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resoluções do Manual
• modelos de texto;
• outros documentos.
4 Caderno do Professor
Boa noite. Hoje, aqui comigo em estúdio, na TSF, está Nuno Marçal. O Nuno é… Ele não é o Biblio-
móvel, mas ele é o bibliotecário que transporta livros pelo concelho de Proença-a-Nova, é o… enfim, é
a pessoa que leva… Comparo-o um pouco àquele homem que levava gelados, que andava com gela-
dos e que fazia um… ouvíamos aquele barulho e descíamos para ir comprar gelados. O Nuno, em vez
de gelados são livros que é muito mais… para já não se derretem.
Não. Bem, boa noite. Bem-haja pelo convite e bem-haja pelo interesse. É toda uma honra e toda uma sur-
presa estar aqui. […] Embora o Bibliomóvel seja realmente uma biblioteca, ele é mais do que isso; e eu tento
levar muito mais do que apenas e só livros, até porque grande parte ou uma fatia bastante grande de alguns
dos meus utilizadores, frequentadores, visitantes, e que acabam por ser também amigos, muitos deles não
sabem ler nem escrever. Mas de quinze em quinze dias, faça chuva, faça sol ou faça neve, estão lá, no sítio
habitual, não só porque eles estão sempre ali, mas porque, quero eu acreditar, estão à minha espera, nem que
seja só para dizer um bom-dia ou um boa-tarde, ou para contar os sucessos, ou os fracassos da sua vida, ou
as desgraças, ou as dores... E, por isso, uma biblioteca tem de ser muito mais e é muito mais do que só livros
e leitura; e tem mesmo de ser, é obrigatório que seja. [...]
Sim, desde o dia 26 de junho de 2006, foi a minha primeira viagem inaugural. […]
Já. Eu era o bibliotecário responsável pela Biblioteca Municipal, de 2000 até 2006.
Sim, sou licenciado em Sociologia. […] Tive essa sorte, esse privilégio de ter uns pais que sempre me ali-
mentaram esse gosto…
E pelos livros. Gosto muito de livros, gosto de leitura e adoro bibliotecas! O meu percurso de leitor, se ca-
lhar, não começou numa biblioteca, começou numa livraria. Em Castelo Branco, numa das avenidas principais
onde os meus pais têm uma pastelaria, existia uma livraria, e a minha infância, uma vez que os meus pais es-
tavam ocupados, era passada, principalmente nas manhãs de sábado, sentado num dos patamares, encos-
tado às prateleiras da banda desenhada, a folhear os livros e a ler os livros. O dono da livraria, muitas vezes, ia
tomar um café à pastelaria dos meus pais, fechava a porta e deixava-me sozinho ali, no meio daquele espaço
todo. Algum efeito havia de ter dado e deu nisto: um bibliotecário que gosta muito de livros e gosta muito de
bibliotecas. […]
Neste momento, são 40. […] Quando começámos o projeto, eram 26 e foram sendo acrescentadas muito
nesta lógica do passa a boca: “Vais àquela, porque é que não vens à minha?” Sei que há aldeias que são maio-
res, mas nunca senti esse chamamento nem nunca ninguém me abordou: “Olhe, ó Nuno, porque é que não
vem aqui a esta?” No entanto, há aldeias onde moram duas pessoas, nem são bem aldeias...
[São] lugares?...
É um lugar que tem uma rua – é a estrada e tem cinco casas – e eu vou lá bater à porta da pessoa. […]
Ana Sousa Dias, “Começo de Conversa”, in www.tsf.pt, 09-01-2018 (consult. em 25-05-2020, adaptado)
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Transcrições e resoluções do Manual
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páginas 20-21 do Manual · Resolução de exercícios
