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1.

Elaboração e controle dos processos de avaliação

Manfredini (2014, p. 94) afirmam que os recursos das TICs possibilitam novas maneiras
de ensinar e aprender, mediante o grande manancial de informações disponíveis, a
grande diversidade de formatos e a disseminação do acesso à web, permitindo múltiplas
perspectivas educacionais.

No sentido de busca pela formação de alunos mais preparados e envolvidos com uma
sociedade imergida em tecnologia, é importante considerar que a presença e o uso das
tecnologias da informação e do comunicação no espaço escolar contribui para
transformar a prática docente constituída por um modelo centrado no seu falar-ditar e
passa a disponibilizar ao aluno autoria, interação, colaboração, participação,
manipulação, coautoria e acesso a informações as mais variadas possíveis, facilitando
permutas, associações, formulações e modificações na mensagem (Silva, 2006).

Ainda para Silva (2006) o docente deve saber que disponibilizar as TIC em sala de aula
significará: oferecer múltiplas informações (em imagens, sons, textos, etc) utilizando,
ou não tecnologias digitais, mas sabendo que essas, utilizadas de modo interativo,
potencializam consideravelmente ações que resultam em conhecimento; ensejar
(oferecer ocasião de) e urdir (dispor entrelaçados os fios da teia, enredar) múltiplos
percursos para conexões e expressões com o que os alunos possam contar no ato de
manipular informações e percorrer percursos arquitetados; estimular cada aluno a
contribuir com novas informações e a criar e a oferecer mais e melhores percursos,
participando como coautor do processo.

MORAN (2000), diz que a avaliação deve se sobressair sobre os aspectos qualitativos e
resultados ao longo do processo em detrimento dos aspectos quantitativos e eventuais
provas finais. Ela também permite rever e/ou refletir sobre os resultados e promover
situações de ensino que visem superar dificuldades e possíveis atrasos no processo de
aprendizagem.

A avaliação, ao não se restringir ao julgamento sobre sucessos ou fracassos do aluno, é


compreendida como um conjunto de atuações que tem a função de alimentar, sustentar e
orientar a intervenção pedagógica. Acontece contínua e sistematicamente por meio da
interpretação qualitativa do conhecimento construído pelo aluno (...). A avaliação
subsidia o professor com elementos para uma reflexão contínua sobre a sua prática,
sobre a criação de novos instrumentos de trabalho e a retomada de aspectos que devem
ser revistos, ajustados ou reconhecidos como adequados para o processo de
aprendizagem individual ou de todo grupo (Brasil, 1997, p.55).

Segundo CORDEIRO, (2009), pode-se se recorrer as TICs como instrumento


tecnológico usando:

 Laboratório de computadores – explorando o domínio de planilhas,


processadores de texto, softwares para elaboração e apresentação de slides e
comunicação;
 Softwares para gerenciamento de conteúdos – utilizados para a construção de
sites, salas de bate papo entre outras finalidades pedagógicas;
 Filmagens – explorando os recursos de fotografias, captura e gravações de
vídeo;
 Salas de gerenciamento de rede – explorando conhecimentos sobre comandos
de sistema, tráfego de informações em rede de computadores, velocidade de
transmissão de informações, segurança em redes e outras funções relevantes;
 Microfones – para uso em captura de áudios como depoimentos, som ambiente
e outros;
 Mídias digitais – explorando recursos de armazenamento como, cartão de
memória, CD, DVD;
 Tecnologias de videoconferência – usando como apoio à disponibilização de
conteúdos digitais e mecanismo de apoio didático;
 Tecnologias de edição de conteúdos – na edição de vídeo, áudio, animação,
livros, revistas e outros.

2. Inteligência artificial Generativa e a Educação

Segundo a Unesco (2020), a introdução da IA generativa, representa uma mudança


significativa na forma como a tecnologia é usada no ambiente educacional. Esta
tecnologia, que gera conteúdo com base em vastas bases de dados e aprendizado prévio,
oferece respostas previstas para solicitações dos usuários. A IA generativa pode criar
material educacional, fornecer respostas a perguntas e até mesmo desempenhar um
papel de tutor virtual.

A IA generativa traz desafios e oportunidades para a educação. Por um lado, sua


capacidade de fornecer respostas rápidas e personalizadas pode ser uma ferramenta
valiosa para estudantes e professores. No entanto, também levanta questões éticas e
pedagógicas, incluindo a possibilidade de substituir o trabalho docente por máquinas
treinadas.

A Inteligência Artificial Generativa (IAG) representa uma nova fronteira na evolução da


Inteligência Artificial (IA), caracterizada por sua capacidade de gerar novos dados e
conteúdos de maneira autônoma. Ao contrário dos sistemas de IA tradicionais, focados
em analisar e interpretar dados existentes, a IAG utiliza algoritmos de aprendizado de
máquina, incluindo redes neurais profundas, para criar novos conteúdos que são únicos
e inovadores. Isso é alcançado através do treinamento em vastos conjuntos de dados,
onde a IAG aprende padrões, estilos e estruturas, permitindo-lhe gerar saídas que,
embora baseadas em dados existentes, são distintamente novas e criativas, (Akinwalere,
2022).

2.2. Aplicações na Educação


Segundo Kerres, (2020), a aplicação da IAG na educação é diversificada e em rápida
expansão. Algumas das aplicações notáveis incluem:
1. Sistemas de Tutoria Inteligente: Estes sistemas utilizam a IAG para fornecer
instruções e feedback personalizados aos alunos, adaptando-se ao seu progresso e
necessidades individuais.
2. Ferramentas de Criação de Conteúdo: A IAG pode ajudar educadores a criar
materiais didáticos inovadores, como simulações interativas e módulos de aprendizagem
imersivos. Por exemplo, uma ferramenta de IAG pode gerar cenários de estudo de caso,
enriquecendo a experiência de aprendizado.
3. Simulações Educativas: A IAG pode criar ambientes de simulação realistas,
permitindo que os alunos experimentem situações do mundo real em um ambiente
controlado. Jogos educativos, cenários imaginários e ambientes de testes possibilitam a
criação de diferentes estratégias de aprendizagem.
2.3. Desafios éticos
A adoção da IAG na educação traz consigo uma série de considerações éticas
significativas. Como a IAG frequentemente requer grandes volumes de dados para
treinamento e operação, existe o risco de exposição ou uso indevido de informações
sensíveis. Além disso, questões sobre consentimento e transparência no uso de dados
podem afetar a liberdade humana, (Kerres, 2020).
O potencial de viés em algoritmos de IA é outro desafio ético. Se não for
adequadamente gerenciado, a IAG pode perpetuar ou até amplificar vieses existentes em
seus conjuntos de dados de treinamento, levando a resultados discriminatórios. Isso é
particularmente preocupante em contextos educacionais, onde tais vieses podem afetar
negativamente a equidade e a inclusão, (Kerres, 2020).

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