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SECTOR DE CEREAIS
Elaborado por:
Alberto Naconha
Lichinga,
2020
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Índice…………………………………………………………………………………………...1
Capitulo I................................................................................................................................................. 2
INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................... 2
Capitulo II ............................................................................................................................................. 13
Capitulo IV ............................................................................................................................................ 25
Capitulo V ............................................................................................................................................. 30
Capitulo VI ............................................................................................................................................ 34
BIBLIOGRAFICA ................................................................................................................................ 50
Anexo1 .................................................................................................................................................. 51
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Capitulo I
INTRODUÇÃO
O milho (Zea mays L.) tem sua origem na América Central. É uma espécie que pertence à
família Gramineae/Poaceae. Há mais de 8000 anos que é cultivada em muitas partes do
Mundo (Estados Unidos da América, República Popular da China, Índia, Brasil, França,
Indonésia, África do Sul, etc.). A sua grande adaptabilidade, representada por variados
genótipos, permite o seu cultivo desde o Equador até ao limite das terras temperadas e desde o
nível do mar até altitudes superiores a 3600 metros, encontrando-se, assim, em climas
tropicais, subtropicais e temperados. Esta planta tem como finalidade de utilização na
alimentação humana e animal, devido às suas elevadas qualidades nutricionais, contendo
quase todos os aminoácidos.
Em mocambique o milho é a principal cultura alimentar e o sector familiar contribuiu com
mais de 90% das áreas cultivadas. Porém, os rendimento neste sector são muito baixos
variando entre 0,6 a 1.2 ton/ha. Estes rendimentos são os mais baixos do seu potencil
estimados em 5 a 6,5 toneladas por hectare. verifica-se também que a baixa produtividade
agrícola em Moçambique resulta do baixo uso de insumos de práticas de cultivo tradicionais e
a falta de consciencialização (no uso de praticas agronómicas para o aumento da produção e
produtividade) do produtor, muitas parcelas ainda são cultivadas recorrendo intensivamente
ao trabalho braçal e utensílios manuais, com uma utilização mínima de sementes melhoradas
(10% no caso do milho, 1,8% no caso do arroz), de insumos químicos (4-5%) e tração animal
(11,3%) (TIA (Tratado de Inquérito Agrícola, 2008).
Manejar o solo: significa construir um perfil cultural onde as plantas encontrem um ambiente
ajustado para o pleno desenvolvimento vegetativo e uma harmonia entre as propriedades
físicas, químicas e biológicas, ações de manejo são estratégicas.
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Preparo do solo: significa construir um leito para o desenvolvimento fisiológico das plantas
cultivadas levando em conta os recursos tecnológicos, humanos e ambientais, ações de
preparo são operacionais.
Conceito: Maneio e preparo do solo são alterações feitas no perfil do solo visando
proporcionar condições favoráveis para sementes por meio do desenvolvimento do sistema
radicular das plantas e infiltração da água no solo.
Quebra de compactação
Desenvolvimento das raízes
Retenção de água
Diminuir erosão
Controle de plantas daninhas
Incorporação de fertilizantes e matéria orgânica
Possibilidades:
Mais outras.
Atenção: Grandes riscos de erosão para operações feitas sem critérios técnicos
Precauções:
O arado corta uma faixa de solo denominada leiva que é elevada e invertida juntamente com
um certo efeito de destorroamento.
Tração animal
Trator
Quanto a movimentação do órgão activo temos:
Charrua de discos
03: Eixo transversal- eixo localizado na dianteira da charrua, transversal ao chassi nas suas
extremidades estão localizados os pinos de engate ao primeiro e terceiro engate do tractor
05: Descanso
Charrua de aiveca
01: Chassi
02: Torre
Sequencia:
Horizontal (Largura de corte de cada disco), angulo maior dará maior largura de corte.
Vertical (Penetração do disco), ângulo maior dará menor profundidade de trabalho.
2. Regulagem do arado de aiveca
Acoplamento, centralização, nivelamento: idem a charruas de discos
Profundidade: roda de profundidade
Estabilidade: rastro ou costaneira.
Como manutenção é indispensável a lubrificação dos pontos.
Como vimos anteriormente a charrua atua na descompactação do solo ajudando a criar boas
condições físicas para o bom desenvolvimento das sementes e por consequência da cultura do
milho, mais a charrua deixa o solo muito torroado e desnivelado assim a gradagem é
necessária para poder melhorar as condições de sementeira e melhorar a sua germinação.
1. Antes da lavoura: para picar a massa vegetal, diminuir o excesso da vegetação que
dificulta na lavoura, esta operação geralmente é feito com grade de disco dentado.
2. Depois da lavoura: a operação mais comum feito com finalidade de desagregar o solo e
nivelar a área para sementeira.
1. Quanto ao órgão activo: existem grades de dentes, grades de molas e grades de discos
(as mais comuns)
2. Quanto a fonte de potência: Grades de tração animal e grades de tração mecânica
3. Quanto ao acoplamento a fonte de potência: Grades de arrasto e montados.
As grades de dentes e molas são utilizados no controle mecânico de infestantes, na
escarificação superficial do solo, ao passo que as grades de disco são as mais usuais no
preparo secundário do solo estas podem apresentar um formato em X denominadas tandem e
as grades set off em forma de V.
As grades tandem são geralmente utilizadas para o nivelamento do solo, e as grades set off
geralmente para corte e destorroamento do solo.
Chassi
Secções de discos ou conjunto de discos, sendo estas secções constituídos por (eixo da
secção, calota, mancal, suporte do mancal, discos e porcas)
Os discos podem ser:
De bordas lisas: melhor nivelamento do solo, são mais afiados realizando assim melhor
corte.
De bordas dentados: maior capacidade de penetração no solo e realizam o corte de restos
vegetais.
Profundidade de trabalho
Obtem-se através da regulagem do angulo de tração do cabeçalho, ângulo de abertura das
secções dos discos (aumentamos o ângulo de abertura para trabalhar em solos com maior
dificuldade de penetração dos discos e em solos leves e soltos deve se trabalhar com menor
ângulo de abertura.), e os pneus como limitadores de profundidade.
Manobras em cabeceiras com discos no solo
Com as secções dos discos no solo faça as manobras somente para o lado esquerdo (lado
fechado da grade), observe que o terreno gradeado devera ficar sempre a esquerda do
operador
Independentemente do formato e tamanho da área as gradagens são feitas basicamente de
duas maneiras de fora para dentro e de dentro para fora.
