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INTRODUÇÃO A FILOSOFIA
CURITIBA
2020
AMANDA LIRIEL SANTOS DO PRADO
INTRODUÇÃO A FILOSOFIA
CURITIBA
2020
“Cada um de nós é como um homem que
vendo coisas em sonhos acredita conhecê-las
perfeitamente, mas que ao acordar percebe
que não conhece nada”. (Platão, Político,
277d)
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................... 4
2 REALIDADE........................................................................................................ 6
2.1 O QUE É REALIDADE..................................................................................... 6
2.2 REALIDADE PARA PLATÃO......................................................................... 6
2.3 REALIDADE PARA ARISTÓTELES............................................................... 6
2.4 REALIDADE VIRTUAL.................................................................................... 7
2.5 REALIDADE TRANSCEDENTAL.................................................................... 7
3 HUMANO.............................................................................................................. 8
3.1 O QUE É O HUMANO........................................................................................ 8
3.2 RELAÇÃO DO HOMEM COM O MUNDO...................................................... 8
4 CONHECIMENTO................................................................................................ 9
4.1 O QUE É CONHECIMENTO............................................................................... 9
4.2 SENSO COMUM.................................................................................................. 9
4.3 CONHECIMENTO RELIGIOSO......................................................................... 9
4.4 CONHECIMENTO CIENTÍFICO........................................................................ 9
4.5 CONHECIMNTO FILOSOFICO.......................................................................... 9
4.6 CONHECIMENTO ARTÍSTICO ........................................................................ 10
5 VERDADE E CRÍTERIOS .................................................................................. 10
5.1 TIPOS DE VERDADE......................................................................................... 10
CONCLUSÃO............................................................................................................ 11
7 REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 12
INTRODUÇÃO
Pelo senso comum, a realidade é compreendida como sendo aquilo que existe realmente. Entretanto,
Andrioli (2006) destaca que existem modos diferentes de interpretar a realidade, o que leva a
contradições devido à carga cultural que cada indivíduo traz consigo. Existe uma movimentação no
processo histórico, o que leva a crer que aquilo que se pensa sobre o que é real nos dias atuais, amanhã
pode deixar de ser, assim como se processa na Ciência, cujas teorias estão sempre sujeitas a
refutações. (POPPER).
Na teoria das ideias de Platão, é postulado que existem dois mundos totalmente separados entre si, mas
que se completam, são eles o mundo sensível e o inteligível. A relação entre eles é a de que: Tudo o
que nós vemos ao nosso redor, no mundo sensível, é como cópias “mal feitas” das ideias no mundo
inteligível. Como se a natureza e as pessoas fossem uma cópia de modelos que só existem no mundo
inteligível das Ideias. Logo é perceptível que Platão concebia a realidade de maneira dualista, ou seja,
acreditava que o ser humano é constituído de corpo e alma e que o mundo é constituído de duas
realidades, os objetos particulares e as ideias. (GODOY, 2019)
Aristóteles critica a teoria das ideias de Platão, principalmente a divisão entre um mundo sensível e
um mundo inteligível. Para ele a realidade se baseia na percepção que consiste na familiaridade, ou
seja, é conjunto de experiências vivenciadas pelo individuo, sua cultura e habilidade cognitiva
(GUILLEN, LIMA E MARTINS).Ademais, Aristóteles afirmava ser essencial analisar a coisa
estudada de maneira empírica, por meio de quatro perguntas lógicas:
Aparentemente Realidade Virtual é um termo contraditório. Como algo que é virtual poderia ser ao
mesmo tempo real? Atualmente, é inegável que as pessoas vivem muito mais tempo em contato com a
virtualidade do que em épocas anteriores, trabalho, estudo, notícias, serviços e entretenimento, tudo
pode ser realizado através de equipamentos digitais que se tornaram praticamente indispensáveis para
grande parte da sociedade atual. As questões sociais que se entrelaçam nos mundos virtuais podem ser
esclarecidas sob a perspectiva de novas formas de sociabilidade e de relações entre as pessoas
desenvolvidas pela cibercultura, ou mesmo por questões que envolvam as razões psicológicas dos
usuários, que muitas vezes refletem suas vontades, desejos e frustrações pessoais nos comportamentos
e atitudes assumidos dentro dos mundos virtuais. (MELO, PATRIOTA E OLIVEIRA).
Entre essas diversas transformações que ocorreram na experiência cultural provocadas pela tecnologia,
podemos citar as novas formas de se conceber e experimentar as noções de tempo e espaço como
umas das características e mudanças mais significativas da comunicação desenvolvida no ciberespaço.
Logo, o “estar junto” na cibercultura, portanto, não significa compartilhar de um mesmo lugar, de uma
mesma cultura, de um mesmo tempo. É nesse sentido que, nas relações globalizadas mediadas por
computador, há uma alteração significativa.