Separador da Unidade 1
1. A – instruções; B – receita de cozinha; C – ementa | SMS / mensagem | e-mail; D – bula (de medicamento).
2. Por exemplo: rótulo de embalagem, aviso, carta, conta de eletricidade / água, recado, horário de comboios…
3. Por exemplo: notícia, reportagem, crónica, artigo de opinião, crítica, entrevista, texto publicitário…
5. Por exemplo: jornais, revistas, rádio, televisão, Internet, cinema, folhetos, placares…
Ponto de partida…
1 Entrevista: in revista Voa, Verão 2015, n.º 3 (p. 10)
3 Texto de dicionário: Dicionário Básico da Língua Portuguesa, Porto Editora (p. 56)
4 Texto publicitário: Ciência Viva | Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica
5 Texto de enciclopédia: A Minha Primeira Enciclopédia 2, Ed. Verbo, 1992 (p. 68)
Que idade tinha a pessoa mais nova a ganhar um Prémio Nobel? (rubrica radiofónica)
Os Nobel são prémios muito importantes! Para um cientista, ganhar um Nobel é como para um jogador de
futebol ganhar a Bola de Ouro ou para um ator ganhar o Óscar.
Todos os anos são atribuídos seis Prémios Nobel: da Física, da Química, da Medicina, das Ciências Econó-
micas, da Literatura e da Paz.
Durante muito tempo, a pessoa mais nova a ganhar um Nobel foi um australiano chamado Lawrence
Bragg. Tinha 25 anos quando ganhou o Nobel da Física, em 1915, juntamente com o pai. Os dois estudaram o
que acontece quando os cristais são atingidos por raios X, os mesmos que são usados nos hospitais para
fazer radiografias. Mas os Bragg usaram-nos para fazer uma coisa muito diferente e também muito útil: a téc-
nica que inventaram permitiu, nos cem anos seguintes, estudar partes muito pequeninas dos seres vivos. Mas
Lawrence Bragg está agora no segundo lugar da lista dos Nobel mais novos.
Em 2014, a paquistanesa Malala Yousafzai ganhou o Nobel da Paz com apenas 17 anos! Recebeu o pré-
mio pela sua luta para que todas as crianças possam estudar e aprender. Infelizmente, nem todas as crianças
do mundo podem ir à escola. Mas Malala e muitas outras pessoas trabalham para que todas tenham esse di-
reito. E é uma coisa muito importante, não achas?
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Leonel Alegre, Pavilhão do Conhecimento, Um minuto de ciência por dia não sabes o bem que te fazia,
Rádio Zig Zag — RTP, 10-04-2017 (consult. em 29-07-2019)
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4 Caderno do Professor
Daniel Rodrigues
Desde que foi premiado no World Press Photo, o fotojornalista, de 30 anos, nunca mais parou: viveu com a tribo Awá, na Amazónia,
retratou os ladyboys tailandeses, embarcou no Iron Train, na Mauritânia, e fotografou os albinos perseguidos em Moçambique.
Publicou em alguns dos meios mais prestigiados do mundo e é, desde há dois anos, colaborador regular do New York Times. Acaba
de ser distinguido como Fotógrafo Ibero-Americano do Ano no concurso de fotografia documental POY Latam. / NELSON MARQUES
2017
Sempre a somar
1987 Desde o World Press Photo, há
Je suis Daniel quatro anos, conquista mais de uma
Nasce a 2 de janeiro em Compiègne, vintena de prémios e distinções
nas margens do rio Oise, no norte de internacionais. O mais recente?
França, filho de dois emigrantes Fotógrafo Ibero-Americano do Ano
portugueses. Com 10 anos, vai viver num dos mais prestigiados
com a avó materna em Riba d’Ave, concursos de fotografia documental
Vila Nova de Famalicão. do mundo.
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Transcrições e resoluções do Manual
4
páginas 44-45 do Manual · Resolução de exercícios
Separador da Unidade 2
1. Contar, relatar.
3. M
ãe conta história à filha; à mesa, a família relata acontecimentos do dia; leitura de um romance, de um livro
de banda desenhada; visionamento de um filme; álbum de fotografias.
