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Profissionais SST
A NR-01 era aquela norma que ninguém dava atenção. Agora, ela saiu das sombras para
ser a NR-01 essencial que o Profissional SST deve conhecer em detalhe.
Herbert Bento
16 de janeiro de 2023
NR-01
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Você sabe qual a Norma Regulamentadora (NR) passou de coadjuvante, a norma mais falada e
relevante nos últimos anos? Não? Pensem bem… A NR-01.
Quem por muitos e muitos anos teve papel principal no dia a dia dos profissionais de Segurança e
Saúde do Trabalho (SST) foi a NR-09 e a NR-01 em muitas vezes em ficou segundo plano. Afinal
com o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) sendo parte integrante do conjunto
mais amplo das iniciativas da empresa no campo da preservação da saúde e da integridade dos
trabalhadores essa norma, a NR-09, sempre teve mais atenção e mais destaque.
Não ter protagonismo, nunca tirou a importância da NR-01. Estabelecer as disposições gerais, o
campo de aplicação e os termos e as definições comuns às NR relativas a SST, sempre teve um
papel fundamental para entendimento dos atores principais e aplicação das normas de maneiras
geral.
História da NR-01
“Mal sabia ela” (a NR -01) que durante a 51ª e 64ª reunião da CTPP, em outubro de 2007 e em
março de 2011, respectivamente, por solicitação da bancada de trabalhadores, foi decidida a
inclusão do tema gerenciamento de riscos ocupacionais na agenda da CTPP e decidida a criação
de Grupo de Estudos Tripartite – GET para inclusão na NR 1 de requisitos para gerenciamento de
riscos ocupacionais.
Histórico da NR-01: de norma coadjuvante a principal!
O motivo dessa revisão tinha como objetivo solucionar problema regulatório advindo da revisão de
1994 da NR-9, que instituiu o PPRA, como programa limitado aos agentes físicos, químicos e
biológicos.
Este programa mesmo sendo o principal programa da SST (de maneira geral), haja vista que
existiam programas específicos para Construção Civil e Mineração por exemplo, não identificava e
estabelecia as medidas de controle para os riscos ergonômicos e de acidente.
É importante destacar também que a NR – 01 foi editada pela Portaria MTb nº 3214, em junho de
1978 e até então nunca havia sido criada Comissão Nacional Temática Tripartite e por isso essa
“sua surpresa”.
Caracterizada como Norma Geral pela Portaria SIT nº 787,novembro de 2018, a revisão da NR-01
foi retomada, conforme aprovada por consenso na 96ª reunião da CTPP, em março de 2019,
considerando a realização dos trabalhos em duas fases.
Na primeira fase foi realizada a harmonização com a nova estrutura do Ministério da Economia,
prevista no Decreto Nº 9.745, de abril de 2019, e com conceitos trazidos pelas demais
NRs, Convenções da OIT e Norma de Gestão ISO 45001, bem como reposicionamento de
dispositivos esparsos previstos em outras NR com relação aos direitos e obrigações, sendo o texto
submetido e aprovado por consenso em junho de 2019, durante a 97ª reunião da CTPP.
História da NR-01
A segunda fase consistiu na harmonização com os demais requisitos da ISO 45001 e de referências
internacionais, sendo realizada em paralelo com as revisões da NR7, NR9 e NR17, por serem as
normas gerais mais impactadas pela revisão da NR1. Para esta fase foi elaborado texto técnico
básico, tendo como referência o trabalho realizado entre 2011 e 2016 por grupo de trabalho
constituído pela SIT.
Por fim o texto técnico básico foi submetido à consulta pública, passou por discussões e as
sugestões coletadas foram analisadas por grupo técnico tripartite, formado por representações de
Governo, empregadores e trabalhadores, conforme indicações das instituições representadas na
CTPP. Após várias rodadas de reuniões o texto da NR-01 foi e publicado pela Portaria SEPRT nº
6.730, de 09 de março de 2020, com a vigência diferida da NR-01 para 09/03/2021.
