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PLANO DE CURSO

I. Identificação
Disciplina: Filosofia Política e Direito Constitucional (código: PPGD2453)
Docente: Douglas Antônio Rocha Pinheiro
Oferta: Faculdade de Direito – PPGD (Mestrado/Doutorado)
Semestre: 2023/1 Dia: Terças-feiras Horário: 8h às 11:40h

II. Metodologia da aula


Aula presencial dividida em dois momentos. No primeiro, até 30min de apresentação, pelas
pessoas facilitadoras, das convergências e divergências entre os textos propostos, sendo o
restante do tempo (1h30min) destinado à reflexão dialógica pelo coletivo da disciplina; no
segundo, uma reflexão crítica proposta pelas pessoas facilitadoras e debate posterior para
além dos textos propostos para o encontro.
III. Forma de composição da menção final
1. Atuação na facilitação do seminário sobre os textos, quer identificando seus argumentos
centrais, quer refletindo sobre os mesmos, quer, por fim, propondo uma nova
referência/problema/imagem que motive um debate suplementar: 1,5 ponto.
2. Assiduidade, socialização do conhecimento, intervenção nos debates, questionamento
embasado das teses sustentadas pelas/os demais colegas durante as semanas de curso,
mantendo em tudo o respeito e a consideração às demais pessoas da turma: 1,5 pontos.
3. Entrega de doze atividades semanais: 3,0 pontos (0,25 por atividade). As atividades
correspondem a doze semanas em que haverá leitura de textos e nas quais o/a
pesquisador/a não atuará como facilitador/a. A atividade pode consistir na elaboração
ou de uma resposta a uma provocação formulada pelo docente sobre as referências da
semana, ou de uma compilação sumarizada das principais ideias dos textos, ou na
identificação do modo como os textos impactam sua pesquisa (quer em relação ao
conteúdo, quer quanto à metodologia ou à narrativa utilizada pela autoria; se o/a
pesquisador/a não identificar uma contribuição positiva, deverá indicar algum aspecto
que espera evitar em sua dissertação/tese). Não será admitida a entrega de fichamento
de texto de que o/a pesquisador/a tenha sido facilitador/a. O fichamento deve ser
enviado previamente à aula respectiva em PDF via moodle (Aprender 3). Não serão
recebidos fichamentos com atraso.
4. Paper final (de 3000 a 4500 palavras excluída na contagem a bibliografia, sem capa,
sem sumário, com resumo de até 5 linhas, 5 palavras-chave, fonte Times New Roman
ou Arial 12, espaço entrelinhas 1,5) que proponha uma nova reflexão sobre o
constitucionalismo ou sobre categorias constitucionais em que sejam articulados, ao
menos, três dos textos abordados nos seminários: 4,0 pontos. Os textos utilizados não
podem ter sido debatidos numa mesma semana e devem se constituir no objeto central
do paper. As pesquisas individuais podem dialogar com a temática dos textos desde que
não lhe tirem a primazia. O paper deverá ser encaminhado em PDF via moodle
(Aprender 3). Prazo máximo de envio: 18/julho/2023. Envios com atraso poderão ser
aceitos caso a menção final ainda não tenha sido lançada no SIGAA, mas terão sua
pontuação máxima reduzida para 3,0 pontos.
IV. Ementa e conteúdo programático

1ª semana (28.mar) – I Seminário Internacional do PPGD/UnB


Abertura oficial do semestre pela direção da Faculdade de Direito e coordenação do PPGD
Conferência: Las mujeres y diversidades en la universidad: piezas para armar (Profa. Dra.
Liliana Ronconi – Universidad de Buenos Aires)

2ª semana (4.abr) – Apresentação do plano de curso pelo docente


Distribuição dos temas e agendamento do calendário de participação das/os facilitadoras/es.
Provocação inicial: Quais os riscos e alternativas de um “woke constitutionalism”?
Para aprofundar: RHODES, Carl. Woke capitalism: How corporate morality is sabotaging
democracy. Bristol: Bristol UP, 2022.

