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Devido ao crescente aumento das relações entre grupos empresariais que se deu a partir dos anos
80/90, tornou-se imperativo alguma regulamentação não só do ponto de vista juridico mas
também do ponto de vista contabilistico (que é o que nos interessa). E sobre este ultimo ponto a
IASB (internationl Accounting Standards Board) decidiu criar a norma IAS 22 que posteriormente
actualizou para IFRS 3.
Entende-se como partes de capital as acções ou quotas detidas pela entidade. As partes de capital
são detidas com caracter de permanência, ou seja, com o objectivo de controlar ou influenciar a
gestão da empresa da qual se detém partes de capital e/ou de obter rentabilidade a médio e longo
prazo.
OUTRAS EMPRESAS: são aquelas que não possam ser consideradas como empresas
subsidiárias nem como empresas associadas.
A. RECONHECIMENTO INICIAL
D: 37.9 – Outros valores a receber e a pagar (se houver juros decorridos até ao momento de
aquisição a receber na data de vencimento)
Se no momento da venda o valor contabilistico for MENOR que o valor da venda existe um GANHO
Se no momento da venda o valor contabilistico for MAIOR que o valor da venda existe uma PERDA
a) Registo da alienação em caso de ganho
Os rendimentos de capitais, que é o caso dos rendimentos obtidos pelas participações em partes
de capital de outras entidades estão sujeitos ao Imposto de Aplicação de Capitais (Decreto
Legislativo Presidencial nº 2/14, de 20 de Outubro.
Acrescentar que para além dos rendimentos “habituais” como lucros são também tributados:
De acordo com o art.º do mesmo código, estes rendimentos são sujeitos a retenção na fonte,
sendo a liquidação de imposto efectuada pelas entidades a quem incumbe o pagamento dos
rendimentos. A sujeição ao imposto ocorre nos termos do art.º 11º.
Referir que para efeito do cálculo do imposto industrial os rendimentos e gastos sujeitos ao IAC
não concorrem para o cálculo do referido imposto.
CONCLUSÕES:
Este método, segundo as normas internacionais só deveria ser utilizado no caso de aquisição de
partes de capital cujo percentual adquirido seja inferior a 50% ou seja, provado que a detentora
das partes de capital não exerce controlo na participada.
Nos casos em que se exerce controlo e o percentual do capital próprio detido é superior a 50%
deve-se, obrigatoriamente aplicar o Método de Equivalência Patrimonial.
III. O MÉTODO DE EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL
Breve Resumo:
Um investimento de 1.000 u.m. em uma outra entidade equivalendo a 10% desta mesma
sociedade. A aplicação do MEP, significa que ao analisar o capital próprio da entidade na qual se
investiu estes 10% têm de ter sua equivalência no activo da empresa investidora e ajustar, caso
seja necessário, as 1.000 u.m. e todas as flutuações do patrimonio liquido da sociedade investida.
No caso de empresas associadas (entre 20% e 50%) e outras empresas (< 20%) pode-se utilizar o
método de custo.
A IFRS3 refere que “o investimento numa entidade é inicialmente reconhecido pelo custo e a
quantia escriturada é aumentada ou diminuida para reconhecer a parte do investidor nos
resultados da investida depois da data de aquisição. A parte do investidor nos resultados da
investida é reconhecida nos resultados do investidor. As distribuições recebidas de uma investida
reduzem a quantia escriturada do investimento. Podem também ser necessários ajustamentos na
quantia escriturada, para alterações no interesse proporcional do investidor na investida
resultantes de alterações no capital próprio da investida que não tenham sido reconhecidas nos
resultados da investida (reavaliações e diferenças de transposição de moeda estrangeira). A parte
do investidor nessas alterações é reconhecida directamente no seu capital próprio.
A IFRS 3 também estipula que no reconhecimento inicial da aquisição do investimento por parte
do investidor, “qualquer diferença entre o custo do investimento e a parte do investidor no justo
valor liquido dos activos, passivos e passivos contigentes identificaveis da associada deverão ser Comentado [AS1]: O mesmo que se referir ao Capital
contabilizadas.” Próprio
Portanto:
b) Qualquer excesso da parte do investidor no justo valor liquido dos activos, passivos e
passivos contigentes identificaveis da associada acima do custo do investimento é
excluido da quantia escriturada do investimento é incluido como rendimento na
determinação da parte do investidor nos resultados da associada no periodo em que o
investimento é adquirido. (CA < JV)
1. Ser acrescidas:
2. Ser reduzidas:
De notar que depois de o interesse do investidor numa associada ser reduzido a zero, as perdas
adicionais são tomadas em consideração através do reconhecimento de uma provisão mas
apenas nos casos em que o investidor tenha incorrido em obrigações legais ou implicitas ou tenha
feito pagamentos em nome da associada. Se posteriormente a associada apresentar lucros, o
investidor retoma o reconhecimento da sua parte em tais lucros apenas depois de tal parte igualar
as perdas não reconhecidas.