É importante destacar que o processo de implantação da NR-01 contou com ampla divulgação da
Norma durante a Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes – CANPAT 2020, sendo realizado
o treinamento dos auditores fiscais do trabalho pela ENIT e ainda foram disponibilizados os
seguintes instrumentos:
Fichas com orientações sobre as medidas de prevenção a serem adotadas pelo MEI, conforme
previsto no subitem 1.8.2 da NR-01;
Ferramentas de avaliação de riscos para as microempresa e empresas de pequeno porte que não
forem obrigadas a constituir SESMT, conforme previsto no item 1.8.3 da NR-1;
Mas afinal o que efetivamente a NR-01 trouxe de diferente e inovador para chamar tanta atenção e
para ganhar tanto destaque? Já para começar, deixa de se chamar apenas disposições gerais, passa
ter como nomenclatura, NR-01: Disposições Gerais e Gerenciamento de Riscos Ocupacionais.
A NR-01 a partir dessa alteração traz as regras e considerações do principal programa de segurança
e saúde do trabalho, trazendo como “novidade” requisitos de gestão e pontos que poucos
profissionais e empresas consideravam no seu dia a dia. A obrigação legal de adotar medidas
necessárias para melhorar o desempenho de SST e a inclusão dos riscos de acidente e ergonômicos
em um programa central da organização, são alguns desses exemplos.
Estrutura da NR-01
Para ficar um pouco mais claro e dar uma real noção das alterações e da sua relevância para o dia a
dia da SST, é interessante comentar e analisar pontualmente a NR-01. Que é composta de nove
subitens e dois anexos, sendo eles:
1.1 Objetivo;
Nele você encontra a explicação de alguns termos identificados não apenas na NR-01, mas em
outras normas como por exemplo a definição de agente biológico, agente físico, agente químico
para entendimento da NR-09, os conceitos de canteiro de obra, frente de trabalho e obra para
aplicação na NR-18 e NR-05, neste último caso, para o dimensionamento da Comissão Interna de
Prevenção de Acidentes (CIPA) em conformidade ao anexo I da NR-05 que trata CIPA na indústria
da construção civil.
Alguns termos podem ser aplicados a própria NR-01, por exemplo a definição de empregado,
empregador, estabelecimento, evento perigoso, ordem de serviço, organização, prevenção,
trabalhador, entre outras.
Está na dúvida de algum termo ou definição em qualquer norma, consulte a NR-01, antes mesmo do
“Dr. Google”. Assim você terá certeza da referência adequada.
Outro ponto que merece atenção para consulta a NR-01 é quanto a abrangência e campo de
aplicação das Normas.
Fica claro que as NR obrigam, nos termos da lei, empregadores e empregados, urbanos e rurais e
são de observância obrigatória pelas organizações e pelos órgãos públicos da administração direta e
indireta, bem como pelos órgãos dos Poderes Legislativo, Judiciário e Ministério Público, que
possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e nos termos previstos
em lei, aplica-se o disposto nas NR a outras relações jurídicas.
E que atender as NR não desobriga as organizações do cumprimento de outras disposições que, com
relação à matéria, sejam incluídas em códigos de obras ou regulamentos sanitários dos Estados ou
Municípios, bem como daquelas oriundas de convenções e acordos coletivos de trabalho.
Por exemplo na questão relacionadas a alojamento e áreas de vivência para atendimento a NR-24,
no item 24.9.7.1 estabelece a pé direito mínimo na ausência de código de obra local. Outro
exemplo, é que convenções e acordos coletivos de trabalho podem ser mais restritivos que as
normas e estabelecerem parâmetros ainda não definidos e regulamentados. Ou seja, conhecer
apenas as NR não bastam, você precisa ir além.
Outra dúvida tirada pela NR-01 é sobre o papel dos órgãos competentes. As informações
relacionadas ao campo de competências e estrutura, estabelece as competências da Subsecretaria de
Inspeção do Trabalho – SIT e aos órgãos regionais.
História da NR-01
No caso da SIT por exemplo, formular e propor as diretrizes, as normas de atuação e supervisionar
as atividades da área de segurança e saúde do trabalhador, promover a Campanha Nacional de
Prevenção de Acidentes do Trabalho – CANPAT e coordenar e fiscalizar o Programa de
Alimentação do Trabalhador – PAT. Já a autoridade regional competente em matéria de trabalho
cabe impor as penalidades cabíveis por descumprimento dos preceitos legais e regulamentares sobre
segurança e saúde no trabalho.
Como o objetivo deste artigo não é trazer a cópia integral da NR-01, mas fazer uma análise e
apontamento dos principais tópicos, as competências atribuídas a SIT não serão aqui transcritas. Por
tanto fica como sugestão a leitura do subitem 1.3 da NR-01.
