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Emergências Pediátricas - Sedação e Analgesia na Emergência Pediátrica

Sistema de Protocolos

Emergências Pediátricas - Sedação e Analgesia na


Emergência Pediátrica
Todas Áreas

Objetivos:
• Definir sedação em suas diversas profundidades e definir analgesia
• Orientar indicações e riscos de sedação e analgesia
• Orientar procedimento de sedação e analgesia na emergência pediátrica

Data da última alteração: sexta, 20 de agosto de 2021

Data de validade da versão: domingo, 20 de agosto de 2023

Autores e Afiliação:
Autores:
Marcela Maria de Aquino da Costa 1
Renato Lucas Passos de Souza 2

Afiliação:
1.Médica Assistente da Sala de Urgência Pediátrica da Unidade de Emergência do Hospital
das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo
2.Médico Anestesiologista da Unidade de Emergência do Hospital das Clínicas da
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo

Definição / Quadro Clínico:


Sedação é a redução controlada do nível de consciência e analgesia, a redução da
percepção de dor. Muitos analgésicos têm algum efeito sedativo, porém poucos sedativos
têm propriedade analgésica. É fundamental que, em procedimentos rápidos na sala de
emergência, seja respeitado um nível de sedação que permita a manutenção da via aérea.
Os graus de sedação são classificados como:
• Sedação mínima: ansiólise; o paciente responde a comandos.
• Sedação moderada: reage a estímulo verbal e tátil, preservando o controle ventilatório.
• Sedação profunda: não é facilmente acordado, responde a dor, pode perder a
capacidade de manter a via aérea e, geralmente, preserva a função cardiovascular.
• Anestesia geral: não reage nem a estímulo doloroso, necessita de assistência
ventilatória, pode afetar a função cardiovascular.

Diagnóstico:
Avaliação:
Deve ser feita pré-avaliação da criança, prevendo riscos e garantindo o sucesso da
sedação/ analgesia, e evitando complicações respiratórias e cardiovasculares. Para
anamnese, utilizar a regra “SAMPLE” (Tabela 1).
Toda criança deve ser submetida a exame físico completo, monitoração dos sinais vitais e
avaliação da via aérea, com ênfase em malformações e características que possam
oferecer risco de obstrução e/ou via aérea difícil, antecipando problemas. Durante o
procedimento de sedação/ analgesia é necessária monitoração contínua, observação da
face e do tronco do paciente, observando-se a cor e os movimentos respiratórios. É
importante avaliar objetivamente a sedação e a analgesia pela utilização de instrumentos,

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como a escala COMFORT, que pode ser utilizada para avaliar a sedação (pontuação menor
que 17 indica sedação excessiva, entre 17 e 26, sedação adequada e maior que 26,
sedação insuficiente) e a analgesia em crianças pequenas (pontuação maior que 20 indica
a presença de dor). Outros instrumentos que podem ser usados para a avaliação da
analgesia incluem a escala facial de dor e a escala numérica verbal (0 = ausência de dor,
10 = pior dor imaginável).
Critérios de alta após procedimento realizado sob sedação e/ou analgesia:
• O paciente é acordado facilmente;
• Estado cardiopulmonar e sinais vitais normais;
• Hidratado e tolerando líquidos;
• Resposta verbal e tônus recuperados no nível basal.
Deve-se aguardar tempo mínimo de 1 a 2 horas após o término do procedimento, para
alta.

