Prof. Silas Fiorotti <silas.fiorotti@gmail.com> -- CPPG-FMU (jun.-jul. 2020)
Ementa: A disciplina (24h) pretende analisar e problematizar os principais aspectos da chamada construção do pensamento lógico-matemático e do letramento matemático de crianças, especialmente no âmbito da educação infantil e dos anos iniciais do ensino fundamental. Pretende abordar os conteúdos de matemática procurando atender às necessidades de formação do pedagogo, possibilitando-lhe o acesso às diversas concepções sobre a matemática, a sua aprendizagem e os principais métodos de ensino decorrentes destes pressupostos teóricos (a partir das contribuições da antropologia da educação, das perspectivas cognitivistas e suas críticas, da teoria antropológica do didático, da teoria cultural da objetivação, e da etnomatemática). Pretende discutir a relação da matemática e o processo de alfabetização; a elaboração de unidades didáticas (números, operações e cálculos, geometria e medidas, probabilidade e estatística); a aplicação de objetos de aprendizagem; o papel da matemática na era da informação; a matemática como comunicação; a matemática como resolução de problemas; o papel do lúdico no ensino de matemática; a avaliação em matemática; a matemática e os direitos humanos; a matemática e a diversidade; etc. Procedimentos: A disciplina será desenvolvida através de aulas expositivas, análises de textos, dinâmicas, debates, discussões, reflexões, levantamento bibliográfico, exemplos de práticas e de planos de aula, projetos interdisciplinares, e aplicação de objetos de aprendizagem. A avaliação será contínua e levará em consideração todas as atividades desenvolvidas pelo estudante (participação nas aulas e no fórum de discussão, elaboração de duas questões a partir das leituras, elaboração de levantamento bibliográfico, entre outras).
(1) Contribuições da antropologia (22/6)
➢ [1a] Gusmão, N.M.M. (2015), Antropologia e educação: um campo e muitos caminhos. In: Linhas Críticas, Brasília, v. 21, n. 44, jan.-abr. 2015, pp. 19-37. ➢ [1b] Mauss, M. (2003), As técnicas do corpo. In: Sociologia e antropologia. São Paulo: Cosac Naify, pp. 399-422. ➢ [1c] Gusmão, N.M.M. (1997), Antropologia e educação: origens de um diálogo. In: Cad. Cedes, Campinas, v. 18, n. 43, dez. 1997, pp. 8-25. ➢ [1d] Buss-Simão, M. (2009), Antropologia da criança: uma revisão da literatura de um campo em construção. In: Revista Teias, Rio de Janeiro, v. 10, n. 20, dez. 2009, 16p.
(2) Contribuições das perspectivas da filosofia da educação (24/6)
➢ [2a] Lourenço Filho, A.; Mendonça, S. (2014), A autonomia do educando na pedagogia de Dewey. In: EccoS -- Rev. Cient., São Paulo, n. 33, jan.-abr. 2014, pp. 187-203. ➢ [2b] Dewey, J. (2010), Por que o ato de pensar reflexivo deve constituir um fim educacional. In: Romão, J.E.; Rodrigues, V.L. (orgs.), John Dewey. Recife: FJN / Massangana, pp. 111-128. ➢ [2c] Ghiraldelli Jr, P. (2006), A filosofia da educação do pragmatismo. In: Filosofia da educação. São Paulo: Ática, pp. 159-200.
(3) Contribuições das perspectivas cognitivistas e suas críticas (29/6)
➢ [3a] Bona, A.S.; Souza, M.T. (2015), Aulas investigativas e a construção de conceitos de matemática: um estudo a partir da teoria de Piaget. In: Psicologia USP, São Paulo, v. 26, n. 2, mai.-ago. 2015, pp. 240-248. ➢ [3b] Kamii, C. (1984), A natureza do número e Objetivos para “ensinar” número. In: A criança e o número: implicações educacionais da teoria de Piaget para a atuação junto a escolares de 4 a 6 anos. Campinas: Papirus, pp. 14-41. [Capítulos 1 e 2] ➢ [3c] Borba, M.C.; Skovsmose, O. (2001), A ideologia da certeza em educação matemática. In: Educação matemática crítica: a questão da democracia. Campinas: Papirus, pp. 127-148.
(4) Contribuições das perspectivas cognitivistas e suas críticas (01/7)
➢ [4a] Moraes, S.P.; Arrais, L.F.; Moya, P.T.; Lazaretti, L.M. (2017), O ensino de matemática na educação infantil: uma proposta de trabalho com jogos. In: Educação Matemática Pesquisa (EMP), São Paulo, v. 19, n. 1, pp. 353-377. ➢ [4b] Leontiev, A.N. (2010), Os princípios psicológicos da brincadeira pré-escolar. In: Vygotsky, L.S.; Luria, A.R.; Leontiev, A.N., Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. 11. ed. São Paulo: Ícone, pp. 119-142. ➢ [4c] Barbosa, H.H. (2007), Sentido de número na infância: uma interconexão dinâmica entre conceitos e procedimentos. In: Paidéia, v. 17, n. 37, 2007, pp. 181-194. ➢ [4d] Rodrigues, D.O.S. (2018), Das concepções de leitura e suas implicações no contexto da educação matemática. In: Temporis[ação], Cidade de Goiás, v. 18, n. 2, jul.-dez. 2018, pp. 198-223.