Um ponto já existente no texto antigo e que merece total atenção além do Gerenciamento de Risco
Ocupacionais – GRO na NR-01, é o subitem que trata sobre direitos e deveres do empregador e
empregado.
Direitos e deveres (profissional SST,
empregador e empregado)
É fundamental que o profissional de SST entenda e faça a relação das suas atribuições
principalmente com o que cabe o empregador, descrito na NR-01.
Você técnico, tecnólogo ou engenheiro pegue agora, a lista de atribuições e competências legais,
incluindo o disposto na NR-04 SESMT e compare com as alíneas do subitem 1.3.1 da NR-01.
Perceba que cumprir e fazer cumprir as disposições legais e regulamentares sobre segurança e saúde
no trabalho, informar aos trabalhadores (entre outras coisas riscos ocupacionais e medidas de
prevenção), elaborar ordem de serviço e implementar medidas de prevenção, ouvidos os
trabalhadores, seguindo uma ordem de prioridade é RESPONSABILIDADE DO EMPREGADOR e
não sua.
Então quando você informa que determinado trabalhador precisa passar por um treinamento de NR-
35, que é necessário a instalação de proteção de correias ou polias e/ou que é necessário a instalação
de linha de vida para alguma atividade e a gerência e/ou supervisão direta não permite ou não dá a
devida atenção, cabe a você, fazer chover no molhado e demostrar que essa decisão é uma
responsabilidade direta dele. Mas quando um técnico, tecnólogo e/ou engenheiro se omite em
informar, orientar e instruir o empregador de forma específica e objetiva está descumprindo seu
papel.
Então já falamos do SESMT, do empregador, e o empregado, não tem nada? Tem sim.
O subitem 1.3.2 estabelece que cabem ao trabalhador quatro responsabilidades, e como não vai
pesar nada, é possível colocar todas aqui. São elas:
Mas se o trabalhador se recusar a cumprir algum desses itens? A NR-01 é clara. Constitui ato faltoso
a recusa injustificada o cumprimento dessas responsabilidades.
Mas entre todas essas responsabilidades uma merece mais destaque, principalmente porque
existindo na NR-01, ganha maior abrangência.
Direito de recusa
A NR-01 especifica que o trabalhador poderá interromper suas atividades quando constatar uma
situação de trabalho onde, a seu ver, envolva um risco grave e iminente para a sua vida e saúde,
informando imediatamente ao seu superior hierárquico. E caso comprovada pelo empregador a
situação de grave e iminente risco, não poderá ser exigida a volta dos trabalhadores à atividade
enquanto não sejam tomadas as medidas corretivas.
E será que isso vai ocorrer na prática? Um problema de cada vez prevencionista. O mais importante
neste momento é saber que o trabalhador tem “o poder” de identificar situações de risco grave e
iminente e a organização tem a responsabilidade de fazer alguma coisa a respeito. Parece óbvio,
mas para empresas que querem saber onde está escrito, faz total diferença.
NR-01 Direito de recusa
Os treinamentos admissionais que eram específicos para algumas normas, como a NR-18 e NR-22,
por exemplo passou ser obrigatório a todas as empresas, haja vista que de acordo com a NR-01 todo
trabalhador, ao ser admitido ou quando mudar de função que implique em alteração de risco, deve
receber informações sobre:
É importante ressaltar que essas informações não precisam ser transmitidas apenas durante os
treinamentos, mas também por meio de diálogos de segurança, documento físico ou eletrônico.
E aí, o que achou desse artigo, até agora? Se está curtiu até esse momento. Aguarda o que te espera.
A melhor parte ficou para final.
O disposto neste item deve ser utilizado para fins de prevenção e gerenciamento dos riscos
ocupacionais e não para caracterização de atividades ou operações insalubres ou perigosas. Para
isso devem ser aplicadas as NR-15 (Atividades e operações insalubres) e NR-16 (Atividades e
operações perigosas), respectivamente.
Como mencionado no quadro acima a NR-01 estabelece que os documentos integrantes do PGR
devem ser elaborados sob a responsabilidade da organização, respeitado o disposto nas demais
Normas Regulamentadoras, datados e assinados.
Ficou ou não ficou mais claro?? Mas vamos esquecer os laudos e focar no GRO e no PGR.