Fazer lubrificação dos pontos.
Quando se pretende fazer a correção do solo utilizamos máquinas que Comumente são
chamados de distribuidor de calcário, estas fazem a distribuição de correctivos, fertilizantes
e/ou sementes, estes podem ser de arrasto, montados ou auto propelidos.
Para se saber o que aplicar, quanto aplicar, quando aplicar e o como aplicar, envolve:
nutrição mineral de plantas, química do solo, fertilidade do solo, mecanização agrícola, etc.
Distribuição desuniforme
Alta deriva
Incorporação superficial (Charruas e Grades)
Segregação (separação por tamanho)
Alta higrospicidade (absorção de água)
Menor fluidez (escoamento)
Variabilidade de productos
Factores importantes na aplicação
Dose de aplicação
Antecedência
Incorporação (plantio direto, preparo convencional)
PRNT
Onde:
Exemplo 1:
NC=
NC=
NC=2,20 t/ha.
Seleção de máquinas
Considerar sempre:
Tamanho do terreno
Uniformidade
Faixa de regulagem
Potência exigida
Outros
Constituição e caracteristicas
Chassi
Deposito (capacidade e autonomia)
Rodado
Mecanismo dosador e distribuidor:
Mecanismo dosador- define a vazão do producto (volumétrico e gravimétrico)
Mecanismo distribuidor- define a forma e largura de deposição (queda livre, força centrífuga,
e inercia.
Regulagens e manutenção
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Fazer sulcos
Dosar a quantidade de semente e adubo
Depositar o adubo e semente no sulco
Regular e fazer cobertura
Compactar a terra que cobre a semente e adubo
Corte de palha/vegetação (em sistemas de plantio directo/sementeira directa)
-Manuais
-Tração animal
-Convencional
-Plantio direto
Semeadoras adubadoras mais comuns utilizados para cultura do milho, possuem dois tipos de
mecanismos dosadores de semente:
Disco horizontal
Características – pneumáticas
menor dano mecânico na semente;
-maior velocidade na sementeira;
cuidados com velocidade do ar, disco apropriado e raspador;
maior custo de obtenção.
Capitulo II
número de amostras simples, para compor uma amostra composta, por glebas homogêneas,
deve ser de 10 a 20 (15 em média). A coleta de amostras simples deve ocorrer em
caminhamento em ziguezague uniformemente distribuída por toda a gleba. No sistema de
sementeira direto amostrar de 0-10 cm de profundidade.
De modo geral não está contemplada para a cultura nas condições do sistema de baixa
tecnologia devido aos elevados custos e dificuldade de aquisição do insumo, podendo ser
aplicado cal ou gesso.
Calagem
Nos solos ácidos, o baixo pH e a alta disponibilidade de alumínio tóxico impedem o adequado
desenvolvimento do sistema radicular, prejudicando a absorção de nutrientes e reduzindo a
produtividade. A acidez pode ser corrigida com a aplicação de calcário, que deve apresentar
PRNT maior que 70. A aplicação deve ser feita com base nos resultados da análise do solo, 60
dias antes da sementeira, para propiciar condições de reação do calcário com o solo e,
consequentemente, maiores benefícios para a cultura. Para valores de pH menores que 5,5,
+3 +2 +2
será necessário fazer calagem. A dose é determinada pelo critério do Al e Ca + Mg
trocáveis ou pelo critério da saturação de bases para elevá-la a 60%. A aplicação de calcário
deve ser feita a lanço (espalhado por todo o terreno) e sua incorporação ao solo mediante
aração e gradagem, à profundidade de 20 a 30 cm.
Gessagem
O emprego do gesso agrícola, também denominado fosfogesso, tem sido justificado em duas
situações, principalmente: a) quando da necessidade de cálcio e de enxofre; b) na diminuição
de concentrações tóxicas do alumínio trocável nas camadas subsuperficiais, com consequente
aumento de cálcio nessas camadas, visando “melhorar” o ambiente para o crescimento
radicular. A tomada de decisão sobre o uso do gesso agrícola deve ser feita sempre com base
no conhecimento de algumas características químicas e na textura do solo das camadas
subsuperficiais (20 a 40cm e 30 a 60cm). Sua aplicação deve ser feita a lanço, individual ou
separadamente, com a aplicação do calcário.
Micronutrientes
Azoto
A quantidade e o ritmo de absorção de azoto são variáveis ao longo do ciclo do milho. Até ao
estádio de desenvolvimento de 8-10 folhas, as necessidades de azoto no milho são reduzidas,
correspondendo aproximadamente a 10% ou até menos, do total do azoto absorvido. Nesta
fase, as raízes estão ainda pouco crescidas e portanto com pouca capacidade para extrair o
azoto do solo. A partir da fase de 10 folhas e até ao escurecimento total dos estigmas, a
absorção processa-se a um ritmo muito intenso e a quantidade de azoto absorvido pela cultura
corresponde a cerca de 60 a 70% do total absorvido. Na fase de enchimento do grão, a
absorção de azoto volta a ser novamente mais baixa, sendo a quantidade absorvida nesta fase,
aproximadamente 20 a 30% do total absorvido.
Fósforo
Potássio
O potássio é um macronutriente principal que tem como funções principais aumentar a taxa
fotossintética, melhorando o crescimento para densidades de população elevadas e aumentar a
resistência das plantas à secura. Contribui também para o aumento dos hidratos de carbono
fermentáveis, o que é importante para o milho forrageiro, melhorando a qualidade da silagem.
Depois do azoto, o potássio é o nutriente absorvido em maiores quantidades pelo milho, com
aproximadamente 26 a 43 %, a ser exportado para o grão.
Este macronutriente é absorvido pelas plantas na forma de ião K+, sofrendo menos lavagem
que o azoto, mas mais que o fósforo. Tem no entanto, facilidade em ligar-se às argilas,
principalmente à ilite, ficando desse modo indisponível para as plantas. Por essas duas razões,
considera-se que o coeficiente de utilização do potássio é em média de 40%, ou seja, do total
do potássio disponível, a cultura apenas consegue absorver em média 40%. É um nutriente, tal
como o fósforo, aplicado normalmente em adubação de fundo ou à sementeira, podendo
também ser aplicado em cobertura das pastagens.
