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Desde o dia em que ao mundo chegamos

Caminhamos ao rumo do sol

Há mais coisas pra ver

mais que a imaginação

muito mais que o tempo permitir

E são tantos caminhos pra se seguir

e lugares pra se descobrir

e o sol a girar sobre o azul deste céu

nos mantém neste rio a fluir

É O Ciclo Sem Fim

Que nos guiará

a dor e a emoção

pela fé e o amor

até encontrar

o nosso caminho

neste ciclo, neste ciclo sem fim...”

(Ciclo sem fim – O Rei Leão)

Link da música:< https://youtu.be/D3wwh6KuSP8 >

APRESENTAÇÃO

Nesta disciplina estudaremos as fases de desenvolvimento humano a partir da


perspectiva de Freud, Erick Erikson, Arminda Aberastury, Mauricio Knobel e Albert
Bandura. Para a fase do Luto teremos como principal teórica Elizabeth Kluber-Ross.

É importante lembrar que teremos contato com alguns, dos inúmeros teóricos,
que, dedicaram sua trajetória científica para estudar como se estabelece o
desenvolvimento humano do nascimento até a morte. Muitos deles se atentaram a estudar
todas as fases, entretanto, aqui teremos um teórico para cada fase.
PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO

Para iniciarmos, esse entendimento sobre as fases da vida de um ser humano trago
a definição de Psicologia do Desenvolvimento por Rappaport:

“Representa uma abordagem para a compreensão da criança e do


adolescente, através da descrição e exploração das mudanças
psicológicas que as crianças sofrem no decorrer do tempo. A
Psicologia do Desenvolvimento pretende explicar de que maneiras
importantes as crianças mudam no decorrer do tempo e como essas
mudanças podem ser descritas e compreendidas.” (RAPPAPORT, p.1,
1981)

Embora aqui, a autora ressalte que a Psicologia do Desenvolvimento represente a


compreensão da criança e do adolescente, neste material, o conteúdo será estendido até a
fase adulto e seus desdobramentos.

- ESTÁGIOS PSICOSSEXUAIS DO DESENVOLVIMENTO – SIGMUND FREUD

Freud deteve-se sobre o desenvolvimento afetivo, sua teoria é a mais influenciada


do que qualquer outra. Alguns conceitos importantes para o entendimento dos estágios:

- Libido: energia psíquica; Ao contrário do que se diz a libido não tem apenas relação
com o desejo sexual (fazer sexo), mas está relacionada com o desejo de forma geral.

- Pulsão: elementos básicos da personalidade, forças motivadoras que impulsionam o


comportamento.

Ex: Fome. A fome é a pulsão que me faz procurar algo para comer.

- Consciente: um dos níveis da vida psíquica, muito pequeno em relação ao

- Inconsciente: nível do psiquismo onde permanecem os processos, as ideias, impulsos,


paixões e sentimentos reprimidos.

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Id: principio do prazer / Ego: princípio de realidade / Superego: aspecto moral da
personalidade. Para ilustrar:

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Espaço1Ethos
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A partir de suas observações elaborou a teoria dos ESTÁGIOS


PSICOSSEXUAIS DO DESENVOLVIMENTO que são:

- fase oral: primeira fase de desenvolvimento psicossexual, dura de zero até o segundo
ano de vida. A boca é a principal zona erógena. Fase em que é muito comum que a criança
leve tudo na boca, essa é a forma dela conhecer e experimentar.

- fase anal: fase que se inicia o treinamento dos hábitos de higiene, período de 1 a 3 anos
em que a defecação oferece prazer erótico a criança, porém, ela precisa a aprender a adiar
esse prazer. Fase em que a criança começa a usar o “peniquinho”. Importante: Evitar
peniquinhos com música, luzes!
- fase fálica: interesse considerável em explorar e manipular os genitais – os seus e dos
companheiros de brincadeira. Curiosidade sobre os meninos terem pênis e as meninas
não. Instauração do Complexo de Édipo (desejo inconsciente de amor de uma criança
pelo pai ou pela mãe) e desenvolvimento do superego, período de 4 – 5 anos.

- período de latência: fase em que o interesse sexual está dormente, direcionado em


atividades escolares, hobbies, esportes e amizades com pessoas do mesmo sexo; período
dos 6 – 12 anos.

- fase genital: fase da adolescência a fase adulta, desenvolvimento da identidade do papel


sexual e relações sociais adultas.

Melaine Klein, Jean Jacques Lacan, Anna Freud e Piaget são alguns dos teóricos que
também se dedicaram aos estudos desta fase de desenvolvimento.

