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As nuvens são sombrias - Fernando Pessoa Ortónimo.

Português (Ensino Médio - Portugal)

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TESTES
Teste 1 – 12.o ano

Cotações

TESTE 1 o
12N.O
A

GRUPO I 100

A
Leia atentamente o texto seguinte.

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Mas, p´ra os lados do sul,
„‘ ƒ†‘†‘ ±—
É tristemente azul.

5 Assim, no pensamento,
Sem haver solução,
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Que existe o coração.

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10 A verdade que está
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Para além do que há.
Fernando Pessoa, Poesia do Eu, 2008,
Lisboa, Assírio & Alvim, 2.a ed.

Apresente, de forma clara e bem estruturada, as suas respostas aos itens que se
seguem.
1. Apresente uma explicação para a associação que se estabelece entre o céu e o es- 20 (12+8)

tado de espírito do sujeito.


2. Caracterize, justificando, o estado de espírito do sujeito poético. 15 (9+6)

3. Interprete, explicitando, o conteúdo da última estrofe. 20 (12+8)

4. Descreva formalmente o poema. 15 (9+6)

B 30 (18+12)

Num texto coerente e bem estruturado, que apresente entre 80 e 130 palavras, co-
mente a afirmação seguinte sobre o heterónimo pessoano aí referido.
Para Caeiro, a experiência sensível revela os objetos como existentes, visíveis e não
como significações para a consciência. As coisas, para o poeta, revelam apenas
uma dimensão factual e imediata, sem interferências do pensamento.

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TESTES
Teste 1 – 12.o ano

Cotações

50 GRUPO II

Leia o texto.

É nas artes plásticas, com Amadeu de Sousa-Cardoso (hoje reconhecido como um


dos mais importantes pioneiros da Escola de Paris), com Santa-Rita Pintor (como
assinava quem foi mais um dos muitos aventureiros das artes naquele tempo que um
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5 ‡••‘ƒ•ƒ—†‘——ƒ”–‹‰‘’—„Ž‹ ƒ†‘‡A Águia), que o vanguardismo primeiro
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cisamente o efeito que os promotores desejavam. Conta-se que, estando Sá-Carneiro
já no expresso em que partia para uma das suas idas a Paris, chegou Pessoa correndo
com um jornal na mão, em que um ilustre psiquiatra da época, que havia sido entre-
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Não tinham vencido. E não se pode dizer que ainda hoje a vitória deles seja com-
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tinham realmente, com um choque que hoje nos parece menor do que terá sido, inau-
20 gurado uma época nova da poesia portuguesa, e um padrão de exigência estética
e de audácia intelectual, como em poucas mutações semelhantes terá acontecido.
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de padrões vanguardistas, sem correr o risco de ser medíocre, passadista, inculto,
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Jorge de Sena, Estudos de Literatura Portuguesa – III, 1988, Lisboa, Edições 70

1. Para responder a cada um dos itens de 1.1. a 1.7., selecione a única opção que per-
mite obter uma afirmação correta.
5 1.1. O vanguardismo manifestou-se primeiro…
(A) na revista A Águia.
(B) nas artes plásticas.
(C) na literatura.
(D) na revista Orpheu.
5 1.2. A revista Orpheu marca…
(A) a rutura com as artes plásticas.
(B) a aliança entre o primeiro e o segundo vanguardismo.
(C) o lançamento oficial do vanguardismo.
(D) a necessidade de evoluir literariamente.
5 1.3. Os dois primeiros números do Orpheu obtiveram…
(A) o resultado aspirado pelos seus mentores.
(B) a rejeição de todos os intelectuais portugueses.
(C) a aceitação do público em geral.
(D) o efeito contrário ao desejado.

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TESTES
Teste 1 – 12.o ano

Cotações
1.4. O elemento sublinhado em “cerca de um ano antes de Pessoa…” (linha 6) é um… 5

(A) adjetivo numeral.


(B) quantificador numeral.
(C) determinante indefinido.
(D) determinante artigo indefinido.

1.5. Em “chegou Pessoa correndo” (linha 12), o elemento sublinhado desempenha a 5

função sintática de…


(A) complemento direto.
(B) predicativo do sujeito.
(C) predicativo do complemento direto.
(D) sujeito.

1.6. Na afirmação “Então vencemos!” (linha 16), configura-se um ato de fala… 5

(A) diretivo.
(B) compromissivo.
(C) expressivo.
(D) assertivo.

1.7. A oração “que, depois de 1915, muitos poetas de alto mérito não tenham corrido 5

esse risco” (linha 25) classifica-se como…


(A) coordenada copulativa.
(B) subordinada substantiva relativa.
(C) subordinada substantiva completiva.
(D) subordinada adverbial causal.

2. Responda aos itens seguintes.

2.1. Indique o referente de “deles” em “a vitória deles seja completa” (linhas 17-18). 5

2.2. Classifique a oração “apesar de ambos terem entrado para o panteão seleto da 5

grande poesia.” (linha 18).

2.3. Identifique a função sintática do segmento “de padrões vanguardistas” (linha 23). 5

GRUPO III 50
(30+20)
Em todas as épocas, muitos artistas (pintores, escritores, cineastas…) têm mani-
festado, através das suas obras, a inquietação que sentem perante os problemas
políticos, sociais ou culturais do seu tempo.

Num texto de reflexão, com 200 a 300 palavras, discuta a importância que a inter-
venção pela arte pode assumir, apresentando, no mínimo, dois argumentos e, pelo
menos, um exemplo significativo para cada um deles.