5. Por exemplo: Harry Potter e a Pedra Filosofal, Charlie e a Fábrica de Chocolate, O Rapaz do Pijama às Riscas…
outro e comecei a enervar-me. Apercebi-me de que tas sobre o que iria acontecer a seguir.” Neste livro,
os livros escritos para crianças não eram para seguiu o mesmo caminho. Nada de antecipações.
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4 Caderno do Professor
Nasceu em Lisboa em 1982 e começou a escrever histórias aos 10 anos. Os seus textos eram fotocopia-
dos e distribuídos pela turma. Publicou o seu primeiro conto aos 13 na revista do Clube Juvenil Verbo. Quando
era adolescente, era muito mais alta do que os rapazes e as raparigas da sua turma, porque comia muitos
cornetos de morango e jogava vólei na praia de Carcavelos. Também fazia Karaté e escrevia diários. Nessa
época, prometeu a si mesma que nunca iria ser como as pessoas adultas, mas não cumpriu essa promessa.
Estudou Línguas e Literaturas Modernas […] na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Saiu de Por-
tugal aos 22 anos para fazer um estágio de 6 meses e nunca mais voltou, para desgosto dos seus pais. Traba-
lhou como professora na Alemanha e depois como tradutora no Luxemburgo e em Bruxelas, onde ainda vive
com o Henrique, seu marido e primeiro leitor. Publica regularmente no blogue Belgavista.
Tem contos publicados em várias coletâneas e textos premiados em Portugal […] e também noutras para-
gens […] (Espanha e Itália).
Quando crescer, quer ser escritora.
O caderno vermelho da rapariga karateca é o seu primeiro livro.
Oralidade | Escrita
1.1. P
or exemplo:
Esta imagem mostra-nos a embalagem de
um medicamento chamado “Amizade”, con-
tendo “comprimidos-pessoas”. A mensagem é
clara: o “afeto, amor e camaradagem” (isto é, a
amizade) são elementos fundamentais para a
nossa saúde. Sem dúvida, concordamos com
esta opinião sobre a importância dos amigos.
Como seria a nossa vida sem eles para par-
tilharmos as alegrias e as tristezas, para nos rir-
mos, para sabermos simplesmente que pode-
mos contar uns com os outros? Muitas vezes,
uma situação que nos parece negra ganha
novas cores depois de escutarmos as palavras
de um amigo. Por outro lado, um acontecimento
feliz torna-se ainda maior quando há um amigo
por perto para connosco se alegrar.
“Quem tem um amigo tem tudo.”, diz o di-
tado. Na nossa opinião, esta é, realmente, uma
afirmação verdadeira.
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Transcrições e resoluções do Manual
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página 62 do Manual · Letra de canção
Letra de Carlos Tê
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4 Caderno do Professor
António Garcia Barreto, Dicionário de Literatura Infantil Portuguesa, Ed. Campo das Letras, 2002 (p. 118, com supressões)
Oralidade
1. Por exemplo:
Num escritório, uma bola feita de papel amarrotado é
empurrada pelo vento, rolando sobre a mesa. À medida que
rola, vai deixando atrás de si as lembranças de uma vida an-
terior: as árvores e a natureza de que era parte e onde havia
lugar também para os animais.
Em terra, a vida seguia o seu curso natural: animais caça-
dores e animais caçados, perseguições e fugas… Até que
surge um problema: um cigarro mal apagado desencadeia
um incêndio florestal.
Agora, não são apenas os animais terrestres que têm
problemas. Também as aves são afetadas pelo incêndio. E,
quando se julgam a salvo junto ao mar, surge nova catás-
trofe: há um navio que derrama petróleo nas águas.
As aves mergulham para caçar peixes, mas o derrame de combustível afeta não só as aves como os
animais e as plantas marinhas. A juntar a isto, há ainda o lixo lançado para o mar.
Nesta “história”, só aparentemente o ser humano está ausente, pois o impacto das suas ações é bem
realçado.
“Estamos todos ligados” é a frase com que termina esta “história”, recordando-nos que as nossas
ações têm consequências que afetam todo o planeta.