Exames Complementares:
N/A

Tratamento:
Procedimento:
Determinados procedimentos não invasivos, quando a idade e o nível cognitivo do
paciente assim o permitirem, podem ser realizados mediante utilização de medidas não
farmacológicas. Para procedimentos mais demorados ou em pacientes não colaborativos,
podem ser utilizados sedativos leves, isoladamente. Já em procedimentos invasivos e
dolorosos, é indicada utilização de analgésicos (Tabela 2).
Podem ser utilizados agentes anti-histamínicos e antipsicóticos, na sedação para
eletroencefalograma e exames de imagem (Tabela 3).
Abaixo, seguem tabelas com medicamentos utilizados nos esquemas propostos de
sedação e analgesia em emergência pediátrica (Tabelas 4-9).
Antagonista dos benzodiazepínicos:
Flumazenil: antagonista de ação central; risco de hipertensão intracraniana e convulsões
em pacientes epilépticos. Tem curta duração, pode ser necessário repetir doses dentro de
1 a 3 minutos, devendo-se monitorizar o paciente após seu uso. A dose de 0,01mg/kg EV,
em bolus, pode ser repetida até o máximo de 5 doses ou 1 mg.
Antagonista dos opioides:
Naloxona: pode ser administrado por diversas vias (EV, IM, SC, SL); tem curta duração e
meia vida menor que a dos opioides; podem ser necessárias doses repetidas, devendo-se
monitorizar o paciente após seu uso. A dose para reversão parcial é de 0,01-0,03 mg/kg e,
para reversão completa, 0,1 mg/kg (máximo, 2 mg/dose). Risco de dor intensa,
abstinência e convulsões.

Metas e Indicadores:
N/A

Referências Bibliográficas Externas:


1. BHATT, M., et al. Association of preprocedural fasting with outcomes of emergency
department sedation in children. JAMA Pediatrics 2018;172:678-685.
2. CARLOTTI, A. P. C. P.; CARMONA, F. (Eds). Rotinas em Terapia Intensiva Pediátrica. São
Paulo: Editora Blücher, 2015.
3. CRAVERO, J. P., et al. Validation of the Pediatric Sedation State Scale. Pediatrics
2017;139:e20162897.

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4. GONZALEZ, L.P., et al. Anesthesia-related mortality in pediatric patients: a systematic


review. Clinics. 2012;67:381-387.
5. GREEN, S.M., et al. Clinical practice guideline for emergency department ketamine
dissociative sedation: 2011 Update. Annals of Emergency Medicine 2011;57:449-461.
6. KOST, S.; ROY, A. Procedural sedation and analgesia in the pediatric emergency
department: A review of sedative pharmacology. Clinical Pediatric Emergency Medicine
2010;11:233-243.
7. LUCAS, R., et al. A new approach for procedural sedation: the intramuscular
dextroketamine and dexmedetomidine association. Journal of Anesthesia and Critical Care
2019;6:038.
8. NAAZ, S.; OZAIR, E. Dexmedetomidine in current anaesthesia practice – A review.
Journal of Clinical and Diagnostic Research 2014;8:GE01-4.
9. POONAI, N., et al. Intranasal dexmedetomidine for procedural distress in children: A
systematic review. Pediatrics 2020;145:e20191623.
10. POONAI, N., et al. Intranasal ketamine for procedural sedation and analgesia in
children: A systematic review. PLoS ONE 2017;12:e0173253.
11. RAMALHO, C.E., et al. Sedation and analgesia for procedures in the pediatric
emergency room. Jornal de Pediatria (Rio de Janeiro) 2017;93(S1):2-18.
12. TOBIAS, J.D. Dexmedetomidine and ketamine: an effective alternative for procedural
sedation? Pediatric Critical Care Medicine 2012;13:423-427.
13. YANG, F., et al. Analysis of 17948 pediatric patients undergoing procedural sedation
with a combination of intranasal dexmedetomidine and ketamine. Pediatric Anaesthesia
2019;29:85–91.

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Anexos:
Tabela 1: Tabela 1. Anamnese segundo a mnemônica “SAMPLE”
Tabela 1

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Tabela 2: Tabela 2. Sedação e/ou analgesia de acordo com o tipo de procedimento


Tabela 2

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Tabela 3: Tabela 3. Medicações para sedação para realização de eletroencefalograma e


exames de imagem
Tabela 3

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Tabela 4: Tabela 4. Benzodiazepínicos


Tabela 4

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Tabela 5: Tabela 5. Opioides


Tabela 5

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Tabela 6: Tabela 6. Agente dissociativo


Tabela 6

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Tabela 7: Tabela 7. Agonista alfa-adrenérgico


Tabela 7

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Tabela 8: Tabela 8. Apresentação e diluição das drogas sedativas e analgésicas


Tabela 8

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Tabela 9: Tabela 9. Protocolo KETODEX


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