- ADOLESCÊNCIA – ARMINDA ABERASTURY E MAURICIO KNOBEL

A adolescência é uma fase de transição entre a infância e a fase adulta. Nesta fase
de transição a criança passa pelo processo de desacomodação, onde ocorre uma
reorganização do que já foi vivido fazendo uma busca pelo novo. A partir deste momento
inicia-se a elaboração do luto. Para Aberastury, são três as fases do luto:
- Luto pelo corpo infantil: é uma despedida da fase biofisiológica, uma experiência de
rompimento em relação ao tempo infantil e o movimento em direção ao crescimento a
um tempo futuro.

- Luto pela identidade e pelo papel infantil: é um período em que o adolescente tem
conflitos em relação sua identidade. Ora sente-se criança dependendo dos pais, ora sente-
se adulto sentindo-se independente.

- Luto pelos pais da infância: processo em que os pais também passam pela questão de
luto em relação aos seus filhos que já não são mais crianças. Existem pais que passam
tranquilamente por esta fase, enquanto outros não devido a dificuldade de aceitação do
crescimento de seus filhos.

Mauricio Knobel nomeou esses sintomas como “A síndrome normal da Adolescência”,


sendo eles:

- busca de si e da sua identidade: o adolescente esta em uma fase de transição, então


esta sempre a procura de algo que lhe complete e o ajude a se identificar no mundo, e
muito normal que nesta fase ocorra experimentações

- tendência grupal: é algo muito intenso nesta fase, pois os adolescentes tendem a se
influenciar por seus amigos e se fortalecem a partir dessa influência.

- necessidade de intelectualizar e fantasiar: o adolescente sente-se angustiado devido


aos conflitos que o meio externo lhe proporciona, e é quando ele recorre ao mundo interno
para que seja realizado um reajuste emocional, é neste momento que o adolescente se
interessa por teorias filosóficas, movimentos sociais para amenizar essas flutuações
emocionais.

- crises religiosas: ocorrem nesta fase com muita intensidade, o adolescente pode ser
muito religioso, independente da religião, ou pode ser totalmente ateu. E por mais que
desde a infância ele tenha sido criado em um meio religioso pode ser que opte por não
mais fazer parte da religião.

- FASE ADULTA – ERICK ERIKSON

Cada grupo social tem o processo biológico elaborado culturalmente e


simbolicamente. Erick Erikson denomina estágios psicossociais e psicossexuais, para ele
o desenvolvimento da personalidade ocorre durante toda a vida e sua teoria tenta explicar
o comportamento e o crescimento humano em oito etapas do nascimento até a morte.

- 6º estágio – Intimidade x Isolamento (20 a 30 anos): nesta fase a identidade já deverá


ter sido estabelecida na adolescência e o indivíduo estará amadurecido para viver uma
intimidade afetiva e sexual com outra pessoa, construindo uma relação profunda e
duradoura. Quando o ego não é suficientemente seguro, a pessoa irá preferir o isolamento
à união, pois terá medo de compromisso, uma atitude de preservar seu ego frágil.
- 7º estágio – Generatividade x Estagnação (30 a 60 anos): caracteriza-se pela
capacidade de gerar, produzir qualquer coisa, seja filhos ou negócios ou pesquisas. O
indivíduo sente que precisa dar sua contribuição ao mundo.

- TERCEIRA IDADE – ERICK ERIKSON / ALBERT BANDURA

Erikson classifica a terceira idade como:

- 8º estágio – Integridade x desespero (após 60 anos): fase de reflexão do passado,


positivo ou negativo.

Albert Bandura considera que a velhice é uma grande reavaliação da vida dentro
da correria e vivência familiar.

Há redução da capacidade mental e física, redução da atividade sexual. Fase muito


propensa a depressão. È também comum nesta fase doenças degenerativas e Alzheimer.

ELABORAÇÃO DO LUTO

NÃO APRENDI DIZER ADEUS Não tenho nada pra dizer


Só o silêncio vai falar por mim
Não aprendi dizer adeus Eu sei guardar a minha dor
Não sei se vou me acostumar E apesar de tanto amor vai ser melhor
Olhando assim nos olhos seus assim
Sei que vai ficar nos meus
A marca desse olhar Não aprendi dizer adeus
Mas tenho que aceitar
Não tenho nada pra dizer Que amores vem e vão são aves de verão
Só o silêncio vai falar por mim Se tens que me deixar
Eu sei guardar a minha dor Que seja então feliz
E apesar de tanto amor vai ser melhor
assim Não aprendi dizer adeus
Mas deixo você ir
Não aprendi dizer adeus Sem lágrimas no olhar
Mas tenho que aceitar Se o adeus me machucar o inverno vai
Que amores vem e vão, são aves de verão passar
Se tens que me deixar E apaga a cicatriz
Que seja então feliz
Não aprendi dizer adeus
Não aprendi dizer adeus Mas tenho que aceitar
Mas deixo você ir Que amores vem e vão, são aves de verão
Sem lágrimas no olhar Se tens que me deixar
Se o adeus me machucar o inverno vai Que seja então feliz
passar
E apaga a cicatriz Não aprendi dizer adeus
Compositores: Joel Marques