Primeiro é importante fazer a relação do GRO e PGR. Um não existe sem o outro. Afinal a NR-01 é
clara. O Gerenciamento de Riscos Ocupacionais deve constituir um Programa de Gerenciamento de
Riscos, a norma identifica este programa dentro do subitem 1.5.7 – Documentação. Ou seja, o PGR
é uma das formas de materializar o GRO.
O GRO é processo e o PGR é o papel. E bem “simples” por sinal, porque é composto no mínimo
pelo inventário de riscos e plano de ação.
O Inventário de riscos ocupacionais é a composição dos dados da identificação dos perigos e das
avaliações dos riscos e devem ser consolidados em um inventário de riscos ocupacionais, devendo
contemplar, no mínimo, as seguintes informações:
e. avaliação dos riscos, incluindo a classificação para fins de elaboração do plano de ação; e
O inventário de riscos ocupacionais deve ser mantido atualizado e o histórico das atualizações deve
ser mantido por um período mínimo de 20 (vinte) anos ou pelo período estabelecido em
normatização específica.
PGR pode ser atendido por sistema de gestão
O PGR diferente do PPRA que era realizado por estabelecimento e por critério da organização, pode
ser implementado por unidade operacional, setor ou atividade.
Outra grande novidade é que o PGR pode ser atendido por sistemas de gestão, desde que estes
cumpram as exigências previstas na NR-01 e em dispositivos legais de segurança e saúde no
trabalho. E se a norma fala sobre trazer os conceitos de gestão, ela não poderia deixar de abordar a
melhoria contínua, embutindo em seu texto um tópico específico sobre a adoção de medidas
necessárias para melhorar o desempenho em SST. E é essa é a grande sacada da NR-01. Obriga ao
empregador e profissionais da área buscarem sair da inércia. Estabelecerem onde estão e para onde
vão.
Observe que a norma não fala necessariamente em certificação, mas atendimento por sistemas de
gestão.
Isso mesmo, cada acidente ou doença relacionadas ao trabalho, precisa reavaliar as medidas de
controle e por consequência o PGR. E essa validação será baseada na análise de acidentes de
trabalho, que deverá ser documentada e:
Falando em acidentes, um ponto que merece destaque é inclusão para preparação para emergências.
Mesmo tendo um foco preventivo a NR-01, não deixa de dar atenção a situações ligadas quando as
coisas não ocorrem como deveriam.
NR-01 – Preparação para emergências
O PGR deve contemplar ou estar integrado com planos, programas e outros documentos previstos
na legislação de SST e considerar as condições de trabalho, nos termos da NR-17. Logo a Análise
Ergonômica Preliminar – AEP e Análise Ergonômica do Trabalho – AET irão se integrar ao
gerenciamento de riscos da organização.
Além disso durante elaboração e a fase de implantação do programa a organização deve adotar
mecanismos para:
a. consultar os trabalhadores quanto à percepção de riscos ocupacionais, podendo para este fim ser
adotadas as manifestações da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA, quando houver;
e
Mesmo com tantas novidades, o processo de elaboração deste programa é bem semelhante ao
estabelecido pela NR-09.
As fases do PGR
A organização precisa evitar os riscos ocupacionais que possam ser originados no trabalho
(antecipação). Após a eliminação de riscos nas fases de projeto e planejamento, ela precisa
identificar os perigos e possíveis lesões ou agravos à saúde, avaliar os riscos ocupacionais
indicando o nível de risco e classificar os riscos ocupacionais para determinar a necessidade de
adoção de medidas de prevenção (reconhecimento e avaliação), o próximo passo é implementar
medidas de prevenção, de acordo com a classificação de risco e na ordem de prioridade estabelecida
na alínea “g” do subitem 1.4.1. Lembra qual é? Não?
Dica de ouro!!!
Como não há como guardar tudo na memória, escolha tópicos para entender e guardar seus
conceitos e jamais esquecer. E conhecer a ordem de prioridades das medidas de prevenção
estabelecidas pela NR-01 é uma das coisas que precisa estar no seu sangue. São elas:
II. minimização e controle dos fatores de risco, com a adoção de medidas de proteção coletiva;
E por fim e não menos importante acompanhar o controle dos riscos ocupacionais (monitoramento).
Fase de monitoramento
Antes da nova NR-01, todo esse processo era empírico. Isso mesmo, empírico. Dá um “Google”!
Brincadeiras à parte, fazer um PPRA era baseado na experiência e na observação, de alguém que
tinha feito. Não existia uma referência legal, uma receita de bolo. E agora tudo está detalhado.
