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A RECORDAÇÃO, A HISTÓRIA E A ESCOLA

COMO PATRIMÓNIOS DA MEMÓRIA


SOCIAL DA VILA DE PONTE DE LIMA
Remembrance, History and School
as heritage of the social memory
of the village of Ponte de Lima

Partindo da compreensão de que o passado e suas memórias


agrega valor ao presente e projeta-se para o futuro, este trabalho
tem como objetivo refletir sobre a recordação, a história e a escola
como patrimónios da memória social da Vila de Ponte de Lima.
Com recurso a uma pesquisa do tipo bibliográfica e documental,
verificamos as dinâmicas sociais e educativas na Vila quanto aos
eventos, espaços de memória e a escola primária. Também foram
utilizados alguns excertos de narrativas da memória individual da
vila e da escola. O argumento teórico assenta-se no entendimento
Recordação, Memória,
de que a vila, as suas festas e celebrações, os espaços públicos e sua
escola, compõem os cenários onde são construídas as memórias Educação, Património,
individuais e coletivas. Estas memórias compõem o universo História da Escola,
simbólico de uma identidade social, permitindo que as recordações Ponte de Lima
sejam significadas e ressignificadas num movimento sociodinâmico
onde o passado se faz presente em diálogo com as histórias e
recordações de pessoas e de lugares. Remembrance, Memory,
Education,
Based on the understanding that the past and its memories add
value to the present and is projected into the future, this work History of school,
aims to reflect on remembrance, history and school as heritage Ponte de Lima
of the social memory of the village of Ponte de Lima. Using a

Ponte de Lima: do passado ao presente, rumo ao futuro! 39


bibliographic and archival research, we verify the social and
educational dynamics in the Village regarding events, spaces of
memory and the elementary school. We also used some excerpts
from narratives of the individual memory of the village and the
school. The theoretical argument is based on the understanding
that the village, events and celebrations, the public spaces and its
school, compose the scenarios where the individual and collective
memories are built. These memories make up the symbolic
universe of a social identity, allowing the memories to be signed
and resigned in a sociodynamic movement where the past is present
in dialogue with the stories and memories of people and places.

40 Ponte de Lima: do passado ao presente, rumo ao futuro!


revalorização das temporalidades
Ana Catarina Amorim de Lima de nossa memória. Como refe-
E Rooney Figueiredo Pinto riu Deleuze: “O presente não dá
conta de sua própria passagem; é
preciso, portanto, que haja um as-
A memória como peto temporal mais profundo, um
património individual mecanismo que explique o tempo
e coletivo passa. Dizer que vivemos no pre-
sente, não é suficiente.” (Zourabi-

A
memória é um património chvili, 2016, pp. 101-102)
que transcende o momento de É preciso que o presente simbó-
seu registo e transita entre os lico recorra ao passado recorda-
tempos, não apenas do passa- do, consoante os enlaces daquilo
do para o presente, mas também de que se recorda ou se esquece nos
um presente para um futuro. É nes- quadros sociais da memória[1].
te sentido que nesta reflexão propo- Desenvolvidos no âmbito de mi-
mos olhar para a memória. Como crocosmos sociais (família, esco-
um património individual e coleti- la, comunidade) que dialogam e
vo, um bem intangível que coloca se ampliam na medida em que as
em diálogo o passado e o presente relações humanas evoluem no seio Valorizar o passado
ao mesmo tempo que nos projeta de uma sociedade. Toda a carga individual ou coletivo e sua
para o futuro. subjetiva dessas relações influen- memória é igualmente agregar
Este ritual de transferências mne- cia diretamente na construção de novos e mais duradouros
mónicas permite-nos entender que memórias individuais e coletivas significados ao presente vivido
o presente e as suas experiências (Halbwachs, 1997), como também
e futuro desejado.
possuem uma estreita relação de nos processos sociais e dinâmicos
dependência ao conhecimento que de recordação e esquecimento.
temos do passado (Connerton, O que se recorda e o que se es-
1993). O que nos serve como pon- quece, constitui parte do conjun-
to de partida à afirmação de que a to patrimonial mnésico de uma
memória é um património indivi- comunidade, das famílias e, por
dual e coletivo que transita entre fim, dos indivíduos. Intangíveis e
tempos, invocando a necessidade não pouco importantes, as recor-
de se valorizar o passado para se dações preenchem os espaços de
entender o presente e se projetar nossa própria identidade indivi-
o futuro. dual e coletiva (Candau, 2014). O
Valorizar o passado individual ou mero exercício de recordar e par-
coletivo e sua memória é igual- tilhar as recordações por meio das
mente agregar novos e mais dura- narrativas da memória, permite
douros significados ao presente vi- ao grupo social que se identifique
vido e futuro desejado. Isso porque com o passado narrado, encontre
[1] Cf.: Halbwachs,
tudo na nossa vida gira, conscien- seus marcos memoriais e nele sus- M. (1994). Les cadres
te ou inconscientemente, em torno tente sua própria história (Catro- sociaux de la mémoire.
dessa máxima de valorização e ga, 2011). Paris: Albin Michel.