Link da Música: https://youtu.be/CJtNbIgAafA

“(...) Pode-se dizer que mundialmente o conceito de luto está relacionado ao


processo posterior à morte de um ente querido ou a uma ruptura abrupta, como um
divórcio ou uma demissão, porém o que podemos constatar até aqui de acordo com as
pesquisas feitas, é que o luto pode se estabelecer desde a comunicação do diagnóstico do
paciente e pode ser definido como algo de ordem natural e normal e nem sempre está
relacionado só a morte, mas também a perdas em diversos aspectos e pode ocorre
também durante rituais de transição...”(NEVES, 2017, p. 25)

O conceito de luto para alguns teóricos:

Freud: Em Luto e Melancolia (1917) afirma que, o enlutado sabe o que perdeu, não existe
inconsciente a respeito da perda, trata-se de um processo natural, lento e doloroso, tem
caráter patológico, mais não é considerado doença, ocorre uma perda de interesse em
realizar as principais atividades que não estejam ligadas ao objeto perdido, a dificuldade
em substituir o objeto de amor.

Fritz Perls: o luto é definido como “uma parte do processo de resignação, necessário
para superar o apego ao passado”, ou seja, não apresentar resistência é fundamental nesse
momento, pois é impossível negar que a morte chegará para todos, pois tanto a morte
quanto as perdas fazem parte da vida.

Elizabeth Kübler-Ross: ao receber um diagnóstico o paciente pode emitir diversa


reações. Kübler-Ross denominou essas reações como estágios ou mecanismos de defesas,
segundo a Psicanálise.

Os estágios do Luto segundo Elizabeth Kübler-Ross:

1º ESTÁGIO - NEGAÇÃO e ISOLAMENTO: reação de rejeição ao que parece ser


dilacerante ou irrevogável. Ex: "Não, eu não, não pode ser verdade." A negação é uma
reação temporária, visto que é uma ação que o paciente adere com o objetivo de reduzir
o impacto do diagnóstico abrupto e devastador

2º ESTÁGIO - RAIVA: quando não é mais possível manter a negação ela é substituída
pela raiva. Ex: "Pois é, é comigo, não foi engano." ou "Por que eu?". Estágio considerado
muito difícil para família e para equipe de cuidados médicos, devido ao fato de esta raiva
se propagar em todas as direções e projetar-se no ambiente, muitas vezes sem razão
plausível.

3º ESTÁGIO - BARGANHA: estágio mais curto em que há tentativas de acordo que


adie o desfecho inevitável. Ex: "Se Deus decidiu levar-me deste mundo e não atendeu a
meus apelos cheios de ira, talvez seja mais condescendente se eu apelar com calma."
4º ESTÁGIO - DEPRESSÃO: quando o paciente não pode mais negar sua doença, é o
momento mais delicado, entretanto o paciente não deve ser encorajado a olhar para o lado
risonho das coisas. Não se recomenda que deva ser dito ao paciente o que ele deve ou não
fazer, pois é nesta fase em que é necessário deixar o indivíduo externar o seu pesar.

5º ESTÁGIO - ACEITAÇÃO: não significa estar feliz; é como se a dor tivesse dissipado
e dado lugar para outros pensamentos, outras preocupações, encontra-se paz e o que
importava antes, hoje já não tem tanta importância Ex: “É como se a dor tivesse
esvanecido, a luta tivesse cessado e fosse chegado o momento do "repouso derradeiro
antes da longa viagem”

Referências bibliográficas:

ABERASTURY, A. Adolescência. Porto Alegre: Artes Médicas, 1990.

FREUD, S. Luto e Melancolia. In Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas
de Sigmund Freud, vol. XIV, pp. 249-263. Rio de Janeiro: Imago, 1996. (obra original publicada
em 1917).

KUBLER-ROSS, E. Sobre a morte e o morrer. São Paulo: editora WMF Martins Fontes, 2008.

NEVES, Cinthya de Mattos. O conceito de contato no processo de elaboração do luto em


pacientes terminais: um olhar gestaltico. Trabalho de conclusão de curso (Monografia). Rio de
Janeiro: UNIABEU, 2017.

PERLS, F.S. A abordagem gestáltica e testemunha ocular da terapia. Rio de Janeiro: Zahar,
1981.

RAPPAPORT, Clara Regina ET AL. Teorias do desenvolvimento: conceitos fundamentais.


São Paulo: EPU, Vol 1, 1981.

SCHULTZ, P. D.; SCHULTZ E. S. Teorias da personalidade: 9 ed. Tradução Norte Americana:


Cengage Learning, 2012.

“O novo já nasce velho” (O Rappa)

Link da música:< https://youtu.be/qoemE2UPJEo>

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