A principal intenção deste anúncio é chamar a atenção para a necessidade da conservação da vida
selvagem.
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Transcrições e resoluções do Manual
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página 75 do Manual · Textos de apoio à rubrica Oralidade
Na população mundial, nove em cada dez pessoas respiram ar poluído e contaminado, revelou na
terça-feira a Organização Mundial de Saúde (OMS).
Segundo a organização, todos os anos morrem sete milhões de pessoas por causas direta-
mente relacionadas com a poluição e os níveis de contaminação permanecem “perigosamente eleva-
dos” em várias regiões do globo, refere um relatório da OMS.
“O mais dramático é que os valores estabilizaram. Apesar das melhorias alcançadas e dos esforços
postos em prática, a imensa maioria da população mundial, 92%, respira ar contaminado em níveis
muito perigosos para a saúde”, afirmou a diretora de Saúde Pública e Meio Ambiente, María Neira, ci-
tada pela agência EFE.
Segundo os investigadores deste estudo da OMS, os níveis de contaminação do ar têm-se mantido
estáveis ao longo dos últimos seis anos, com ligeiras melhorias na Europa e no continente americano.
Em causa está a poluição com partículas minúsculas que entram profundamente nos pulmões e no
sistema cardiovascular, causando doenças potencialmente mortíferas como derrames cerebrais,
ataques de coração, obstruções pulmonares e infeções respiratórias.
Segundo a OMS, em 2016, o ar poluído no exterior causou a morte a 4,2 milhões de pessoas. A po-
luição de interiores, relacionada, por exemplo, com o uso de tecnologia ou de fontes de energia poluen-
tes na cozinha, terá causado 3,8 milhões de mortes.
Os países mais pobres, na Ásia, África e Médio Oriente, são os que registam a maior percen-
tagem de mortalidade causada pela poluição, que apresenta níveis cinco vezes superiores ao
estabelecido pela OMS.
No esforço de alterar o panorama, a diretora de Saúde Pública e Meio Ambiente da OMS deu como
exemplo a China, que politicamente se propôs reduzir os “níveis de contaminação altíssimos”.
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4 Caderno do Professor
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Transcrições e resoluções do Manual
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página 86 do Manual · Descrição de pessoas – Vocabulário
• atarracado • mortiços
• esbelto • corado
• musculado • saliente
• velho Olhos
• amendoados Boca
Cabelo • arredondados • carnuda
• à escovinha • arregalados • grande
• áspero • azuis • pálida
• espetado • encovados
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• liso • esverdeados
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4 Caderno do Professor
Há coisas na vida que não se esquecem Sou palavra, melodia, sou de onde tu fores
Os amigos são aqueles que permanecem Lusofonia de todas as cores
Relógio não tem asas mas o tempo voa Sou tuga do Mindelo, angolano de Bissau
Lembro-me desse show no pavilhão em Lisboa São-tomense de Maputo, brasileiro de Portugal
Cantámos, curtimos, ficámos roucos Língua Portuguesa com sotaques diferentes
Mil novecentos e noventa e poucos As nossas gentes no fundo são todas parentes
São fotos gravadas no coração E na diversidade vamos convergindo
Eu brindo com sumo mas conta a intenção... Quem vem em paz é sempre bem-vindo
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Transcrições e resoluções do Manual
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página 89 do Manual · Transcrição de estrofes do poema
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4 Caderno do Professor
Oralidade
2. Por exemplo:
• Esta experiência pretende alertar para a necessidade de prestarmos mais atenção ao que nos rodeia.
• Exemplos de outras situações: uma briga entre dois jovens; alguém que deixa cair a carteira; uma criança que
se prepara para atravessar sozinha uma rua movimentada; um indivíduo de cadeira de rodas que não conse-
gue ultrapassar um determinado obstáculo; uma grávida ou um idoso que vão de pé num autocarro.
