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1. Introdução
As forças que mantêm os átomos unidos são fundamentalmente de natureza eléctrica e são
chamados de Ligações Químicas.
Ligações intramoleculares são aquelas que acontecem dentro da mesma molécula. Dentre elas
destacam-se:
Ligações iónicas,
Covalentes, e
Metálicas.
Ligações intermoleculares são aquelas que ocorrem entre moléculas. Dentre elas destacam-se:
Todos os gases nobres, com excepção do He, têm uma configuração s2p6.
Regra do octeto: os átomos tendem a ganhar, perder ou compartilhar electrões até que eles
estejam rodeados por 8 electrões de valência (4 pares de electrões).
Cuidado: existem várias excepções à regra do octeto.
O gás nobre mais próximo do Na é o Ne, e do Cl, o Ar, cujas configurações electrónicas são:
10Ne: 1s22s22p6
18Ar: 1s22s22p63s23p6
Comparando a configuração electrónica do Na com a do Ne, concluímos que a sua estabilidade
será alcançada pela perda de um electrão, para se tornar isoelectrónico do Ne; já o Cl, para se
tornar isoelectrónico do Ar, precisa receber um electrão.
O resultado da atracção electrostática entre a carga positiva do catião Na+ e a carga negativa do
anião Cl- é a ligação iónica.
A principal razão pela qual os compostos iónicos são estáveis é a atracção entre iões de carga
oposta. Nesta atracção, há libertação de energia e fazendo com que os iões formem um arranjo
sólido. Uma medida de quanta estabilização resulta do arranjo de iões de cargas opostas em um
sólido iónico é dada pela energia de rede.
A energia de rede não pode ser medida directamente. No entanto, se conhecermos a estrutura e a
composição de um composto iónico, podemos calcular a energia de rede do composto iónico
usando a lei de Coulomb, a qual estabelece que a energia potencial (E) entre dois iões é
Para um único ião Li+ e um único ião F- separados pela distância r, a energia potencial é dada por
QLi QF
Ek
r
Em que QLi+ e QF- são as cargas dos iões Li+ e F- e k é a constante de proporcionalidade. Visto
que QLi+ é positiva e QF- é negativa, E é uma quantidade negativa, e a formação de uma ligação
iónica entre Li+ e F- é um processo exotérmico. Consequentemente, é necessário fornecer energia
para inverter o processo (em outras palavras, a energia de rede do LiF é positiva) e, portanto, um
par ligado de Li+ e F- é mais estável do que os iões Li+ e F- separados.
Podemos seguir a formação do LiF a partir dos seus elementos por meio de cinco etapas
separadas:
1
Lei de Hass é uma consequência da lei de conservação de energia, que estabelece: o efeito calorífico
(térmico) de uma reacção química (isto é, a variação de entalpia ou da energia interna do sistema durante
a reacção) depende somente do estado inicial e final das substâncias que intervêm na reacção e não
depende dos estados intermédios do processo.
1
2 F2 ( g ) F ( g ) H 2o 75,3kJ / mol
A energia necessária para quebrar as ligações de 1 mol de F2 é 150,6 kJ. Como estamos
considerando a quebra de ½ mol de F2, a variação de entalpia é 150,6/2 ou 75,3 kJ/mol.
3. Ionização de 1 mol de átomos de lítio gasoso:
Li( g ) Li ( g ) e H3o 520kJ / mol
Este processo corresponde à primeira ionização do lítio.
4. Adição de 1 mol de electrões a 1 mol de átomos de F gasosos. A energia que se requere é
a afinidade electrónica do flúor e tem um valor negativo (-328 kJ/mol):
F ( g ) e F ( g ) H 4o 328kJ / mol
5. Combinação de 1 mol de Li+ gasoso e 1 mol de F- gasoso para formar 1 mol de LiF
sólido:
Li ( g ) F ( g ) LiF ( s) H5o ?
O inverso do passo 5,
energia LiF ( s) Li ( g ) F ( g )
define a energia de rede do LiF. Assim, a energia de rede deve ter o mesmo valor
absoluto de H 5o mas sinal oposto. Embora não possamos determinar H 5o directamente,
calculamos o seu valor com o seguinte procedimento:
H global
o
H1o H 2o H 3o H 4o H 5o
- 594,1 kJ/mol = 155,2 kJ/mol + 75,3 kJ/mol + 520 kJ/mol – 328 kJ/mol + H 5o
Dessa forma,
H 5o = - 1017 kJ/mol
Existe uma correlação entre a energia de rede e o ponto de fusão. Quanto maior for a energia de
rede, mais estável será o sólido e mais intensamente ligados estarão os iões, consequentemente,
maior será o ponto de fusão do sólido (Tabela 1).
