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RESUMO GERAL - FIBRINA RICA EM PLAQUETAS E SEU USO NA

ODONTOLOGIA CLÍNICA

INTRODUÇÃO
A fibrina rica em plaquetas (PRF) é um biomaterial autólogo, sem
anticoagulantes e produtos químicos externos. O produto formado consiste em uma
rede de fibrina altamente concentrada em plaquetas e leucócitos que secretam
biomoléculas chaves para reparação e regeneração tecidual. (RAMIREZ et al, 2018).
Os primeiros relatos sobre os efeitos desses concentrados foram demonstrados em
1986 (BUZALAF e LEVY, 2022).
Esse concentrado é obtido após centrifugação do sangue coletado do
próprio paciente, que provoca uma migração de componentes plasmáticos de acordo
com a técnica utilizada (RAMIREZ et al, 2018). O PRF possui propriedades que
favorecem o sítio cirúrgico, como modular a resposta inflamatória, aumentar a eficácia
de regeneração, angiogênese e neovascularização, reduzindo a dor e edema no pós-
operatório (LANATA-SELINGUE et al, 2021). Dessa forma, hoje a aplicação do PRF
na odontologia é ampla, podendo ser útil para reconstrução óssea e reparo, cirurgias
periodontais, revitalização pulpar, rejuvenescimento facial e implantodontia.

OBJETIVO
Abordar a fibrina rica em plaquetas de forma ampla, destacando sua importância e
citando suas diversas funções na Odontologia.

REVISÃO DE LITERATURA

RAMIREZ, et al.

ZONA COMPOSIÇÃO APLICAÇÃO


Fibrina Baixa
pobre em concentração
plaquetas plaquetária
Camada de Maior Tratamentos
Leucócitos concentração de que usarão
plaquetas e baixo volume
leucócitos, com de PRF –
fibrina mais endodontia.
densa
Zona Não possui
corpuscular plaquetas
vermelha
Ramirez et al (2018) afirma que apesar da diferença em concentração celular, a fibrina
está distribuída de forma homogênea, conferindo uma resistência equilibrada e
permitindo seu uso como suporte e proteção independente da região utilizada
(RAMIREZ et al). Já LANATA-SELINGUE et al (2021), dizem que ao se aproximar da
zona corpuscular vermelha, a organização e densidade de fibrina é reduzida.
Este segundo trabalho também encontrou que a região mais próxima a zona
corpuscular vermelha apresentou maior poder antimicrobicida, já a extremidade mais
distante é a com menor poder.
Zonas celulares mais concentradas em plaquetas e leucócitos provocam maior
expressão de moléculas envolvidas com o reparo tecidual (RAMIREX et al, 2018).
Ramirez et al (2018) afirma que a compressão do PRF não altera a concentração de
plaquetas, mas deixa a fibrina mais densa. Por isso, em cirurgias que usam o PRF
visando formar barreiras de proteção é indicada a compressão, já quando o objetivo
principal e a regeneração tecidual, o PRF não compactado é mais adequado.
Travezan-Moreyra et al (2021) encontraram maior cicatrização dos tecidos moles em
exodontias em que houve utilização de PRF. Esse concentrado libera fatores de
crescimento durante 7 dias, resultando na proliferação de osteoblastos e agindo na
neoangiogenes, além de acelerar a cicatrização. Tais resultados foram independeram
de sexo e idade.
Segundo BUZALAF e LEVY, 2022, o uso de PRF apresentou bons resultados para o
rejuvenescimento do terço inferior da face, sendo seguros e bem tolerados.

ÁREAS DA RESULTADOS
ODONTOLOGIA
IMPLANTODONTIA Observou-se que a união da fibrina rica em plaquetas (PRF)
associada a enxertos tornou-se uma ferramenta responsável
por garantir um reparo tecidual mais acelerado e neoformação
óssea e tecidual. Foi observado ainda uma reabilitação do
paciente de forma mais rápida, apresentando resultado
satisfatório após o tratamento. (SILVA et al. 2021)

Diferentes autores observaram a estabilidade de implantes,


com e sem uso do PRF, e concluíram que a presença de
fatores de crescimento melhorou o contato entre osso e
implante. Vale ainda ressaltar que o PRF ao ser associado a
enxertos autógenos, obtendo bons resultados quando se trata
de uma associação entre enxertos e PRF, possibilitando assim
melhor formação óssea. (MASETTO, 2018)
PERIODONTIA Situações que incluem: Defeitos periodontais intraósseos,
defeitos de furca periodontal, recessão gengiva. Foi possível
perceber uma diminuição na profundidade de sondagem,
aumento do ganho de inserção clínica e maior estabilidade da
margem gengival, preenchimento de defeito ósseo.
(ZUMARUMAN et. al. 2018)

Nos quadros de Defeito de Furca decorrente de doença


periodontal, foi observado que o uso de PRF aliado a um
retalho aberto melhorou significativamente os parâmetros
clínicos e radiográficos. A gravidade dos defeitos foi
reduzida, assim como a profundidade de sondagem,
preenchimento do defeito da crista ósseo alveolar e ganho de
inserção clínica. (ZUMARUMAN et. al. 2018)

Em quadros onde era presente a recessão gengival classe I e


II, foi observado que p PRF melhorou o quadro clinico e a
estabilidade pós tratamento, observando redução na
profundidade de sondagem e aumento da inserção clinica
logo após 6 meses de tratamento. (ZUMARUMAN et. al.
2018)

CIRURGIA Nos quadros de aumento do volume ósseo no seio maxilar


para acomodar implantes, pouco se foi efetivo a presença do
PRF. A adição do PRF ao enxerto ósseo não revelou
vantagens ou desvantagens se comparado ao enxerto ósseo
sozinho. (ZUMARUMAN et. al. 2018)

CONCLUSÃO
A fibrina rica em plaquetas (PRF) é um material muito interessante para odontologia,
uma vez que ele pode otimizar o processo de reparação tecidual através de um
material extraído do próprio paciente, eliminando a possibilidade de rejeição.

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