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Ainda que essas construções na- zada aos conflitos do tempo. Re-
rrativas provoquem flutuações de cordar e esquecer é uma constante
verdades ou factos considerados luta pessoal (ou coletiva) que exi-
verossímeis para quem os recorda, be nossa posição entre Cila e Ca-
a memória permite a construção ríbdes sob o signo de Khrónos[4]
de significados simbólicos que lhe e sua linearidade quantitativa e
perpetua no tempo. Assim, aquilo temporal que não permite reto-
[2] Cf.: Ferreira, A. G.
que se recorda agora, dado os sig- mar o que ficou no passado. Essa
(2008). O sentido da
Educação Comparada: nificados ou valores atribuídos, é luta contra os monstros da tempo-
Uma compreensão transmitido ao outro que recomeça ralidade, estimula-nos à dicotó-
sobre a construção o mesmo processo de recordar-res- mica prática social de recordar e
de uma identidade.
significar-partilhar. Pois, se toda esquecer, fortalecendo a memória
Educação, pp. 124-138
a narrativa é uma ressignificação, das coisas ausentes de forma que
[3] Os eventos toda a recordação é uma recons- o que passado se faz presente e o
biográficos constituem
o conjunto do registo trução da memória no discurso de presente far-se-á ausente (Agos-
memorial individual e quem recorda (Ricoeur, 2004). tinho, 2008).
podem ser compostos Todo o espaço público da cidade Sem negar todas as subjetividades
por situações vividas nas suas microunidades urbanas intrínsecas na recordação em diá-
pelo indivíduo (eventos
biográficos vividos)
às suas macrounidades, para além logo com a história e as dinâmicas
ou por outrem que os dos seus usos e sentidos atribuí- sociais, a memória social eleva-se
partilha no grupo de dos, compõe um universo indivi- como um patrimônio individual
seu microcosmo social dual e coletivo de imagens, sim- e coletivo que resgata o passado
(eventos biográficos
não-vividos). Sobre
bolismos e “construções mentais com olhos no futuro.
este ponto, ver Michel, a ele associadas”. (Meneguello,
J. (2016). A Sociologia 2009, p. 128) Tais construções
do Si. (H. Barros, mnemónicas refletem a perspetiva A Vila na recordação
Trad.) Valongo: Lema
sociodinâmica da memória indi-
d’Origem.
vidual e coletiva e sua relevância A recordação é um elemento cog-
[4] Para os gregos na construção de fenómenos inter- nitivo-social dos agrupamentos
clássicos, Khrónos
era a divindade subjetivos em ampla relação com humanos e neste sentido, a mor-
que representava a o tempo, o espaço, as condições e fologia social das cidades, a cons-
natureza do tempo seus efeitos[2]. tituição de seus espaços públicos
imutável e linear,
O compasso social do tempo de- e a utilização dos mesmos, fazem
distribuído entre
o passado que se nuncia a dinâmica da vida na sua parte do substrato físico e subje-
distanciava, o presente forma mais intensa e rica, de ma- tivo das representações coletivas
que se vivia e logo se neira que os eventos biográficos[3] , da memória (Halbwachs, Morfo-
tornaria passado e o aqueles que demarcam a natureza logia Social, 2010). Neste diálogo
futuro distante que
se aproximava. Cf.
emotiva das nossas recordações, de constante movimentação entre
Puente, F. R. (2012). ganham maior ou menor signifi- a dimensão simbólica e material
Ensaios sobre o tempo cado à medida em que lhes pro- dos espaços, toda a conceção po-
na Filosofia Antiga. movemos na memória. Elevar ou lítica e social de uma comunidade
Coimbra: Imprensa
da Universidade de
diminuir importâncias atribuídas é evocada na construção de suas
Coimbra; Annablume a este ou aquele momento vivido, memórias e de sua própria existên-
Editora. faz parte de nossa reação humani- cia. Pois como refere Ítalo Calvino