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Soluções
Testes

de) Chamar-lhe minha cruz e meu calvário/Hei de 12.o ano – Teste 1 (pág. 269)
abrir-lhe o meu íntimo sacrário”). Nestes versos en- GRUPO I
contram-se várias referências místicas, relaciona- A
das com Cristo, ou de caráter religioso: a fé, a cruz
1. Tal como as “nuvens são sombrias” mas permitem
e o calvário, símbolos do sofrimento e, finalmente,
desvendar um pouco do céu azul, também o pen-
o sacrário, lugar sagrado. Conclui-se, portanto, que
samento é cinzento, causa mágoa e sofrimento, se
o objetivo do “eu” é sensibilizar a amada para a sua
bem que o coração espreite por entre ele, para lem-
condição de mártir.
brar que a beleza e a verdade ainda existem.
4. O conteúdo do verso final revela a reação do eu lírico
2. O sujeito poético sente mágoa e tristeza por se ver
perante a comoção da mulher. Após tê-la comovido,
dominado pelo pensamento, reconhecendo, todavia,
através dos recursos explicitados nas estrofes an-
que também tem coração, sugerindo, deste modo,
teriores, o sujeito poético rir-se-á dela, revelando,
assim, todo o seu cinismo. É a sua maneira sarcás- os dois polos em que sempre baseou a criação ar-
tica de fazer sofrer quem o tem feito sofrer a ele. tística. Admite que a beleza, a alegria está “Para
além do que há”, dado que o que tem é pensamento
B e dor.
A obra queirosiana assume-se como um importante 3. O facto de viver atormentado pelo pensamento fá-lo
instrumento de análise da sociedade portuguesa de finais
ver no coração a verdade que importa preservar, por
do século XIX.
trazer a beleza e a crença de que vale a pena viver,
De um olhar perspicaz e analítico, Eça “desmonta” vá-
pois, dentro de qualquer ser humano, o coração
rios aspetos. Se atentarmos no problema da educação, ob-
trará algum equilíbrio ao desequilíbrio causado pelo
servamos em Os Maias as fragilidades de uma educação
uso excessivo da razão.
tradicional, ministrada por clérigos, fazendo de Pedro da
Maia e Eusebiozinho seres fracos, sem sentido crítico, por 4. Este texto poético apresenta regularidade estrófica,
oposição a Carlos da Maia, submetido a uma educação in- métrica e rimática. Por isso, é constituído por três
glesa que o transforma num homem forte, culto, amante estrofes de quatro versos cada (quadras), com seis
da ciência e cheio de projetos. Por outro lado, o mundo po- sílabas métricas (hexassílabos) e rima cruzada nos
lítico também não escapa, surgindo personificado no ban- versos pares e branca nos ímpares.
queiro Cohen que, impassível, assiste à “quase” bancarrota
B
do país, ignorando, ou fingindo ignorar, o verdadeiro estado
da nação. A afirmação coloca em destaque as principais caracte-
Estes e outros temas contribuem para uma visão do rísticas do heterónimo pessoano, Alberto Caeiro.
Portugal finissecular degradado. Com efeito, este heterónimo defende o uso das sensa-
(127 palavras) ções para captar a realidade e vê no observado a plenitude
do conhecimento essencial, dado que para conhecer basta
GRUPO II ver. Para ele, as coisas têm uma existência concreta, isto
é, “factual e imediata”, e não precisam de ser explicadas,
1. 1.1. D; 1.2. C; 1.3. A; 1.4. C; 1.5. D; 1.6. C; 1.7. A. defendendo, por isso, que as “coisas têm existência, não
2.1. Oração subordinada adjetiva relativa restritiva. têm significação” e que “Pensar é estar doente dos olhos”
2.2. Predicativo do sujeito. ou não conhecer, recusando, assim, o pensamento por este
2.3. Modalidade epistémica com valor de probabilidade. perturbar a visão objetiva que reclama.
Defendendo a objetividade, a simplicidade, o contacto
GRUPO III com a natureza e a aprendizagem sensorial, Caeiro transfor-
mou-se no mestre dos heterónimos e do ortónimo que, com
Resposta de caráter pessoal. No entanto, espera-se que o
ele, tiveram a possibilidade de “aprender a desaprender”.
aluno oriente a sua resposta para:
(128 palavras)
– os problemas ambientais causados pela ação do homem
e suas consequências;
GRUPO II
– a extinção de várias espécies (da fauna e da flora) que
empobrecerão o planeta e prejudicarão o bem-estar do 1. 1.1. B; 1.2. C; 1.3. A; 1.4. B; 1.5. D; 1.6. C; 1.7. C.
homem;
2.1. de Sá-Carneiro e de Fernando Pessoa.
– a necessidade urgente de redefinir prioridades e critérios
2.2. Subordinada adverbial concessiva.
no que respeita às indústrias e ao seu desenvolvimento.
2.3. Complemento oblíquo.
– a urgência na mudança de comportamentos domésticos
através da reeducação do homem e da sua sensibilização
GRUPO III
para este problema.
(Ver as orientações do IAVE, nomeadamente os critérios de Ver as orientações do IAVE, nomeadamente os critérios de
classificação para a produção de um texto que visa avaliar classificação para itens de resposta extensa, e em particu-
a expressão escrita do aluno). lar os níveis de desempenho.

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