Será necessária mais energia para fundir o sólido e, portanto, este tem um ponto de fusão mais
elevado do que outro sólido com energia de rede mais baixa. Note que MgCl2, Na2O e MgO têm
energias de rede particularmente elevadas. O primeiro destes compostos tem um catião
duplamente carregado (Mg2+) e o segundo um anião duplamente carregado (O2-), no terceiro
composto há uma interação entre duas espécies duplamente carregadas (Mg2+ e O2-). As atrações
coulombianas entre duas espécies carregadas, ou entre um ião duplamente carregado e um ião de
carga unitária, são muito mais fortes do que aquelas entre aniões e catiões de carga unitária.
Quando dois átomos similares se ligam, nenhum deles quer perder ou ganhar um electrão para
formar um octeto. Tratando-se de ligação entre átomos similares, eles compartilham pares de
electrões para que cada um atinja o octeto. Cada par de electrões compartilhado constitui uma
ligação química.
H H H : H
As ligações covalentes podem ser representadas pelos símbolos de Lewis dos elementos:
Nas estruturas de Lewis, cada par de electrões em uma ligação é representado por uma única
linha:
Ligações Múltiplas
É possível que mais de um par de electrões seja compartilhado entre dois átomos (ligações
múltiplas):
Em geral, a distância entre os átomos ligados diminui à medida que o número de pares de
electrões compartilhados aumenta.
Embora a regra do octeto e as estruturas de Lewis não apresentem uma imagem completa da
ligação covalente, elas ajudam a explicar as ligações em muitos compostos e dão conta das
propriedades e reacções das moléculas. Por esta razão, é útil adquirir prática na escrita de
estruturas de Lewis para os compostos. Os passos fundamentais são os seguintes:
1. Some os electrões de valência de todos os átomos. Use a Tabela Periódica quando necessário
para ajudá-lo a determinar o número de electrões de valência em cada átomo. Para um anião
adicione um electrão para cada carga negativa. Para um catião, subtraia um electrão para cada
carga positiva.
2. Escreva os símbolos para os átomos a fim de mostrar quais átomos estão ligados entre si e
una-os com uma ligação simples. As fórmulas químicas são geralmente escritas na ordem nas
quais os átomos estão ligados na molécula ou ião. Por exemplo, a fórmula HCN informa que o
átomo de carbono está ligado ao H e ao N. Em muitas moléculas e iões poliatómicos, o átomo
central geralmente é escrito primeiro, como em CO32- e SF4. O átomo central geralmente é
menos electronegativo do que os átomos ao seu redor. Em outros casos, será necessário mais
informações antes de desenhar a estrutura de Lewis.
5. Se não existem electrões suficientes para dar ao átomo central um octeto, tente ligações
múltiplas.
Primeiro: somamos os electrões de valência. Fósforo (grupo 5A) tem cinco electrões de
valência, e cada cloro (grupo 7A) tem sete. O número total de electrões de valência é, portanto
Segundo: desenhamos uma estrutura de esqueleto na qual uma ligação simples conecta o átomo
de P a cada átomo de Cl.
Terceiro: adicionamos pontos de electrões de Lewis para completar os octetos nos átomos
ligados ao átomo central. Completar os octetos em torno de cada átomo de Cl representa 24
electrões (lembre-se, cada linha em nossa estrutura representa dois electrões).
Quarto: lembrando que nosso número total de electrões é 26, colocamos os dois electrões
restantes no átomo central, P. que completa o seu octeto.
Essa estrutura dá a cada átomo um octeto, então paramos neste ponto. (Na verificação de octetos,
lembre-se de contar uma ligação simples como dois electrões).
Estrutura do esqueleto:
Não tendo alcançado o octeto para o C, tentamos uma ligação dupla entre C e N, usando um dos
pares não compartilhados que colocamos em N. Mais uma vez, acabamos com menos de oito
A regra de octeto é satisfeita para os átomos C e N, e o átomo H tem dois electrões ao seu redor.
