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perspectiva de gênero
O Feminicídio e a Sociedade na
perspectiva de gênero
Trabalho interdisciplinar dirigido,
apresentado ao curso de Direito da Faculdade
de Tecnologia e Ciências- FTC, como parte dos
requisitos necessários para conclusão da
matéria TID IV.
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(art. 5º inciso XXXVIII, alínea “d” da Constituição Federal), regra que se aplica
ao julgamento. Não há vedação à colheita de provas perante a vara de
violência contra a mulher e a redistribuição do feito após o trânsito em julgado
da pronúncia, nas comarcas em que haja varas específicas de violência contra
a mulher. (Canal de Ciências criminais acesso em 20.04.18)
Segundo Amom Albernaz Pires, a qualificadora do Feminicídio tem
natureza objetiva. Embora a disposição remeta à noção de motivação (“em
razão da condição de sexo feminino”), as definições incorporadas pela Lei
Maria da Penha sinalizam contexto de violência de gênero, ou seja, quadro
fático-objetivo não atrelado, aprioristicamente, aos motivos determinantes da
execução do ilícito. (PIRES, 2015).
Mas para entender a violência contra a mulher, é preciso compreender o
significado da conceituação de gênero. Conforme Scott (1990, p.14), gênero “é
um elemento constitutivo de relações fundadas sobre as diferenças percebidas
entre os sexos, e o gênero é um primeiro modo de dar significado às relações
de poder”. O conceito de gênero decorre de uma construção social, política e
cultural que molda o significado atribuído ao feminino e ao masculino numa
determinada sociedade (BRASIL, 2011).
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mesmas condições na prática desses direitos. O direito a igualdade consta no
artigo I da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que dispõe: “todas as
pessoas nascem livres iguais em dignidade e direito”. No entanto, avanços
nessa conquista só foram possíveis depois de um longo período de luta pela
isonomia entres os gêneros.
Nota-se que a violência praticada contra a mulher, vem de longa data,
índices alarmantes de assassinatos, onde coloca o Brasil entre os Países do
mundo, onde mais se matam mulheres pela questão da discriminação de
gênero, demonstrando o descaso e a incapacidade do poder público de
enfrentar os problemas sociais e culturais presentes na sua jurisdição.
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contexto em que foram promulgadas os principias diplomas normativos
referentes a esta temática, quais sejam, a lei 11.340/06, conhecida como Lei
Maria da Penha, e a lei 13. 104/15 também denominada Lei do Feminicídio.
Tais diplomas normativos buscam assegurar, a partir da consolidação de uma
política de enfrentamento a violência de gênero, maior proteção às mulheres e
também a responsabilização do agressor, visando erradicar esta forma de
violência, problema tolerado cotidianamente ao longo da história. Apesar disso,
são significativas as dificuldades que envolvem a temática, especialmente em
razão dos obstáculos que dificultam o enfrentamento das causas da violência
contra as mulheres.
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Russel e Caputti diz que: “em uma sociedade racista e sexista, os fatores
individuais teriam menos influencia do que os fatores socioculturais, uma vez
que tanto as pessoas que apresentam distúrbios psicológicos quanto aquelas
consideradas normais, frequentemente tomam atitudes racistas e sexistas
legitimadas socialmente”.
4- Classificação e Descrição
4.1 Qualificadora
A Lei Maria da Penha não foi capaz de reduzir, por si só, as estatísticas
dos crimes de violência contra a mulher, com isso possibilitou uma
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compreensão mais abrangente da realidade de sofrimento e subjugação das
mulheres, o que acarretou também no desenvolvimento de outras práticas que
visassem a coibir e punir com mais severidade essas condutas delitivas, sendo
muitas dessas violências, tanto físicas quanto psicológicas, chega a fase final,
que é a morte da mulher por sua própria condição de gênero, o feminicídio. No
entanto, estes homicídios são taxados, quase sempre, como comuns e quando
qualificados, não é recorrente que se ateste violência contra a mulher, e o
agressor não paga justamente pelo que fez.
Observa-se que não é pelo simples fato do crime de homicídio ser cometido
contra a mulher, já se configura como sujeito passivo do delito tipificado no
artigo 121 do Código Penal, §2°-A, ou seja, o feminicídio qualificado, é
necessário para a configuração da qualificadora, nos termos desse artigo que o
crime deva ser praticado por razões de condição de sexo feminino na situação
de violência doméstica e ou familiar contra a mulher. Para Mello, 2015 “Não
prevalecendo somente que o sujeito passivo seja uma mulher, é imprescindível
que se averigue a agressão, e se a fundamentação foi abalizada no gênero e
tenha sucedido no âmbito doméstico, da família ou em qualquer relação íntima
de afeto”.