Consiste em uma região da realidade, além do tempo e do espaço, sempre foi intuída por místicos e
filósofos, e, atualmente, por cientistas. Platão concebeu-a como o mundo das Ideias. David Bohm a
denominou de ordem implícita. E Rupert Sheldrake, de campos morfogenéticos. Esta realidade, que
podemos denominar de realidade transcendental ou RT é a região matriz da realidade fenomênica.
(BORGES) Através da História o homem, percebendo que sua vida é breve, acidentada, sujeita ao
sofrimento e à morte certa, sempre formulou uma ideia chamada "Deus". Reconhecendo, como
também hoje reconhecemos, que a vida é transitória, desejou experimentar, ou descobrir o caminho de
um mundo transcendental. (KRISHNAMURTI).
3. HUMANO
A pergunta sobre o que é o ser humano é eterna e caracteriza o próprio ser humano enquanto “ser em
busca”, mas por outro lado recebe respostas historicamente situadas. A concepção clássica de pessoa
como única, irrepetível e insubstituível, soma-se a ideia central de relacionalidade. Esse chamado a
relacionar-se, que lhe apresenta uma proposta, e consequentemente um convite ao diálogo, coloca o
ser humano como um ser de acolhimento, resposta e relação. (PAULA)
Atualmente há duas concepções sobre a relação do homem com o mundo, são elas a visão
antropocêntrica e a relação de coexistência. O antropocentrismo é a tendência a acreditar que o homem
é o centro do universo e que a finalidade deste é o bem da humanidade (DUROZI E ROUSSEL). A
concepção que explica o homem como o centro do universo: O homem é a medida de todas as coisas.
(PITÁGORAS).
Percebe- seu que essa postura possui fundamentos históricos, filosóficos e religiosos. No Antigo
Testamento já havia claros fundamentos antropocêntricos, ao referir-se ao homem como feita à
imagem e semelhança de Deus e ao determinar-lhe que dominasse os animais da Terra. Todavia, para
autores como Tom Regan a ideia de domínio do homem sobre as demais espécies, contida na Bíblia,
não representa uma liberdade para a exploração, mas uma responsabilidade. Ademais, para o autor
nem para a alimentação a exploração animal estaria justificada. Ademais, Aristóteles afirmava que o
homem é superior aos animais por possuir inteligência racional matemática. Vale ratificar que a o
antropocentrismo é uma visão dualista e a partir disso foram desenvolvidas, no cristianismo
principalmente, algumas tendências levando a graves consequências como: desprezar o corpo, visto
como inimigo da vida espiritual, tender a separar o masculino e feminino a realidade opostas em que o
masculino domina e despreza o mundo feminino (RUBIO). Ademais, o ser humano se sente superior
ao meio ambiente e por conta disso vêm acontecendo uma degradação ambiental incessante, mesmo se
forem analisados os primórdios de sua existência, pois, o simples processo de sobrevivência deste ser
no ambiente degrada. No entanto, a partir do desenvolvimento intelectual do ser humano, abriu-se um
mundo de oportunidades para a melhoria da sua qualidade de vida neste planeta, culminando em um
desenvolvimento tecnológico inimaginável, o que, por via de consequência, aumentou
exponencialmente tal degradação.
4 CONHECIMENTO
O conhecimento é um estado muitíssimo valorizado no qual uma pessoa está em contacto cognitivo
com a realidade. Trata-se de uma relação entre um sujeito consciente, e do outro lado encontra-se uma
porção da realidade com a qual o sujeito está direto ou indiretamente relacionado.
A ciência procura atingir a verdade dos fatos pela observação da natureza por aplicação de pesquisas
metódicas e sistemáticas. Por meio de instrumentos de coleta e análise de dados da realidade, o
conhecimento científico pode ser adquirido por experimentação, demonstração e pesquisa, um saber
que se estabelece na prática, com teorias e hipóteses, com o fim último de desvendar os segredos da
realidade.
O conhecimento filosófico conduz a reflexão crítica, que busca o conhecimento último de todas as
coisas, transcendendo o saber do ser humano, utilizando a razão como a faculdade mais elevada do
espírito, a qual ordena nossos pensamentos e constitui conceitos e princípios sobre os objetos do
mundo. Tanto a filosofia quanto a ciência possuem um saber rigoroso, a filosofia busca a causa última
que fundamenta todo o saber. (FACHIN, 2006)
O conhecimento artístico tem como características centrais a criação e o trabalho criador. A arte é
criação, qualidade distintiva fundamental da dimensão artística, pois criar “é fazer algo inédito, novo e
singular, que expressa o sujeito criador e simultaneamente, transcende-o, pois o objeto criado é
portador de conteúdo social e histórico e como objeto concreto é uma nova realidade social”
(PEIXOTO, 2003, p. 39).