Micronutrientes
A adubação deve ser feita com base na análise do solo, no histórico da área e na produtividade
esperada nas condições em que não tenha condições de fazer análise do solo use 175kg de
NPK/ha. Recomenda-se a utilização de adubos orgânicos de origem animal, como esterco
bovino curtido, gerados na própria propriedade. O uso de adubos orgânicos melhora as
propriedades físicas do solo (porosidade e capacidade de retenção de água), além de aumentar
a fertilidade (CTC, teor de P e de matéria orgânica). Fertilizantes minerais naturais pouco
solúveis, como fosfato natural, Termo fosfato, sulfato de potássio, sulfato de magnésio e
micronutrientes também podem ser utilizados.
Adubação Verde
Culturas de Cobertura
impacto direto sobre a superfície do solo, reduzindo a desagregação das partículas, que é a
fase inicial do processo erosivo, reduz a velocidade de escorrimento das enxurradas, melhora
ou mantém a capacidade de infiltração de água, reduzindo o efeito da desagregação do solo e
evitando o selamento superficial, provocado pela obstrução dos poros com partículas finas
desagregadas. Além disso, protege o solo da radiação solar, diminui sua variação térmica,
reduz a evaporação de água e favorece o desenvolvimento de microorganismos, além de
ajudar no controle de plantas daninhas.
Dentre as espécies utilizadas como cultura de cobertura, algumas merecem destaque, por seus
benefícios físico-químicos ao solo, entre elas a aveia-preta, a ervilhaca-peluda e o nabo-
forrageiro, como plantas antecessoras de inverno.
As culturas de milho e da aveia integradas e de forma planejada, no sistema de rotação,
proporcionam alto potencial de produção de fitomassa, com elevada relação C/N, garantindo a
manutenção de cobertura do solo, dentro da quantidade mínima preconizada e por maior
tempo de permanência na superfície.
Rotação de Culturas
Capitulo III
Condições climáticas
Temperatura
A temperatura possui uma relação complexa com o desempenho da cultura, uma vez que a
condição óptima varia com os diferentes estádios de crescimento e desenvolvimento da
planta.
A temperatura da planta é basicamente a mesma do ambiente que a envolve. Devido a esse
sincronismo, flutuações periódicas influenciam nos processos metabólicos que ocorrem no
interior da planta. Nos momentos em que a temperatura é mais elevada, o processo
metabólico é mais acelerado e nos períodos mais frios o metabolismo tende a diminuir. Essa
oscilação metabólica ocorre dentro dos limites extremos tolerados pela planta de milho,
compreendidos entre 10ºC e 30ºC. Abaixo de 10ºC, por períodos longos, o crescimento da
planta é quase nulo e sob temperaturas acima de 30ºC, também por períodos longos, durante a
noite, o rendimento de grãos decresce, em razão do consumo dos produtos metabólicos
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elaborados durante o dia. Temperaturas noturnas elevadas, por longos períodos, causam
diminuição do rendimento de grãos e provocam senescência precoce das folhas.
A temperatura ideal para o desenvolvimento do milho, da emergência à floração, está
compreendida entre 24 e 30ºC. Comparando-se temperaturas médias diurnas de 25ºC, 21ºC e
18ºC, verificou-se que o milho obteve maior produção de matéria seca e maior rendimento de
grãos na temperatura de 21ºC. A queda do rendimento sob temperaturas elevadas se deve ao
curto período de tempo de enchimento de grãos, em virtude da diminuição do ciclo da planta.
A planta do milho precisa acumular quantidades distintas de energia ou simplesmente
unidades calóricas necessárias a cada etapa de crescimento e desenvolvimento. A unidade
calórica é obtida através da soma térmica necessária para cada etapa do ciclo da planta, desde
a sementeira até o florescimento masculino. O somatório térmico é calculado através das
temperaturas máximas e mínimas diárias, sendo 30ºC e 10ºC, respectivamente, as
temperaturas referenciais para o cálculo. Com relação ao ciclo, as cultivares são classificadas
pelas empresas produtoras de sementes em normais ou tardias, semi-precoces, precoces e
super-precoces.
As variedades normais apresentam exigências térmicas correspondentes a 890-1200 graus-
dias (G.D.), as precoces, de 831 a 890, e as super-precoces, de 780 a 830 G.D. Essas
exigências calóricas se referem ao cumprimento das fases fenológicas compreendidas entre a
emergência e o início da polinização.
Humidade do solo
O milho é uma cultura muito exigente em água. Entretanto, pode ser cultivado em regiões
onde as precipitações vão desde 250 mm até 5000 mm anuais, sendo que a quantidade de
água consumida pela planta, durante seu ciclo está em torno de 600 mm. O consumo de água
pela planta, nos estádios iniciais de crescimento, num clima quente e seco, raramente excede
2,5 mm/dia. Durante o período compreendido entre o espigamento e a maturação, o consumo
pode se elevar para 5 a 7,5 mm diários. Mas se a temperatura estiver muito elevada e a
humidade do ar muito baixa, o consumo poderá chegar até 10 mm/dia.
A ocorrência de défice hídrico na cultura do milho pode ocasionar danos em todas as fases.
Na fase do crescimento vegetativo, devido ao menor elongamento celular e à redução da
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Fotoperíodo
Radiação solar
A radiação solar é um dos parâmetros de extrema importância para a planta de milho, sem a
qual o processo fotossintético é inibido e a planta é impedida de expressar o seu máximo
potencial produtivo. Grande parte da matéria seca do milho, cerca de 90%, provém da fixação
de CO2 pelo processo fotossintético. O milho é uma planta do grupo C4, altamente eficiente
na utilização da luz. Uma redução de 30% a 40% da intensidade luminosa, por períodos
longos, atrasa a maturação dos grãos ou pode ocasionar até mesmo queda na produção.
Em uma pesquisa avaliando a produção de sementes, verificou-se que o milho semeado em
outubro teve redução na produtividade e no rendimento de sementes beneficiadas, quando
comparado com a sementeira em março, que apresentou 60% a mais na produtividade e
maiores valores no rendimento de beneficiamento nas peneiras 24, 22 e 20 e menores na
peneira 18 e no resíduo final. Essa diferença foi atribuída ao fato de o período de enchimento
de grãos do milho semeado em outubro ter ocorrido no mês de janeiro quando se constatou
um longo período com alta nebulosidade, com grande frequência de período chuvoso durante
o dia, ou seja, com redução na radiação fotossinteticamente activa, necessária para intensificar
o processo fotossintético.
Época de sementeira
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Tratamento da semente
Existem vários patógenos de solo que são transmitidos por sementes, devendo-se fazer o uso
de sementes sadias e do tratamento de sementes com fungicida para a prevenção ou redução
de perdas.