É importante que a identificação dos perigos deve abordar os perigos externos previsíveis
relacionados ao trabalho que possam afetar a saúde e segurança no trabalho. Já a avaliação de riscos
ocupacionais precisa ser realizada, através de ferramentas e técnicas adequadas ao risco ou
circunstância em avaliação.
Deve-se para cada risco ser indicado um nível, determinado pela combinação da severidade das
possíveis lesões ou agravos à saúde com a probabilidade ou chance de sua ocorrência.
Achando complexo? Vai piorar!!!! Mas calma, tudo vai dar certo…
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na Prática
Trocando em miúdos. Você precisa estimar sobre cada risco sua capacidade de matar e/ou causar
lesão com incapacidade total/parcial permanente e/ou temporária e quais as chances desse cenário
acontecer.
A gradação da severidade das lesões ou agravos à saúde deve levar em conta a magnitude da
consequência (levar em conta a ocorrência de acidentes ampliados) e o número de trabalhadores
possivelmente afetados.
Todos esses conceitos e como fazer podem ser lidos com mais detalhes, na NR-01, conforme já
exposto, não é nosso objetivo ficar dando Ctrl C e Ctrl V da norma aqui.
Baseada nessa avaliação você fará a classificação e irá elaborar o plano de ação. Nele será
especificado os controles de riscos introduzidos, aprimorados ou mantidos e estabelecerá as formas
de acompanhamento e aferição de resultados e para isso é necessário dar uma atenção especial
subitem 1.5.5 da NR-01, sendo eles:
Lembrando a organização deve adotar medidas de prevenção para eliminar, reduzir ou controlar os
riscos sempre que:
b. a classificação dos riscos ocupacionais (risco intolerável que requer medida emergencial)
c. houver evidências de associação, por meio do controle médico da saúde, entre as lesões e os
agravos à saúde dos trabalhadores com os riscos e as situações de trabalho identificados
(dispositivos ergonômicos em atividades que é identificada sobrecarga musculoesquelética).
Já em caso de inviabilidade técnica comprovada (requer estudo e análise) para adoção de medidas
de proteção coletiva, ou quando estas não forem suficientes ou encontrarem-se em fase de estudo,
planejamento ou implantação ou, ainda, em caráter complementar ou emergencial, deverão ser
adotadas outras medidas, obedecendo-se a seguinte hierarquia:
Outro ponto que merece destaque também é o acompanhamento da saúde ocupacional dos
trabalhadores. Já que os indicadores médicos podem sugerir que algum controle não está sendo
eficiente.
Esse controle deve ser um processo preventivo planejado, sistemático e continuado, de acordo com
a classificação de riscos ocupacionais e nos termos da NR-07 PCMSO.
Empresas terceirizadas
Mas caso a empresa que eu trabalhe tenha outras empresas prestando serviço, ou caso ao contrário,
eu seja prestador de serviço em diversos locais de trabalho. Muda alguma coisa?
No que tange a parte sobre capacitação dos trabalhadores é importante destacar além da
possibilidade do uso do EAD em alguns treinamentos a permissão para aproveitamento de
conteúdos de treinamentos ministrados, seja na mesma organização entre organizações.
Já sobre o EAD, foram delimitadas diretrizes e requisitos mínimos para utilização, sendo assim
tanto seu uso, quando na formatação semipresencial, são necessários atender os requisitos
operacionais, administrativos, tecnológicos e de estruturação pedagógica previstos no Anexo II.
Para entender melhor sugere-se ler com calma e atenção o subitem 1.7 da NR-01.
Os documentos físicos, assinados manualmente, inclusive os anteriores à vigência desta NR, podem
ser arquivados em meio digital, pelo período correspondente exigido pela legislação própria,
mediante processo de digitalização conforme disposto em Lei.
Mas não é somente fazer o documento de forma eletrônica ou digitaliza-lo, o empregador deve
garantir a preservação de todos os documentos nato digitais ou digitalizados por meio de
procedimentos e tecnologias que permitam verificar, a qualquer tempo, sua validade jurídica em
todo território nacional, garantindo permanentemente sua autenticidade, integridade,
disponibilidade, rastreabilidade, irretratabilidade, privacidade e interoperabilidade.
SESMT e Tecnologia da informação precisam estar alinhados e estabelecer como será a elaboração,
guarda e conservação dos documentos.