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na sua obra Cidades Invisíveis “A construíram as suas biografias, a Figura 2.
memória é redundante: repete os vila de Ponte de Lima transcende a Ponte do Lima, Avenida D. Luiz Filipe – Festas e
feiras em Setembro.
sinais para que a cidade comece a sua matriz histórica em direção ao
existir.” (Calvino, 2009, p. 23). sentido afetivo e de pertencimento. Fonte · AMPL.
Assim, no resgate de nossos even- Soma-se a essa matriz histórica da
tos biográficos, recordamos a ci- vila romana que se destacava como
dade, a vila, a aldeia e todos os ponto fulcral no eixo viário entre a
espaços de ligações, para também Gallaecia e Bracara Augusta (Al-
recordar em imagens os episó- meida & Rodrigues, 2000-2001),
dios que guardamos na memória, uma matriz de recordações e per-
como festas, feiras e espaços pú- tenças em cada concidadão. A vila
blicos (Fig.1). converte-se em espaços de memória,
O passado e a sua trama de memó- de recordações das ruas, do comér-
rias envolve cada um dos habitantes cio e sua gente, das festas e eventos
de uma vila num emaranhado de (Fig. 2), da infância e da escola.
recordações que atravessa gerações Os registos históricos servem em
por meio de memórias. Neste sen- boa medida, para ilustrar o papel
tido, para aqueles que neste espaço dos eventos da vila na construção

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de memórias. Cardoso (2016) re- ma e eu comecei a ir ao cinema desde pe-
fere que a procissão de Corpus quena. Em determinadas ocasiões fazía-
Christi de Ponte de Lima mobili- mos os bailaricos, não só no Carnaval,
zava os moradores e, assim como mas assim aos fins de semana, as festas
noutros lugares do reino, operava aqui da zona, festas e romarias, de resto
como uma “montra social” de não havia assim mais nada de especial.
seu tempo. Às festas populares, Ou o futebol, não havia outras ativida-
religiosas ou não, somam-se os des, assim que eu me lembre, nem tea-
pequenos encontros casuais, or- tro… não, teatro não havia. Teatro de
denados ou planeados e as visitas rua às vezes havia no verão e cinema de
passageiras de amigos ou familia- rua. Lembro-me perfeitamente.” (E6PL)
res. A cidade e os citadinos intera-
gem em seus espaços, pois assim “Era pequena e montavam uns ecrãs
como refere Hall: na rua. Eu lembro-me de ser ali onde
é a AVIC [6] e junto à Torre da Cadeia
“Sem dúvida alguma, a cidade, para Velha. Ora num sítio ou noutro, não
além de tudo o que representa, é uma me lembro quantas vezes, mas sei que
expressão da cultura do povo que a algumas vezes me lembro de ser peque-
criou, bem como um prolongamento da na e ainda davam aqueles filmes anti-
sociedade destinado a preencher uma gos do Bucha e do Estica e do Charlot
rede complexa de funções, das quais, e disso tudo. E no dia de feira, que era
de resto, não nos encontramos muitas na mesma 15 dias, como é agora, havia
vezes por completo conscientes.” (Hall, muito aqueles fantoches, chamavam os
1986, p. 202) Robertos, que faziam assim uma espé-
cie de uma casinha e metiam-se lá as
Todo o conjunto da memória indi- pessoas e andavam de um lado para o
vidual e coletiva de cada geração, outro nas ruas.” (E6PL)
faz parte de histórias individuais
ou de pequenos grupos que vive- Desta forma, a narrativa indi-
ram uma memória registada no vidual que recorda e partilha o
passado, uma memória construí- evento biográfico no qual os espa-
[5] A investigação da em conjunto ou partilhada na ços da vila compõem o cenário da
em andamento está mesma experiência recordada. anamnese é ao mesmo tempo o re-
focada na memória Como refere Bosi: “Cada geração gisto mnemónico da Vila de Ponte
da escola durante o
tem, da sua cidade, a memória de de Lima na memória individual e
período do Estado Novo
em Portugal, sendo acontecimentos que permanecem coletiva.
inserida no âmbito como pontos de demarcação em No mesmo sentido, recordamos
do Doutoramento de
[7] Importa ressaltar
sua história.” (Bosi, 2015, p. 418) também a escola primária e os
um dos autores deste No âmbito de uma investigação momentos ou registos biográficos.
que neste caso, o
artigo.
início escolar se deu sobre a memória social da esco- Os seus espaços e participantes da
[6] Trata-se de uma com uma professora la[5] , refere uma entrevistada: vida escolar são parte da memória
Agência de Transportes contratada para este
e Viagens situada no fim, como refere o
da vila e dos seus concidadãos e
Largo da Feira, na vila próprio Cardeal Saraiva “As pessoas ao fim de semana, muitas, esta memória confunde-se com o
de Ponte de Lima. na sua autobiografia. iam ao cinema, que na altura havia cine- seu próprio passado histórico.