De modo geral, as sementes de milho comercializadas já vêm tratadas. Nos casos de sementes
sem tratamento, recomenda-se o tratamento com fungicidas (sistêmico + contato) que
proporcionam garantia adicional ao estabelecimento da cultura com baixo custo e com
inseticidas para o controle de pragas de solo e daquelas que atacam a cultura nas fases iniciais
de desenvolvimento. Esse assunto será abordado nos tópicos que tratam do controle de pragas
e doenças.
O procedimento normalmente utilizado:
Humedecer as sementes com água.
Adicionar o inseticida e, ou fungicida, misturando-se bem.
Colocar à sombra para secagem durante aproximadamente 1 hora.
Profundidade da sementeira
Densidade de planta
A densidade de planta, ou estande, definida como o número de plantas por unidade de área,
tem papel importante no rendimento de um campo de milho, uma vez que pequenas variações
na densidade têm grande influência no rendimento final da cultura.
O milho é a gramínea mais sensível à variação na densidade de plantas. Para cada sistema de
produção, existe uma população que maximiza o rendimento de grãos. A população
recomendada para maximizar o rendimento de grãos de milho varia de 40.000 a
80.000plantas.ha-1, dependendo da disponibilidade hídrica, da fertilidade do solo, do ciclo da
Variedade, da época de sementeira e do espaçamento entre linhas. O aumento da densidade de
plantas até determinado limite é uma técnica usada com a finalidade de elevar o rendimento
de grãos da cultura do milho. Porém, o número ideal de plantas por hectare é variável, uma
vez que a planta de milho altera o rendimento de grãos de acordo com o grau de competição
intra-específica proporcionado pelas diferentes densidades de planta.
O rendimento de um campo aumenta com a elevação da densidade de sementeira, até atingir
uma densidade óptima, que é determinada pela variedade e por condições externas resultantes
de condições edafo-climáticas do local e do manejo do campo. A partir da densidade óptima,
quando o rendimento é máximo, aumento na densidade resultará em decréscimo progressivo
na produtividade da lavoura. A densidade óptima é, portanto, variável para cada situação e,
basicamente, depende de três condições: variedade, disponibilidade hídrica e do nível de
fertilidade de solo. Qualquer alteração nesses fatores, direta ou indiretamente, afetará a
densidade óptima.
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Sementeira mecanizada
espaçamento entre plantas, para melhor aproveitamento de luz. Mesmo dentre os grupos de
variedades (precoces ou tardios), há diferenças quanto à densidade óptima de planta.
Em situações de áreas irrigadas, ou quando não há restrições hídricas, é aconselhável usar o
limite superior da faixa da densidade recomendada. Um fator importante quando se usa alta
densidade de planta é assegurar que a cultivar usada apresenta grande resistência ao
acamamento e ao quebramento.
De forma análoga ao suprimento hídrico, quanto maior for a disponibilidade de nutrientes
para as plantas, seja pela fertilidade natural do solo ou por adubação, maior será a densidade
para se alcançar o máximo rendimento. As interações mais frequentes entre o nível de
fertilidade e a densidade de sementeira se dão principalmente com a adubação nitrogenada.
Compasso
Depois do teste de germinação vai saber quantas sementes deve colocar em cada covacho.
Após muitos anos de investigação, os compassos do milho em monocultura recomendados
são:
Compasso (m)
Entre linhas Entre plantas na mesma linha Densidade (plantas/ha)
0.75 0.25 53,333
0.75 0.30 44,444
0.80 0.25 50.000
0.80 0.30 41,667
0.90 0.25 44,444
0.90 0.30 37,037
1.00 0.25 40.000
Capitulo IV
A semente não é grão, pois este serve para o consumo, embora as condições de produção de
grãos e sementes possam ser muito parecidas. A utilização de sementes de boa qualidade
proporcionará ao agricultor maiores possibilidades de sucesso da lavoura e,
consequentemente, da produção. A semente de boa qualidade deve ter alta germinação,
elevada pureza física (não conter impurezas) e ser livre de pragas e doenças. A semente
classificada também facilita o plantio mecanizado.
As principais vantagens do uso de sementes de qualidade são: formação de campos sem falhas
e com população de plantas adequada; melhor uniformidade do tipo, sendo a colheita
facilitada; maior resistência a pragas, doenças e ao acamamento, o que também facilita a
colheita; e maior adaptação ao solo e clima, resultando em maior produção.
Recomenda-se o uso de sementes certificadas, uma vez que o campo de produção de sementes
tem de atender a determinados padrões que garantem a sua boa qualidade. Devem ser
adquiridas sementes produzidas por empresas credenciadas e registradas, ou seja, que tenham
certificado de garantia.
O custo da semente de boa qualidade representa muito pouco para o agricultor. Na
maioria dos casos, não alcança 5% dos custos da lavoura.
O produtor de sementes deve tomar alguns cuidados que normalmente não são observados na
produção de milho para consumo, como:
Na escolha da área para a implantação do campo de produção, seja ela coletiva ou não, devem
ser consideradas algumas características:
● Boa fertilidade;
● Livre de infestações de plantas daninhas;
● Livre de pragas;
● Livre de encharcamento;
● Não ter sido cultivada com milho nos últimos 2 anos;
● Possibilidade de se estabelecerem pontos confiáveis de aporte de água;
● Possibilidade de ocorrência de ventos predominantes.
Isolamento
Para produzir a semente própria de milho variedade é necessário manter a variedade pura.
Para evitar cruzamentos indesejáveis, o campo de produção de sementes deve estar isolado de
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outros campo de grãos ou de outros campos plantados com outras variedades de milho, o que
pode ser feito através da diferenciação da época de sementeira ou do isolamento físico.
● Diferenciação da época de sementeira: consiste em implantar o campo para produção de
sementes no mínimo 30 dias antes ou depois de outra sementeira de milho, para evitar que a
floração das duas ocorra no mesmo período e as plantas do campo de sementes sejam
contaminadas.
● Isolamento físico: consiste em conduzir o campo de produção de sementes numa área com
pelo menos 200 a 300 metros de distância de outras lavouras de milho
Nesse modelo inclui-se a multiplicação de variedades locais, tradicionais ou crioulas para fins
de sementeira, consideradas como tal as variedades desenvolvidas, adaptadas ou produzidas
por agricultores familiares, assentados da reforma agrária ou indígenas, com características
fenotípicas bem determinadas, reconhecidas pelas respectivas comunidades como bom
material para semeadura e que não se caracterizem como substancialmente semelhantes às
cultivares comerciais.