5 VERDADE
5.1 VERDADE
A concepção de verdade, nos diz que, é verdade ou verdadeiros as coisas e o Ser. Após essa concepção
grega perguntaram: como que o erro, a mentira existe, como podemos pensar naquilo que não tem na
realidade? Pois o Ser é axiomático, aparente aos olhos, ou seja, evidente. E o menir, errar é não ver os
seres como eles são. Os gregos respondem essa pergunta: - A mentira, o falso revela-se enquanto
sugerimos que certo ser, ou certa coisa não é aquilo que é. (CHAUI)
A realidade é de várias formas tratada como a existência o intelecto e a crença, seja ela no que
podemos sentir ou pensar, ou até mesmo as vivências do indivíduo baseadas em cultura e
habilidade cognitiva. A realidade virtual é algo que hoje em dia se tornou o cotidiano de
muitos, com a tecnologia atual muitas pessoas tem acesso a aparelhos eletrônicos que dão
acesso a um mundo vasto de informação e por se tratar de um mundo virtual existem muitas
controvérsias sobre o qual “real” supostamente a realidade virtual é, já que a proximidade
entre pessoas nesta realidade não significa compartilhar o mesmo lugar. A ideia da morte
certa também fez com que as pessoas acreditassem que existiria uma realidade transcendental,
onde você iria após a vida na realidade sensível. Para Platão a realidade transcendental era o
mundo das ideias. Na realidade sensível o Homem é um ser racional capaz de se relacionar
que tem visões antropocêntricas onde o homem é o centro de tudo no universo e todos os
materiais existem estão lá para ele, e a visão de coexistência onde o homem começa a ver que
cada ser tem a sua importância e não existe somente para ele. Pois existe todo um ecossistema
no universo para a sobrevivência de cada um. O homem é capaz de ter o Conhecimento que é
o dom de maior importância, nele o indivíduo a partir de seu contato cognitivo com a
realidade, desenvolve esse dom o tornando essencial para vivência. Atualmente ele é dividido
em senso comum, religioso, científico, filosófico e artístico. O senso comum é adquirido sem
prova concreta, e é transmitido de geração em geração. O conhecimento religioso é ligado a
crenças, resultado de fé em algo divino. O conhecimento científico depende de experimentos,
teorias e observação para desvendar os segredos e a verdade da realidade. O conhecimento
filosófico busca a reflexão de tudo que pode ser refletido, ele usa a razão para obter o saber. O
conhecimento artístico é o conhecimento onde toda criação faz parte nele, e a cada nova
criação o mesmo fica mais extenso. E no conhecimento existe a verdade que é aquilo que
afirma ou nega fatos e observações, em tudo há uma verdade, e algumas vezes não
conhecemos ela, mas ela existe.
REFERÊNCIAS
ANDRIOLI, Antônio Inácio. Utopia e Realidade. Revista Espaço acadêmico, Ano V, nº 56, jan. 2006 -
mensal.
ARISTÓTELES. Analíticos Posteriores. Livro II. Bauru: Edipro. 2005.
BERGER, Peter. O dossel sagrado: elementos para uma teologia sociológica da religião. 5. ed. São
Paulo: Paulus Editora, 2004.
BORGES, Valter. A Realidade Transcendental, Recife, 1999.
CARDOSO, Clodoaldo Meneguello. A canção da inteireza: uma visão holística da educação. São
Paulo: Summus, 1995.
CHAUI, Marilena. Convite à Filosofia Ed. Ática, São Paulo, 2000.
DUROZI, Gerald; ROUSEEL, André. Dicionário de Filosofia. Campinas: Papirus, 1993.
FACHIN, Odília. Fundamentos de metodologia. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2006
GODOY, William. Teoria das ideias de Platão,2019.
GUILLEN,Luna; SOUZA ,Iagor; LIMA, Sthéphane, MARTINS, Vanéli.Percepção da Realidade.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GRANDE DOURADOS, UFGD, DOURADOS, MS, BRASIL,2012.
KRISHNAMURTI, A realidade transcendental,1976.
MELO, Solange; PATRIOTA, Karla; OLVEIRA, Jamile. O Mundo Virtual é Real: Uma reflexão sobre seus
Fatores Tecnológicos, Sociais e Econômicos,2008.
PAULA, Flávio. O ser humano como ser de relações.
PEIXOTO, M.I.H. Excerto de texto inédito cedido pela autora. 2007
POPPER, Karl Raymund. Conjecturas e refutações. Brasília: UNB, 1982.
REGAN, Tom. Jaula vazias: encarando o desafio dos direitos animais. Tradução de Regina Rheda.
RUBIO, Garcia. Elementos de Antropologia Teológica