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A educação e a elevado índice de analfabetismo.
escola na história Os jornais da vila eram, até certo
e na memória da vila ponto, abertos a publicações re-
lacionadas à educação no concel-
Ponte de Lima tem um passado ho. Já no início do Século XX, no
histórico que particularmente nos Jornal Cardeal Saraiva nº 184 de
interessa no campo da educação. 18-02-1915 é publicado um artigo
Foi na vila mais antiga de Portu- “Um Doloroso Quadro” (Fig. 3),
gal que Frei Francisco de São Luís elaborado pelo diretor da Escola
Saraiva iniciou seu percurso esco- Central Primária da Vila, o profes-
lar, inclusive vindo aos oito anos sor Caetano d´Oliveira, onde apre-
a estudar Latim [7] (Cardoso, Frei senta um mapa que caracteriza as
Francisco de São Luís Saraiva – O freguesias e a instrução popular.
homem e os livros, 2017). Neste, enumera o número de esco-
Ainda nos finais do século XIX, a las existentes no concelho naquela
vila de Ponte de Lima contava com altura e destaca que afiguram in-
um conjunto de dezassete edifica- suficientes perante o número de
dos escolares, mas somente os edi- alunos e a elevada percentagem de
fícios das escolas de Facha, Gan- 79,8% de analfabetos contabiliza-
dara e Queijada, apresentavam dos no concelho. Se por um lado,
um bom estado de conservação verificamos a elevada quantidade
(Loureiro, 2016). Um cenário que de pessoas que não sabem ler, por
não era muito diferente do resto outro, não podemos desconsiderar
do país, mas apontava alguns de- que esta taxa incide significativa-
lineamentos preocupantes que vi- mente no sexo feminino: “O nú-
riam a se agravar no que toca ao mero de rapazes na escola era sem-

Figura 3.
Recorte do artigo “Um Doloroso Quadro” –
Cardeal Saraiva, 18-02-1915.

Fonte · AMPL.