Independentemente dos casos, as sementes comercializáveis devem ser produzidas a partir de
materiais previamente avaliados e sem prejuízo do cumprimento das normas técnicas e dos
padrões de produção e de comercialização vigentes.
Uso de gerações avançadas de híbridos - O híbrido duplo é obtido pelo cruzamento de dois
híbridos simples.
Cada híbrido simples, por sua vez, é obtido pelo cruzamento de duas linhagens endogâmicas
A característica principal do híbrido é ter grande vigor.
Semeando -se as sementes colhidas de um hibrido e deixando-se suas plantas se acasalarem
ao acaso (2Ç1 geração) /há uma redução em torno de 48% na produção para híbridos simples,
em torno de 36% para híbridos triplos e em torno de 26% para hibridos duplos.
Devido a isso, é recomendável a compra de novas sementes todos os anos, quando o produtor
usa híbridos para o plantio.
A produção de sementes inicia-se pela semente genética, obtida por instituições de pesquisa
que se dedicam ao melhoramento genético. Essas sementes são multiplicadas, obedecendo-se
a um projeto específico denominado "Manutenção de Estoques Genéticos". A partir dai são
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Produção de Híbridos
O processo é idêntico ao geral, mas a fase de semente pré-básica é mais trabalhosa, podendo
ser dividida em, pelo menos, duas etapas.
Procedimentos:
Obter linhagens puras homozigóticas que podem ser reproduzidas. Cruzá-las e selecionar o
melhor cruzamento (híbrido), que pode ser produzido indefinidamente, uma vez que os
genótipos das linhagens podem ser mantidos e multiplicados Conjunto de genótipos (plantas)
que possuem características próprias bem definidas e sofrem cruzamento ao acaso – mantêm
suas características obtidos utilizando o mesmo princípio de gerar endogamia e hibridação
(Shull, 1909)
Fixar e reproduzir os melhores genótipos de uma população indefinidamente.
A sementeira via de regra, deve ser feito com semeadora a tração animal ou matara, devendo-
se tomar o máximo cuidado para evitar a mistura de sementes das duas linhagens.
Recomendam-se usar semeadoras individuais para a, linhagens masculinas e femininas.
Quando os pendões ou flexas começam a desabrochar, procede-se imediatamente à sua
eliminação completa em todas as plantas da linhagem "B", o que se faz por um simples
puxão. As plantas assim "castradas" tornam-se. Daí por diante, exclusivamente "femininas".
·As suas "bonecas" ou espigas são, portanto, polinizadas pelo pólen produzido pelos pendões
ou flexas das plantas das linhas masculinas" A" (c:').
Todas as sementes colhidas nas linhas "B" são híbridas (A X B).
Na fase de Semente Básica, são formados os híbridos duplos, a partir dos híbridos simples,
geralmente com cooperados, com fiscalização pelo SPSB. Estas sementes produzidas pelos
cooperados. são as chamadas sementes comerciais ou básicas.
Capitulo V
exploração agrícola. Este sistema tornou a rega mecanizada acessível a um maior número de
agricultores, pelo facto de ser extremamente versátil e económico.
Tal como os outros métodos de rega, também o método por aspersão apresenta vantagens e
desvantagens, sendo uma das principais vantagens a facilidade de adaptação às diferentes
condições de solo e topográficas, mas também o fato deste método permitir uma maior
eficiência de distribuição da água, quando comparado com o método de rega por superfície e,
ainda, ser um método totalmente automatizado e a estrutura, como por exemplo as tubagens,
poderem ser desmontadas e transportadas para outras folhas da exploração ou para outras
explorações agrícolas onde se pretenda regar. Como desvantagens poderão referir-se os custos
de instalação, ser um método de rega que está dependente das condições climáticas,
principalmente do vento, poder facilitar o aparecimento de doenças em culturas mais
suscetíveis a doenças da parte aérea, havendo mesmo culturas que não podem ser regadas por
este método, o que não é o caso do milho e poderá interferir com alguns tratamentos
fitossanitários.
substituição dos gotejadores e/ou da tubagem e também uma maior facilidade na avaliação da
área molhada. Por sua vez, o sistema de gotejamento subsuperficial, tem a vantagem de
reduzir ainda mais a evaporação da água do solo Qualquer um dos sistemas de rega localizada
apresenta relativamente aos outros métodos (superfície e aspersão), uma economia de água
por vezes, bastante significativa.
Capitulo VI
Manuais
Tração animal
Motomecanizados (tem como órgãos activos discos, sulcadores, e a regulagem é feita
através da largura que compreende o espaçamento entre linhas, regulagem da profundidade
alem da velocidade de deslocação.
sementeira terão que ser obrigatoriamente residuais, ou seja, terão que atingir o solo e onde
manterão o seu efeito durante algum tempo, por vezes, 3 ou 4 meses ou até mais. Como a
sementeira direta implica a existência de resíduos na superfície do solo, o controlo de
infestantes torna-se difícil, pois grande parte do herbicida ficará retido nesses mesmos
resíduos (efeito “guarda chuva”), não atingindo o solo e consequentemente, não tendo efeito
nas infestantes. Assim, quando a técnica adoptada é a sementeira direta, ou mesmo a
mobilização reduzida, sistema que também implica muitos resíduos na superfície do solo, o
controlo de infestantes em pré-sementeira não fará sentido. Com a mobilização tradicional do
solo, os herbicidas de pré-emergência serão uma opção para o agricultor e neste caso, várias
substâncias ativas estão disponíveis no mercado, como por exemplo o flufenacete +
terbutilazina (Aspect) a ciprosulfamida + isoxaflutole + tiencarbazona-metilo (Adengo), etc.
Mas, com este sistema de mobilização, o agricultor terá sempre a opção mecânica para
controlar infestantes através da utilização da charrua e/ou do escarificador.
Capitulo VII
Doenças
Chephalosporium maydis
É um fungo que entra na planta através das raízes quando o milho é muito jovem, destruíndo
integralmente a planta em 2 ou 3 dias. Os sintomas aprecerem em finais de Julho ou Agosto,
dependendo da data de sementeira. Além das folhas secarem, outro sintoma da doença é a
maçaroca dobrar-se para baixo, acabando o ciclo cerca de um mês mais cedo que o devido. O
milho não consegue encher o grão, originando um peso de mil grãos muito baixo e
consequentemente uma redução significativa da produtividade da planta. Quanto mais cedo
for o ataque mais prejuízos provoca. O ataque é mais grave em solos arenosos e condições de
excesso de humidade, ou seja, em primaveras mais chovosas é de esperar uma maior
36
incidência da doença. Não existem atualmente tratamentos para esta doença, sendo a única
solução semear mais cedo, milhos de ciclos mais longos e arranjar variedades mais resistentes
a este fungo.