3ª semana (11.abr) – Constitucionalismos: entre ruptura, tradição e consolidação


Fontes: (1) PALOMBELLA, Gianluigi. Direitos e tradições. Ideias em evolução (e
revolução) histórica. In: Idem. Filosofia do direito. São Paulo: Martins Fontes,
2005, p. 38-61; (2) QUEIROZ, Marcos Vinícius Lustosa. Constitucionalismo
negro: elementos de teoria e história constitucional a partir da Revolução Haitiana.
RECHTD, v. 13, n. 1, p. 85-109, jan.-abr. 2021; (3) MIGUEL, Carlos Ruiz. Sobre
los fundamentos del constitucionalismo clásico. In: Idem. Constitucionalismo
clásico y moderno: desarollos y desviaciones de los fundamentos de la teoría
constitucional. Lima: Tribunal Constitucional del Perú, 2013, p. 33-93.

4ª semana (18.abr) – Constitucionalismos abusivo e autoritário: constitucionalismos?


Fontes: (1) LANDAU, David. Constitucionalismo abusivo. REJUR, v. 4, n. 7, p. 17-37,
2020; (2) TUSHNET, Mark. Authoritarian Constitutionalism. Cornell Law Review,
v. 100, n. 2, jan. 2015, p. 391-461 (ler, ao menos, o intervalo p. 415-431; 440-461);
(3) LACHMAYER, Konrad. Constitutional authoritarianism, not authoritarian
constitutionalism! Völkerrechtsblog, 31 ago. 2017, doi: 12345678.

5ª sem. (25.abr) – Constitucionalismos: espacialidades diversas, pluralidade conceitual


Fontes: (1) OKOTH-OGENDO, Hastings (1993). Constitutions without constitutionalism:
reflections on an African political paradox. In: GREENBERG, Douglas et. al. (ed.).
Constitutionalism and Democracy: Transitions in the Contemporary World. New
York/Oxford, Oxford UP, p. 65-82; (2) PREMPEH, Henry Kwasi. Africa’s
Constitutionalism Revival: False Start or New Dawn? International Journal of
Constitutional Law, v. 5, n. 3, p. 469-506, 2007; (3) LI-ANN, Thio. Varieties of
Constitutionalism in Asia. Asian Journal of Comparative Law, v. 16, n. 2, dez.
2021, p. 1-26.

6ª semana (9.maio) – Constitucionalismos feministas


Fontes: (1) BARAK-EREZ, Daphne. Her-meneutics: feminism and interpretation. In:
BAINES, Beverley; BARAK-EREZ, Daphne; KAHANA, Tsvi (Ed.). Feminist
constitutionalism: global perspectives. Cambridge: Cambridge UP, 2012, p. 85-97.
(2) GILLIGAN, Carol. La resistencia a la injusticia: una ética feminista del cuidado.
In: Idem. La ética del cuidado. Barcelona: Fundació Víctor Grífols i Lucas, 2013,
p. 41-67; (3) LEVIT, Nancy; VERCHICK, Robert. Feminist legal theories. In:
Idem. Feminist legal theory: a primer. New York/London: New York UP, 2016, p.
11-39.
7ª semana (16.maio) – Constitucionalismo “cripficado”
Fontes: (1) MAGNABOSCO, Molise de Bem; SOUZA, Leonardo Lemos de. Aproximações
possíveis entre os estudos da deficiência e as teorias feministas e de gênero. Estudos
Feministas, v. 27, n. 2, p. e56147, 2019; (2) ARAÚJO, Luana Adriano. Crits e crips:
conectando estudos críticos de deficiência e estudos jurídicos críticos. Direito e
Práxis, v. 12, n. 2, p. 1270-1315, abr-jun. 2021; (3) SCHALK, Sami. Critical
disability studies as methodology. Lateral, v. 6, n. 1, 2017; (4) Opcional: CRIP
CAMP: a disability revolution. Direção: James Lebrecht, Nicole Newnham. Higher
Ground Productions, 2020 (102min).