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pre superior ao das raparigas: em conservação, seria o mote para a
1910, na proporção de 10 para 6; criação de uma Escola Primária
em 1926, de 10 para 7.” (Carvalho, da Vila. No decreto publicado no
2011, p. 712). Diário do Governo nº 4, série I de
Numa ata das sessões plenárias, 06 de janeiro de 1920, sob a tutela
o Vereador da Instrução refere a do Ministro da Instrução Pública,
ausência da frequência escolar do Joaquim José de Oliveira, seriam
sexo feminino e apresenta as razões atribuídos subsídios para a cons-
dessa ausência sublinhando que trução e conclusão de novos edi-
“no mês de abril último (1915) es- fícios escolares por todo o país.[10]
tavam matriculadas nesta escola É, desta forma, iniciado o processo
oitenta e uma crianças, havendo de construção de uma Escola Pri-
apenas uma média diária de trinta e mária Geral na vila, que permita
duas, o que prova a inércia e o des- congregar as escolas masculinas da
leixo dos chefes de família em não vila. Em 1925, o Engenheiro-Che-
mandarem assiduamente à escola fe da Repartição das Construções
as suas filhas”[8]. Não raras vezes, Escolares desloca-se a Ponte de
o motivo desta “inércia” e “des- Lima para inspecionar um terreno
leixo”, vinculado à crença de que as na Avenida Doutor Manuel Olivei-
crianças/mulheres não careciam da ra (atual Avenida António Feijó),
necessidade de se instruir, ligava-se onde a Câmara tencionava cons-
à força motriz do trabalho infantil truir o edifício[11]. Em dezembro do
na agricultura em meios rurais. mesmo ano, a Câmara recebe a se-
Não obstante a baixa frequência gunda prestação que corresponde a
de crianças do sexo feminino, o es- 50% de 12.000$00 para a conti-
tado das condições pedagógicas e nuação das obras escolares[12].
higiénicas era insuficiente na larga Será em junho de 1929 que se irá
maioria das escolas do concelho:” concluir a construção do novo
[8] Ata da sessão
na verdade algumas ou a maior edifício escolar, sendo designado
plenária de CMPL de
15 de agosto de 1915 parte das escolas do concelho es- como Escola masculina da Vila,
[AMPL]. [11] Jornal Cardeal tão em deficientes condições peda- onde passam a instalar-se as clas-
Saraiva nº 636 de 26 de gógicas e higiénicas não podendo ses masculinas da vila, em outu-
[9] Ata da sessão março de 1925 [AMPL].
plenária da CMPL portanto, os professores, conve- bro do mesmo ano, para seis luga-
de 15 de agosto de [12] Ata nº 82 de nientemente ali desempenhar-se res de professores, enquanto que
1915[AMPL]. 26 de dezembro de
da sua árdua missão” sendo que a Escola do sexo feminino man-
1925[AMPL].
[10] No decreto é “na maior parte delas não existe ter-se-á no antigo edifício da Rua
referida a atribuição [13] Ata nº 83 de 03 mobiliário e material didático exi- General Norton de Matos.
de 12.000$00 para a de outubro de 1929
vila, 3.000 $00 para a [AMPL]. gido legal e pedagogicamente”[9]. Neste novo edifício – a Escola Pri-
freguesia de Arcozelo, Torna-se imperativo uma melho- mária Elementar da Vila – é apre-
[14] Ata nº 83 de
3.000 $00 para a
12 de setembro de
ria e uma renovação das estru- sentada uma petição pelos pais
freguesia de Fornelos, turas educativas. A pretensão de para a criação de uma secção in-
1929[AMPL].
5.000$00 para a
freguesia de Refoios do [15] Jornal Cardeal
uma escola que fundisse as esco- fantil mista para crianças de seis
Lima e 4.000$00 para a Saraiva nº 827 de 05- las masculinas da vila, que se en- anos completos, dado que existiam
freguesia de Freixo. 04-1930 [AMPL]. contravam em deficiente estado de salas suficientes e que poderiam

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permitir a instalação de meios para professor é que deve ir ao encon-
receber 60 crianças que habitavam tro da criança” e não o contrário
A inauguração oficial da escola
no centro da vila[13]. Desta forma, e que “o verdadeiro método fá-lo o
é concedido um orçamento de professor, se ele for, por assim di- aconteceu no dia 29 de março
2.500$00 pela Câmara Municipal zer, como o médico, que, depois de de 1930, onde se realizou uma
para a execução desta secção infan- auscultar o doente, lhe aplica a tera- sessão solene e uma Conferência
til[14]. Somente no ano seguinte, se pêutica mais conveniente”[15]. Pedagógica (...)
concretiza a criação desta secção, Desde o início do seu funcionamen-
contabilizando-se 30 crianças. to, a Escola Primária Elementar da
A inauguração oficial da escola Vila recebeu a realização das provas
aconteceu no dia 29 de março de de 2º grau, concentrando os alunos
1930, onde se realizou uma sessão de todas as escolas do Concelho que
solene e uma Conferência Pedagó- propunham os seus alunos para o
gica (Fig. 4 e 5). A Conferência Pe- Exame. Contudo, com o crescimen-
dagógica, com o título “O Ensino to da populacional, o consequente
inicial da leitura”, teve a duração de aumento do número de alunos
duas horas e foi proferida pelo Ins- incrementou a necessidade de se
petor Escolar Interino da Região, recorrer ao empréstimo de salas de
João da Silva Arga, onde foram entidades particulares, como o Pa-
abordados os métodos a utilizar no lacete Vila Moraes, “há vários anos
ensino da leitura, referindo que “o (…) para aí se efetuarem exames em

Figura 4.
Recorte do artigo “Sessão Solene” – Cardeal
Saraiva, 05-04-1930.

Fonte · AMPL.