O que era chamado de treinamento admissional e/ou integração, a NR-01 chamou de inicial. E o
que era chamado de reciclagem, ganhou o nome de periódico ou eventual.
Antes a maioria dos certificados tinham conteúdo programático, carga horária, data, local de
realização do treinamento, nome e qualificação dos instrutores e assinatura. Agora é necessário
também assinatura do trabalhador (muitos já faziam dessa forma) e a assinatura do responsável
técnico do treinamento, não necessariamente o instrutor.
Dica de ouro!!!!
Na dúvida de qual prazo estabelcer para o treinamento que não está prevista na norma. Como por
exemplo a NR-11? Segue as demais! Se você observar a NR-35, por exemplo o prazo são de dois
anos.
a. quando houver mudança nos procedimentos, condições ou operações de trabalho, que impliquem
em alteração dos riscos ocupacionais;
b. na ocorrência de acidente grave ou fatal, que indique a necessidade de novo treinamento; ou
c. após retorno de afastamento ao trabalho por período superior a 180 (cento e oitenta) dias.
E por fim e não menos importante. Merece um destaque ao item que fala sobre o tratamento
diferenciado ao Microempreendedor Individual – MEI, à Microempresa – ME e à Empresa de
Pequeno Porte – EPP.
A NR-01 dispensa o Microempreendedor Individual – MEI de elaborar o PGR, porém não abre mão
do contratante do MEI incluí-lo nas suas ações de prevenção e no seu PGR, quando este atuar em
suas dependências ou local previamente convencionado em contrato.
Logo as empresas que contratarem MEI, terão que considerar suas atividades e riscos no PGR.
Outro ponto importante para o MEI é que serão expedidas pela Secretaria Especial de Previdência e
Trabalho – SEPRT fichas com orientações sobre as medidas de prevenção a serem adotadas pelo
MEI.
As FICHAS MEI têm o objetivo de relacionar os principais perigos e riscos comumente presentes
nas atividades do microempreendedor individual (MEI), bem como as medidas de prevenção e
proteção a serem adotadas para resguardar sua saúde e integridade física e de seu empregado,
quando houver.
Trata-se de lista exemplificativa, devendo cada profissional avaliar riscos adicionais e/ou
relacionados à sua situação específica. No caso de trabalho em estabelecimentos de terceiros, a
contratante deverá fornecer as informações sobre os riscos que possam afetar o MEI e incluí-lo nas
suas ações de prevenção.
A observância destas fichas não dispensa o cumprimento das disposições legais e regulamentares
aplicáveis, especialmente as Normas Regulamentadoras de segurança e saúde no trabalho (NR),
conforme o caso.
Para acessar as fichas basta clicar em FICHA MEI.
Além da MEI, as microempresas e empresas de pequeno porte que não forem obrigadas a constituir
SESMT, podem optar por usar uma ferramenta de avaliação de risco a serem disponibilizada pela
SEPRT, não sendo obrigada a elaborar um PGR seguindo os requisitos do subitem 1.5 da NR-01.
Neste caso o PGR será relatório produzido por esta ferramenta e o plano de ação.
As ME e EPP, graus de risco 1 e 2 (consulte o Anexo I da NR-04 para saber o grau de risco da
empresa), que no levantamento preliminar de perigos não identificarem exposições ocupacionais a
agentes físicos, químicos e biológicos, em conformidade com a NR9, e declararem as informações
digitais na forma do subitem 1.6.1, ficam dispensadas da elaboração do PGR. Caso além dos riscos
ambientais, também não tiverem riscos relacionados a fatores ergonômicos, ficam dispensadas de
elaboração do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO.
Aha! Não esquece que a dispensa do PCMSO não desobriga a empresa da realização dos exames
médicos e emissão do Atestado de Saúde Ocupacional – ASO e que a quanto à obrigação de
elaboração do PGR não afasta a obrigação de cumprimento por parte do MEI, ME e EPP das
demais disposições previstas em NR.
Ou seja, não ter PGR, não desobriga ter que atender a NR-10, 11 e 12 por exemplo. E o PGR sem
gestão não estabelece um GRO.
Fato que diante de tantas mudanças, muitas oportunidades de melhorar o ambiente de trabalho,
prevenir doença e acidentes e até de negócios podem surgir para os profissionais de segurança e
saúde do trabalho e o sucesso da NR-01 e do GRO e do PGR depende muito da postura proativa e
compromissada de todos.
Especialista GRO/PGR
PGR na Prática
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