• Possível ligação entre a experiência e o produto publicitado: no vídeo surge a frase “Vivemos num mundo
‘cafeinado’”, isto é, um mundo agitado (cheio de cafeína), sugerindo-se a necessidade de abrandar o ritmo ou
mesmo de parar. Indiretamente, pretende-se associar as propriedades “calmantes” e “apaziguadoras” do
chá à construção de um mundo mais pacífico, em que estejamos mais disponíveis e atentos aos outros.
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Transcrições e resoluções do Manual
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dentro têm uma lógica que só se justifica com a personalidade do Miguel Torga — isto é um retrato físico dele,
de certa forma, não é? E depois, sabendo nós da questão do Diário que ele escreveu durante décadas da sua
vida, temos aqui imensas referências novamente; claro que se ele fala da sua vivência íntima, do seu dia a dia,
do que fez, onde descansou, os seus “bocadinhos”, é aqui, principalmente neste escritório. Este escritório,
para nós, é emblemático. Tem aqui esta referência, para a qual nós chamamos sempre a atenção dos miúdos
– eles gostam –, porque ele refere este canto como o seu sarcófago, onde fica deitado como um faraó ao pé
do seu tesouro, que seriam então as primeiras edições dos seus livros, que originalmente estavam aqui. Mas
também, curiosamente, é a única divisão que tem uma lareira (a lareira é muito representativa das casas da
Beira Alta e Trás-os-Montes, da zona do Douro, por causa da determinação do clima). Também é a única divi-
são que, tal como a sala de jantar, para além de ser solarenga, mais espaçosa, mais simpática, tem obras de
arte, tem peças de um certo valor e vale a pena também chamar-lhes a atenção para isso.
Ler mais, ler melhor – Casa-Museu Miguel Torga, RTP Ensina (excerto), 2012
Oralidade
1. a. Por exemplo:
Era uma noite escura, apenas iluminada pelo facho de luz de
um farol.
Sentado a uma mesa, o faroleiro escrevia, ouvindo um grupo
de pessoas da povoação em animado convívio. Incomodado, fe-
chou a janela. Subitamente, ouviu um ruído, ao mesmo tempo que
se extinguia a luz do farol. Então, o faroleiro foi verificar o que poderia ter causado a avaria. Porém, quando
pegou na esfera de vidro que refletia a luz, tropeçou e quebrou-a.
Entretanto, apercebeu-se de que um navio se aproximava da costa. A obscuridade era total e o desastre,
iminente. Que fazer?
Abriu a porta e a sua surpresa foi enorme: os convivas, vendo que a luz do farol se extinguira, acorreram,
cada um transportando uma lanterna. E foram essas luzes que permitiram que o navio se desviasse da
costa. A união de todos evitou um grave acidente.
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3.
Narradores Espaços
falésia.
Obra
Ações narradas
A narradora, uma guarda de farol, descobriu um livro que estava num baú tra-
zido pelo mar. O livro estava em muito mau estado, vendo-se apenas o título, parte
do nome do autor e as ilustrações. Quando ela contemplava uma das gravuras, a fi-
gura aí representada surgiu à sua frente: era Billy Bones, uma das personagens da
obra, que começou a contar a sua versão da história.
Billy Bones herdou um mapa da ilha onde o capitão Flint escondera um tesouro,
sendo por isso perseguido por outros piratas que desejavam apoderar-se do mapa.
Escondeu-se, então, num albergue, numa baía da costa de Inglaterra, que ficava no
alto de uma falésia, de onde vigiava o mar. Para o ajudar nessa tarefa, contava com
Jim, o filho do dono do albergue. À noite, contava histórias da sua vida de pirata aos
habitantes da localidade.
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página 140 do Manual · Transcrição de legendas
— O tesouro que está a roubar, meu capitão… não é seu, para o roubar!
— Tem uma dívida, senhora.
— Mas esta é a minha casa.
— A partir de amanhã já não.
O sonho de qualquer rapaz é tornar-se homem.
— Quero falar com o homem da casa!
— Eu sou o homem da casa.