8ª semana (23.maio) – Constitucionalismo “queer”


Fontes: (1) JOHNSON, Merri Lisa; McRUER, Robert. Cripistemologies: Introduction.
Journal of Literary & Cultural Disability Studies, v. 8, n. 2, p. 127-147, 2014; (2)
HALBERSTAM, Jack. The queer art of failure. Durham, London: Duke UP, 2011,
p. 87-121 (em português: A arte queer do fracasso. Recife: CEPE, 2020, p. 131-
170, cap. 3); (3) PINHEIRO, Douglas. As temporalidades queer e os limites de um
constitucionalismo crononormativo. In: MARTINS, Argemiro; ROESLER,
Claudia; PAIXÃO, Cristiano (org.). Os tempos do direito: diacronias, crise,
historicidade. São Paulo: Max Limonad, 2020, p. 109-124.

9ª semana (30.maio) – Constitucionalismo travesti


Fontes: (1) GOMES, Camilla de Magalhães. Têmis travesti: as relações entre gênero, raça e
direito na busca de uma hermenêutica expansiva do “humano” no Direito. Tese
(doutorado). Brasília: PPGD, UnB, 2017, p. 142-203; (2) GOMES, Mário Soares
Caymmi; YORK, Sara Wagner; COLLING, Leandro. Sistema ou CIS-tema de
justiça: quando a ideia de unicidade dos corpos trans dita as regras para o acesso
aos direitos fundamentais. Direito e Práxis, v. 13, n. 2, p. 1097-1135, abr.-jun.
2022; (3) LIMA, Francielle Elisabet Nogueira; GITIRANA, Julia Heliodoro Souza;
SÁ, e Priscilla Placha. A segregação do corpo travesti no cistema prisional
brasileiro: comentários à Medida Cautelar na ADPF 527. Direito e Práxis, v. 13, n.
2, p. 1136-1167, abr.-jun. 2022; (4) Opcional: BIXA Travesty. Direção: Cláudia
Priscilla e Kiko Goifman. São Paulo: Paleotevê Produção Cultural; Válvula
Produções; Canal Brasil; DOT Filmes, 2018 (75min).

10ª semana (6.jun) – Constitucionalismo das encruzilhadas


Fontes: (1) HOSHINO, Thiago de Azevedo Pinheiro. O direito virado no santo: enredos de
nomos e axé. Tese (doutorado). Curitiba: PPGD, UFPR, 2020, p. 21-79; (2)
RODRIGUES JÚNIOR, Luiz Rufino. Exu e a pedagogia das encruzilhadas. Tese
(doutorado). Rio de Janeiro: PPG Educação, UERJ, 2017, p. 100-138; (3)
NASCIMENTO, wanderson flor do. Em torno de um pensamento oxunista: Ìyá
descolonizando lógicas de conhecimento. Rev. Filos., v. 33, n. 59, p. 382-397,
maio-ago. 2021.

11ª semana (13.jun) – Constitucionalismo quilombista


Fontes: (1) GOMES, Rodrigo Portela. Constitucionalismo e quilombos. Culturas Jurídicas,
v. 8, n. 20, p. 131-155, maio-ago. 2021; (2) Ôrí. Direção: Raquel Gerber. Brasil:
Estelar Produções Ltda, 1989, vídeo (131 min), colorido. Disponível em:
https://drive.google.com/file/d/1PBQutmbrgakx63IUUD8qOgIM2wKVId4n/view
; (3) NASCIMENTO, Abdias do. O quilombismo: uma alternativa política afro-
brasileira. Afrodiáspora: Revista de estudos do mundo negro, a. 3, n. 6 e 7, p. 19-
40, 1985.

12ª semana (20.jun) – Constitucionalismo indígena


Fontes: (1) XAKRIABÁ, Célia; TERENA, Luiz Eloy. Herdamos a luta. In: PONTES, Ana
Lúcia de Moura et. al. (Org.). Vozes indígenas na saúde: trajetórias, memórias e
protagonismos. Belo Horizonte: Piseagrama, 2022, p. 304-357; (2) MACHADO,
Almires Martins. De Direito Indigenista a Direito Indígena: desdobramento da arte
do enfrentamento. Dissertação (mestrado). Belém: PPGD, UFPA, 2009, p. 46-70;
(3) SILVA, Liana Amin Lima da. Consulta prévia e livre determinação dos povos
indígenas e tribais na América Latina: re-existir para co-existir. Tese (doutorado).
Curitiba: PPGD, PUC/PR, 2017, p. 241-276.