(5) Contribuições da teoria antropológica do didático ou teoria da transposição didática (06/7)
➢ [5a] Vilela, D.; Meneghetti, R.C. (2011), Transposição didática ou práticas matemáticas específicas?: o caso do número ordinal e cardinal. In: Educação Matemática Pesquisa (EMP), São Paulo, v. 13, n. 1, pp. 179-196. ➢ [5b] Almouloud, S.A. (2017), Fundamentos norteadores das teorias da Educação Matemática: perspectivas e diversidade. In: Amazônia, Belém, v. 13, n. 27, set. 2017, pp. 5-35. ➢ [5c] Kluth, V.S.; Almouloud, S.A. (2018), A teoria antropológica do didático: primórdio de uma trajetória direcionada à prática de ensino de matemática. In: Educação Matemática Pesquisa (EMP), São Paulo, v. 20, n. 3, pp. 1-25. ➢ [5d] Chevallard, Y. (2013), Sobre a teoria da transposição didática: algumas considerações introdutórias. In: Revista de Educação, Ciências e Matemática, v. 3, n. 2, mai.-ago. 2013, 14 p.
(6) Contribuições da etnomatemática e da teoria cultural da objetivação (08/7)
➢ [6a] Cimadon, E.; Giongo, I.M. (2019), Geometria e educação infantil: um estudo de inspiração etnomatemática. In: Amazônia, Belém, v. 15, n. 33, jan.-jun. 2019, pp. 56-74. ➢ [6b] Lamim Netto, M.S.; Santos, A.R.; Meneghetti, R.C. (2020), Etnomatemática: uma revisão bibliográfica do cenário internacional. In: Educação Matemática Pesquisa (EMP), São Paulo, v. 22, n. 1, pp. 394-418. ➢ [6c] D’Ambrósio, U.; Vieira, N. (2008), Para uma abordagem multicultural, o programa etnomatemática: entrevista com Ubiratan D’Ambrósio. In: Revista Lusófona de Educação, v. 11, 2008, pp. 163-168. ➢ [6d] Moretti, V.D.; Radford, L. (2015), História do conceito culturalmente significada e a organização da atividade de ensino de matemática. In: Anais do VI Seminário de Pesquisa em Educação Matemática, Pirenópolis, nov. 2015, 12 p. ➢ [6e] Radford, L.; Moretti, V.D.; Panossian, M.L. (2018), Questões em torno da teoria da objetivação: entrevista com Luis Radford. In: Obutchénie, Uberlândia, v. 2, n. 1, jan.-abr. 2018, pp. 251-272.
Outras referências bibliográficas
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(2018b), Base nacional comum curricular (BNCC). Versão final. Brasília: MEC. Carvalho, V.B. (2011), As influências do pensamento de John Dewey no cenário educacional brasileiro. In: Revista Redescrições, ano 3, n. 1, 2011, pp. 58-77. Ceccon, C.; et al. (2009), Conflitos na escola, modos de transformar... São Paulo: Cecip / Imprensa Oficial. Fiorotti, S. (2019), Intolerância religiosa dos evangélicos na educação básica: breve análise de alguns casos. In: Interritórios: Revista de Educação, Caruaru, v. 5, n. 9, 2019, pp. 213-231. Freire, P. (2006), Pedagogia da autonomia. 33. ed. São Paulo: Paz e Terra. Gascón, J.; Nicolás, P. (2019), Economía, ecología y normatividad en la teoría antropológica de lo didáctico. In: Educação Matemática Pesquisa (EMP), São Paulo, v. 21, n. 4, pp. 36-52. Geertz, C. (2012), A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: LTC. Genro, M.; Zitkoski, J. (2014), Educação e direitos humanos numa perspectiva intercultural. 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Alguns periódicos científicos (área: educação, humanidades e matemática)
Biblioteca Escolar em Revista (USP); Cadernos CERU (USP); Currículo Sem Fronteiras; Educação Matemática em Foco (UEPB); Educação Matemática Pesquisa, EMP (PUC-SP); Educação e Pesquisa (USP); Educação em Revista (UFMG); Educação Unisinos; Interritórios: Rev. de Educação (UFPE); Pro-Posições (Unicamp); Rev. Brasileira de Educação, RBE (Anped); Rev. Educação e Emancipação (UFMA); Rev. Entreideias: Educação, Cultura e Sociedade (UFBA); Rev. Humanidades e Educação (UFMA).