E o sonho de qualquer homem…
— Negócio é negócio!
… é o ouro.
— Haverá dinheiro nesta arca?
— Flint enterrou este tesouro e fez um mapa...
— Isto é o destino!
— A minha proposta é preparar uma expedição a esta ilha.
— Ainda queres perseguir a aventura de uma vida, rapaz?
— Sim, senhor.
— É este o nosso navio: o meu “Hispaniola”.
— Jonh Silver, senhor. Posso ter o navio pronto no fim de semana.
— Partiremos logo pela manhã.
— Içar a vela-mestra, senhor Arrow!
— Uma aventura, sr. Hawkins!
— Eu sou o capitão do “Hispaniola” e não vou admitir boatos sobre a nossa expedição.
— O que se diz por aí?
— Que se procura um tesouro.
É o tempo certo para tomar este navio e, na ilha, o tesouro, que é nosso por direito.
— Não confia nos homens?
— Eu não conheço os homens, senhor.
— O que estás a fazer, soldado?
— Afiem as lâminas, rapazes! É tempo da ceifa!
Motim
— Levanta-te!
— Estás a olhar para onde, rapaz?
— Não irei contigo, Silver.
— Temos munições para um combate.
Loucura
— Eu vou caçá-los!
— Estamos a cair como tordos.
— Flint está morto!
— O seu fantasma não está!
Assassínio
— Vais morrer antes de venceres aquele diabo.
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4 Caderno do Professor
“Oi, Diogo! Tudo bem? Sou sua fã e não perco um ‘Cuidado com a língua!’, na RTP Internacional. Todos os
meus amigos veem o seu programa e queria muito parabenizar você.”
– Parabenizar…
São muitas as diferenças que encontramos entre o português de Portugal e o português do Brasil. Mas
nada de dizer “brasileiro”: no Brasil, falam português!
Brasil Portugal
Zagueiro Defesa
Goleiro Guarda-redes
Usina Fábrica
Bilheteria Bilheteira
Bonde Elétrico*
Camisinha Preservativo
Descarga Autoclismo
Fila Bicha
Separador da Unidade 3
1. Irmão e filho (em casa); aluno e colega / amigo (na visita de estudo); elemento de um grupo musical (no co-
reto); desportista / amigo (na bicicleta).
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Transcrições e resoluções do Manual
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página 155 do Manual · Transcrição de texto gravado
Nasci no dia 20 de março de 1943 numa rua de Lisboa chamada Almirante Reis,
mas saí de lá com 15 dias de idade… A casa onde eu nasci foi deitada abaixo, e é
hoje uma enorme garagem.
Vivi em muitas ruas diferentes, em muitas casas diferentes, mas sempre em Lis-
boa, que é a cidade mais bonita do mundo.
Desde cedo que os meus brinquedos foram os lápis, as borrachas, os livros.
Aprendi a ler e a escrever sozinha, era muito pequena. E os meus amigos eram as
personagens que eu descobria nos livros que lia. Vivi em casas grandes, com grandes
corredores escuros que rangiam pela noite dentro, e me faziam muito medo, e sem
crianças da minha idade com quem brincar.
Depois cresci e entrei para o Liceu Filipa de Lencastre, onde estudei do 1.º ao 7.º
ano (então era assim que se dizia quando queríamos falar do que é hoje o 5.º e o 12.º
ano). Gostava de português, mas gostava mais de inglês, de francês e de história. A
matemática deu-me muitas dores de cabeça, confesso.
Desde pequena que sempre disse “quando for grande quero ser jornalista” – e fui.
Comecei cedo a escrever em jornais […].
Paralelamente fiz o curso de Filologia Germânica (que hoje se chama Línguas e
Literaturas Modernas, variante Inglês e Alemão) na Faculdade de Letras da Universi-
dade de Lisboa, mas nunca fui professora: o jornalismo tomou sempre o meu tempo
todo.
Casei (com um jornalista), tive dois filhos.