Refira-se, por último, que dado que o goodwill incluido na quantia escriturada de um investimento
numa associada não é reconhecido separadamente, a totalidade de tal quantia é testada quanto
a imparidade comparando-a com quantia recuperavel, que é o mais elevado entre o valor de uso e
o justo valor, menos os custos para vender. Se existir imparidade relativamente ao investimento, a
mesma afecta em primeiro lugar a quantia respeitante ao goodwill implicito, a qual não é passivel
de ser objecto de reversão no futuro.
1
Custo de Aquisição
2
Justo Valor
EXEMPLO 1
Em 31/12/n+1 a empresa Beta aplicou pela primeira vez o MEP a uma participação que detém 75%
do capital próprio da empresa Celta, SA. A participação foi aquirida há 10 anos por 100 u.m. sendo
presentemente possivel determina o eventual goodwill contido naquela quantia. Por outro lado,
sabe-se que o CP da empresa Celta, SA em 31/12/n0, era de 1000 u.m.
1º Passo, determinar a valorização nos activos da empresa Belta resultante do investimento feito
há 10 anos
- Aplicar o percentual da quota-parte que detém na empresa Celta (75%) sobre o valor do
capital Próprio 1.000 u.m. = 750 u.m.
- Considerando que já existe um registo inicial de 100 u.m. o valor do goodwill seria de 750 -
100 = 650
13 Investimentos financeiros
13.1 IF em empresas subsidiarias
13.1.1 IF em empresas Sub – Partes de capital 650
56 Reservas de Reavaliação
56.2 Reservas de Reavaliação autonomas 650
B. Resolução do cenário a)
Registos:
13 Investimentos financeiros
13.1 IF em empresas subsidiarias
13.1.1 IF em empresas Sub – Partes de capital 45
67 Prov. Ganhos Financ.Filiais Assoc.
67.1 Rendimento de participações de Capital
67.1.1.1 Rend. De Part. Cap. em subsidiárias (MEP) 45
Registo do lucro, no caso de ser atribuido em n+2, (Imaginemos 40 u.m. dos 60 efectivamente
obtidos como lucros):
13 Investimentos financeiros
13.1 IF em empresas subsidiarias
13.1.1 IF em empresas Sub – Partes de capital 30
56 Reservas de Reavaliação
56.2 Reservas de Reavaliação autonomas 15
C. Resolução do cenário b)
Registos:
13 Investimentos financeiros
13.1 IF em empresas subsidiarias
13.1.1 IF em empresas Sub – Partes de capital 15
Registo da cobertura do prejuizo, no caso de ser imputado em n+2:
13 Investimentos financeiros
13.1 IF em empresas subsidiarias
13.1.1 IF em empresas Sub – Partes de capital 15
D. Resolução do cenário c)
Registos:
13 Investimentos financeiros
13.1 IF em empresas subsidiarias
13.1.1 IF em empresas Sub – Partes de capital 60
Pode-se perguntar, porque é que não existe nenhum registo na empresa BETA do aumento
do capital social da empresa Celta SA? Porque este aumento resultou entre contas do
capital próprio, tendo sido apenas um facto patrimonial permutativo do capital próprio.
E. CASO PRÁTICO 1
A Sociedadade ABC, SA detém 1 400 000 acções das 4 000 0000 acções que constituem o capital
social da XYZ, S.A. No ano de 2022, a sociedade XYZ, S.A. Obteve um resultado liquido no periodo
de 323 000 USD e pagou aos accionistas 127 000 USD de dividendos relativos a resultados
apurados em anos anteriores.
Face ao exposto, a 31 de dezembro de 2021, aquela participação financeira deve figurar no balanço
da sociedade ABC, SA pelo valor de :
2º Passo – Determinar o valor do resultado que terá de ser imputado nas contas da empresa ABC
3º Passo – Determinar o valor dos lucros a serem atribuidos e sua quota-parte na empresa ABC
Nota: considere que os dividendos são tributados em sede de IAC e a taxa é de 10%
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Carlos Baptista da Costa, Gabriel Correia Alves (2013): Contabilidade Financeira 8ª Edição