pela Base
Nacional Comum Curricular (BNCC) que levou à reformulação da organização curricular das escolas

brasileiras, sob a perspectiva da emergência de novas possibilidades na abordagem dos conteúdos por
competências e habilidades, de forma interdisciplinar, entre as áreas do conhecimento.

Sabemos que a educação para as relações étnico-raciais e o ensino de história e cultura afro-brasileira,
africana e indígena têm sido um grande desafio para os educadores, diante das contradições sociais presentes

historicamente em nossa sociedade, e das formas de violência simbólica que são reproduzidas na escola. No
entanto, sabemos que a temática do ensino da história e da cultura afro-brasileira, africana e indígena tem

oportunizado momentos significativos para os educadores implementarem as Leis nº 10.639/03 e nº 11.645/08


no espaço escolar, sobretudo por meio das ações da Equipe Multidisciplinar para a Educação das Relações

Étnico- Raciais. Como vimos, a escola é o lócus, por excelência, de estudos, reflexões, diálogos, debates e
mobilizações diversas sobre a diversidade cultural em suas matrizes étnicas que compõem a nossa

população, bem como as especificidades da pluralidade cultural da população brasileira.

Sabendo das possibilidades múltiplas da Equipe Multidisciplinar para a Educação das Relações Étnico-Raciais,

de que modo você pode contribuir para uma educação mais inclusiva visando a diversidade étnico-racial?
Como você poderia contribuir para a erradicação de manifestações de discriminação, estereótipos e de

desconhecimento da história e cultura dos grupos étnicos representados na comunidade escolar?

Para a resolução desse estudo de caso sobre as relações entre educação e políticas da diferença, você deve se

lembrar que nos estudos em educação e diversidade, devemos reconhecer a formação das identidades
socioculturais e o papel da educação com o reconhecimento da valorização da diversidade, compreendendo

os aspectos formadores das desigualdades, que se manifesta de diversas formas em nosso país. Nesse estudo
de caso, lembre-se de que se encontra na condição de um educador que integra a Equipe Multidisciplinar

para a Educação das Relações Étnico-Raciais de uma escola brasileira.

Quando pensamos no papel das equipes multidisciplinares, percebemos a necessidade de integrar um

movimento coletivo no ambiente escolar, envolvendo todos os agentes educacionais de uma escola. Não
devemos supor que essa tarefa é de um ou de outro componente curricular, mas deve haver um movimento

que envolva toda a comunidade escolar, trabalhando a interdisciplinaridade de maneira pedagógica, com
questões latentes no cotidiano escolar, como a discriminação racial e também o ocultamento da diversidade

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étnico-racial presente em nossa sociedade. Lembre-se sempre de que a instituição escolar se propõe a
valorizar e respeitar a diversidade étnica e cultural da história dos povos africanos, indígenas e da cultura

afro-brasileira e suas contribuições na constituição da identidade do povo brasileiro.

Assim, retomamos os questionamentos propostos em nosso estudo de caso: de que modo você, na condição de

integrante da equipe multidisciplinar da escola, poderia contribuir para uma educação mais inclusiva para a
diversidade étnico-racial? Como você poderia contribuir para a erradicação de manifestações de

discriminação, estereótipos e de desconhecimento da história e cultura dos grupos étnicos representados na


comunidade escolar? Perceba que, o seu papel, é justamente contribuir para uma mudança de

comportamento de maneira positiva, em relação à posição ocupada pelos negros e indígenas na sociedade.
Trata-se de promover atividades que incentivem as ações culturais indígenas e afro-brasileiras na escola e de

práticas pedagógicas, que se objetivam pelo respeito entre os seres humanos e a valorização das
contribuições de todas as culturas que ajudaram a enriquecer a cultura brasileira. Afinal, desejamos uma

sociedade com justiça social e, para isso, não devemos poupar esforços para que as escolas se tornem
territórios de equidade e respeito, espaço adequado à formação de todos os cidadãos.

Devemos ter sempre em mente que a sociedade brasileira é plural, e mais do que compreender essa
pluralidade, torna-se importante o conhecimento, o respeito e a valorização de todas elas, especialmente a

presença negra e indígena, que muitas vezes são invisibilizadas no currículo escolar. Devemos conectar essas
experiências ao cotidiano escolar, para torná-las reconhecidas por todos os atores envolvidos com o processo

pedagógico, em especial professores, agentes educacionais, pais, mães, responsáveis e estudantes. Portanto, é
necessário que haja essa reflexão coletiva dos agentes educadores para que a escola não seja um espaço

excludente, mas que seja um local integrador, no qual as diferenças não sejam apagadas ou escondidas, mas
reconhecidas.

Dessa forma, você pode contribuir com a equipe multidisciplinar de sua escola, participando, conduzindo e
mobilizando toda a escola em ações das equipes multidisciplinares, com a oportunidade de estender o

desenvolvimento dos estudos sobre as questões indígenas e étnico-raciais em todos os componentes


curriculares. Isso pode se dar mediante a inclusão de conteúdos e atividades que abordem a história e cultura

afro-brasileira e indígena nos materiais didáticos e nas metodologias pedagógicas, além de outras atividades
extracurriculares que envolvam estudantes, professores e comunidade escolar para a discussão de questões

étnico-raciais e a promoção da diversidade no combate a práticas discriminatórias.

Por fim, você deve considerar sempre nesse trabalho as Leis 10.639/03 e 11.645/08, que tratam da necessidade

de trabalhar a cultura indígena, africana e afro-brasileira em todos os componentes da escola, bem como as
ações desenvolvidas no plano de ação da equipe multidisciplinar da escola que você ajudou a construir. E

essas atividades devem ser trabalhadas ao longo de todo o ano letivo.

DÊ O PLAY!

ASSIMILE
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O mapa mental a seguir mostra as principais políticas públicas de ações afirmativas e de inclusão no Brasil

promulgadas nas últimas décadas.

REFERÊNCIAS

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Jundiaí, SP: Paco Editorial, 2022.

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Boitempo, 2022.

Aula 2
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TOLENTINO, L. Sobrevivendo ao racismo: memórias, cartas e o cotidiano da discriminação no Brasil. 1. ed.

Campinas: 7 Mares, 2023.


Imagem de capa: Storyset e ShutterStock.

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