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Figura 5. virtude do seu número existente ser co, todo o tipo de récitas, decla-
Recorte do artigo “Na porta principal do novo muito exíguo.”[16] mações e saraus e, mais tarde, o
edifício escolar” – Cardeal Saraiva, 23-04-1930.
As festas escolares, comemora- cinema, desde o mudo ao sonoro
Fonte · AMPL. ções, récitas e saraus, na década incluindo o cinema a cores. Com
de 30, por exemplo, constituem efeito, é determinante para o de-
atividades fora do âmbito curricu- senvolvimento da cultura local o
lar e proporcionam momentos de acesso às manifestações artísticas
convivência e preservação de tra- da época e, por essa razão, concor-
dições escolares, ao mesmo tem- damos com a célebre afirmação de
po que se imprime ao panorama Almeida Garret que caracterizou
cultural e social uma identidade o teatro como o “elemento maior
criada pelos elementos da comu- da cultura” ou sinónimo de “ci-
nidade educativa, nomeadamente, vilização”, contribuindo com a
professores e alunos. sua função recreativa e educati-
O espaço público onde decorriam va, quer para adultos, quer para
estas festas, o Teatro Diogo Ber- crianças, “desempenhando um
nardes, inaugurado em setembro importante papel socializador”,
de 1896, permanece na memória sobretudo pela importância do
como o local privilegiado de ge- papel da instrução, que, para “as
rações, ao longo de décadas, de crianças pertencentes a camadas
acesso à cultura, designadamente mais desfavorecidas socialmente,
o teatro, a música, os bailes, o cir- a educação e o estudo constituem

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uma forma de promoção cultural para solicitar a cedência da Escola [16] Ata da Reunião
e social” (Bastos, 2006, p.82). para Jardim de Infância, no início ordinária da Câmara
Municipal de Ponte de
Para ilustrar esta breve referên- da década de 80. Neste sentido, e Lima de 10 de julho de
cia, veja-se o caso da Revista dos após ter sido autorizada a instala- 1967 [AMPL].
Costumes Escolares, escrita por ção de uma secção para Jardim de [17] Ofício nº 1394 de
Malafaia Neto, levada à cena pe- Infância, na área do rés-do-chão 06 de junho de 1957
las crianças de ambos os sexos das do edifício, o grupo de pais criou [AMPL].
Escolas Centrais da Vila, no Tea- as condições necessárias para este [18] Ofício 4407 de
tro Diogo Bernardes, por ocasião efeito, pintando e dotando o espa- 25 setembro de 1972
das Conferências Pedagógicas em ço com o mobiliário e materiais da Direção Geral das
Construções Escolares
1936 (Figura 6). suficientes para a prática deste ci-
do Ministério das Obras
Em 1957, o Ensino primário já se clo de ensino. Públicas (MOP) [AMPL].
encontrava disponível para ambos Desta forma, na antiga escola pri-
os sexos na Escola Primária Ele- mária da vila passa a funcionar a
mentar da Vila, no entanto, a sua Delegação Escolar do Concelho
capacidade de lotação estava no no primeiro andar e o Jardim de
limite (Figs. 7 e 8). Nesse sentido, Infância no rés-do-chão, perma-
o Presidente da Câmara Munici- necendo até cerca do ano 2000,
pal de Ponte de Lima envia uma data em que estes serviços pas-
carta ao Ministro da Educação sam para o edifício construído de
Nacional a solicitar a construção raiz, encerrando assim para obras
de uma nova escola de Ensino Pri- profundas de reestruturação, rea-
mário que permitisse ter capacida-
de para 8 salas, concentrando as
escolas da vila, visto que a Escola
não dispunha de condições para a
frequência de ambos os sexos[17].
A necessidade da construção de um
novo edifício escolar tornava-se es-
sencial sobretudo porque se impu-
nha o futuro prolongamento do en-
sino para a 5ª e 6ª classes. A Direção
Geral das Construções Escolares
autoriza a construção de um edifício
escolar destinado ao Ensino Primá-
rio composto por 12 salas em setem-
bro de 1972[18] e, em 1979, a nova
escola entra em funcionamento.
Com a mudança de instalações do
Ensino Primário, o edifício ante-
rior fica disponível para continuar Figura 6.
Recorte do artigo “Vida Escolar” – Cardeal
a ser sede da Delegação Escolar,
Saraiva nº1049, 05-03-1936.
mas um grupo de pais faz-se re-
presentar junto do Município Fonte · AMPL.