Helmintosporiose
Esta doença pode ser provocada pelos fungos Exserohilum turcicum
Bipolaris maydis, Cochliobolus heterostrophus– teleomorfo e Setosphaeria turcica-
teleomorfo. Estes fungos provocam lesões de cor parda e de forma ovolada, até 10 mm de
comprimento, espalhadas pelas folhas, podendo até afetar as brácteas e as espigas com lesões
necróticas (raça T), provocando manchas no campo de milho e antes da fase de grão pastoso
as folhas ficam completamente secas podendo cair se o ataque for forte.
Pragas
Broca (Sesamia nonagrioides Lef.)
A broca do milho pertence à classe dos insetos, à ordem dos lepidópteros e à família
Noctuidae. Os ataques a plantas muito jovens, normalmente provocam a morte das folhas
centrais. Os danos aprecem em manchas nas searas. Nas plantas atacadas, asfolhas murcham e
as plantas acabam por quebrar devido às galerias escavadas pelas larvas no interior do colmo.
37
Pragas do armazém
Pragas primárias: são aquelas que atacam sementes e grãos inteiros e sadios e, dependendo da
parte que atacam, podem ser denominadas pragas primárias internas ou externas. As primárias
internas perfuram as sementes e nestas penetram para completar seu desenvolvimento.
Alimentam se de todo o tecido de reserva da semente e possibilitam a instalação de outros
agentes de deterioração.
Exemplos dessas pragas são as espécies Rhyzopertha dominica, Sitophilus oryzae e S.
zeamais. As pragas primárias externas destroem a parte exterior da semente e, posteriormente,
alimentam se da parte interna sem, no entanto, se desenvolverem no interior da mesma.
b) Pragas secundárias: são aquelas que não conseguem atacar sementes e grãos inteiros, pois
dependem que estes estejam danificados ou quebrados para deles se alimentarem. Essas
pragas ocorrem nas sementes quando estão trincados, quebrados ou mesmo danificados por
pragas primárias, e geralmente ocorrem durante o período de recebimento ao de
beneficiamentodos lotes de sementes. Como exemplo,
cita-se as espécies Cryptolestes ferrugineus, Oryzaephilus surinamensis e Tribolium
castaneum.
Existem dois principais grupos de pragas que atacam as sementes armazenadas, que são
besouros e traças. Entre os besouros encontramse as espécies: R. dominica, Sitophilus oryzae,
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Sitotroga cerealella (Lepidoptera, Gelechiidae) traça dos cereais Os adultos são mariposas
com 10 mm a 15 mm de envergadura e 6 a 8 mm de comprimento. As asas anteriores são cor
de palha, com franjas, e as posteriores são mais claras, com franjas maiores. Vivem de 6 a 10
dias.
É praga que ataca sementes intactas (primária), porém afeta mais a superfície do lote de
sementes. As larvas destroem a semente, alterando o peso e a qualidade. Também ataca as
farinhas, nas quais se desenvolve, causando deterioração de produto pronto para consumo.
Ephestia kuehniella e E. elutella
(Lepidoptera, Pyralidae) traças As duas espécies são muito semelhantes. Os adultos são
mariposas de coloração parda, com 20 mm de envergadura, com asas anteriores longas e
estreitas, de coloração acinzentada, com manchas transversais cinza-escuras.
As asas posteriores são mais claras. A fêmea oviposita de 200 a 300 ovos.
39
São pragas secundárias, pois as larvas se desenvolvem sobre resíduos de grãos e de farinhas
deixados pela ação de outras pragas. Seu ataque prejudica a qualidade das sementes
armazenadas, em razão da formação de uma teia sobre a massa de sementes ou mesmo nas
sacarias durante o armazenamento.
Penetra no interior das pilhas de sementes, fazendo a postura nas costuras da sacaria ou bags.
Esta praga é responsável pela grande quantidade de tratamentos em termonebulização nas
UBS, durante o período de armazenamento dos lotes de semente.
Métodos de Controle
O controle dessas pragas depende praticamente de três métodos de controle: inseticidas
químicos líquidos (tratamento preventivo), inseticida natural à base de terra de diatomáceas
(tratamento preventivo), e o expurgo das sementes com o inseticida fosfina (tratamento
curativo). Estes três métodos podem ser usados isoladamente ou em combinação, usando mais
de um em cada UBS.
Armazenamento hermético
Armazenamento hermético: O armazenamento em ambiente hermético é também uma
alternativa não química para o armazenamento de grãos secos a granel. Neste sistema não há
renovação do ar, e o grão, através de sua atividade respiratória, consome todo o oxigênio
disponível. Na ausência de oxigênio os insetos não sobreviverão e os fungos não se
multiplicarão e, portanto, não haverá nenhum dano aos grãos durante todo o período de
armazenagem. O mercado hoje oferece um produto chamado “SILO BAGR” que é
constituído de uma máquina para transporte de grãos e uma bolsa plástica que fecha muito
bem, criando um ambiente hermético.
Capitulo VIII
Colheita de milho
A colheita deve ser efectuada quando o grão atinge um teor de humidade que facilita a
secagem. A colheita com humidade elevada exigira maior tempo de secagem com riscos de
deterioração do produto. Acolheita muito tardia expõe o milho a chuva e ataque de gorgulho.
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Secagem do milho
A secagem é uma das operações chave de pós-colheita dado que todas operações
subsequentes dependem desta. A secagem começa no campo e continua no celeiro ou
armazém. No campo o produtor deve abrir várias espigas de forma aleatória para observar a
secagem devida dos grãos. Geralmente é necessário manter o milho colhido durante um certo
tempo em lugar bem ventilado e a sombra, para que baixe a humidade do grão ou para que
termine o processo de secagem.
O armazenamento dos grãos deve ser feito quando estes tiverem 13% de humidade, num lugar
fechado ou ensacado, desinfestado para poder conservar os grãos por mais tempo, pois, o
milho é facilmente atacado por gorgulho do armazém, causando terríveis perdas dos grãos. O
armazém ou o celeiro deve ter estrados de madeira para não deixar a produção em contacto
com humidade do chão ou das paredes do armazém. Deve ser um lugar seco com boa
ventilação vigiado de ratos, insectos e doenças e proteger do calor intenso. A falta de
observância destes procedimentos pode resultar em grandes perdas.
