___ª VARA FEDERAL DE ____________. SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ____________.
Processo nº
____________, já qualificado nos autos do processo em
epígrafe, por seu advogado infra firmado, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, apresentar RÉPLICA à contestação apresentada pela União Federal, pelos termos que seguem:
I - DO NOME:
1. Alheio ao objeto da lide e apenas para fins de
esclarecimento informa o Autor que, atualmente, a grafia correta do seu nome é ____________, como consta na inicial, sem a letra "A" antecedendo o prenome, pois o mesmo foi retificado judicialmente no final de 20__ (processo nº ____________, Comarca de ___________), embora nem todos os documentos e registros tenham sido alterados até a presente data.
II - DA CONTESTAÇÃO:
2. Em sua contestação, a Ré procurou refutar as alegações
do Autor dizendo que as mesmas seriam fruto de interpretação equivocada a respeito da legislação que regula a imposição de penalidades pela entrega em atraso de declaração de imposto de renda de pessoas físicas.
3. Além disso, argumenta por não haver nenhuma
ilegalidade em se aplicar a multa pelo atraso na entrega de declaração de forma progressiva e com base no valor do imposto devido na mesma, e encerra pedindo pela improcedência da ação.
4. Equivocada a Ré, no entanto.
5. Primeiramente, a interpretação do Autor com relação a aplicação da multa pelo atraso na entrega da declaração de imposto de renda de pessoas físicas (DIRPF) é exatamente a mesma da Secretaria da Receita Federal, como bem prova o documento de fls.___ dos autos.
6. Além disso, o Autor deixa bem claro em sua petição
inicial que concorda com a aplicação da multa pelo atraso na entrega da DIRPF, inclusive com a diferença no tratamento entre aqueles contribuintes que tem imposto a pagar, daqueles que não tem, pelas diferentes consequências que advém em cada caso.
7. Desta forma, não há interpretação equivocada da
legislação por parte do Autor, como argumenta a Ré, tampouco inconformidade com a questão de se aplicar ou não multa por atraso em entrega de declaração.
8. O objeto da lide, ao contrário do que concluiu a Ré em
sua defesa, não se refere à interpretação da Lei 8.981/95, mas sim, a existência de uma inconstitucionalidade na aplicação do referido dispositivo legal que deverá ser reparada pelo Poder Judiciário.
9. Tal inconstitucionalidade verificou-se pela desigualdade
com que foi tratado o Autor quando lhe aplicaram a penalidade de multa pelo atraso na entrega da DIRPF.
10. Ensina o mestre Celso Antônio Bandeira de Mello, em
seu clássico Conteúdo Jurídico do Princípio da Igualdade (Malheiros Editores, São Paulo, 3ª Ed., pág. 9):
"Rezam as constituições - e a brasileira estabelece no art. 5º,
caput - que todos são iguais perante a lei. Entende-se, em concorde unanimidade, que o alcance do princípio não se restringe a nivelar os cidadãos diante da norma legal posta, mas que a própria lei não pode ser editada em desconformidade com a isonomia."
11. O Autor apurou e quitou seu imposto no prazo de lei,
não tendo, no entanto, entregue sua DIRPF em tal prazo.
12. Desta feita tem-se que descumpriu apenas a obrigação
tributária acessória, assim como aqueles contribuintes que não apuram imposto a pagar e que não apresentam DIRPF (inciso II, Art. 88, Lei 8.981/95)
13. No entanto, a Lei 8.981/95, em seu Art. 88, I, lhe
equiparou àqueles contribuintes que, além de não pagarem seu imposto, ainda não apresentam a DIRPF, ou seja, que descumprem duas obrigações tributárias, a principal e a acessória.
14. Ora, esta equiparação de contribuintes em situações
diferentes demonstra evidente afronta à isonomia - princípio da igualdade, que não pode subsistir, pena de manter-se uma inconstitucionalidade.
Diante do exposto, reitera o Autor todos os argumentos e
pedidos dispostos na inicial, em especial pelo integral provimento da presente demanda para anular a penalidade de multa de R$ ______ decorrente do inciso I do Art. 88 da Lei 8.981/95, por ser inaplicável à infração cometida, substituindo-a pela penalidade de R$ 165,74, prevista no inciso II da referida Lei.
Programa de Combate Ao Absenteísmo Do Médico Do Trabalho DR Thomas Eduard Stockmeier, PHD em Medicina Ocupacional Pela ANAMT, Publicado em Março de 2005.