Bromo (grupo 7A) tem sete electrões de valência, e oxigénio (grupo 6A) tem seis. Devemos
adicionar mais um electrão à nossa soma para explicar a carga 1- do ião. O número total de
electrões de valência é, portanto 7 + (3 x 6) + 1 = 26. Para oxaniões – SO42-, NO3-, CO32-, e assim
por diante – os átomos de oxigénio circundam o átomo não-metálico central. Depois de organizar
os átomos de O ao redor de Br, desenhando ligações simples e distribuindo os pares de electrões
não compartilhados, temos
Observe que a estrutura de Lewis para um ião está escrita entre colchetes e a carga é mostrada
fora dos colchetes no canto superior direito.
É possível desenhar mais de uma estrutura de Lewis obedecendo-se a regra do octeto para todos
os átomos. Para determinar qual estrutura é mais razoável, usamos a carga formal.
A carga formal é a carga que um átomo teria em uma molécula se todos os outros átomos
tivessem a mesma electronegatividade.
Em outras palavras:
Consideremos:
Para o C:
Para o N:
Carga formal = 5 - 5 = 0.
Podemos escrever:
Se pudermos desenhar várias estruturas de Lewis para uma molécula, o conceito de carga formal
pode nos ajudar a decidir qual é a mais importante, que chamaremos de estrutura de Lewis
dominante.
Uma estrutura de Lewis para CO2, por exemplo, tem duas ligações duplas. No entanto, também
podemos satisfazer a regra de octeto desenhando uma estrutura de Lewis com uma ligação
simples e uma ligação tripla. Calculando as cargas formais nessas estruturas, temos:
Note que em ambos casos as cargas formais somam zero, pois o CO2 é uma molécula neutra.
Então, qual é a estrutura mais correcta?
Como regra geral, quando mais de uma estrutura de Lewis for possível, usaremos as seguintes
directrizes para escolher a dominante:
Uma estrutura de Lewis na qual quaisquer cargas negativas residem nos átomos mais
electronegativos é geralmente mais dominante do que uma que possui cargas negativas
nos átomos menos electronegativos.
Assim, a primeira estrutura de Lewis do CO2 é a dominante porque os átomos não carregam
cargas formais e, portanto, satisfazem a primeira directriz.
Exemplo 5: experimentalmente, o ozono tem duas ligações idênticas, ao passo que a estrutura de
Lewis requer uma simples (mais longa) e uma ligação dupla (mais curta).
As estruturas de ressonância são tentativas de representar uma estrutura real, que é uma
mistura entre várias possibilidades extremas.
No ozono, as possibilidades extremas têm uma ligação dupla e uma simples. A estrutura de
ressonância tem duas ligações idênticas de carácter intermediário.
Exemplo 6: Estruturas de ressonância do anião nitrato, NO3-. Para o qual podemos propor três
estruturas de Lewis equivalentes.
Observe que o arranjo dos átomos é o mesmo nas três estruturas, apenas a disposição dos
electrões é diferente.
Destacamos que ao desenhar as estruturas de ressonância os mesmos átomos devem estar ligados
a outros em todas as estruturas, de modo que as únicas diferenças estejam no arranjo dos átomos.
No anião nitrato todas as três ligações N – O têm o mesmo comprimento de ligação. Ainda mais
o comprimento da ligação é intermediário entre o comprimento de uma ligação dupla e o de uma
ligação simples. Isso reforça o fato de que a estrutura real do anião é o híbrido de ressonância.
O benzeno consiste de seis átomos de carbono em um anel hexagonal. Cada átomo de C está
ligado a dois outros átomos de C e um átomo de hidrogénio. Existem ligações simples e duplas
alternadas entre os átomos de C.
Moléculas nas quais um átomo tem menos de um octeto, ou seja, moléculas deficientes
em electrões;
Moléculas nas quais um átomo tem mais do que um octeto, ou seja, moléculas com
expansão de octeto.
Logo como não é possível emparelhar um número ímpar de electrões, um octeto ao redor de cada
átomo não pode ser atingido.
As moléculas com menos de um octeto são típicas para compostos dos Grupos 1, 2 e 3 da Tabela
Periódica.
Esta é a maior classe de excepções. Os átomos do 3º período em diante podem acomodar mais de
um octeto (os do 2° período não têm orbital “2d ”). Além do terceiro período, os orbitais d são
baixos o suficiente em energia para participarem de ligações e receberem a densidade electrónica
extra.
Moléculas e iões com mais de um octeto de electrões em torno do átomo central são
frequentemente chamados de hipervalentes. Outros exemplos de espécies hipervalentes são SF4,
AsF6 , e ICl4 . As moléculas correspondentes com um átomo do segundo período como átomo
central, tais como NCl4 e OF4, não existem.