O armazém deve ser um local que fique bem fechado a fim de evitar as perdas por
roubos ou consumo por animais domésticos ou se deteriorem. O local deve proporcionar o
milho guardado as condições que limitem no máximo o processo biológicos dentro dele
(porque são matérias vivas que respiram e podem perder a sua capacidade de germinação ou
poderem alterar a sua composição química).
Antes de armazenar, deve-se preparar o local para evitar a entrada de chuva, limpar e
desinfectar tudo cuidadosamente, assegurar a ventilação para que o armazém não se
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Humidade: O estado de um produto que contém água quando a quantidade desta nele contida
não é tão óbvia. Assim, quando um produto contém água, mas não parece tê-la, usa-se a
palavra humidade para descrever esse estado.
Por exemplo, o grão dos cereais pode não parecer conter água, mas ainda a contém. A água
contida no grão é denominada humidade. Este mesmo grão pode conter diferentes níveis de
humidade; quando o grão acaba de ser colhido, contém ainda muita humidade, mas, à medida
que seca no campo, perde alguma quantidade de água, pelo que o teor de humidade torna-se
mais baixo.
O ar contém também humidade, sob a forma de vapor. O ar pode ainda conter diferentes
teores de humidade conforme o estado do tempo. Por exemplo, quando o ar está quente, pode
conter mais humidade do que quando está frio. Assim, à noite, quando o tempo arrefece,
especialmente depois de numa tarde bem quente, o ar, não podendo conter toda a humidade
que continha quando estava quente, deixa que o excesso de humidade caia sob a forma de
cacimba, sobre as plantas e objectos.
formas, desde silos a grandes recipientes de barro ou palha, casas ou compartimentos de uma
casa de habitação rural e tamanhos variados. Os celeiros podem também conter os cereais
e/ou os legumes em forma de espigas ou vagens secas, respectivamente, ou em forma de
grãos, isto após a debulha e a limpeza das espigas. Os produtos agrícolas, base da nossa
alimentação, são produzidos fundamentalmente pelos camponeses e pequenos agricultores.
Estes dependem exclusivamente dos produtos da agricultura para o seu sustento e aquisição
de bens e serviços, que só podem adquirir se tiverem dinheiro.
As perdas dos produtos agrícolas após a colheita são comuns. Produtos como os frutos e
assim que amadurecem, têm de ser colhidos, consumidos ou vendidos tão depressa quanto
possível. O que não é consumido nem vendido apodrece e é deitado fora. Comparativamente,
os tubérculos e as raízes frescas que não sejam logo usadas deterioram-se e são também
jogadas fora. Por outro lado, o grão dos cereais e dos legumes (feijões), que são colhidos
quando maduros e secos e podem ser armazenados por períodos de tempo mais longos, são
susceptíveis ao ataque de insectos, ratos e crescimento de bolores.
Em qualquer um dos três tipos de produtos, as perdas e as deteriorações dos produtos
significam, para o camponês e para o pequeno agricultor, que trabalhou tão duramente para os
produzir, menos alimentos e nutrientes para a família, bem como menos dinheiro arrecadado
pela venda dos produtos produzidos. Nestas condições, também o valor dos produtos no
mercado e a aceitação dos mesmos pelo consumidor são muito baixos.
Assim, o camponês, o pequeno agricultor e o comerciante de produtos agrícolas, em qualquer
nível da cadeia de comercialização, precisam não só de minimizar as perdas mas também de
vender os produtos a preços mais altos. Assumimos, pois, que isto significa colocar o produto
no mercado mais conveniente e vendê-lo também no momento e a preço mais conveniente.
Construção
Materiais, como cimento, varas de ferro, arame, estacas, cadeados.
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Construção do celeiro
O celeiro deve ser construído:
• Afastado da machamba para evitar que os insectos e ratos passem da machamba para o
celeiro após a colheita e do celeiro para a machamba.
• Num local limpo de capim e sujidades para não atrair ratos e insectos.
• Sem ramos de árvores por cima para evitar que os ratos saltem para o celeiro.
Base do celeiro
Para construir um celeiro tradicional melhorado, monta-se a base do celeiro mais elevada,
colocando-se protecções contra ratos a um metro de distância do chão em cada uma das
estacas.
Corpo do celeiro
O celeiro tradicional melhorado deve ter o seu corpo completamente maticado por dentro e
por fora, por baixo e por cima, para evitar a entrada de insectos, ratos e outros animais.
O corpo do celeiro pode ser feito de diversos materiais, como bambu, tijolos, estacas ou
qualquer material usado localmente; deve possuir uma portinhola de entrada para a limpeza e
enchimento (uma vez o celeiro cheio deve-se cobrir e maticar a porta de entrada) e uma de
saída para retirar o produto durante o ano (fechar sempre após utilização).
Cobertura do celeiro
O celeiro tradicional melhorado deve levar uma cobertura mais larga do que a normal de
forma a proteger o celeiro da água da chuva durante o período de ventos fortes.
A cobertura pode ser amarrada às estacas existentes; quando há necessidade de novas estacas,
estas devem levar protecção contra ratos da mesma altura que as outras protecções.
Técnicas simples que podem ser usadas para melhorar a sua eficiência
Os espigueiros são muito eficazes, particularmente para o armazenamento do milho. Contudo,
podem ser melhorados com a aplicação das seguintes medidas:
Construir armadilhas contra os ratos, sobre as pernas de suporte da plataforma para prevenir o
ataque de ratos.
Pintar as pernas de suporte da plataforma com óleo queimado, incluindo a parte da altura da
perna que está enterrada no solo para controlar o ataque das térmitas.
Os cestos podem durar de um a dois anos, mas podem durar mais tempo se forem feitas as
substituições das cordas nas partes danificadas. A capacidade dos cestos pode variar de 200 a
800 kg de milho, após a debulha.
Os cestos de armazenamento do grão devem ser guardados dentro da casa de habitação ou
numa das casas para a protecção e segurança.
Para facilitar a descarga de grão, deve-se inserir uma lata vazia, aberta dos dois lados, na base
do cesto. A parte da lata que sobressai do cesto pode ser amarrada com plástico ou tapada
com uma rolha, que pode ser retirada sempre que se deseja.
Técnicas simples que podem ser usadas para melhorar a sua eficiência
• Os cestos podem ser maticados por fora com terra, barro ou estrume de vaca, para tomá-los
herméticos e desencorajar insectos.