Quando os meus filhos eram pequenos, pediram-me um dia que escrevesse uma
história para eles: e assim nasceu, em 1979, a Rosa, minha irmã Rosa que, nesse ano,
teve o Prémio de Literatura Juvenil do Ano Internacional da Criança. A partir daí não
tive um minuto de sossego, com o jornal todos os dias (trabalhava então no Diário de
Notícias), e as constantes idas a escolas e bibliotecas, e os livros para escrever. Até
que em 1990 tive de optar: e então optei pela literatura. Não me desliguei do jorna-
lismo (quem é jornalista por paixão é jornalista sempre), mas agora já não vou todos
os dias ao jornal. […]
E continuo a escrever livros e a ir a escolas. Vou muitas vezes ao estrangeiro – so-
bretudo à Alemanha, Espanha, França e Suíça – porque os meus livros estão traduzi-
dos em várias línguas, e as escolas desses países também me convidam. Também
vou muito a Inglaterra, mas é porque o meu filho (professor de matemática) e os meus
três netos vivem aí…
Já publiquei dezenas de livros. A maior parte deles são dirigidos a jovens – mas
também tenho uma coleção para os mais pequenos de histórias tradicionais portu-
guesas. No entanto, o que eu gosto mais de escrever é romance. Como, por exemplo,
Os olhos de Ana Marta, Caderno de agosto, A Lua não está à venda, Se perguntarem
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por mim digam que voei, Um fio de fumo nos confins do mar, etc.
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4 Caderno do Professor
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Transcrições e resoluções do Manual
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página 161 do Manual · Transcrição de texto gravado
O sal e a água
Um rei tinha três filhas; perguntou a cada uma delas, por sua vez,
qual era mais sua amiga. A mais velha respondeu:
– Quero mais a meu pai do que à luz do Sol.
Respondeu a do meio:
– Gosto mais de meu pai do que de mim mesma.
A mais moça respondeu:
– Quero-lhe tanto como a comida quer o sal.
O rei entendeu por isto que a filha mais nova o não amava tanto
como as outras, e pô-la fora do palácio. Ela foi muito triste por esse
mundo, e chegou ao palácio de um rei, e aí se ofereceu para ser co-
zinheira. Um dia veio à mesa um pastel muito bem feito, e o rei ao
parti-lo achou dentro um anel muito pequeno, e de grande preço.
Perguntou a todas as damas da corte de quem seria aquele anel.
Todas quiseram ver se o anel lhes servia: foi passando, até que foi
chamada a cozinheira, e só a ela é que o anel servia. O príncipe viu
isto e ficou logo apaixonado por ela, pensando que era de família de
nobreza.
Começou então a espreitá-la, porque ela só cozinhava às escon-
didas, e viu-a vestida com trajos de princesa. Foi chamar o rei seu
pai e ambos viram o caso. O rei deu licença ao filho para casar com
ela, mas a menina tirou por condição que queria cozinhar pela sua
mão o jantar do dia da boda. Para as festas de noivado convidou-se
o rei que tinha três filhas, e que pusera fora de casa a mais nova. A
princesa cozinhou o jantar, mas nos manjares que haviam de ser
postos ao rei seu pai não botou sal de propósito. Todos comiam com
vontade, mas só o rei convidado é que não comia. Por fim pergun-
tou-lhe o dono da casa, porque é que o rei não comia. Respondeu
ele, que não sabia que assistia ao casamento da filha:
– É porque a comida não tem sal.
O pai do noivo fingiu-se raivoso, e mandou que a cozinheira
viesse ali dizer porque é que não tinha botado sal na comida. Veio
então a menina vestida de princesa, mas, assim que o pai a viu, co-
nheceu-a logo, e confessou ali a sua culpa, por não ter percebido
quanto era amado por sua filha, que lhe tinha dito, que lhe queria
tanto como a comida quer o sal, e que depois de sofrer tanto nunca
se queixara da injustiça de seu pai.