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[19] O Edifício também brindo em 2003 como Espaço In- vinha, enche a adega, enche a co-
é utilizado atualmente ternet, serviço pertencente ao Mu- zinha” (E1PL). Noutro caso, outra
por diversas entidades:
Universidade Aberta,
nicípio de Ponte de Lima.[19] recorda: “Quando isto era escola,
Comissão de Proteção Tendo sido sede da Delegação trabalhamos aqui” (E9PL).
de Crianças e Jovens Escolar do Concelho, o edifício O fato de estar no espaço onde
(CPCJ), AMA – da antiga escola primária da vila antes deu aulas é igualmente um
Fundação para o
Autismo e Associação
transforma-se em espaço de re- despertar de recordações, como
Portuguesa de Pais e cordações de professores e alunos apontou uma ex-professora: “De-
Amigos do Cidadão que mesmo sem viver na vila, vi- pois vim trabalhar para aqui, para
Deficiente Mental nham a Delegação Escolar para esta escola”, indicando a escola
(APPACDM).
prestar exames ou providenciar da vila (E2PL). Da mesma forma,
documentos. Neste conjunto de recorda uma ex-aluna: “O exame
circunstâncias, o edifício acumu- do quarto ano fiz aqui nesta esco-
la um património mnemónico que la” (E6PL). Ao recordar os exames
ainda permanece vivo na memória feitos na escola da vila, recorda-se
de muitos que por ele passaram. todo um cenário que se completa à
A dinâmica deste espaço, que se di- medida em a narrativa avança e o
vidia em espaço escolar e ao mes- discurso da memória atribui a ele
mo tempo Delegação Escolar do novos e mais atuais significados.
Concelho, foi suficiente na cons- Como já indicamos anteriormente,
trução de memórias muito pon- a escola atua como um lugar de me-
tuais. Neste sentido, é comum que mórias e a sua simples recordação
uma ou outra professora ou um(a) evoca os momentos e os seus sig-
ex-aluno(a) recorde algo como um nificados, consoante aquele que re-
trecho de um livro, de um painel. corda e aquele que ouve a narrativa
Numa dessas recordações uma ex- da memória, ou seja, a recordação
-professora recorda: “Eu até andei como “vivência interior na qual a
Figura 7 E 8. numa escola que tinha os quadros identidade do eu (…) unifica os di-
Escola Primária da Vila, 1957.
de Salazar. E há um que nunca me versos tempos sociais em que com-
Fonte · AMPL. esqueci ‘batatas postas debaixo da participa” (Catroga, 2011, p. 12).

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Como refere Mota (2010) “A me- fotografias, atas de reunião, de-
mória individual emerge como re- cretos e publicações em jornais da
sultante de uma relação polarizada vila. Estes documentos históricos
de diferentes memórias (pessoais, contribuíram em boa medida para
familiares, de grupo, etc.) radicada a construção de nossa memória
numa construção permanente” (p. histórica sobre a Vila de Ponte de
389). A escola onde se esteve a dar Lima, fornecendo um vislumbre
aulas, a escola onde se estava para do passado através dos registos
fazer os exames, a escola e o(a) pro- oficiais como atas de reunião, de-
fessor(a), estão todas elencadas nos cretos e outras publicações.
marcos memoriais dos eventos bio- Tais fontes servem de apoio à
gráficos vividos na escola da vila. compreensão da estrutura dos
É da identificação das pessoas com eventos, o seu enquadramento po-
os lugares, dessa eleição de “lugares lítico e social e as suas dimensões.
da memória”, que a recordação pre- Somam-se a estes, as publicações
serva o passado e guarda as nossas nos jornais locais, muito particu-
experiências. (Amaro, 2015) larmente ao que se publicava no
Não se contesta o facto de que o pas- jornal Cardeal Saraiva. Dessas
Desde muito pequenos, ao
sado das escolas se confunde com o publicações foi possível destacar
próprio passado das pessoas e das marcos memoriais em torno da iniciarmos o ritual escolar,
suas comunidades (Pinto, Gomes construção e da inauguração da este espaço de aprendizagem
Ferreira, & Mota, 2018) e, neste Escola Primária da Vila. converte-se ao mesmo tempo em
microcosmo social, rico em expe- Algumas fotografias em postais espaço contínuo de construções
riências individuais e coletivas, ha- antigos, ilustraram momentos so- simbólicas e desenvolvimento de
bita a recordação e o esquecimento, ciais na vila, tais como a “feira
nossas perceções (Dolto, 2019)
pois recordar o passado das escolas quinzenal” e as “festas e feiras de
do outro e de nós mesmos.
é igualmente recordar o passado das setembro” e as referências aos aspe-
pessoas que por ela passaram. Desde tos culturais, como o cinema e os
muito pequenos, ao iniciarmos o ri- bailes. Todo este conjunto mnésico
tual escolar, este espaço de aprendi- constitui um relevante espólio de
zagem converte-se ao mesmo tempo memórias individuais e coletivas,
em espaço contínuo de construções como vimos numa das narrativas
simbólicas e desenvolvimento de sobre as recordações da vida social
nossas perceções (Dolto, 2019) do e cultural na Vila.
outro e de nós mesmos. Ainda do ponto de vista histórico,
privilegiando as memórias indivi-
duais e coletivas, dedicamos a parte
Considerações Finais final do trabalho ao tema da edu-
cação e a escola na história e na
Felizmente, graças ao acervo do- memória da Vila de Ponte de Lima.
cumental disponível no Arquivo Verificamos que embora a educação
Municipal da Vila de Ponte de fosse um tema sempre presente na
Lima, foi possível aceder a todo Vila, o contexto do analfabetismo,
um conjunto de documentos como que se repercutia em todo o país,

