A organização do texto se processa como um instrumento de realização de
intenções comunicativas que circula entre dois polos: o da intencionalidade e o da aceitabilidade. De acordo com suas intenções, o enunciador tende a fazer um recorte do referente (assunto a ser tratado), bem como fazer as escolhas lexicais (de vocabulário) que orientam a argumentação para a direção que ele deseja, sendo que essas intenções estão quase sempre subordinadas às questões contextuais: tempo, lugar e pessoa, que estão no plano da aceitabilidade. Em função dessas questões, o enunciador tende a modalizar seu discurso para adequar-se às diversas situações comunicativas. Fatores de Textualidade De acordo com Beaugrande Dressler (1981), para que um segmento linguístico seja texto é necessário que haja, por parte do produtor do discurso uma intenção de significar e por parte do receptor a aceitação, o reconhecimento daquilo que foi produzido em termos de linguagem como algo significante. Fatores de Textualidade Vejamos a seguir alguns fatores de textualidade:
. conhecimento linguístico (conhecimento dos
recursos linguísticos e suas funções que permitem construir a intenção comunicativa); Fatores de Textualidade • conhecimento de mundo (ativado em nossa memória pelas palavras permitindo construir um mundo textual em que a sequência linguística tenha unidade); Fatores de Textualidade • . inferência e focalização (peças-chave para o estabelecimento de continuidade de sentido); • conhecimento partilhado (linguístico e de mundo); • consistência e relevância (fatores ligados ao tópico discursivo); Fatores de Textualidade • informatividade (diz respeito ao grau de informação esperada facilitando o estabelecimento do sentido do texto); • situacionalidade e os fatores pragmáticos (ligados diretamente às condições de produção do discurso); Fatores de Textualidade • intertextualidade (remissão de um texto a outros com os quais ele pode vir a se relacionar); • intencionalidade e aceitabilidade (própria estrutura comunicativa que estabelece a interação – pelo lado do produtor do texto ou de seu receptor). Referências a serem consultadas: • • BEAUGRANDE, Robert-Alain; DRESSLER, Wolfgang Ulrich. Introduction to textlinguistics. Lond/New York: Longman, 1981. • • FARACO, Carlos Alberto; Tezza, Cristóvão. Oficina de texto. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008. • • • PAULIUKONIS, Maria Aparecida Lino. Texto e discurso: os processos de desvendamento inferencial. Disponível em: • www.filologia.org.br/ileel/artigos/artigo_097.pd (Acesso em: 30-mar-214). • • • SILVEIRA, Regina Célia Pagliuchi da. Língua e cultura: implícitos culturais e o ensino de português para estrangeiros (IP-PUC-SP) – s.n.t. (Mimeo). • • TRAVAGLIA, Neuza Gonçalves. Tradução • retextualização: a tradução numa perspectiva textual. Uberlândia: EDUDU, 2003. • •