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erro de tipo caso não tivesse tal ciência ou nos 3 (três) meses posteriores ao
parto, a causa de aumento de pena está alicerçada na opinião de especialistas
no sentido de que aos três meses a criança está preparada para o desmame, já
podendo ser alimentada por meio da mamadeira (o que não significa que o
aleitamento materno não seja mais recomendável a partir desse lapso temporal),
contra pessoa menor de 14 (quatorze) anos, maior de 60 (sessenta) anos, o
próprio art. 121 do Código Penal, em seu § 4º, já prevê um aumento de 1/3 nos
casos de homicídio praticado contra pessoa menor de 14 ou maior de 60 anos. O
aumento previsto para o feminicídio, no entanto, é mais severo, pois varia de 1/3
até metade. Prevalece, no caso, o aumento determinado no § 7º, pois se trata de
lei específica ou com deficiência que são quando as circunstâncias em que uma
pessoa é considerada portadora de deficiência podem ser encontradas no art. 4º
do Dec. 3.298/1999, que regulamentou a Lei 7.853/1989, na presença de
descendente ou de ascendente da vítima, o crime, ao ser praticado na presença
de descendente ou ascendente da vítima, adquire uma reprovação ainda maior,
pois acarretará um trauma muito intenso para o familiar que o assistiu; são
marcas que, muitas vezes, acompanharam a pessoa para toda a sua vida.
Alguns comentários sobre as causas de aumento de pena, observando-se
desde logo que o desconhecimento do agente (= ausência de dolo) em relação a
qualquer uma delas significa erro de tipo, excludente do aumento da pena.
Em nenhuma das hipóteses incidirá a agravante genérica prevista no art. 61,
do Código Penal, sob pena de bis in idem (repetição de uma sanção sobre
mesmo fato).
É impossível pensar num feminicídio, que é algo abominável, reprovável,
repugnante à dignidade da mulher, que tenha sido praticado por motivo de
relevante valor moral ou social ou logo após injusta provocação da vítima. Uma
mulher usa minissaia. Por esse motivo fático o seu marido ou namorado lhe
mata. E mata por uma motivação aberrante de achar que a mulher é de sua
posse, que a mulher é objeto, que a mulher não pode contrariar as vontades do
homem. Nessa motivação há uma ofensa à condição de sexo feminino. O sujeito
mata em razão da condição do sexo feminino, em razão disso, ou seja, por causa
disso. Seria uma qualificadora objetiva se dissesse respeito ao modo ou meio de
execução do crime. A violência de gênero não é uma forma de execução do
crime, sim, sua razão, seu motivo. Por isso que é subjetiva (BIANCHINI, 2016, p.
216-217)
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e esposo, por muitas vezes era tratada como objeto sexual onde sua principal
função era satisfazer desejos do cônjuge. Com o passar dos anos as
começaram a questionar seu lugar na sociedade, lutar pelos seus direitos, nos
anos de 1822-1889 surgiram às primeiras manifestações com mudanças
positivas, segundo Ana C. Salvatti Fahs uma dessas mudanças foi a criação da
primeira escola para meninas, área em que seria consagrada Nísia Floresta
(pseudônimo Dionísia Gonçalves), reconhecendo o direito de educação da
mulher.
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Feminicídio, (Lei n° 13.104/15), uma palavra que passou a fazer parte das
leis brasileiras há pouco tempo, que nada mais é, do que o assassinato
intencional e violento de mulheres, praticado tanto pelo mesmo sexo, quanto
pelo sexo oposto.
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Assim, como tais autores acredita-se que esse luta feminina, não pode
parar, muitas vezes homens e mulheres se perguntam, por que existe uma
proteção especifica para a mulher, se todos são iguais perante a lei?
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á todos, quando existem algumas camadas da população, que precisam de
uma proteção especial.
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nenhum registro, em 2016 houve 02 registros, já em 2017 somente 04 registros
e em 2018 até a presente data não houve nenhum registro.
9- Considerações finais
No decorrer de várias leituras e pesquisas foram analisadas que as
conquistas femininas foram poucas, sendo assim o gênero feminino continua
sendo esquecido não havendo igualdade muito menos respeito. Quando o
Feminicídio foi criado os legisladores teve em vista o aumento da pena
tornando a Lei mais grave concedendo maior notoriedade e atenção a esse tipo
de crime, mesmo assim percebe-se que foi apenas mais uma Lei, pois os
números de homicídios não diminuíram no combate a violência de gênero.
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A violência de gênero é uma realidade emergencial sob qual o Estado
Democrático de Direito não pode omitir fazendo-se que não se sabe
principalmente pela necessidade de proteção e garantias fundamentais, a Lei
trata de importante instrumento de defesa e proteção no combate de gênero na
sociedade.
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10- Referências Bibliográficas
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http://www.xn--contedojurdio-5ib3q.com.br/
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