• Inspecionar os grãos armazenados em cada 6 a 8 semanas, para garantir que o grão é
armazenado em boas condições e remover do cesto, limpar e ressecar, tanto o grão como o
cesto antes do re-armazenamento.
4. Celeiros metálicos
Uso e construção
Os celeiros metálicos são usados especificamente para o armazenamento de grãos, isto é, de
cereais depois de debulhados, limpos e secos e por um período longo, geralmente superior a
seis meses.
Têm sido feitos silos metálicos a partir de chapas de zinco, geralmente com l mm de
espessura.
Têm duas aberturas: uma no topo para enchimento e outra na base para descarga.
Os silos metálicos estão sujeitos a variações de temperatura e humidade, o que pode danificar
os cereais se não houver cuidado no seu armazenamento.
Na machamba
Colher na época certa
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O tempo de permanência do produto na machamba deve ser o menor possível, para evitar o
ataque dos insectos, pássaros e animais selvagens; portanto, colher o produto logo que esteja
seco ou, então, logo que esteja maduro, deixando-o secar junto de casa.
Defender da humidade
Na cultura do milho, por exemplo, quando este fica a secar na machamba, virar a maçaroca
para baixo, para evitar que a água da chuva penetre e provoque a infestação de fungos.
Outras
Semear na época certa para que a colheita seja feita no período seco. Escolher as sementes de
variedades de milho cujas maçarocas tenham ficado totalmente cobertas com a camisa para
evitar que a chuva e os insectos atinjam os grãos. Fazer a rotação de culturas para evitar que
os insectos se multipliquem na machamba em campanha.
Limpar o celeiro
• Limpar e manter livre do capim um espaço de pelo menos 5 metros à volta do celeiro, para
evitar a aproximação de animais e insectos.
• Entre uma campanha e outra, esvaziar o celeiro. Usar fumo para afugentar os insectos que
podem ter ficado no interior, para que estes não ataquem os produtos da nova colheita.
Construção/Material
Os sacos podem ser feitos de algodão, juta, sisai ou ráfia. Contudo, por causa da porosidade
dos materiais (dos espaços entre as malhas), estes não protegem o grão armazenado da
humidade do ar, dos insectos e dos roedores; e consequentemente, o grão é facilmente atacado
por bolores, insectos e roedores.
Note-se também que a armazenagem em sacos é ligeiramente mais cara, porque os próprios
sacos são caros e não duram mais de duas épocas de colheita. Contudo, apresenta a vantagem
de os sacos poderem ser facilmente movidos e marcados para identificar o tipo de grão e data
de armazenamento.
O grão pode ser facilmente usado, sem, todavia, ser necessário expor todo o lote de grão
armazenado, como também não precisa de estruturas especiais de armazenamento.
Técnicas simples que podem ser usadas para o armazenamento dos grãos em sacos
• Secar bem o grão (até cerca de 11-13% de humidade).
• Lavar, ferver e secar os sacos antes de voltar a usá-los.
• Depois de enchidos e selados, os sacos devem ser empilhados sobre plataformas para
impedir que absorvam humidade do chão e permitir a circulação do ar em baixo e entre os
sacos.
• Inspecionar semanalmente os sacos para garantir que o grão é armazenado em boas
condições. Inspecionar o saco significa: abri-lo, meter a mão na massa de grão e avaliar a
temperatura, a humidade, o cheiro e cor do grão, bem como, inspecionar a existência de furos
causados por insectos ou ratos.
• Armazenar os sacos em local seco, fresco e livre de rachas e buracos no tecto, chão e
paredes.
Antes de armazenar o grão da nova colheita, remover do armazém todos os sacos da colheita
anterior e limpar completamente o armazém.
• Em caso de infestação do grão dos sacos da colheita, abrir todos os sacos, peneirar para
remover insectos, queimar os insectos e o grão severamente infestados e secar o grão ao sol
antes de ensacá-lo de novo.
6. Celeiros melhorados: bem ventilados, permite colheita precoce, evita roedores, baixo
custo;
7. Armazém: requer secagem inicial do milho; armazenamento do milho em sacos,
permite fumigar para controle de insectos;
8. sacos de junta: fácil manusear; bem ventilado, requer milho seco, fácil controlo de
roedores; fácil transporte
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Processamento do milho
Recepção/seleção: tem início com a seleção das espigas e a eliminação das sementes da ponta
e da base das espigas.
● Debulha/trilha: pode ser realizada manualmente, recomendada para pequenas quantidades,
ou com emprego de debulhador motorizado para quantidades maiores. Por decisão da
comunidade ou se as condições de campo não permitirem, a trilha poderá ser realizada na
Unidade, manualmente, ou com uso de trilhadeira mecânica, procurando evitar danos
mecânicos às sementes.
Classificação das sementes: a separação por tamanho (largura) e formato, com o uso
de peneiras específicas, é essencial para os agricultores que fazem o plantio com tração
mecânica ou animal. O processo de classificação pode ser realizado com o auxílio de peneiras
manuais ou com emprego de máquinas de classificação, com troca das peneiras segundo o
formato das sementes. Tanto em peneiras manuais como na máquina de classificação, as
sementes são separadas em frações compostas de sementes redondas, sementes peneira 24
(maior), sementes peneira 22 (média) e sementes peneira 20 (menor). As frações de sementes
que forem separadas deverão ser ensacadas e arrumadas por lotes no local destinado ao
armazenamento.
Imediatamente após a separação por lotes, deve ser realizada a coleta de amostras de cada um
dos lotes formados, que serão encaminhadas ao laboratório para a realização de análises que
determinarão a qualidade fisiológica das sementes de cada lote: pureza, germinação, vigor e
infestações, entre outros indicadores.
Embalagem: as sementes devem ser acondicionadas em embalagens semipermeáveis
que permitam a troca de ar. Para o armazenamento de grandes quantidades, elas podem ser
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BIBLIOGRAFICA
BIAS, C. F., MUTONDO, J., MLAY, G., MAZUZE, F., TOSTAO, E., AMANE, M.,
CHICONELA, T., AMILAI, C., ECOLE, C.C., FALCAO, M., ZACARIAS, A., CUAMBE,
C. Fichas técnicas de culturas. 1 ed. Maputo, 2001.
OWEN, W.G.H. Manual básico da agricultura. 1 ed. WIM 5 RN. England. Longmans Group
UK Limited, 1984
Anexo1
Analise socio económica na produção de semente
Insumos
Resultado