Ponte de Lima: do passado ao presente, rumo ao futuro! 51


era um tema preocupante. A cons- mnemónica e social do passado re-
trução da Escola Primária da Vila cordado assume nesta reflexão uma
desenvolve-se no impulso de solu- importância singular na afirmação
cionar este problema. da recordação, da história e da es-
A construção da escola foi devi- cola como patrimónios da memória
damente anunciada e documen- social da Vila de Ponte de Lima.
tada no jornal Cardeal Saraiva,
bem como sua inauguração e
afirmação ao longo dos anos. Jun-
tamente com a evolução da Vila
e os muitos contextos sociais e
políticos que se abatem sobre o
país, a Escola adapta-se e reves-
te-se de inúmeros significados. A
mudança de escola para Jardim de Lista de siglas
Infância e ao mesmo tempo Dele-
gação Escolar não diminui a carga CMPL · Câmara Municipal de Ponte de Lima
simbólica da escola nos marcos da AMPL · Arquivo Municipal de Ponte de Lima
(...) pudemos constatar que
memória, atribui-lhe novos e mais
alunos e professores recordam alargados significados e amplifica
a escola como uma parte de a sua pertinência na memória.
sua vida, no âmbito das suas Neste sentido, pudemos constatar Fontes Documentais
mudanças e concretizações que alunos e professores recordam
pessoais, identificam-se com a escola como uma parte de sua CMPL – Ata nº 82 de 26 de dezembro de
vida, no âmbito das suas mudanças 1925 [AMPL]
ela e a ela recorrem para
e concretizações pessoais, identi- CMPL – Ata nº 83 de 12 de setembro de
resgatarem lembranças.
ficam-se com ela e a ela recorrem 1929 [AMPL]
para resgatarem lembranças. As- CMPL – Ata nº 83 de 03 de outubro de
sim, revisitar o local na lembrança e 1929 [AMPL]
revisitar fisicamente o objeto recor- CMPL – Ata da Reunião Ordinária de 10
dado, são catalisadores de emoções de julho de 1967 [AMPL]
e recordações distintas. Estas re- CMPL – Ofício nº 1394 de 06 de junho de
cordações compõem o património 1957 [AMPL]
mnésico da vila de Ponte de Lima, Diário do Governo nº 4, série I de 06 de ja-
urgindo a necessidade de ser devi- neiro de 1920 [AMPL]
damente preservado e valorizado. Jornal Cardeal Saraiva, nº 184 de 18-02-
Embora subjetiva, a recordação 1915 [AMPL]
assume o seu lugar de destaque, Jornal Cardeal Saraiva, nº 827 de 05-04-
contribui para a afirmação de uma 1930 [AMPL]
identidade social e cultural e para Jornal Cardeal Saraiva, nº 829 de 23-04-
a construção de lugares de memó- 1930 [AMPL]
ria, da mesma forma que a história Ofício 4407 de 25 setembro de 1972 da
permite entrar em contacto com os Direção Geral das Construções Escolares do
registos do passado. Toda a riqueza MOP [AMPL]

52 Ponte de Lima: do passado ao presente, rumo ao futuro!


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