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4 Caderno do Professor LAB7PIC-03
Situação inicial
Um rei
Complicação
O rei perguntou
Peripécia ➋
Então, o rei
Peripécia ➌
No dia da boda,
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Transcrições e resoluções do Manual
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(Proposta de resolução)
Rei Lear
Tragédia de William Shakespeare escrita entre 1603 e 1606 e representada, pela primeira vez, em 1606. É
apresentada em verso e prosa e constituída por cinco atos. Considerada uma das melhores tragédias do dra-
maturgo, a peça baseia-se na lenda do rei dos Bretões, Lear, cuja primeira versão foi escrita pelo historiador
Geoffrey de Monmouth, no século XII.
A ação inicia-se com a decisão do rei em renunciar ao poder, dividindo o reino em três partes para distribuir
pelas suas três filhas, Regan, Goneril e Cordélia. Antes da legação, Lear pede às filhas que deem provas do
seu amor filial. As duas primeiras, Regan e Goneril, manifestam o seu pseudoamor pela adulação. Lear, satis-
feito, entrega-lhes as partes do reino correspondentes. Posteriormente, as jovens casam respetivamente com
o Duque de Cornwall e o Duque de Albany.
Mas o rei destina o melhor território para a sua filha dileta, Cordélia, a mais nova das três irmãs. Esta afirma
o seu amor filial com toda a simplicidade. Incompreendida, Lear, furioso, deserda-a. Por falta de dote, um dos
seus pretendentes, o Duque de Burgundy, desinteressa-se por ela. No entanto, o rei de França, reconhecendo
as virtudes e o carácter correto de Cordélia, casa com a jovem.
Afastado das funções régias, Lear conserva unicamente o título de rei e um séquito, que o acompanha
quando visita Regan e Goneril. Aos poucos, começa a aperceber-se da falsidade destas filhas. À medida que
envelhece, vai sentindo não só a decadência das suas condições físicas e mentais, como também o abandono
de todos.
Tendo conhecimento de tal situação e da agitação provocada por vários nobres no seu antigo reino, Cordé-
lia envia as tropas francesas em auxílio do pai, para salvá-lo das vicissitudes por que passava. Em vão. É cap-
turada e enforcada por ordem da irmã Regan. Por rivalidades amorosas, esta acaba por ser envenenada por
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Goneril, que a seguir se suicida, apunhalando-se. Lear, ao saber da morte da filha Cordélia, morre de desgosto.
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4 Caderno do Professor
❶ Autor
❷ Data de escrita
❸ Género literário
(comédia, tragédia,
conto…)
❹ Origem
(texto em que se baseou)
❺ Enredo
(resumo da ação)
❻ Personagens
3. Confirma que a informação que recolheste é verdadeira. Para isso, faz uma pesquisa sobre a mesma obra
noutras fontes (impressas ou digitais).
À medida que confirmas a veracidade de cada dado, assinala a informação já validada, com ✓.
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Transcrições e resoluções do Manual
4
(Proposta de resolução)
❸ Género literário
Tragédia
(comédia, tragédia, conto…)
❹ Origem
Lenda do rei dos Bretões (Lear)
(texto em que se baseou)
O rei Lear decide dividir o reino em três partes pelas três fi-
lhas, mediante provas de amor filial. As duas primeiras adu-
lam-no, recebendo parte do reino; a terceira afirma o seu
amor de forma simples, sendo incompreendida e deserdada
❺ Enredo pelo pai. Com o passar do tempo, Lear envelhece e é aban-
(resumo da ação) donado por quase todos; no entanto, a filha mais nova, en-
tretanto casada com o rei de França, tenta auxiliar o pai, mas
é capturada e enforcada, por ordem de uma das irmãs. Tam-
bém as duas irmãs acabam por morrer (uma envenenada,
outra suicidando-se) e Lear morre de desgosto.
Alberto Caeiro, O Guardador de Rebanhos, in Fernando Pessoa, Poesias – Heterónimos, Porto Editora, 2019 (p. 10)
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4 Caderno do Professor
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