13ª semana (27.jun) – Constitucionalismo e decidibilidade inclusiva


Fontes: (1) BARTLETT, Katharine. Feminist legal methods. Harvard Law Review, v. 103,
n. 4, p. 829-888, feb. 1990 (em espanhol: BARTLETT, Katharine. Métodos
jurídicos feministas. In: FERNÁNDEZ, Marisol; MORALES, Félix (Org.).
Métodos feministas en el derecho: aproximaciones críticas a la jurisprudencia
peruana. Lima: Palestra, 2011, p. 19-116); (2) MOREIRA, Adilson. Tratado de
direito antidiscriminatório. São Paulo: Contracorrente, 2020, cap. 6; (3) BRASIL.
Conselho Nacional de Justiça. Resolução n. 454, de 22 de abril de 2022. Estabelece
diretrizes e procedimentos para efetivar a garantia do direito ao acesso ao Judiciário
de pessoas e povos indígenas; (4) Opcional: MOREIRA, Adilson José. Pensando
como um negro: ensaio de hermenêutica jurídica. São Paulo: Contracorrente, 2019,
cap. 5.

14ª semana (4.jul) – Constitucionalismo e povo


Fontes: (1) BUTLER, Judith. Corpos em aliança e a política das ruas: notas para uma teoria
performativa de assembleia. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2019, p. 31-109;
(2) PRECIADO, Paul B. Multidões queer: notas para uma política dos “anormais”.
Estudos Feministas, v. 19, n. 1, p. 11-20, jan.-abr. 2011; (3) CURIEL, Ochy. El
régimen heterosexual y la nación. Aportes del lesbianismo feminista a la
antropologia. La manzana de la discordia, v. 6, n. 1, p. 25-46, jan.-jun. 2011; (4)
Opcional: PUAR, Jasbir K. Homonacionalismo como mosaico: viagens virais,
sexualidades afetivas. Revista Lusófona de Estudos Culturais, v. 3, n. 1, p. 297-318,
2015.

15ª semana (2.maio) – Constitucionalismo, (in)visibilidades e opacidades


Fontes: (1) PINHEIRO, Douglas. Optical constitutionalism. LawArt, v. 3, p. 121-140, 2022;
(2) JAY, Martin. Regimes escópicos da modernidade. ARS, v. 18, n. 38, p. 329-349,
2020; (3) OYĚWÙMÍ, Oyèrónkẹ́. A invenção das mulheres: construindo um
sentido africano para os discursos ocidentais de gênero. Rio de Janeiro: Bazar do
Tempo, 2021, p. 27-48.

V. Bibliografia (link)
https://www.dropbox.com/sh/3xwy787ytjnmvd0/AAAvvzdZOgKHPY0WqYpIghkKa?dl=0

VI. Observações finais


1. Considere a sala de aula como um espaço seguro de acesso restrito cujas relações
devem se basear no respeito e na confiança. Não faça registros de som e imagem do
encontro para postagem em redes sociais pessoais sem prévia anuência das/os
colegas e docente.
2. Ao incorporar as conclusões coletivamente construídas nos encontros síncronos em
seus trabalhos científicos e/ou postagens em redes sociais, faça menção à experiência
compartilhada de que se originaram.
3. A bibliografia deste plano de curso corresponde a escolhas intencionais do docente
para potencializar a reflexão, sem que haja, necessariamente, concordância do
mesmo com o teor parcial e/ou integral dos textos.
4. Considere citar esse Plano de Curso nas referências bibliográficas de trabalhos
científicos cuja reflexão teórica decorra diretamente da utilização convergente de
textos nele indicados e até então desconhecidos.

Brasília, março de 2023.

Douglas Antônio Rocha Pinheiro

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